domingo, 2 de janeiro de 2011

Fic: I'm not in London

Ship: Mevi
Categoria: Actor fic, AU
Advertência: contém cena de sexo
Capítulos: 1 (one-shot)
Classificação: NC-17
Completa: [x ] Yes [ ] No
Resumo: Matt está em Londres durante a temporada de sua peça de teatro, quando se depara com uma mulher misteriosa no bar.
N/A: Os trechos da música em francês são da “Quelqu'un m'a dit”, de Carla Bruni
Letra e tradução completa:

http://letras.terra.com.br/carla-bruni/190188/traducao.html
Vídeo com a música:
http://www.youtube.com/watch?v=XvyMG0z0FZY


As luzes do palco se apagaram e tudo o que Matthew pôde ouvir foi o som dos aplausos da platéia. Mais uma noite de espetáculo tinha terminado, por sorte, com a casa cheia. Mesmo sabendo que boa parte dos espectadores era constituída por fãs do seu antigo trabalho na TV, Lost, ele esperava realmente que as pessoas apreciassem o seu novo papel.

A peça recebera opiniões variadas, algumas resenhas foram favoráveis, outras nem tanto. Mas Matt nunca foi de ler o que a imprensa achava do seu desempenho, preferia não saber. O que importava mais para ele era se as pessoas comentassem ou o parabenizassem pelo trabalho.

Estava no camarim, tinha acabado de trocar de roupa e arrumava suas coisas para ir embora, quando Olivia bateu na porta:
-Desculpe-me se te interrompi, mas é que o pessoal está querendo sair, você sabe, para dar uma esticadinha para beber em um pub por perto. Vim aqui te chamar. Quer vir conosco?
-Agora?
-Daqui a pouco. Estamos somente esperando o Neil dispensar alguns chatos de plantão que estão conversando com ele e depois sairemos. E então?
-Bem...ah....eu não sei.

Matt levou a mão ao rosto e coçou o queixo, aquele convite o apanhou de surpresa.
-É que a Margh vem me buscar hoje, deve estar para chegar.
-Ela pode vir conosco também.
-Posso perguntar, mas tenho quase certeza de que ela não vai se animar muito com a idéia.
-O que? Vai me dizer que ela ainda está com ciúmes?
-Ciúmes? Que é isso, Liv, a Margh às vezes me acompanha nos bares ou festas. Está certo que antigamente nós saíamos mais juntos, ultimamente ela reclama um pouco, diz que não tem mais pique, fica cansada...
-Sinto muito, não te conheço há tanto tempo mas, não sei, pode ser besteira da minha cabeça. É, talvez seja só impressão.
-O que?
-Acho que ela não vai com a minha cara, sempre foi educada comigo e tal, porém...Ah, deixa para lá, cisma de mulher. Vamos estar por aqui, se quiser vir é só dar um toque e iremos todos comemorar tomando um porre tipicamente londrino.
-Ok.
Depois que ela saiu, Matt ficou perdido em seus pensamentos. Será possível? Ele pensou que fosse implicância da Margh com a Evi, agora a história estava se repetindo. No entanto, com relação à Olivia, Margh podia ficar sossegada, eram somente amigos. Já quanto à Evi...digamos que as razões eram justificáveis.

Evi. Onde ela estaria neste instante? Provavelmente nos braços do Norman. Ele não tinha direito de sentir ciúmes, ela merecia ser feliz, o Norman era um cara legal, engraçado, a fazia rir e não era comprometido. Contudo, só de pensar no assunto, ele ficava nervoso.

Matt resolveu esperar Margh lá fora. Já tinha se passado um tempo desde o final da apresentação, não tinha mais quase ninguém nos arredores do teatro. Enquanto aguardava, sacou o seu maço de Marlboro do bolso e pegou um cigarro. As tragadas amenizavam o frio absurdo do sereno, ele andava de um lado a outro com os ombros encolhidos e com a mão esquerda dentro do bolso da jaqueta de couro.

Um carro se aproximou, Margh finalmente estava ali. Matt não entrou, da janela contou sobre a “happy hour” com o pessoal da peça. Com cara feia, Margh resmungou:
-E você quer ir com eles?
-Eu acho que vai ser legal. Vamos?
-Não está cansado? Realmente não te entendo, reclama que fica exausto depois da peça e agora está todo empolgado para sair com os amigos?
-Margh. É bom ter um pouco de entrosamento com meus colegas. Não quero bancar o chato. Sabe como esses britânicos são, se eu recusar, vão ficar dizendo “ih, tem que ser americano, cheio de estrelismos.” Queria fazer uma média com eles.
-Pois então pode ir sozinho, não vou te acompanhar nessa. Estou com uma dor de cabeça horrível e sem clima para beber. Mas Matt...se comporte!
-Apenas uns drinks, Margh.
Margh manobrou o carro e acenou, indo embora e o deixando no estacionamento. Matt voltou para dentro do teatro e encontrou os amigos. Pouco depois, partiram rumo à noite de Londres.

O pub não estava lotado, mas eles quase não encontraram mesa para todos. Em um canto uma turma bem animada entornava canecas e mais canecas de cerveja preta. Pareciam estar comemorando alguma coisa e gritavam animados, como hooligans. Alguns até vestiam camisetas de time de futebol.

Matt e os amigos se ajeitaram e logo pediram a primeira rodada de bebidas da noite. Olivia comentava sobre uma pessoa da platéia que tinha uma tosse irritante, quase a fazendo desconcentrar-se em uma cena importante. Roger, da produção, ria da sua gafe por ter alterado umas peças do cenário que por sorte teve como consertar o equívoco durante a troca de um ato para outro. Matt estava apreciando a bebida. Se havia algo que ele gostava de fazer era beber. E estava acostumado com esse universo desde que era um adolescente.

O pub tinha mais outro ambiente, de onde vinha um ruído musical ao longe. Matt se levantou e foi explorar o lugar, andando e observando cada canto. Pelo caminho, quadros na parede, com fotografias de boêmios que passaram pelo local ao longo das décadas. Dois velhos bêbados discutindo no balcão e um grupinho de pessoas em volta de um espaço vazio, que despertou a sua atenção. Ele quis conferir do que se tratava. Ao se aproximar, Matt notou que naquele pedaço havia um karaokê, por isso o som de música ressoava do outro lado.

Como adora coisas desse tipo, mais do que depressa, voltou à mesa e contou a novidade, encorajando e desafiando ao mesmo tempo os colegas a irem cantar. Todos estavam com vergonha, depois de goles e goles de álcool, um corajoso da equipe resolveu acompanhá-lo em um dueto. E lá foram eles pagar o mico.

Enquanto cantavam “Hotel California” do Eagles, os amigos riam sem parar e zoavam com a dupla desafinada de cantores. Matt estava “alto” pela bebida, mas não estava bêbado. O mesmo não se podia dizer de alguns rapazes da produção.

Após o show, o pessoal voltou para a mesa, entretanto Matt resolveu ficar neste ambiente por mais tempo. Bebericava uma cerveja e olhava os tipos peculiares da noite londrina ao redor até que uma voz lhe chamou a atenção. Uma moça cantava uma música em francês.


On me dit que nos vies ne valent pas grand chose
Disseram-me que as nossas vidas não valem grande coisa,
Elles passent en un instant comme fanent les roses
Elas passam em instantes como murcham as rosas.
On me dit que le temps qui glisse est un salaud
Disseram-me que o tempo que desliza é um bastardo
Que de nos chagrins il s'en fait des manteaux
Que das nossas tristezas ele faz seus investimentos

Pourtant quelqu'un m'a dit
No entanto alguém me disse...
Que tu m'aimais encore
Que você ainda me amava,
C'est quelqu'un qui m'a dit que tu m'aimais encore
Foi alguém que me disse que você ainda me amava.
Serais ce possible alors
Seria possível então?

Ela cantava em falsete, mesmo assim, ele achou aquela voz muito sexy. Ou talvez fosse o fato da canção ser em francês, aquela língua por si só já transmitia certa sensualidade. Seus olhos buscavam avistar quem era a detentora de tanto charme, porém estava escuro. A “cantora” tinha um cabelo Chanel e usava óculos escuros, vestia um sobretudo preto e um vestido curto por baixo, as botas tinham um cano tão longo que chegavam acima dos joelhos e o salto era agulha. Isso a tornava ainda mais atraente, visto que ele tinha verdadeiro fetiche por mulheres usando botas.


On dit que le destin se moque bien de nous
Disseram-me que o destino debocha de nós
Qu'il ne nous donne rien et qu'il nous promet tout
Que não nos dá nada e nos promete tudo
Parait qu'le bonheur est à portée de main
Faz parecer que a felicidade está ao alcance das mãos,
Alors on tend la main et on se retrouve fou
Então a gente estende a mão e se descobre louca


Pourtant quelqu'un m'a dit
No entanto alguém me disse...
Que tu m'aimais encore
Que você ainda me amava,
C'est quelqu'un qui m'a dit que tu m'aimais encore
Foi alguém que me disse que você ainda me amava.
Serais ce possible alors
Seria possível então?



Matt se aproximou mais um pouco, todavia a concentração de pessoas nesta área era maior, não deu para ele chegar mais perto. Ele olhava para ela e não sabia explicar, mas sentia certo magnetismo, como se ele a conhecesse de alguma forma. Aquelas curvas pareciam familiares.


Mais qui est ce qui m'a dit que toujours tu m'aimais
Mas quem me disse que você ainda me amava
Je ne me souviens plus c'était tard dans la nuit
Eu não recordo mais, já era tarde da noite,
J'entend encore la voix, mais je ne vois plus les traits
Eu ainda ouço a voz, mas eu não vejo mais seus traços
Il vous aime, c'est secret, lui dites pas que j'vous l'ai dit
'ele ama você, isso é segredo, não diga a ele que eu disse a você'

Tu vois quelqu'un m'a dit...
Sabe, alguém me disse...
Que tu m'aimais encore, me l'a t'on vraiment dit
Que você ainda me amava, disseram-me isso de verdade
Que tu m'aimais encore, serais ce possible alors
Que você ainda me amava, seria isto possível então?



Terminada a música, ele a seguiu com os olhos. O problema é que ao se misturar na multidão, ele a perdeu de vista. Deixando o mistério de lado, Matt direcionava-se de volta à mesa da turma quando sentiu que uma mão entrou no bolso de seu casaco. Imediatamente ele se virou e somente pôde vê-la de costas, se afastando. Quem era ela? Que suspense era aquele? Revirou o bolso e encontrou um bilhete escrito no guardanapo, assinado com um beijo de batom. Matt estremeceu ao reconhecer a caligrafia.

Não podia ser. Ou podia? Seria loucura da sua cabeça? Avistou mais uma vez o papel e releu para ter certeza. Era ela. Definitivamente era ela. Ninguém o chamava daquele jeito, aqueles apelidos que nomeavam um ao outro, particularmente quando estavam na cama durante o sexo, eram desconhecidos de todos a não ser dos dois.

Ele foi para fora do bar, nos fundos e se certificou de que não estava sendo seguido. Olhava ansioso para todos os lados, nenhum barulho por perto. Onde ela estava? Mal acabou de pensar, foi puxado para um canto e encostado na parede de um beco. Evi pressionou os lábios dele contra os seus, beijando-o de maneira urgente e desesperada, roubando-lhe o fôlego, mergulhando sua língua pelo espaço, engolindo sua boca e mordiscando de leve a parte inferior, hidratando o rachado de seus lábios com a troca de saliva, em um beijo molhado e regado de desejo.
-Evi...hum...não posso acreditar, você veio!
Matt mal conseguia terminar a sentença, Evi ainda o atacava com seus beijos.
-Quase morri de tanta saudade!
A pouca iluminação da rua o permitia avistar parcialmente o rosto maquiado de Evi e ele riu do disfarce da amada.
-Peruca interessante...
-Gostou?
-Você é realmente doida! Veio para Londres e nem me avisou.
-Quis fazer uma surpresa. A propósito, eu não estou aqui.
-Ah não?
-Não. Essa que acabou de te beijar é a Sophie. Evangeline por um acaso está em Paris neste momento. Pelo menos é o que o Norman e todo o mundo pensam. Matt, ninguém sabe que estou aqui.
-Não precisava, as pessoas sabem que somos grandes amigos, não seria estranho se você viesse ver minha peça em Londres.
-Eu vi a sua performance hoje, assisti no meio do público, totalmente incógnita.
-Você estava lá?
-Sim.
-Pois se tivesse vindo como Evi, teria arranjado um lugar privilegiado para você ver do palco meu desempenho. Por que fez isso?
-Porque se eu tivesse vindo como Evi, os papparazzi iriam ficar em cima de nós e pior, a Margh iria ficar de marcação ao seu lado o tempo todo.
-É, neste ponto você tem razão.
-Além do que, não daria para fazer o que tenho em mente.
-E o que seria?
-Sequestrar-te. Agora.
-Evi, vim com a turma toda.
-E daí, volte para lá, dê uma desculpa e venha embora comigo.

Aquilo era arriscado e uma loucura completa. Por incrível que pareça, a situação de correr perigo o deixava ainda mais excitado. Sem parar para pensar, ele fez o que ela sugeriu. Nos minutos seguintes, adentrou o carro que Evi dirigia e partiram dali.
-Acho melhor você se esconder.
-O que?
-Fique abaixado, Matt! Eu estou disfarçada, mas você não está. E com essa minha peruca estilosa e dado o seu histórico de fofocas com suspeitas de traições com strippers, amanhã vai dar sua foto em tudo quanto é tablóide. A imprensa daqui é voraz.
-E como vou sair do carro então se ninguém pode me ver?
-Não se preocupe, planejei tudo. Trouxe um disfarce para você também, está dentro da caixa no banco de trás. Assim que chegarmos, você se veste antes de descer.
-Você é realmente maluca!
-E você me adora, confessa. Essa adrenalina toda te dá tesão, não dá?
-E como, Evi! Mas quer saber o que me dá tesão de fato?
-O que?
Ele não respondeu. Suas mãos alcançaram a barra do vestido de Evi e assim que as pontas dos seus dedos tocaram a parte da perna à mostra, ela se arrepiou com o contato.

Evi parou em um farol de um cruzamento e Matt aproveitou para furtivamente passar a mão no vão entre as pernas, esbarrando de leve no fundo da calcinha dela.
-Matt, por favor, não faça isso...
-Não está gostando?
-Muito pelo contrário! Estou dirigindo e você sabe que não sou boa motorista, ainda mais quando a direção é do lado direito como nesses esquisitos carros ingleses. Se você continuar, vai me levar a um estado de excitação tão grande que vou ser obrigada a parar o carro no meio da rua e transar contigo aqui mesmo.
-Seria uma idéia tentadora...
-Esperamos meses por esse reencontro, não custa esperar um pouco mais.
-Ok. É que...do ângulo que estou, só consigo pensar em atos promíscuos.

Ela deu uma gargalhada diante das besteiras que ele dizia. Para quebrar o clima, resolveu conversar outros assuntos.
-Sobre a peça...Ainda bem que você e aquela inglesa fazem papel de irmãos.
-Por quê? Está com ciúmes?
-Odiaria te ver beijando outra magrela na minha frente.
Matt riu com o jeito implicante de Evi falar.
-Você ri, mas sei que se afastava quando nos via juntos, eu e o Norman.
-É diferente. O teatro é um trabalho, já vocês dois são vida real.
Vendo que ele ficou aborrecido com o papo, Evi procurou comentar outra coisa.
-Nem me perguntou o que eu achei da peça.
-É mesmo, o que achou?
-Para ser sincera? Confesso que não consegui prestar atenção direito. Não é por causa do texto, se bem que teve partes meio lentas no espetáculo, como naquela discussão entre os irmãos logo no começo. Foi pela emoção de te ver novamente atuando. Que saudades! Admito que senti uma ponta de ciúmes por não ser eu a dividir a cena contigo, não ser aquela para a qual você direciona o seu olhar profundo. E você está tão sexy! Gostoso igual na época que te conheci.
-Então eu só era gostoso na época que você me conheceu?
-Não foi isso que eu quis dizer. Você parece mais disposto, mais relaxado. Nos últimos meses de Lost você estava exausto, todos nós estávamos.
-Isso é verdade, foi bom mudar de ares, sabe? Da TV para os palcos. Fazer teatro é algo que sempre me deixa revigorado, é mais orgânico, temos a resposta imediata do público. Precisa de disciplina, mas tem horário certo, planejamento, o texto é o mesmo e repito a tanto tempo que sai de maneira natural.
-Chegamos.

Matt foi para o banco de trás e retirou o tal “disfarce” de dentro da caixa.
-Acha necessário até trocar de camiseta?
-Claro que sim! Ainda mais porque você não está usando uma camiseta qualquer, está com a mesma marca de sempre. Se alguém ver essa estampa, não vai ter disfarce no mundo que te esconda!
Meio a contragosto, Matt vestiu todas as peças, inclusive uma peruca longa. Rindo sem parar, ele gracejou:
-Estou parecendo guitarrista de banda de heavy metal com esse cabelão todo.
-Quanto mais diferente, melhor. E não reclama, fui boazinha, poderia ter trazido vestes femininas, já pensou que travesti lindo você seria?
-Seria impossível, Evi, porque estou com barba, ficaria bizarro estar vestido de mulher com o rosto coberto de pêlos.
-Imagine que horror! Vamos, meu amado roqueiro, estamos prontos.

Os dois desceram do carro e entraram no hotel. Não era obviamente um cinco estrelas, Evi justamente escolheu um lugar discreto e simples, afinal “ela não estava em Londres”. Enquanto caminhavam em direção ao quarto, um formigamento percorria-lhes o corpo e um tesão incontrolável os dominava de tal maneira que mal Evi passou o cartão magnético para destravar a porta, Matt começou a beijá-la, empurrando-a de mansinho para dentro do quarto, sem quebrar os beijos.

Apressadamente, Matt tirou o boné, a peruca e os óculos escuros, encostando Evi na parede, dando-lhe beijos cada vez mais lascivos. Evi por sua vez arrancou o cabelo Chanel postiço, retirando os grampos que prendiam os seus cachos, soltando-os. Desceu o zíper da bota e retirou uma de cada vez.

Ela o olhava maliciosamente com um sorriso radiante. Ele a encarava de volta, mas não por muito tempo. Estava louco de vontade de tê-la em seus braços novamente. Matt a puxou para si e Evi correspondia, beijando-o de forma ardente. Enquanto ocupavam as bocas, Matt apertava as nádegas dela e depois passava a mão por entre suas pernas. Evi continuava a engoli-lo, enfiando sua língua inquieta cada vez mais aprofundando o beijo na medida em que ele a bolinava.

Matt encostava-se nela, a abraçando e a apertando contra o seu corpo. Evi levantou uma das pernas e a roçou pela canela dele. Então, com uma das mãos, começou a afagar o membro, apertando-o de leve ainda por cima da calça. Percebendo que o clima estava esquentando, rumaram atracados até a cama.

Ainda em pé, Evi se despiu do vestido, ficando somente de lingerie. Matt se deteve um instante somente para admirar aquele corpo diante dele. No minuto seguinte, tirou-lhe o sutiã, desnudando aqueles montes perfeitos que ele não hesitou em abocanhar.

Foi lambendo os seios, mergulhando seu rosto entre eles, rodopiando a língua ao redor dos mamilos e sugando cada extremidade. Continuou a trilha de beijos, descendo dos seios até a barriga. A barba por fazer provocava cócegas e causava um arrepio delicioso em Evi. Ao chegar ao umbigo, Matt aproveitou para baixar a calcinha dela.

Simultaneamente ele retirou suas roupas e ela deu um olhar de contentamento ao ver a elevação do membro. Evi deitou-se na ponta da cama, deixando parte de suas pernas para fora. Matt se ajoelhou no chão, abriu suas coxas e com os lábios, buscou o seu centro. Começou a sugá-la com suavidade, fazendo com que a língua percorresse toda a sua extensão. Ele a saboreava sem pressa, contornando o clitóris até que foi a fundo em sua exploração.

De olhos fechados, Evi se mexia, seu corpo parecia flutuar em uma onda de prazer intensa. Era incrível como aquele homem a conhecia. Ele sabia exatamente como tirá-la do sério, sabia o jeito que ela gostava, os seus pontos mais sensíveis e proporcionava a ela sensações que nenhum outro conseguia. Sua umidade anunciou o orgasmo. Evi pediu com uma voz chorosa que ele a penetrasse.
-Vem, te quero agora dentro de mim.
Matt atendeu ao pedido, deitando-se sobre ela, se encaixando entre suas pernas. O membro ia sendo envolto em suas entranhas, que se contraiam ao recebê-lo. Ele entrava e saía, suas investidas insistentes a faziam vibrar em gemidos. Matt a estocava com firmeza.

Apesar da satisfação crescente, ela queria ficar por cima. Ela sussurrou ao pé do ouvido a sua vontade. Os dois rolaram o corpo e Evi estava onde queria, no topo dele. Ela sorriu e inclinou a cabeça para beijá-lo em agradecimento por ele ter atendido ao seu apelo. Logo após, começou a se mexer. As mãos de Matt acariciavam-lhe os seios, os dedos brincavam graciosamente com os mamilos, ao passo que sua visão ficava turva ao avistar aquela deusa sobre ele. Ocasionalmente ela deitava-se sobre ele e o beijava e quando o fazia, os bicos batiam-se contra o seu tórax, tão durinhos que gerava uma fricção excitante no peito dele. Evi beijou o seu pescoço e apanhou com os dentes a corrente dourada com uma medalha que ele sempre usa. Depois, voltou a erguer o corpo e continuou com um ritmo cadenciado, jogando os cabelos e inclinando a cabeça ligeiramente para trás.

O prazer foi aumentando na medida em que Evi movimentava os quadris com mais velocidade. Ela rebolava sensualmente, enquanto algumas mechas de cabelo teimavam em grudar na testa molhada pelo suor. Volta e meia, mordiscava e molhava com a língua os lábios de forma irresistível, com cara de quem estava se divertindo. A vagina apertava o pênis gostosamente ao mesmo tempo em que as respirações cortadas de ambos se confundiam.

Tudo o que se podia ouvir de dentro do quarto era o barulho do atrito de seus corpos misturado aos sussurros e murmúrios de ambas as partes, adicionado ao ranger do ferro da cama.

Evi se mexia de maneira acelerada até que finalmente se entregou a mais um orgasmo. Seus sucos escorriam pelas pernas e seus sentidos pareciam letárgicos. O corpo dele tremeu; mais um pouco, não resistindo e vendo-a em transe, ele ejaculou em um gozo pleno.

Ela caiu sobre ele, arfando, procurando ar. Matt alisou os seus cabelos. Os dois permaneceram abraçados por um tempo antes de se desvencilharem.

Deitados lado a lado, foram aos poucos relaxando. Os batimentos cardíacos foram se normalizando. Matt virou a cabeça e olhou Evi nos olhos. Então resolveu passar a mão delicadamente em seu rosto. Evi recebia o carinho em silêncio, sem quebrar o contato visual.

Aqueles olhos verdes. Ela não poderia imaginar a falta que ele sentia de fitar aquele olhar tão cristalino e brilhante. Era impressionante como ele parecia mais vivo em sua companhia.

Aquelas mãos grandes, aquele toque. Será que ele fazia idéia do alvoroço que provocava por todo o interior do corpo dela cada vez que sua pele entrava em contato com a dele? E como nada para ela importava no mundo quando os dois estavam juntos?
-Evi?
-Eu sei...
Somente com um olhar ela podia decifrar o que viria em seguida.
-Você tem que ir, daqui a pouco vai amanhecer e ela vai ficar no seu pé.
Matt apenas meneou a cabeça, olhando com pesar e desapontamento. Sentou-se na cama, apoiando o cotovelo no joelho, dando um suspiro profundo. Evi chegou mais perto e depositou um beijo em seu ombro, acariciando sua nuca com a mão macia, como costumeiramente fazia sempre que sentia vontade de afagá-lo. Ele fechou momentaneamente os olhos para curtir aquele carinho e guardar na memória como era a sensação maravilhosa de ser tocado por Evi.

Ela deu um leve sorriso e seu semblante demonstrava ao mesmo tempo alegria pelo momento que acabou de se passar entre eles e tristeza por justamente ser somente um momento, com data certa para acabar. Matt notou a sua expressão e foi o suficiente para fazer com que ele segurasse o seu queixo e a puxasse para um longo beijo de despedida.
-Espero que você “não esteja” aqui em Londres por mais vezes. – Matt disse enquanto terminava de se vestir.

Eles sabiam que não estavam fazendo a coisa certa, continuando com seus encontros casuais de amantes. Porém falar e julgar eram fácil, difícil era evitar a paixão que sentiam toda a vez que se encontravam. Não conseguiam se contiver, o fogo acendia e o desejo era incondicional. A razão dizia que era errado desde o começo, mas o coração pulsava e parecia querer sair pela boca somente de um botar os olhos em cima do outro. Tentaram e continuavam a tentar terminar o relacionamento de vez, contudo nunca conseguiam. Por isso jamais diziam um adeus definitivo, as portas permaneciam sempre abertas. Preferiam deixar fluir, ao sabor do acaso.

Cada reencontro era único, onde eles se entregavam por completo, como se não houvesse amanhã. Iriam se revir? Ambos não sabiam dizer e nem pretendiam pensar no assunto. Viviam o agora e neste momento perfeito no tempo, pertenciam exclusivamente um ao outro.

FIM.