segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Fic: A verdade está na ilha-Capítulo 10: A farsa de Locke

Todos olhavam em direção a ele. John, ao vê-los abriu um sorriso enorme. Tinha renascido. Tinha voltado ao seu lugar, a ilha. Locke se ajoelhou na praia e pegou grão de areia entre os dedos. Corria feito criança, dizendo:
-Deu certo!
Ninguém entendeu nada. Jack ficou perplexo ao ver John vivo, tinha visto o careca mortinho dentro do caixão, como poderia ter ressuscitado? Vendo a cara de indignação de todos, Locke começou a explicar o ocorrido. Assim que as coisas na ilha começaram a perder o controle, ele consultou Jacob, que por sua vez o aconselhou a pedir ajuda àqueles que saíram da ilha. Para tanto, teria que fazer um sacrifício: correr risco de talvez não retornar para lá com vida.
Primeiramente, teve a idéia de tentar contato com o mundo exterior pela nova sala de comunicação de Mikail, porém ele sozinho não conseguiria distrair os outros. Foi então pedir ajuda ao povo da praia. Locke contou que soubera que os 6 haviam conseguido sair da ilha, porém todos ali precisavam da ajuda deles diante de tantas desgraças que estavam ocorrendo na ilha, no entanto, o povo da praia ficou tão revoltado com a “traição” dos 6 que jamais queriam pedir ajuda a eles.
Locke só teve uma alternativa: ir até a estação Orquídea, assim como fizera Ben. Porém, não tinha idéia de como Ben tinha saído da ilha por lá. Foi novamente consultar Jacob, que disse para ele achar uma porta perto da roda, mas não era para girar a roda novamente, apenas abrir a porta e entrar. No entanto, a todos que entram na Orquídea é exigido um desafio: o de Ben foi não poder retornar à ilha, visto que a “moveu”, o de Locke seria convencer os 6 a retornarem e de ele mesmo retornar junto. Locke seguiu exatamente as instruções de Jacob, só que ao jogar os materiais metálicos dentro do “elevador” para a explosão que permitia a passagem, algo deu errado. Locke conseguiu abrir a porta e entrar, porém a explosão foi maior que o previsto e detonou 100% a Orquídea, queimando até mesmo a roda que permitia o giro.
Locke se desesperou, pois pensou que iria precisar daquela estação para retornar à ilha. Assim que chegou no “mundo externo”, procurou Ben que nem um louco, mas foi Ben quem acabou o encontrando (ele fora informado do desaparecimento de Locke por Mikail). Ben forneceu o paradeiro de Jack e Kate, pois se Locke queria o retorno dos 6 teria que convencer as “cabeças” da turma. Kate nem quis saber das explicações de Locke, porém tinha ficado intrigada ao ver que ele tinha saído da ilha e usava nome falso: Jeremy Bentham. Jack estava totalmente desgostoso da vida, porém escutou Locke apesar de não acreditar em quase nada do que ele dizia. Jack ouviu Locke porque queria de fato voltar à ilha, ele nunca tinha se conformado em não poder salvar a todos. Ficou mais preocupado quando John disse que Kate e Aaron corriam perigo. No entanto, o lado racional dele falou mais alto e por mais que tentasse, achou que Locke tinha pirado.
Locke não sabia mais o que fazer para convencer os 6 a voltarem então Ben propôs algo mirabolante: para Jack ter um “incentivo” em voltar à ilha, ele tinha que se sentir mais culpado ainda, impressionado. Ben disse que o que mais “choca” as pessoas é a morte. Locke teria que forjar a própria morte para provocar impacto em todos. Desesperado, topou a idéia maluca de Ben: tomaria uma droga capaz de deixar a pessoa declaradamente morta, tendo um efeito prolongado de horas sem deixar vestígios, dando a entender pela necropsia que a pessoa tinha morrido por ataque cardíaco. Era arriscado, visto que poderia causar tantos efeitos colaterais que realmente resultariam em morte, mas Locke não quis nem saber, valia tudo pela ilha!
E assim o fizeram. Ben “plantou” a notícia nos jornais para que pelo menos Jack e Kate soubessem da morte de Jeremy Bentham. Teve até o cuidado de pedir o anúncio perto da seção de esportes, pois sabia que Jack sempre lia sobre os Red Sox.
O efeito da droga logo iria vencer, então Ben se dirigiu a funerária para “resgatar” Locke, encontrando um Jack desesperado. Depois do encontro, Ben levou Locke para um galpão abandonado e ele ali permaneceu escondido até que tudo fosse arranjado.
Ao ouvir o relato de Locke, Jack ficou revoltado. Afinal ele tinha sido totalmente manipulado por aqueles dois lunáticos!
-Me responda uma coisa John. Por que você queria tanto que eu voltasse à ilha? Para que? Para eu ficar aqui amarrado de refém?
-Não. Aliás, por que eles estão amarrados?
-Por segurança! O que você queria, que os recebêssemos com banquete e champagne? – perguntou Sawyer.
-Não, com respeito. Nós precisamos deles, Sawyer.
-Quem disse? Eles não deram a mínima para nós durante esses últimos anos, por que iriam nos ajudar?
-A ilha queria eles de volta. A ilha precisa de todos aqui! Todos nós somos peças fundamentais! Sem uma peça, o todo se desmorona!
-Escuta aqui John, você não manda aqui! Você nem sequer conseguiu ser o líder dos seus amiguinhos outros, não se meta!
-É isso mesmo! Por enquanto, não podemos confiar neles.- disse uma Juliet rude e rancorosa.
O povo da praia se retirou, deixando um grupo de guarda observando os Oceanic 6 e os ex-agentes.
-Mulder, que lugar é esse? Por acaso é alguma seita maluca?
-Com certeza se trata de um povo muito interessante! Sabe, Scully, gostei desse tal de John Locke. Todos o consideram um maluco total, mas é incrível como ele defende suas convicções!
-É, eu sei bem o porquê você gostou dele...Ele parece alguém que conheço...

TO BE CONTINUED...

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Fic:A verdade está na ilha-Capítulo 9: A chegada à ilha

Todos embarcaram em um submarino, parecido com aquele no qual Juliet fora para a ilha. Alguns homens de Ben (outros) estavam a bordo. Foram orientados a sentarem, pois a viagem era bem torturosa. Ficaram em silêncio na maior parte do tempo. Somente Ji-Yeon sorria, alheia ao que se passava. Para a pequena, era um passeio diferente. Para todos, era como rever um passado nebuloso.

Sayid se aproximou de Jack, perguntando o que diriam quando chegassem à ilha. Jack balançou a cabeça e as mãos, indicando não querer mais saber de discursar, combinar nada. Por ele ter arquitetado a mentira dos Oceanic, todos pareciam culpá-lo, com coisa que ele não estivesse em choque também. Quem era ele, depois de tudo o que aconteceu, para mandar alguém falar ou fazer alguma coisa? Tinha decidido não ser mais líder, chega de carregar a culpa nas costas! Embora estivessem com raiva de Jack, todos ali pareciam estar desorientados sem a ajuda do líder.

Mulder cochichava para Scully:
-Que gente mais esquisita. Depois, eu é que era considerado “o estranho Mulder”! Imagine só se vissem essas pessoas...
-Quieto, Mulder. Somos meio que “penetras” aqui neste lugar. Eles parecem sempre nos olhar com desconfiança.
Os outros ordenaram que colocassem os cintos de segurança. Depois, serviram um suco e mandaram todos tomarem.
-Não quero, não estou com sede. – disse um Mulder desafiador.
-Acho bom você tomar isso, engraçadinho, se não quiser sofrer danos sérios. – ameaçou um dos outros.
-Ok. Mas o que tem neste suco? Já que sou obrigado a beber, quero saber ao menos o que estou ingerindo!

O homem pegou Mulder pelo colarinho e o olhou de um modo ameaçador.
Todos acabaram por tomar e pouco tempo depois, desmaiaram. Acordaram amarrados e desesperados. Os homens procuraram acalmar a todos, dizendo que era necessário estarem desacordados naquele trecho da viagem, pois em determinada coordenada, algumas pessoas sofrem danos de memória. Sayid lembrou do que aconteceu com Desmond na ida ao cargueiro.
-Que lugar é esse, Mulder?
-Com certeza é algo grande, eu te disse Scully! Pelo que li ninguém consegue achar a ilha a não ser alguns que são de lá. Esse lugar é tipo um triângulo das Bermudas! Somente o tal cargueiro de Widmore conseguiu a localização, mas pelo que o Ben disse, as coordenadas mudaram.
-Não sei aonde estava com a cabeça quando decidi te acompanhar nessa loucura!
-Falta de fatos estranhos é que não vai ter. Estou começando a acreditar que encontraremos respostas de muitas coisas nesta ilha! Algo me diz que a verdade está na ilha!
-Chegamos!
Ao ouvir aquela palavra, o coração de todos bateu mais forte, quase saindo pela boca. Como seriam recebidos?

Na verdade, os outros não queriam que os Oceanic 6 retornassem à ilha. Somente aceitaram porque Ben os convenceu de que seria melhor assim. Os outros só queriam o retorno de Aaron, Ben descobriu que Widmore iria seqüestrá-lo e avisou os outros, dizendo que poderiam levar o garoto desde que posteriormente os Oceanic pudessem retornar à ilha. Estava difícil manter a vigilância em cada um dos seis enquanto eles estavam fora da ilha, com certeza eram alvo fácil para Widmore chantegiar até descobrir a nova localização da ilha e o paradeiro de Ben.

Os outros aportaram em um local da ilha diferente de onde estavam acampados. Não queriam a presença dos Oceanic entre seu povo. Se tinham que retornar, que voltassem a viver com o povo deles, na praia! Foram deixados em um pedaço deserto da praia, enquanto o submarino desaparecia de vez.

Olharam aquela paisagem linda, porém traumatizante para eles. Aquilo era o paraíso ou o inferno? Ali encontrariam a redenção ou a perdição? Ouviram um barulho no mato. Ficaram totalmente apreensivos. Então apareceu: era Vincent, que veio correndo cheirá-los. Ao reconhecê-los, começou a latir feito doido.

O povo da praia pegou as armas ao ouvir o labrador. Correram em direção ao latidos e pararam bruscamente. Sim, eles estavam de volta depois de tanto tempo! Quase que de forma combinada, apontaram as armas em direção aos Oceanic.
-Que brincadeira é essa? – perguntou um Sawyer indignado. Seu cabelo estava comprido, um pouco abaixo dos ombros, usava barba.
-Pensei que tivessem morrido ou desaparecido junto com o helicóptero! Até que Locke nos contou que estavam vivos e fora da ilha! – disse Juliet furiosa.
Os Oceanic se entreolharam assustados com a reação. Todos olharam para Jack, meio que o intimando a ser o porta-voz.
-É uma longa história. Precisamos conversar.
-Com certeza, doutor. Mas antes, iremos prender vocês.
-Sawyer não estamos sequer armados!
-Justo você, Muhammed, me dizendo isso. Até parece que acredito.

Eles foram todos levados com armas apontadas e com as mãos amarradas. Foram interrogados o resto do dia inteiro. Tiveram que explicar tudo o que se passou com eles fora da ilha. Mesmo assim, o povo da praia parecia não acreditar nos relatos. Todos estavam com muita raiva, se sentiram traídos, acreditavam que foram deixados para trás enquanto que os Oceanic deviam estar em um bem bom, aproveitando fora da ilha. Olharam com ódio e total desprezo para Jack, consideravam-no um completo falso e mentiroso, que havia iludido a todos mas no fim tratou de se safar sozinho com seus amiguinhos mais chegados e se esqueceu do resto do povo. Jack podia sentir os olhares de ódio em sua direção. Ele sabia que isso iria acontecer. Mas não previa se sentir dilacerado por dentro.

-Quem é o casal 20 aí? – Sawyer continuava com sarcasmo costumeiro.
-Somos Fox Mulder e Dana Scully.
Então os dois contaram os motivos que os trouxeram à ilha. Ninguém acreditou.
-Mantenham todos amarrados! Fiquem em alerta, vigiem 24 horas! Não podemos confiar mais neles. –ordenou Juliet.
Ela e Sawyer haviam se tornado os novos líderes daquele povo.
-O que é aquilo ali? – questionou Bernard, avistando uma caixa de madeira grande e pesada, que os Oceanic trouxeram de “bagagem”.

O povo da praia se aproximou. Todos ouviram barulhos e socos vindo de dentro da caixa. De repente, um rombo se fez e um braço apareceu. A tampa da caixa foi arrebentada e então todos viram um homem se levantar: era John Locke!

TO BE CONTINUED...

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Fic: A verdade está na ilha-Capitulo 8: O reencontro dos Oceanic 6

-O que ele está fazendo aqui? – Kate perguntou indignada para Jack.
-Olá Kate. É um prazer revê-la.
-Espera aí...Foi você quem planejou isso tudo! Como você aparece assim de repente, aqui neste lugar?
-Não fui eu o mandante, foi Charles Widmore, o homem que quer me matar e quer também eliminar todos que sabem da ilha. Mas sim, eu soube que ele planejou o seqüestro do garoto e por isso eu vim.
-Veio para que? Desde quando você se importa com alguém a não ser os seus interesses?
De repente, ela olhou pensativa para Jack.
-Você hoje esteve lá em casa justamente na hora em que recebi o telefonema da escola. Me disse também que o Ben tinha entrado em contato com você umas duas vezes. Peraí, vocês dois estão de acordo, é isso?
-Kate...eu não estou de acordo com ninguém.
-Não posso acreditar numa coisa dessas! Como é que você pode?
-Eu quero voltar à ilha sim, Ben me disse que me ajudaria, mas eu não sabia o que iria acontecer hoje, Kate, por favor, eu jamais pensaria em arriscar a vida de Aaron!
-Não sei, você anda louco e obcecado por aquela ilha!
Os dois nem se deram conta de que Mulder e Scully estavam por perto e escutaram tudo. “Então era verdade a história da ilha”, pensou Mulder.
-Será que a briguinha doméstica de vocês dois vai continuar? Por que não falam tudo sobre a ilha logo de uma vez perto desses dois estranhos? – Ben alertou.
-Na verdade, já sabemos de muita coisa. – Mulder revelou.
-Não fomos apresentados direito, eu sou...
-Jack Shephard, certo? E o camarada simpático aí do lado é o tal de Ben Linus? Eu recebi um dossiê sobre a ilha, o vôo 815, sobre alguns habitantes do local... Um informante me procurou, talvez ele trabalhe para esse Charles Widmore.
-Mas o que você tem a ver com isso? Se Charles Widmore planejou o seqüestro de Aaron com o objetivo de fazer uma troca por Ben, não vejo motivo para ele querer um ex-agente do FBI envolvido no caso.- Jack tentava entender a lógica.
Mulder hesitou sobre o que o doutor havia dito. Depois de instantes, expôs sua teoria.
-Acho que sei por que fui designado para o caso. Trabalhava em uma área do FBI especializada em fenômenos sem explicações, casos não resolvidos de forma lógica, atividades paranormais... Creio que Charles Widmore sabia que Ben não ia se entregar facilmente; pelo que sei Ben é esperto, habilidoso e com certeza pediria ajuda a seu povo. Ele me envolveu no caso porque queria que eu “pegasse” os tais outros. E depois do que eu vi hoje à noite! Esse seu amigo, Ben, com certeza não é humano!
-Do que esse cara está falando? Que amigo?
-Não se faça de desentendido. O rapaz que levou o garoto e sumiu da minha vista do nada, simplesmente desapareceu como um fantasma!
-Hei, o que você está me dizendo? Quem levou Aaron? - Kate indagou Mulder desesperada.
-Por que não pergunta ao Ben? Só sei que ele é magro, cabelo curto e os olhos pareciam pintados com lápis ou sei lá.
-Richard! É esse o nome dele não é Ben? – Kate avançou sobre Ben, pegando-o pelo colarinho.
-Não adianta isso agora Kate. Aaron já se foi. Se você quiser ver seu filho novamente, terá que ir pessoalmente até lá na ilha.
Kate tinha os olhos “ardendo” de tanta raiva
-Está bem! Que escolha eu tenho, não é mesmo? Eu aceito voltar à ilha, mas com uma condição: teremos que levar Mulder e Scully conosco!

Finalmente chegara a hora. Eles, os Oceanic 6, se reuniriam e retornariam à ilha. Todos estavam apreensivos e nervosos, afinal, o que iria acontecer dali para frente? Como estaria a ilha depois de 3 anos? Será que veriam aqueles rostos novamente ou quase ninguém sobrevivera?
Ben marcou com todos em um galpão abandonado. Os primeiros a chegarem foram Hurley e Sayid, que já estavam aguardando o chamado de Ben para o retorno à ilha. Sun e sua filha chegaram um pouco depois. Ela não queria voltar de jeito nenhum àquele lugar, mas Ben lhe deu uma resposta ambígua em relação à morte de Jin. Ele não disse nem que sim nem que não ao ser indagado pela coreana sobre a morte de seu marido.
Antes de sair de casa, Kate chorou intensamente. Olhou o quarto de Aaron, olhou para cada cômodo e lembranças boas e ruins vieram em sua cabeça. Ela sabia que se voltasse à ilha, talvez fosse para sempre. Não poderia retornar a LA, com certeza iriam notar seu desaparecimento e na primeira oportunidade de retorno, ela seria presa, pois estava em condicional e não podia sair da cidade por 10 anos. Mas o que poderia fazer? A armadilha de Ben fora certeira.
Na noite passada, Jack nem conseguiu dormir. Estava elétrico por causa da possibilidade de retorno à ilha. Como seria recebido? Ele sabia que enfrentaria uma barra pesada, pois se os Oceanic o culpavam por tudo quem dirá aqueles que ficaram na ilha? Com certeza, o odiariam e pensariam que ele se esqueceu de todos! Mal sabiam eles que Jack se auto destruiu de tanta culpa por não ter conseguido salvar 1 por 1 daquele lugar.
Ele foi o último a chegar. Ao adentrar o galpão, todos o fitaram. Kate nem conseguia olhar para ele de tanta raiva. Ela achava que ele sabia dos planos sórdidos de Ben e o tinha ajudado por puro interesse de voltar à ilha. Sun continuava a culpá-lo pela morte de Jin, ela nunca se esquecera de Jack impedindo Kate de chamar Jin no cargueiro. Sayid tornou-se desgostoso depois da morte de Nádia e culpava-se por ter seguido Jack em vez de ficar na ilha. Hurley achava que eles desafiaram o destino, ou “a ilha” e por isso, todos tinham “se ferrado”.
Jack olhou a todos de uma maneira séria. Por dentro, ele estava arrasado. A pior coisa para um líder era perder os seus liderados. Aquelas pessoas tinham o seguido e suas vidas foram destruídas! “Eu mereço isso, sou o culpado de tudo” pensava ele.
Scully e Mulder também estavam lá. Eles realmente não sabiam o que estaria por vir. O que seria essa tal ilha? Será que encontrariam William? O que encontrariam? Scully olhou apreensiva para Mulder, que a abraçou. Os dois permaneciam em silêncio, não existia palavra para expressar a aflição do momento.
A “quebra do gelo” daquela tensa situação ocorreu quando Ben surgiu carregando um saco de dormir pesado: era o corpo de Locke! Todos estranharam, somente Jack sabia do que se tratava.
-Eu adoraria partir com vocês, mas infelizmente não posso voltar! Fiz uma escolha há 3 anos, tive que salvar a ilha, movendo-a para outras coordenadas. Foi uma medida extrema e perigosa, mas teve que ser feita. O preço que paguei foi não poder mais retornar. Mas continuo de certa forma protegendo-a, de longe, como sabem, tenho meus contatos. Boa viagem a todos! Ah... mais uma coisa...esse aqui é o John Locke...temporariamente morto...vocês terão que levá-lo!
Todos olharam incrédulos e boquiabertos.

TO BE CONTINUED...

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Fic: A verdade está na ilha-Capítulo 7: O plano de Ben

Era noite. Kate estava extremamente nervosa e Jack também, embora ele procurasse não demonstrar para fazer com que ela se sentisse mais segura. Antes de ir ao encontro, Kate lembrou-se do que Scully disse a ela em outro dia, que seu filho poderia também estar correndo perigo. Resolveu ligar para os ex-agentes. Scully e Mulder decidiram ajudá-los e prometeram acompanhar o encontro escondidos, no carro em um local próximo porém camuflado.
Quatro carros pretos, com vidros fume compareceram. Jack e Kate os aguardavam, em pé, parados. Um grupo de homens armados desceu de um dos carros. Do outro carro, desceu um homem vestido de forma distinta: era um negociador.
-Onde está Linus?
-Quem é o senhor? – perguntou Jack.
O homem, olhando para Kate, disse:
-Eu disse para você trazer o Benjamin Linus e pelo que eu saiba ele não é esse cara aí do seu lado! Não estou brincando, moça...você quer ter seu filho de volta?
Nesse momento, desceu do outro carro 2 homens com Aaron de mãos atadas e de capuz. Um deles tirou o capuz do menino, que chorou e olhou para Jack:
-Papai...por favor, me ajude!
Jack ficou desesperado ao ver Aaron daquele jeito. Quando ia se dirigir ao negociador para lhe fazer um acordo, ouviu tiros por toda a parte. Jack e Kate se abaixaram e se assustaram quando viram a cena: os homens foram atingidos! O 4º carro escapou em desparada. Dentro dele havia um senhor aparentando ser muito rico: era Charles Widmore! Logo, os seqüestradores estavam a mando do magnata.
Mulder e Scully ao ouvirem os tiros, desceram imediatamente do carro. Somente viram um grupo de pessoas que cercavam a cena, todos muito bem posicionados e armados. Mas mal puderam vê-los, visto que foram muito rápidos na ação. Kate olhou rápido por todos os lados, mas não viu Aaron. Mulder e Scully se aproximaram, até que Mulder avistou ao longe 2 homens que levavam o garoto consigo. Imediatamente, Jack e Mulder correram atrás, mas os sujeitos pareciam ser altamente velozes. Jack começou a sentir um cansaço extremo durante a corrida, afinal, estava muito fraco por causa da auto-reabilitação. Mesmo sem fôlego, lutou com todas as forças até cair no chão. Mulder continuou a perseguição.
Mulder conseguiu alcançar um dos homens, dando-lhe um soco. Porém, o homem revidou e os dois começaram a lutar. Mulder tomou muitos socos, o homem parecia ter uma força descomunal. Até que deu um chute na perna do homem e pegou um toco que estava jogado no beco, dando-lhe uma pancada na cabeça. Correu em direção ao outro, quando estava a uma distância relativamente pouca, atirou certeiramente. O homem sofreu um certo impacto, porém aconteceu algo inacreditável. O corpo do homem expulsou a bala, que caiu no chão. O rombo feito pelo tiro rapidamente se regenerou. Quando fitou o homem, Mulder notou que os olhos dele tinham ficado totalmente negros. Mulder ficou perplexo ao ver aquilo e chegou a uma conclusão: o homem só podia ser um alienígena! Tentou persegui-lo, porém o homem correu e sumiu rapidamente, levando Aaron com ele.
Jack estava caído no chão quando viu alguém se aproximar.
-Olá Jack!
Era Ben Linus!
-Você aqui? O que você está fazendo aqui? Seu desgraçado!
Jack se levantou e partiu para cima de Ben.
-Foi você que planejou tudo isso, não foi? Me pediu para ir à casa de Kate porque sabia que tudo isso ia acontecer!
-Calma Jack, não é bem assim. Não fui eu quem planejou o seqüestro do garoto, foi Charles Widmore. Eu apenas soube dos planos dele e resolvi chamar o meu pessoal para intervir.
-Intervir? Você chama aquele tiroteio todo de intervenção? Você é louco? Havia uma criança ali!
-Eu sei Jack, mas não havia outro jeito, tínhamos que resgatá-lo!
-O seu pessoal o resgatou? E onde está ele? Mande eles devolverem Aaron agora!
-Jack, você se lembra da nossa conversa na funerária? Eu disse que ia te ajudar a convencer Kate a voltar à ilha. E o único jeito é levando Aaron para lá.
-Eu sabia que isso não ia dar certo! Por que fui confiar em você? Você joga sujo, Ben!
-E você por um acaso tem alguma idéia melhor? A Kate não queria mais nada com você, nem sequer falar com você. Agora...veja só...vocês vieram juntos para cá. Já é um começo...
Jack estava espumando de raiva. Ainda mais porque no fundo sabia que Ben tinha razão. Ben se afastou e pediu a Jack que o aguardasse. Ben se enfiou no meio do mato (o local era uma estrada deserta). Ao olhar alguns dos seus, sorriu.
-Bom trabalho, Richard. Leve o garoto de volta à ilha.
Richard deu um aperto de mão e sorriu. Era ele o homem que Mulder havia perseguido. Essa era a razão de ele não envelhecer: ele não era um de nós, era de um outro mundo.
Kate e Scully encontraram Jack parado em um canto.
-E aí, e o Aaron, onde estão aqueles homens? Você os perdeu? – Kate estava aflita.
-Cadê o Mulder?
Mal Scully perguntou, Mulder apareceu.
-Tentei alcançá-los, mas foi impossível.
Kate estava aos prantos quando de repente avistou Benjamin Linus vindo em sua direção.

TO BE CONTINUED...

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Fic: A verdade está na ilha-Capítulo 6: O rapto de Aaron

O homem estava conseguindo ganhar a confiança de Aaron, que foi gostando de conversar com ele.
-Que lindo, você desenhou?
-Foi.
-Quem é esse aqui no desenho?
-É o papai.
-Papai? Pensei que morasse só com sua mamãe.
-Não, quer dizer, agora sim. Papai teve que viajar mas faz tanto tempo... Estou com muitas saudades! Sabia que ele me contava um monte de estórias?
-Ah é? Hum...e se eu te disser que sei onde ele está.
-Verdade? Aonde?
-Você quer vê-lo? Se você quiser, eu levo você até lá. Mas tem um problema.
-O que?
-Vamos ter que sair escondidos, senão a mamãe e a escola não vão gostar.
-Por que?
-Ora, porque você está na aula, certo? E depois, é rapidinho, ninguém vai desconfiar. Então, o que me diz? Sim ou não?
-Eu quero sim. Prometo que vou ficar quietinho e não vou contar para ninguém.
Aaron arrumou suas coisas. Enquanto isso, Matthew escreveu um bilhete e o deixou em cima da mesa. Os dois saíram à francesa, sem que ninguém visse.

Jack ainda estava deitado, apesar do sol raiar lá fora. Depois de passar dias na sua própria “rehab”, ainda sentia muita dor. Estava fraco, pois quase não tinha comido e por ter vomitado e desidratado muito. Demorou, mas ouviu o toque do interfone e foi atender.
-Sim?
-Dr. Shephard, você tem uma encomenda, passe aqui na portaria para buscar.
-Encomenda? De quem?
-Isso não sei dizer direito, era um homem com um olhar penetrante...ah deixe-me lembrar...ah sim... um tal de Linus.
-Eu já estou descendo.
Jack deu um pulo. Será que chegara a hora de voltar à ilha? Pegou a encomenda, uma caixa de sapatos. Entrou no apê e correu para abrir. Tinha apenas um aviso:
VÁ ATÉ A CASA DE KATE HOJE A TARDE. TEM QUE SER HOJE. NÃO MENCIONE MEU NOME, ELA PODE DESCONFIAR. APENAS VÁ COM O PRETEXTO DE TENTAR CONVENCE-LA NOVAMENTE A VOLTAR A ILHA.
Jack não entendeu, como assim, ir até lá, na casa dela e de novo falar sobre a ilha? Com certeza, ela não o receberia. Ele ainda lembrava do último encontro, do tapa na cara. Mesmo assim, decidiu ir pois apesar de achar Ben o maior mentiroso, sabia que ele não brincava quando se tratava dos interesses da ilha.
À tarde...
Jack estava completamente nervoso. Foi um custo ter de se arrumar (ele até fez a barba para estar mais apresentável). Quase caiu na tentação de beber. Mas aí pensou “como vou convencê-la a voltar à ilha neste estado?” Foi dirigindo e ao mesmo tempo relutando em cumprir aquela idéia maluca de Ben. Ele chegou. Aquela casa. Mil recordações, o noivado, a vida ao lado de Kate... Jack estava dentro do carro pensando, parado, com lágrimas nos olhos. Em um rompante, desceu do carro e tomou coragem.
Kate estava sozinha em casa. Estava ocupada com umas contas quando ouviu a campainha. Quase caiu de costas quando atendeu: era ele, Jack, ali bem diante dela! Um calafrio tomou conta de seu corpo.
-O que você está fazendo aqui? Já não te disse para nos deixar em paz?
-Eu sei o que você disse. Mas Kate, precisamos conversar... Por favor!
Relutante, deixou ele entrar.
-O que você quer?
-Primeiramente, quero dizer que aquele encontro foi estranho... Acho que você não me entendeu...
-E era para entender? Depois de tudo o que aconteceu, você vem e me pede para voltar?
Jack não sabia mais o que dizer. Como convencê-la?
-Kate, eu sei que está magoada...mas pense bem. Você não acha estranho o fato de que todos nós, Oceanic 6, depois que voltamos da ilha, estarmos passando por maus momentos? Hurley está internado numa clínica psiquiátrica, Sayid estava tão feliz com a Nádia até que ela foi morta, a Sun tornou-se uma pessoa fria depois do que aconteceu com Jin, aliás ela me culpa até hoje pela morte dele... E eu, Kate, estava feliz ao seu lado, mas aí, as coisas começaram a ficar estranhas, eu... comecei a ver o fantasma de meu pai o tempo todo e...
-Chega! Você é que começou a ficar estranho. Jack, estávamos bem e sei lá, você ficou paranóico, obcecado, como pode desconfiar de mim daquele jeito? Tudo o que eu precisava era que você confiasse em mim, estávamos noivos e eu disse que aquilo não tinha nada a ver com a gente! Aí você começou com esse seu vício, bebida, suas pílulas... Jack, você não tem idéia do quanto me magoou naquele dia, quando disse que Aaron não era meu filho! Quem criou ele? Quem esteve com ele o tempo todo? Eu sou sim a mãe dele, a única que ele reconhece! Agora, vai embora daqui de uma vez, por favor!
-Kate!
Neste instante, o telefone tocou. Era da escola de Aaron. Kate ficou paralisada e largou o telefone.
-Kate, o que foi?
-Jack, levaram o meu filho!
Jack foi com Kate até a escola de Aaron. Ela chorava nervosamente, não tinha condições de dirigir e nem estava em condições de negar ajuda dele naquele momento.
-Ms. Austen, deixei Aaron conversando com o psicólogo e vi que estavam demorando. Fui até a sala e ninguém estava lá. Apenas tinha esse bilhete, endereçado a senhorita.
“Seu filho está bem, mas somente continuará vivo se você comparecer no endereço abaixo. E a recompensa é trocá-lo por uma pessoa: Benjamin Linus.”
Ao ler o recado, Kate estremeceu. Jack também leu.
-Jack, como, de que jeito vou levar o Bem se nem sei onde ele se encontra! Jack!!!
Kate chorava desesperada. Jack a abraçou com todo o cuidado.
-Kate, Ben foi me procurar outro dia.
-Você sabe onde ele está?
-Não. Mas ele já entrou em contato comigo duas vezes. Estive pensando...e se eu for nesse encontro e propor um acordo.
-Acordo? Como assim?
-Não sabemos onde Ben está, mas tenho certeza de que ele entrará em contato comigo novamente. É só aguardarmos e então, o entregamos para essas pessoas. Não sei se eles aceitarão nossa proposta, mas é a única coisa que podemos fazer no momento.

TO BE CONTINUED...

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Fic: A verdade está na ilha-Cap 5-Habilidades de Aaron = habilidades de William?

Mulder e Scully estavam dentro do carro, parados em frente a uma casa em LA.
-Mulder, continuo achando isso uma loucura. Essa mulher não vai querer nos receber!
-Precisamos tentar de alguma forma. Scully você pesquisou e descobriu que um garoto com as descrições parecidas com as de William desapareceu...
-Não sabemos ao certo se é ele...
-Se não for, por que esse informante insiste em tudo isso e mais, como ele sabe tudo sobre nós e William?
-Realmente não sei. E se for alguém importante ligado ao alto escalão lá do FBI tentando fazer uma armadilha conosco?
-Não, acho que não. Ei, veja, acho que é ela!
-Mulder, espere...
Mulder desceu do carro em direção a Kate, que acabara de chegar em casa. Scully foi atrás dele. Kate achou estranho, não conhecia aquele casal na redondeza.
-Por favor, precisamos falar com você...é Katherine Austen, certo?
-Certo. Quem são vocês?
-Somos Fox Mulder e Dana Scully, ex-agentes do FBI. Precisamos muito conversar com você, mas é assunto particular. Não se preocupe, não estamos mais a serviço.
Kate se apavorou. Teve medo de ter feito algo de errado e perdido a condicional. Deixou os ex-agentes entrarem, mas estava totalmente desconfiada. Mulder e Scully contaram bem resumidamente a história deles, principalmente sobre William.
-Não sei o que eu tenho a ver com isso. Vocês vão me desculpar, mas daqui a pouco meu filho chega da escola e...
-Você tem filho?
-Tenho sim.
-Então entende o que nós estamos passando. Preciso saber se meu filho corre perigo, se ele foi raptado, quem o levou e por que,,, - Scully estava nervosa.
-Olha se vocês eram do FBI tenho certeza que saberão procurá-lo. Por que vieram aqui?
-Quando trabalhava no FBI tive vários informantes, agora de repente apareceu um sujeito com um dossiê sobre uma certa ilha misteriosa, onde teria caído o vôo 815 da Oceanic, aliás, você foi uma das sobreviventes, certo?
Ao ouvir aquilo de Mulder, Kate gelou. Lembrou-se de toda a mentira que inventaram.
-Sou sim sobrevivente, mas não caímos em uma ilha misteriosa, vocês já devem saber de nossa historia, saiu em todos os jornais...
-Sim, mas essa foi a “historia oficial”. Durante esses anos todos de FBI, quantas vezes eu e Scully tivemos que inventar essas “historias oficiais”, enquanto que a verdade nunca poderia ser revelada! Por mais provas que arranjássemos, tudo era encoberto por gente ligada à própria agência.
-Mulder, por favor, se contenha. Desse jeito você vai assustá-la!
-Ele já me assustou, aliás, por favor queiram por gentileza ir embora?
-Ms. Austen, desculpe as palavras de Mulder, mas por favor nos escute. O tal homem nos disse que você poderá nos levar a tal ilha, ele nos deu a sua foto e seu nome e pediu para procurá-la. Precisamos saber se ele fala a verdade, se nosso filho está preso nesse lugar!
-Vocês são loucos, eu não sei de ilha nenhuma. Vão embora agora!
Nessa hora, chegou o carro da vizinha com Aaron e seu vizinho. Eles vinham da escola.
-Mamãe!
Aaron correu para Kate, que o pegou no colo, olhando feio para Scully.
-Agora começo a entender o que você tem a ver com a historia. Você tem um filho, parece-me esperto. Meu filho também era assim. William desde bebê era especial, tinha habilidades especiais, paranormais alguns dizem. Quem sabe seu filho também as tenha. Ele também pode estar correndo perigo! Se precisar, entre em contato conosco.
Scully deu um papel com endereço/telefone e foi embora, deixando Kate apavorada na varanda de casa.

Aaron estava mal criado naquele dia. Não parava de correr um minuto dentro de casa, deixando Kate ainda mais nervosa. Estava pensando “quem era aquele casal? Como eles sabiam da ilha?” Seu pensamento foi cortado quando ouviu um barulho: Aaron havia derrubado um vaso e quebrado. Kate brigou com ele, colocando-o de castigo. Aaron ficou de bico, sentado no sofá, quieto. Kate o observava de longe, da cozinha. Então ela ouviu um barulho de TV. Notou que o garoto parecia não ter saído do lugar. Achou estranho, mas com certeza ele deve ter se levantado para ligar a TV. De repente, viu os canais sendo trocados rapidamente. Aaron continuava parado, sem se mover, sem controle remoto.
Kate se assustou com o que viu. Pensou “devo estar maluca, muito estressada, com certeza foi aquela visita que me deixou assim!” Kate recebeu um telefonema da escola naquela tarde, pedindo para ela comparecer lá para falarem a respeito do seu filho no dia seguinte. Assim que levou Aaron à escola, Kate foi falar com a professora.
-Sinto muito lhe dizer isso, mas seu filho precisa de ajuda.
-Como assim? O que está acontecendo?
-Ele passa o tempo todo isolado no cantinho, sentado na mesinha, desenhando sozinho. Às vezes, conversa, mas não tem ninguém por perto. Fui falar com ele outro dia, mas não me respondia, parecia estar em outro mundo, com olhar parado. As outras crianças estão com medo dele.
Kate ficou preocupada com as palavras da professora.
-Se quiser, acabamos de contactar um psicólogo, relatando o problema dele, que ser ofereceu para nos ajudar, caso a srta. queira.
-Claro que quero! Por favor!
-Não se preocupe, Ms. Austen, iremos ajudar seu filho.
-Obrigada. Por favor, me mantenha informada sobre tudo. Realmente ele tem andado muito estranho ultimamente.
Kate voltou para casa assustada. Começou a chorar. Como era difícil ser mãe solteira, estava cansada de agüentar a barra sozinha.
A professora chamou Aaron em um canto.
-Aaron, trouxe um amigo novo que quer falar com você.
-Olá Aaron, tudo bem? Não conheço ninguém aqui, você quer ser meu amigo?
Aaron olhava quieto.
-Ah, vejo que gosta de desenhar. Eu também sei desenhar e pintar, posso me sentar?
O menino fez que sim com a cabeça. Então, sentou-se ao lado dele um homem alto, magro, negro, careca, com olhos profundos, sorrindo para Aaron.
-Qual é o seu nome?
-Matthew Abbadon, mas pode me chamar de tio Matt.

TO BE CONTINUED...

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Fic: A verdade está na ilha-Capítulo 4: Cold turkey

Jack estava parado na porta de seu apê. Tinha tomado uma drástica decisão: iria para de beber e de se drogar. Afinal, como poderia voltar à ilha e ajudar a todos naquele estado lastimável? Decidiu que enquanto Ben não o chamasse, iria aproveitar o tempo e “se limpar”. Correu para a cozinha, abriu os armários e retirou uma a uma as garrafas de bebidas e foi jogando todo o seu conteúdo no ralo da pia. O próximo passo foi pegar todas as caixas de Oxycodone e retirar cada comprimido e jogar no triturador do ralo. Jogou também todos os outros remédios mais fortes, deixando apenas alguns comprimidos mais fracos para caso não conseguisse suportar a abstinência.

Jack decidiu que iria se desintoxicar sozinho, trancado em seu apê. Antes até pensou em ir a uma clinica de reabilitação, mas não, não daria certo. Ele conhecia os métodos das clinicas e certamente tentaria fugir de lá, como muitos fazem e tentaria o suicídio. Teimoso como ele é, e mais ainda, orgulhoso, pensou que sim, conseguiria se curar sozinho, pois “que raio de médico era ele que nem poderia curar a si próprio?”, pensou.

Resolveu adotar o método que viciados chamam de “cold turkey”: se limpar totalmente, sem ajuda de remédios, no qual a pessoa fica praticamente em tal abstinência que fica parecendo um peru abatido, azul, pálido. Enquanto jogava as coisas fora, deu um sorriso tenso, estava totalmente apavorado e com muito medo de não conseguir. Colocou até a música do John Lennon (Cold Turkey) a qual fala sobre a dificuldade de passar por um tratamento cruel desses.

Colocou em um quarto materiais “perigosos” como facas, talheres, cinto, tesoura, canetas e demais objetos cortantes e trancou. Deixaria a chave com o porteiro, sabia que uma pessoa abstinente chega a loucura e pode pegar qualquer objeto possível e se matar. Deixaria por perto apenas o básico, alimentos simples, baldes para vomitar, toalhas, colchão, água para não desidratar.

Depois de tudo ajeitado, sentou no colchão. Fez um pensamento intenso, se concentrando. Suas mãos começaram a tremer e com o passar das horas, o tremor foi ficando mais forte. A abstinência começou. Jack sentiu uma forte dor no estômago, vomitou. Suava muito, tomou água. Sentiu muito frio, se enrolou no cobertor. Não conseguia ficar parado, começou a andar de um lado a outro pela sala. Sentia uma euforia e de repente começou a chorar. Lembrou-se da ilha, de que tinha fracassado e decepcionado a todos, principalmente Kate “será que algum dia ela me amou de verdade?” Lembrou-se do seu pai e começou a rir “certamente você fez isso comigo, não é pai? Só porque aconteceu com você, você fracassou, era alcoólatra e agora...olha só para mim!” Jack gritava: “Eu tirei de você o que você mais gostava, a medicina, e por ironia também me tiraram isso, me tiraram do hospital...” Então, voltou a chorar. “Me despulpe pai, você devia estar sentindo muita dor, porque eu sinto, por isso eu bebo cada vez mais, eu não agüento”...

Então deitou. Se contorcia de dor. Suava, vomitava e tinha alucinações. A imagem de Hurley apareceu “a ilha vai nos chamar”, Locke “se você for embora da ilha, Jack, isso vai te consumir por dentro e te destruir até que você resolva voltar”, a mulher no velório de seu pai “o nome da sua irmã era Claire”, Kate “eu fiz um favor para o Sawyer”, “isso não tem nada a ver com a gente”... Estava enlouquecendo e gritou: KAAATEEEE!!!!!!

Aaron estava deitado. Kate o cobria. Ela sorriu para ele.
-Mamãe, ainda não estou com sono.
-Eu sei, querido, mas já é tarde e amanhã você tem escolinha. Prometo que ficarei aqui até você dormir, ok?
-Tá bem, mas...mamãe eu queria que você contasse uma estorinha para mim!
-Aaron, eu já te disse, nada de estórias. Depois você fica todo agitado, cheio de fantasias, alem do que você sabe que não sei contar estórias.
-É, mas o papai sabe...mãe, por que ele ainda não voltou, ele tá demorando...estou com saudades.
Ao olhar o garoto, seus olhos se encheram de lágrimas. Tinha ódio por que Jack havia os deixado daquele jeito e ainda mais porque Aaron ficou apegado a ele.
-Tá bem querido, vou tentar. Que estória você quer?
-Alice no pais das maravilhas. Essa é minha estória favorita. Papai me contava de noite, mas aí ele foi embora...
-Mas eu estou aqui e vou contar para você.
Kate começou a contar a estória, meio sem jeito. Foi interrompida por Aaron:
-Não mamãe, não é assim. Você não sabe contar direito.
-E não sei mesmo! Agora chega, feche os olhos, fique quietinho e durma.
Aquilo tinha a irritado profundamente. Maldita hora que aceitou “brincar de casinha” com Jack. Kate foi dormir furiosa.

Mulder estava fechando as cortinas da sala quando viu um farol de carro piscando. O farol piscou 5 vezes. Olhou para a rua: era Matthew Abbadom. Foi falar com ele:
-Hei, precisamos conversar. Preciso saber quem é você, para quem trabalha?
-Sou apenas seu informante e não estou em um interrogatório do FBI. Não tenho muito tempo, é perigoso. Para achar o paradeiro de William, você precisa entrar em contato com uma pessoa, que certamente poderá levá-lo à ilha onde ele se encontra.
-E quem é essa pessoa?
Matthew deu um envelope a Mulder, entrou no carro e desapareceu.
Mulder entrou em casa e contou a Scully sobre o encontro. Ao abrir o envelope, havia uma foto de uma mulher. Mulder virou a foto e atrás estava escrito um nome: Katherine Anne Austen.

TO BE CONTINUED...

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Fic: A verdade está na ilha-Capítulo 3: Os desenhos de Aaron

Kate estava brincando com Aaron. Nunca pensou que teria “jeito com crianças” e muito menos que algum dia teria um filho. Tá certo que o menino não era filho legítimo dela, mas praticamente ela era a única mãe que ele conhecia. Quando saíram da ilha, Aaron era ainda bebê, portanto Kate se viu às pressas como mãe, logo ela, tão livre, tão independente e sozinha.
Foi muito difícil no início, Kate teve que aprender a cuidar do bebê sem ajuda de ninguém, teve que aprender a dar banho, trocar fraldas, fazer papinhas, cuidar das cólicas e dores durante o choro da noite...
De tanto tentar convencer a todos que o menino era seu filho, ela acabou meio que acreditando na própria mentira. Afinal, Claire havia desaparecido às vésperas da partida da ilha, não sabia se estava viva ou morta. Procurava não pensar nisso, pois toda vez se lembrava de todo aquele sacrifício em sair da ilha, ficava com raiva, desesperada, com medo e se perguntando “o que será que aconteceu?”
Locke também havia saído e a procurado, mas ele dizia coisas insanas que a faziam duvidar do que ele lhe contava. Não queria acreditar no que ele dizia “todos precisam da ajuda de vocês, estão acontecendo coisas terríveis na ilha, vocês precisam voltar!” Aquilo parecia impossível! Ela jamais voltaria àquele lugar. Justo agora, que estava morando em uma boa casa, com seu filho, com uma vida normal e cumprindo pena em liberdade condicional. E Jack? Como ela odiava vê-lo naquele estado! Como ele foi ficar assim, pirado, bêbado e drogado, louco e o pior, acreditando no Locke?
Kate não conseguia, não agüentava mais pensar em Jack. Doía muito o fato de ter acreditado que tudo daria certo, ela estava vivendo um conto de fadas, iria se casar com seu grande amor, viver ali, em paz com ele e seu filho. Era um sonho lindo que acabou. Ele pirou, passou a beber e a se drogar, largou tudo, até o hospital e hoje vivia por aí, largado e com idéias loucas de voltar à ilha. Estava tão imersa em seus pensamentos que nem ouviu Aaron chamando:
-Mamãe, oh mamãe!
-Ah, sim, desculpe querido, mamãe estava com pensamento longe...ei, o que é aquilo?
-É minha caixa de desenhos!
-Oh que lindo! Deixe-me ver?
-Tá aqui.
Aaron tinha feito inúmeros desenhos, de criança, como casas, nuvens, sol, árvores, rabiscos...E então, Kate fitou um desenho que fez seu sorriso desaparecer.
-O que é isso Aaron? – disse em tom alterado.
-Essa aqui é a moça de cabelo amarelo e olhos cor do céu que fala comigo sempre.
-Como assim, fala com você, ela é da sua escola? Do parquinho?
-Não mamãe, ela é aqui do quarto mesmo. Ela vem quase todas as noites falar comigo.
Kate ficou perplexa. Lembrou-se da aparição de Claire da outra noite dizendo que não era para ela voltar à ilha com Aaron. O que será que Claire dizia a Aaron? Será que ele sabia que ela era sua verdadeira mãe?
-Sobre o que vocês conversam, meu amor?
-Eu digo o que eu gosto de fazer, a gente brinca, eu conto sobre o parquinho, a escola...Gosto dela, é muito boazinha, ela é minha amiga, mamãe...
Kate abraçou Aaron com lágrimas nos olhos. Ao abraçá-lo, sentia medo de perdê-lo, não podia mais viver sem seu filho por perto, mas sabia, lá no fundo que algum dia a verdade poderia vir à tona.

Mulder voltou para casa atordoado com o que ouvira. Será que o que aquele informante dissera era verdade? Senão, como ele sabia de tudo o que aconteceu, de toda aquela história? Não é possível, ninguém sabia!
-Mulder onde você foi?
-Scully, senta-se, precisamos conversar.
-O que foi Mulder?
-Lembra-se daqueles papéis que eu estava lendo quando você chegou? Havia um bilhete e resolvi encontrar a tal pessoa...
-Não acredito que você se arrriscou dessa maneira! Mulder, isso não vai parar não é mesmo? Você nunca vai deixar essa obcessão, chega, isso tem que parar!
-Dessa vez é sério...
-Ah toda vez é sério, toda vez temos um caso que poderá solucionar suas dúvidas e inquietações e que poderá revelar “a verdade”...
-Scully, me escuta! Eu preciso de sua ajuda!
-Não Mulder, já chega, eu não quero saber, vamos tentar viver de uma maneira normal, aqui, sossegados e ...
-William. É sobre o William!
-Como?
-Esse cara, meu novo informante tem informações sobre nosso William.
-O que? Impossível! Como ele sabe do paradeiro de William?
-Ele disse que William pode estar correndo perigo e que precisamos ajudá-lo...
-Ele deve estar blefando! Quem é esse cara, Mulder, por que ele está brincando com nossos sentimentos dessa forma? Ele está mentindo, isso é loucura, é uma armadilha!
-Seja lá o que for precisamos investigar. Ele tinha um relatório com muitas informações sobre William, até foto dele bebê, de você grávida, tudo... Scully, por favor!
-Não sei o que dizer. É perigoso, Mulder.
-É por isso que preciso de sua ajuda. Mentiroso ou não temos que verificar. E se ele estiver certo?

TO BE CONTINUED...