segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Fic: A verdade está na ilha-Capítulo 16: A descoberta dos esconderijos

3 meses depois...

Claire se mantinha com Aaron no esconderijo de Rousseau. Sayid procurava protegê-los cuidadosamente, arranjando-lhes comida, água e tudo o que precisassem. Estava sempre em alerta, notando se estava sendo perseguido ou não.
Mulder e Scully também continuavam escondidos juntamente com William e as crianças. Era difícil convencê-las de que não podiam fazer muito barulho para não serem descobertas. Ficavam entediadas, somente se acalmavam quando Hurley aparecia e brincava com elas, com seu jeito sossegadão e brincalhão de ser. Ele e Locke também tinham todo o cuidado para não serem seguidos.

Juliet e Jack tiveram muito trabalho durante esses meses. Cuidaram de todos os doentes de forma dedicada, perderam alguns “pacientes”, curaram outros...Jin estava um pouco mais forte, resolveu se cuidar da melhor maneira possível e estava bem mais animado, pois agora tinha grande motivação para se manter vivo: a presença de sua filha e de sua mulher na ilha. Sun não saiu do lado do marido, tornou-se sua enfermeira em período integral. Agora que estava mais forte, Jack decidiu que era hora de operá-lo. Teve uma conversa séria com Sun e a advertiu dos riscos da cirurgia. Mesmo não confiando em Jack, Sun resolveu aprovar a operação. Jack estava muito nervoso, temia perder Jin, queria curá-lo não só por causa de ele ser um amigo, mas também para obter o perdão de Sun.

Juliet e Bernard foram assessorar Jack. Seria uma cirurgia delicada, pois o tumor de Jin estava localizado em uma área perigosa, na espinha, porém próximo ao coração e aos pulmões. Era arriscado, mas necessário retirar o tumor antes que ele se espalhasse para outros órgãos. Jack ficou em silêncio dentro de sua barraca, se concentrando. Antes de ir para a cirurgia, Kate apareceu na barraca dele. Kate sabia que Jack era um ótimo cirurgião, mas também sabia que ele era uma pessoa insegura. Por isso, foi o incentivar, reforçando que ele era bom no que fazia e que ela e todos confiavam nele. Foi o empurrão que ele precisava para ter coragem de encarar o desafio.

A cirurgia foi totalmente tensa, demorada. Jin estava sendo operado na estação médica. Sun estava muito aflita e com muito medo de perder Jin. Ela não suportaria vê-lo “morrer” novamente. Jack retirou cuidadosamente o tumor, porém no meio da operação, o coração de Jin parou. Como ele estava “aberto” e muito frágil, Jack preferiu não usar o desfribilador. Então, Jack tocou o coração de Jin e fez a massagem cardíaca manualmente. Jin ainda estava muito fraco, poderia não agüentar. Depois de muita insistência, o coração voltou a bater e ele continuou a cirurgia. Horas depois, estava tudo terminado. Jin sobrevivera e precisaria de máximo cuidado, pois qualquer deslize no pós-operatório poderia levá-lo a uma infecção e como ele estava totalmente debilitado, poderia morrer.

Ao vê-lo vivo, Sun chorou emocionada. Jack explicou detalhes da operação e deu as instruções para a recuperação do coreano. Ao terminar, Sun o olhou e sorriu. Então, deu um abraço em Jack, agradecendo por ele ter salvo a vida de seu marido. Sun pediu desculpas a Jack, sugeriu passarem uma borracha em todos os acontecimentos ruins e recomeçarem a amizade. Jack não poderia estar mais feliz. Com lágrimas nos olhos, desculpou-se por aquele dia do cargueiro. Sun lhe concedeu perdão.

Enquanto isso, no acampamento dos outros...

-Então, novidades?
-Sim. Descobrimos tudo. Estão escondidos, cada um em esconderijos diferentes. Em um local, Claire e Aaron, com a ajuda do Jarrah. Em outro, os agentes e William, juntamente com as crianças testadas. Estes tem a ajuda do Locke e do Reys.
-Tem certeza?
-Absoluta. Seguimos os “ajudantes” e os vimos entrarem na “toca” do lobo. O que faremos?
-Ora, capturem-nos! Quero as crianças de volta para continuarmos as experiências, mas temos que recuperar principalmente William e Aaron.
-Que mal lhe pergunte, Richard, por que tanto interesse nestes dois garotos?
-Durante anos, procuro os “escolhidos”. Segundo a profecia, essa ilha precisa de dois líderes para continuar...Preciso encontrá-los, caso contrário tudo isso será destruído! É só questão de tempo...Quando conheci Ben, pensei que ele fosse um dos escolhidos. Ele realmente é um líder brilhante, o melhor que já passou por essa ilha. O outro líder, pensei que fosse o John Locke, por isso fui vê-lo no hospital quando nasceu e mais tarde, quando ainda era uma criança. Mas me enganei...tudo me leva a crer que os dois líderes são William e Aaron. Preciso estudá-los mais de perto. Sei que os dois possuem habilidades especiais. William foi um milagre, Aaron também. Scully não podia ter filhos, mas teve William. Não há nascimentos nesta ilha, mas Aaron conseguiu sobreviver. Está certo que injetamos aquele composto com partículas alienígenas desenvolvido por Ethan na Claire quando estava grávida. Mas mesmo assim, tentamos em outras e não funcionou, só com ela.
-Ok, você é que manda. Pegaremos todos de surpresa!

TO BE CONTINUED...

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Fic: A verdade está na ilha-Capítulo 15: O milagre de William

Mulder e Scully não acreditavam que finalmente tinham reencontrado seu filho! Depois de anos de angústia, de sofrimento ele enfim estava ali, diante deles e o mais incrível é que William os reconhecera.
-Meu filho...isso está mesmo acontecendo? Você está aqui...sinto muito por ter te dado para adoção, mas foi o único jeito de te proteger...
-Eu entendo mamãe. Estou muito feliz em encontrar vocês...
Scully beijou seu filho na testa e o abraçou forte. Locke e Hurley observavam a redondeza, temendo serem encontrados ali pelos outros. Mulder resolveu conversar seriamente com William.
-Escute, William. Você está bem? Eles fizeram alguma coisa com você?
-Eles só fizeram uns testes...mas fiz questão de fazer tudo errado! Essas pessoas são más, eu estou bem, mas as outras crianças...Eles as pegam pelo braço e levam para um outro lugar...depois elas voltam totalmente estranhas...Papai, estou com muito medo...não deixe que eles me machuquem...
William abraçou Mulder assustado.
-Não se preocupe, William, viemos te salvar. Me diga, onde você fica, eles sabem que você está aqui neste momento?
-Não. Eu saí escondido. Estou em uma casa, ali no acampamento deles. Todos os dias um homem fica me fazendo perguntas, tenho medo dele!
Mulder decide conversar com Locke.
-Por favor, John! Você conhece bem essa ilha, conhece essa gente. Você tem idéia de como posso resgatar meu filho e fugir daqui?
-Posso te ajudar a se esconder com seu filho, mas quanto a sair da ilha...só fiz isso uma vez e agora tornou-se impossível fazer aquilo de novo, pois como já expliquei antes eu acabei destruindo a estação Orquídea. Só consegui voltar por causa do plano do Ben, junto com os Oceanic. Sinceramente, acho que ninguém nunca mais vai conseguir sair desta ilha, só se for com o consentimento dos outros, o que no seu caso se torna inviável...
Mulder colocou as mãos na cabeça e começou a andar de um lado para o outro, preocupado. Como sairia dali? Mal sabia como tinha sido a viagem, pois todos ficaram praticamente dopados. E o pior: só conseguiram chegar lá por intermédio dos outros, daquelas mesmas pessoas que mantinham seu filho em cativeiro. Não tinha outra alternativa a não ser àquela apresentada por Locke: se esconder.
Foi o que resolveram. Antes de partirem, no entanto, William segurou forte na mão de Scully.
-O que foi William?
-Não podemos partir. Não sem ajudar as outras crianças.
-Querido, não sei se poderemos ajudá-las agora. Primeiro precisamos garantir a sua segurança!
-Não irei sozinho. Eles precisam de minha ajuda!
Então, William saiu correndo.
-William! Espere!
Scully saiu em desparada atrás de seu filho. Mulder, Locke e Hurley correram também. William correu até o acampamento. Jogou uma pedrinha em direção a uma janela. Um garoto apareceu. William fez sinal com as mãos, indicando que era para ele descer. O garoto surgiu e foi seguindo William. E assim, William foi fazendo a mesma coisa com as demais casas. Scully o observava de longe, escondida. Um grupo de crianças seguiam William. Chegaram a um campo mais afastado e ficaram em círculo. William estava no centro da roda. De repente, uma luz surgiu do céu, atingindo William. Ele parecia protegido por essa luz.
-Sinistro! – Hurley observava boquiaberto. Ele até se beliscou, pensando estar louco novamente.
Scully queria se aproximar do local, mas Mulder a segurou pelo braço. William se dirigiu a uma das crianças. Colocou sua mão na testa dela e fechou os olhos por um instante. Repetiu esse ritual com cada criança do círculo, até que a luz se apagou e William caiu no chão, desmaiado.
-William! – Scully correu desesperada para socorrer seu filho.
O garoto estava muito fraco, abriu os olhos mas não tinha mais forças nem para levantar. Mulder o pegou no colo.
-Agora sim...podemos ir...
-Filho, acorde! O que foi isso? O que fez com as crianças?
-Eu as curei. Eles foram testados...
-Testados como? As crianças foram submetidas a tratamentos psicológicos, não é, por isso elas ficaram sem memória e dóceis?
-Antes sim, era só esse tratamento...mas agora eles começaram a fazer experiências...mas eu as curei, elas não são mais híbridas...voltaram a ser humanas novamente.
Mulder ficou surpreso, como William sabia de tudo isso com tão pouca idade? Depois do que ele viu ali, teve certeza de que William era realmente especial. Decidiram levar todas as crianças para o esconderijo, visto que elas estavam curadas e se continuassem ali, provavelmente os outros tornariam a fazer experiências com elas.
Locke levou todos para um lugar distante, que ele havia descoberto na época de suas andanças pela ilha. Sabia que no fundo mais cedo ou mais tarde os outros descobririam. Mesmo assim, pelo menos ganharia tempo para pensar em uma solução. Queria ajudar a todos, tinha se decepcionado de vez com os outros. Nunca mais queria ser líder daquela gente sem caráter. Chegaram ao local e se instalaram. Mulder e Scully iriam ficar por lá tomando conta das crianças e de William. Locke e Hurley procurariam ajudá-los, porém teriam que tomar muito cuidado para não serem descobertos. Iriam se revezar, indo lá de quando em quando só para ver se estava tudo ok.
Locke ficou fascinado com o que tinha visto! Se dirigindo a Mulder, falou:
-Seu filho, William, foi incrível o que ele fez! Ele é um milagreiro!
-Ele é uma criança especial. Sempre foi, desde que nasceu. Você sabia que quando Scully foi dar a luz, eu não tinha a menor idéia da onde ela estava. Sabia que estava em um lugar isolado com uma amiga nossa, também agente. Então, resolvi ir atrás dela mesmo assim e você não vai acreditar. Estava no helicóptero, sem saber que direção tomar até que uma espécie de luz guiou meu caminho e não é que consegui achar a cabana onde Scully estava?
-Impressionante! Pensei que somente essa ilha tornava as pessoas especiais!
-O que essa ilha faz?
-A ilha faz com que cada um dê o melhor de si. Pelo menos, é no que acredito. Desde que cheguei aqui já vi de tudo. E cada dia que passa me surpreendo mais. Vou te contar uma coisa que quase ninguém sabe: eu era paralítico. Peguei o vôo 815, trouxe até minha cadeira no avião. Quando caímos, você não vai acreditar...não só consegui me sentar, como também me levantei. E nunca mais usei a cadeira de rodas...
-Você está falando sério? Nossa, que incrível! Só espero que eu consiga manter as crianças em segurança...
-Pensaremos em algo. Daremos um jeito, a ilha irá nos ajudar!
-Assim espero!
Enquanto isso, Jack e Kate voltaram à praia. Apesar de todas as preocupações, não conseguiam negar seus sentimentos; como estavam apaixonados! Trocavam olhares o tempo todo, se aproximaram de vez, não conseguiam mais ficar longe um do outro. Sawyer notou que eles voltaram diferentes, pareciam mais próximos, voltaram a ter aquele velho companheirismo, aquela cumplicidade que surgira desde o primeiro dia em que caíram naquela ilha.

TO BE CONTINUED...

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Eu sou Meredith Grey

Fiz um teste para saber quem eu era no Grey's Anatomy e é claro que não foi surpresa nenhuma o resultado ter dado Meredith Grey! Até tinha comentado antes com minha irmã sobre o teste, até brinquei que o meu iria dar Meredith, pois com toda a confusão da minha vida e com todos os meus problemas só poderia ser ela!


Tudo tem andado realmente uma merda! Semana passada, fui em duas entrevistas de emprego. Na primeira, andei pra burro da Marginal até o meio da Teodoro Sampaio, o que deu uns 40 minutos de subida e detalhe, de roupa social, com direito a sapato machucando o meu pé! Cheguei lá, era um lugar pequenininho, tipo, tamanho da sala da minha casa, que é bem pequena. Tinha muita garota concorrendo comigo, fiquei pasma com tanta gente! Depois os jornais dizem que o desemprego no Brasil está caindo! Fiz um monte de teste no micro, que era tão velho que mal dava para ler o que estava na tela de tão embaçado! A mulher que me entrevistou tinha que dar aquela humilhada básica na parte do buraco de tempo de um emprego a outro no meu currículo! Tipo, acho que eles pensam que fiquei coçando a bunda em casa e não fui atrás de procurar emprego! Ai que raiva! Não obtive resposta, também com tanta gente! Ainda bem, pois o lugar era bem xinfrim!


Na sexta, fui em uma empresa toda arrumada, coisa boa, lá na Berrini, que é uma rua bem nobre aqui em Sampa. Cheguei lá e vi duas garotas concorrentes, mais novas, mais bonitas e ainda na facul, ou seja, me senti a tiazona do lugar. Fiz uma porrada de testes, de raciocínio, psicológico, redação, etc. O tema da redação era Crise econômica nos EUA, socorro, li bem por cima nos jornais! Tive q lembrar daquelas aulas horripilantes de Economia da facul, particularmente odeio a matéria, quase peguei dp no último semestre, até hoje acho q o professor me deu nota, pois nem a pau tirei mais que 5 na prova! Criei uma redação comparando a crise de 29 com agora. Quando tava fazendo o último dos vários testes, vi a entrevistadora conversar com uma outra garota que chegou, perguntando se ela era amiga de uma fulana. Pensei "hum, isso me cheira a indicação!"


Fui entrevistada por uma garota totalmente blasè, ela ficou me olhando com cara de superior, só porque tem olhos azuis e trabalha em uma empresa bacana? É triste dizer, mas afinal, ela pode se achar já que trabalha no RH, coisa que infelizmente eu nunca vou conseguir. Que merda, só fiz Adm por querer trabalhar no Recrutamento e Seleção, mas como não consegui estágio na área nunca vou ter chance! Ela não entendeu por que saí do último emprego, por que as pessoas me tratam como louca só porque pedi demissão por estar trabalhando em uma área que odeio, Jurídica, e querer uma área que tenha mais a ver com a minha profissão? Saí de lá exausta e triste, fico tão para baixo quando saio de entrevistas, parece que a gente é criminoso, que está sendo julgado!


O processo seletivo iria ter umas 4 etapas, dois dias depois recebi um e-mail dizendo que eles tinham fechado com outra candidata! Aonde já se viu, como fecharam se nem tinha dado tempo para se desenvolver o processo todo? Minha mãe disse que com certeza tinham pego a garota indicada, até pensei nisso, mas por outro lado me senti um lixo! Como é ruim receber fora por e-mail!


Em suma, o mundo está caindo na minha cabeça, estou triste, com tpm, deprimida, me sentindo humilhada, os parentes não param de me julgar, com coisa que sou incompetente por não conseguir nada até agora! Estou desabafando aqui, já que ninguém lê esse blog mesmo! Não queria postar algo pessoal enquanto minha fic não terminasse, mas aí pensei, putz, não sei porque estou tão preocupada se ninguém lê mesmo! Posto sempre aqui e em uma comunidade no Orkut, lá pelo menos umas pessoas leem mas aqui sei lá, ninguém comenta nada!

Sou mesmo Meredith, problemática tentando lidar com isso, me esforçando, mas tá difícil! Não bebo tequila como ela, mas tenho o meu vício em chocolate, principalmente quando tudo dá errado. Com a ressalva de que não tenho um emprego que gosto como ela tem, e muito menos um McDreamy, nem McLanche do McDonald's eu consigo ter!

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Fic:A verdade está na ilha-Capítulo 14: Uma segunda chance para Jack e Kate

Jack, Kate, Sayid, Claire e Aaron andaram durante a noite toda. Aaron estava achando estranho aquele passeio, nem “conhecia” aquelas pessoas, o escuro o deixava assustado. Eles fizeram uma rápida pausa para descansar. Claire, ao notar a tristeza de Kate, se aproximou.
-Não tive tempo de te agradecer por ter cuidado de Aaron durante esses anos.
Kate deu um pequeno sorriso, estava arrasada por dentro.
-Vai ser muito difícil para mim sem o Aaron por perto...Sabe Claire, eu sei que ele não é meu filho, mas de certa forma cuidei dele, o criei como se fosse. Ele me deu forças para agüentar essa loucura toda que aconteceu conosco, me fazia sentir importante...Agora, ele nem sequer se lembra de mim! Vivemos momentos maravilhosos e ele nunca irá se lembrar. Ah como eu tenho ódio dessas pessoas, esses outros, são uns monstros, como é que tem coragem de fazer isso com as crianças?
-Sinto muito Kate. Sou muito grata por tudo o que você fez por Aaron, mas ao mesmo tempo estou feliz de tê-lo aqui comigo, me tratando como mãe. Aaron mudou minha vida, me fez ter coragem, me deu forças, até me tornei responsável! Suportei todo esse sofrimento nesta iha por causa dele. Ele é uma criança maravilhosa, pois nos deu tudo isso, ele ajudou tanto a mim como você, no fez crescer como pessoa. É isso o que importa.
-Temos que ir! – Sayid alertou.

Voltaram a caminhar até que finalmente chegaram ao esconderijo de Rousseau. Claire pôs Aaron em um colchão que havia ali. Ele estava dormindo profundamente. Sayid resolveu procurar alguns alimentos, água, pelo menos para cobrir necessidades urgentes. No dia seguinte, iria trazer mais coisas para Claire e Aaron se manterem. Decidiu que ficaria ali durante um tempo para cuidar da segurança dos dois. Kate ficou de guarda enquanto Sayid buscava as coisas. Jack ficou com Claire dentro do esconderijo. Aproveitando o fato de estarem sós, Jack decidiu ter uma conversa séria com Claire.

-Claire, preciso te contar uma coisa muito importante.
-O que foi Jack, algum problema?
-Assim que voltei para casa, resolvi fazer um velório para o meu pai, não sei se você sabe ou se lembra, eu vim para a Austrália buscar o corpo dele...peguei o vôo 815 e então caímos aqui...
-Sim, mas e daí?
-Após a missa, uma mulher loira veio falar comigo. Ela disse que meu pai tinha ido a Austrália por causa dela. Perguntei se ela o conhecia, ela disse que não chegou a revê-lo porque estava internada, em coma. Então ela disse que ele tinha uma filha...achei estranho, pois meu pai não tinha filha nenhuma. A mulher falou que ela teve uma filha com meu pai e o mais irônico é que esta filha, minha meia-irmã, também era uma das passageiras do vôo 815.
-Jack, não estou entendendo o que você quer dizer.
-O que quero dizer é que...bem...a mulher disse que o nome dela, da minha irmã era Claire.
Claire ficou branca na hora. Começou a digerir o que Jack acabara de dizer. Mulher loira, em coma, Austrália, filha passageira, Claire. Não acreditou no que ouviu, mas como era possível?
-Jack, você tem certeza? Você...nós somos irmãos!
-Sim Claire. Não é inacreditável? Quase tive um treco quando sua mãe me procurou. Você não faz idéia de como me senti culpado, horrível, por ter deixado minha irmã para trás! Não queria nem ver o Aaron, não conseguia olhar para ele, bastava olhar que eu me lembrava de você. Sinto muito, me perdoe.
Jack começou a chorar. Claire também. Os dois deram um abraço apertado e emocionado. Depois começaram a falar sobre Christian Shephard, o quanto ambos sofreram, Claire por ter um pai ausente e Jack por ter um pai bêbado, workaholic e que nunca o reconheceu de verdade. Também falaram sobre as “aparições” pós morte dele. Não entendiam o porquê de Christian desejar que eles ficassem na ilha.

Sayid retornou com os mantimentos básicos e manifestou sua intenção de ficar por ali por um tempo, por segurança. Jack e Kate teriam que retornar a praia, para não levantar suspeitas e para ajudar o povo de lá. E assim, partiram.

Kate estava quieta durante o caminho, Jack percebeu o quanto ela estava triste por causa de Aaron. Começou a chover forte, como eles estavam perto das cavernas, aquelas mesmas onde Jack ficava logo quando chegaram a ilha, resolveram permanecer ali por um tempo. As cavernas serviriam de abrigo da chuva e também para descanso, já que a noite tinha sido totalmente desgastante. Jack sentou e bebeu água. Kate não dava uma palavra.

-Eu imagino o quanto você está sofrendo. Sinto muito, Kate, de verdade. Eu sei o quanto ele é importante para você.
-Importante? Aaron é minha vida, é tudo o que tenho. Quer dizer, o que tinha. Você viu, ele nem sequer sabe quem eu sou! Tá certo, eu sei que a Claire é mãe dele, ela tem todo o direito...mas Jack...eu me esforcei tanto, eu dediquei minha vida a ele durante esses anos e ...agora acabou, ele nunca vai se lembrar de mim...isso dói...dói tanto...Jack...

Kate chorava intensamente. Jack, não agüentando vê-la naquele estado, correu para abraçá-la. Como ela se sentia segura nos braços dele! Por mais dor que sentisse, o abraço de Jack conseguia tranqüilizá-la de uma maneira que parecia que tudo ficaria bem. Ele lhe dava tanta paz, tanta segurança! Ficaram abraçados durante um bom tempo, simplesmente não conseguiam se separar. Sentiram tantas saudades, tanta falta um do outro! Enquanto se desvencilhavam do abraço, seus olhos se cruzaram, a respiração estava tão próxima, os rostos estavam tão perto que se tornou impossível resistirem um ao outro.

Os dois instintivamente se beijaram, seus lábios buscaram um ao outro, pareciam sedentos! Deram um beijo intenso, as línguas se enroscavam, as bocas se sugavam, pareciam querer sugar toda a energia dos seus corpos. Os dois se olharam apaixonadamente, depois voltaram a se beijar, enquanto um ia tirando a roupa do outro. Kate puxou Jack para si, o abraçando, o envolvendo. Estavam completamente nus, tão grudados que pareciam um só. Jack a beijava e tocava seus cabelos, depois foi deslizando suas mãos por todo o corpo dela. Kate, por sua vez, também tocava com as pontas dos dedos aqueles músculos, aquele braço tatooado. Como seus corpos sentiam falta um do outro! Jack invadiu aquele corpo que conhecia tão bem e que tanto amava, Kate estava indefesa, só queria senti-lo dentro dela, como se sentia completa, como era intenso o prazer de tê-lo ali! Os dois deram o máximo de si naquele momento. Se doaram por completo, naquela hora nada nem ninguém existia, somente eles.

Depois de consumarem o ato, ficaram calados, ofegantes e deitados um do lado do outro. Estavam sem energia, completamente exaustos, porém satisfeitos. Não queriam pensar em nada, nem conseguiam. Kate deitou no peito de Jack, que começou a afagar os seus cabelos. Por mais que dissesse que nunca mais queria saber dele, que o odiava, ela percebeu naquele momento o quanto o amava, não podia evitar, por mais que tivesse sofrido neste tempo em que estavam separados, ela nunca o esqueceu. E nem podia. O que sentia por ele era mais forte do que tudo. E isso lhe dava medo. No passado, Jack também tinha lutado contra seus sentimentos durante todo o tempo que ficaram na ilha. Porem, quando quase estavam saindo de lá, percebeu que não adiantava fugir, ele a amava. Até se declarou para ela. Porém, só ficaram juntos fora da ilha. Mesmo assim, ela nunca disse com todas as letras que o amava.

Naquele momento, ele percebeu que ela devia amá-lo sim, depois de toda aquela entrega! Prometeu para si mesmo que não iria cobrar amor por parte dela, ele simplesmente já se sentia amado. Mas lá no fundo esperava, quem sabe um dia, que ela lhe dissesse...

TO BE CONTINUED...

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Fic:A verdade está na ilha- Capítulo 13: Reencontro de família

Aaron saiu correndo ao ver Kate, Jack e Sayid. O garoto simplesmente não os reconheceu. Kate ficou paralisada, sem reação. Sayid lembrou das explicações de Juliet, com certeza Aaron tinha sido submetido ao tratamento psicológico. Jack abraçou Kate, que chorava inconformada e horrorizada com aquela situação. Seu filho sofrera na mão dos outros, Kate sentiu que talvez nunca mais teria Aaron de volta. Ele não a reconheceu e isso era o fim para ela.
De repente, ouviram alguém chamando por eles. Ao se virarem se depararam com Claire. Os 3 ficaram perplexos, Claire estava viva! Ela fez sinal com as mãos, ordenando que a seguisse. Levou-os para um lugar mais escondido.
-O que você está fazendo aqui, Claire? Pensamos que estivesse morta! – Sayid começou o questionário.
-Eu posso explicar. Não sei se acreditarão em mim, mas preciso da ajuda de vocês. Eu estava na mata, voltando para a praia com Sawyer e Miles quando resolvemos descansar. Todos dormiam, acordei no meio da noite e não vi Aaron. Fiquei desesperada. Então, vi meu pai segurando-o...
Jack sentiu um embrulho no estômago. Afinal, o pai dela também era o pai dele, logo Chirstian não aparecia somente para ele, mas também para sua irmã Claire. Ela continuava o relato:
-Pensei que estava louca, como meu pai podia estar aqui? Ele foi andando com Aaron no colo, fui atrás dele, mas aí ele sumiu. Olhei para todos os lados e de repente alguém tapou minha boca e desmaiei com o cheiro. Acordei em um lugar totalmente estranho, era um quarto. Gritei, estava com alguma coisa nas veias...Apareceram 2 pessoas, perguntei onde estava mas não me responderam. Somente me seguraram e deram uma injeção. Apaguei. Só me diziam que meu filho estava bem, mas eu precisava tomar remédios. O quarto ficava trancado, tinha grades na janela, tentei fugir mas não consegui. Uma “enfermeira” me dizia que se me comportasse bem, poderia sair do quarto. Resolvi seguir exatamente o tratamento. Os remédios eram fortes, ficava tonta, então decidi que não ia mais tomá-los, mas não disse nada.
-Quem eram essas pessoas, os outros? – Sayid prestava atenção no relato.
-Sim. Como eu estava me comportando direito, me deixaram sair do quarto. Fiquei em uma casa na vila. Todos os dias, a psicóloga, dra Harper, vinha me visitar. Conversávamos e percebi que ela tentava me manipular de certa forma. Quando fazia perguntas demais, questionava sobre Aaron, ela sempre me “empurrava” um remédio. Resolvi dar uma de boba, fingir que tomava os remédios, procurava não perguntar nada só para que eles pensassem que entrei no jogo deles.
-E então? – todos perguntavam ansiosos.
-Me apresentaram a todos. Explicaram que eram uma comunidade, onde cada um trabalhava em alguma coisa. Sugeriram que eu escolhesse uma atividade, resolvi cuidar da limpeza. Ficava quieta no meu canto, sorria sempre, tudo para que ninguém desconfiasse.
Certo dia, acordei mais cedo que de costume. Resolvi dar uma volta pela vila. Avistei 2 mulheres “puxando” uma criança teimosa pelo braço. Segui as 2. Entraram em um lugar muito estranho, parecia um galpão de fábrica. Abri a porta vagarosamente. Havia um corredor escuro. Caminhei nas pontas dos pés, me escondi em outro corredor paralelo ao principal. As 2 entraram em uma sala super barulhenta. Ouvi os gritos da criança. Logo depois, saíram. Olhei de longe e vi que as mulheres tinham ido embora. Resolvi ir até a tal sala, ainda bem que a porta só estava encostada. Vocês não vão acreditar no que vi!
-O que havia nesta sala? – Jack perguntou assustado.
-A criança estava amarrada em uma cadeira, com um capacete na cabeça que fazia com que ela ficasse parada, assistindo um telão enorme, com som altíssimo e com imagens ora rápidas ora lentas. Os outros chamam isso de tratamento psicológico-comportamental, por isso as crianças ficam tão dóceis e não se lembram de nada do seu passado.
Kate lembrou-se de quando ela, Sawyer e Alex foram resgatar Karl. Era aquela mesma sala!
-Juliet nos contou sobre isso e fiquei horrorizada. Então é verdade! Oh meu Deus...eles fizeram isso com Aaron!
Kate começou a chorar, Claire a olhou de forma séria. Kate se lembrou que não era a mãe de Aaron, mas sim Claire. Também se lembrou das “visitas” de Claire a Aaron e resolveu perguntar:
-Preciso que esclareça uma coisa. Quando estava fora da ilha, Aaron me contou que você sempre vinha o visitar. Você mesma apareceu para mim naquele dia, dizendo que não era para eu voltar com Aaron à ilha. Por que?
-Como disse, trabalhava com limpeza. Decidi fingir que nada sabia, procurei ser dócil a ponto de eles pensarem que me tinham sob controle. Certo dia, fui limpar a sala de comunicações de Mikail. Fiquei em um canto, limpando umas estantes mas de ouvidos abertos. Ouvi uma conversa, uma negociação entre os outros e Ben. Ele procurava convencê-los de que era melhor deixarem que as 6 pessoas voltassem à ilha, pois era questão de tempo até que Charles Widmore os pegasse e os chantageasse; eles provavelmente cederiam e o entregariam para o homem. Os outros diziam que só estavam interessados em Aaron, porém acabaram concordando com Ben. Até aí eu não sabia que 6 pessoas tinham saído da ilha e muito menos que meu filho era uma dessas pessoas. Fiquei desesperada com a idéia de ver aquela gente pegar Aaron e fazer testes com ele.
Jack, Kate e Sayid naquele momento se sentiram culpados por terem saído da ilha e deixado seus amigos para trás. Claire continuou seu relato.
-Quando Mikail saiu para almoçar, fiquei sozinha na sala. Fucei as pastas com instruções das máquinas de controle de comunicações. Tinha que entrar em contato urgente com quem estivesse fora da ilha com meu filho, para que essa pessoa não deixasse de jeito nenhum Aaron voltar. Procurei tanto e finalmente achei. Havia um dispositivo que permita transmissão de mensagem externa, em que a imagem do comunicador surgia como uma projeção. Foi o que fiz.
-É por isso que vi a sua imagem, mas aí você sumiu do nada...pensei que fosse um fantasma! Então não era você em carne e osso, mas sim sua imagem projetada?
-Exatamente.
-Ninguém da praia soube que você está viva? – Jack estranhou.
-Não. Fiquei esse tempo todo aqui, convivendo entre eles, como uma espécie de espiã por conta própria. Somente Locke acabou me descobrindo depois de um tempão, apesar dele ter se tornado o novo líder deles, os outros não revelavam quase nada a ele. O Ben sabia lidar com essa gente sem escrúpulos, pois é da mesma laia que eles. O Locke quer ser esperto mas no fundo é muito ingênuo. Eles o fizeram de fantoche! Não sei como ele descobriu sobre a história dos tratamentos com as crianças e por fim acabou me achando. Ficou arrasado com tudo que acontecia aqui na ilha, disse que iria buscar ajuda do povo da praia, mas pelo visto ele pediu ajuda a vocês.
-É por isso que ele me procurou desesperado! Ele me culpou, disse que se eu tivesse na ilha, nada disso teria acontecido.
-Ele deve ter dito isso também por causa dos doentes da ilha - Sayid procurou amenizar a culpa de Jack.
-Sei lá...Nós precisamos fazer alguma coisa, tenho que pensar...Claire, você sabe onde e com quem está Aaron agora?
-Ele está com uma pessoa na vila, mas como disfarcei bem, eles acreditam em mim e resolveram proporcionar uma aproximação entre a gente. Aaron tem passado as noites comigo, mais tarde provavelmente ele virá a minha casa.
-Ótimo! Precisamos levá-los daqui o mais rápido possível!
-Mas Jack, eles irão dar falta dos dois e mais do que depressa, virão atrás de nós. E se eles atacarem a praia? Pelo que vimos, não há gente suficiente para um confronto com os outros.
-É Jack, a Kate tem razão. O povo da praia está totalmente vulnerável com as doenças, não poderemos jamais vencê-los.
-Quem disse que levaremos Claire e Aaron para a praia? E se a gente arranjasse um esconderijo para os dois?
-Boa idéia! Já sei onde podemos escondê-los. Certa vez, quando eu estava sozinho perdido no mato, caí em uma armadilha: era da Danielle. Foi aí que nos conhecemos. Ela me levou para um dos vários esconderijos dela, ficava embaixo do solo. Lembro-me onde fica, é seguro.
-Está certo Sayid. Faremos isso então.
Aaron foi à casa de Claire naquela noite. Um pouco depois dele chegar, Claire arrumou suas coisas. Disse-lhe que iam fazer um passeio bem legal. Aaron a tratava como sua mãe. Após ser submetido ao tratamento, ele se esqueceu totalmente de Kate. Ao vê-los juntos, Kate ficou arrasada. Seu coração estava apertado, pois sabia que o tinha perdido para sempre. Eles partiram silenciosamente, embarcaram na canoa e retornaram a ilha original, rumo ao esconderijo de Rousseau.
Mulder, Scully, Hurley e Locke caminhavam sem parar, mas não sabiam mais aonde ir. Não havia pistas, não faziam idéia do que procurar. Scully começava a perder as esperanças de encontrar William. Ele não estava mais naquela cela de antes, pois aquela também ficava na ilha-prisão. Ele estava na ilha original, só que do outro lado da praia, onde ficava um outro agrupamento dos “outros”. Locke não chegou a ver William, pois quando o garoto chegou na ilha, John já se encontrava fora dela. Mesmo assim, Locke os conduzia em direção ao agrupamento que conhecia. Estavam quietos, cansados, quando de repente um clarão surgiu em plena escuridão da noite. Correram em direção da luz. Só conseguiam enxergar um branco total até que a figura de um menino surgiu: era William!
Mesmo sem vê-lo há anos, mesmo praticamente não o conhecendo, Scully sabia que se tratava de seu filho. Ela podia sentir, embora não entendesse como. Com lágrimas nos olhos, foi caminhando em direção a ele. William a olhava de maneira intensa e foi sorrindo que disse:
-Oi mamãe, até que enfim nos reencontramos!
Scully se ajoelhou e os dois se abraçaram de forma emocionante. Mulder também os abraçou. Ficaram os três ali juntos, abraçados, aos prantos. Depois de anos, eles finalmente se reencontraram!

TO BE CONTINUED...

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Fic: A verdade está na ilha-Capítulo 12: Vestígios de Aaron

Scully tinha examinado muitas pessoas, mas precisava obter diagnósticos mais precisos. Coletou material para análise, o qual levou para a estação médica. Juliet a acompanhou com o objetivo de mostrar-lhe o caminho e também discutir alguns casos. Ao chegar ao local, Scully não acreditou. Como é que podia existir aquilo no meio do mato? Quem será que tinha construído aquele mini-laboratório e com qual objetivo?
Juliet resolveu descansar um pouco após a longa caminhada até chegarem à estação. Scully, apesar de cansaço, estava curiosa demais com aquele lugar, preferindo portanto começar o seu trabalho. Aproveitando-se da distração de Juliet, Scully começou a olhar cada canto da estação médica, fuçando livros, relatórios, instrumentos, remédios até que sem querer, tropeçou e se apoiou em um armário. Percebeu que o mesmo se mexeu. Resolveu arrastar o móvel. Havia uns tijolos soltos na parede atrás do armário. Intrigada, Scully os retirou cuidadosamente para não fazer barulho. Qual foi a sua surpresa ao se deparar com uma sala secreta, parecia sala de cirurgia.
A ex-agente foi observando o estranho local, havia pastas e mais pastas. Resolveu ler o que tinha dentro. Ficou horrorizada. Papéis descreviam procedimentos complexos de testes de aplicação de DNA alienígena em humanos. Havia arquivos com nomes de muitas pessoas, fichas médicas relatando detalhes de como a pessoa ficou após ser submetida a tais testes.
-Vejo que de ex só tem o nome porque você continua se comportando como uma agente do FBI.
Scully estava tão compenetrada que nem tinha visto Juliet entrar na tal sala secreta.
-É verdade o que estou lendo aqui? Afinal, o que vocês fazem aqui nesta ilha?
Juliet não tinha como negar, Scully havia descoberto a verdade.
-Só me responda uma coisa: o meu filho! É verdade, ele esta aqui não está? O que estão fazendo com ele? Juliet, não se faça de desentendida, vocês testam as pessoas, as crianças. Fale! – Scully estava furiosa com o jeito blasé com que Juliet a olhava.
-Já te disse o que vim fazer aqui nesta ilha. Quando descobri que eles também faziam esses testes absurdos, quis ir embora imediatamente! Sou uma cientista, sou aberta a experiências, mas nunca fui a favor desse tipo de ciência. Escute-me, eles não fazem esses testes com crianças, apenas foi feito com um grupo bastante expressivo de habitantes aqui da ilha. As pessoas submetidas aos testes se tornaram imunes a muitas doenças, além de adquirirem uma força descomunal. O médico que realizava essas experiências, Ethan, testou nele mesmo. Por essa razão, apresentava inclusive uma resistência e força intensas, o grupo do Jack até apanhou bastante dele mas eles o mataram.
-Como é que você teve a coragem de permitir tais procedimentos? Onde está sua ética?
-Eu tenho uma irmã. Ela praticamente estava terminal. Eu a utilizei como cobaia de um experimento meu de genética, ela sempre quis ter um filho e consegui dar pelo menos isso a ela. Ben prometeu ajudar a curá-la, desde que fizesse meu trabalho e ficasse na ilha. Ela e meu sobrinho, que nem cheguei a conhecer, são tudo para mim. Eu faria qualquer coisa para salvá-los e foi o que fiz. Ethan teve uma idéia de desenvolvermos um composto que poderia salvar as grávidas da ilha, mas aquelas que conceberam aqui morreram do mesmo jeito e a única que não morreu foi a Claire. Nós demos algumas injeções nela e ela conseguiu ter o bebê na ilha, só que ele foi concebido fora dela. Acho que chegou a conhecê-lo, ele é o Aaron.
-Aaron? Mas, espera aí, ele não é filho da Kate?
-Não. Ele é filho da Claire, que sumiu dias antes dos 6 saírem da ilha.
-Ele foi seqüestrado e levado pelos”outros”, assim como acredito que meu filho também tenha sido. Você disse que testes com DNA alienígena não eram feitos com crianças, mas então o que fazem com elas? Por que as seqüestram?
-As mulheres da ilha que querem ter filhos não podem por causa dos problemas que lhe falei. Se você passa muito tempo “presa” neste lugar, pode ficar louca. Essas mulheres não podem ter filhos próprios, então quando se deparam com crianças, querem adotá-las imediatamente...
-Juliet, me responda, que tipo de teste é feito?
-Bem...é uma espécie de tratamento psicológico. Harper, a psicóloga, desenvolveu um método capaz de fazer com que as crianças não sofram; para tanto, elas são condicionadas a esquecerem seu passado, seus antigos pais... e se adaptarem a ilha. Depois do tratamento, elas passam a pensar que seus pais são esses da ilha.
-Isso é um absurdo! Como você sabe disso tudo e não faz nada para impedir? Que espécie de médica é você?
-Infelizmente também sou prisioneira desta ilha! Há anos queria sair daqui, não agüento mais! Eles sabem onde minha irmã e meu sobrinho estão, eu os vi certa vez na antiga sala de comunicações de Mikail... Se eu tentar alguma coisa, com certeza irão atrás dos dois! – Juliet chorava de desespero.
-Temos que fazer algo urgente! Meu filho corre perigo, Aaron também. Não posso permitir que eles sejam submetidos a tal tratamento insano!
As duas voltaram à praia. Convocaram uma espécie de reunião com a finalidade de encontrar uma solução para o problema. Jack ficou abismado quando ouviu sobre as experiências. Ele se decepcionou com Juliet, logo ela que tinha se tornado sua cúmplice, tão sensata e racional. Sempre soube que ela escondia muitos segredos, mas nunca deste tipo. Kate ficou descontrolada com o que poderia estar se passando com Aaron. Decidiram sair imediatamente em busca das crianças, principalmente Aaron e William.
Juliet resolveu ficar na praia, pois alguém tinha que cuidar dos doentes. Sawyer também ficou, pois tinha que zelar pela segurança do povo da praia, ainda mais porque agora também havia uma criança ali, Ji-Yeon. Um grupo resolveu partir, dividindo-se em dois, cada um foi para um lado da ilha: Jack, Kate e Sayid de um lado, Mulder, Scully, Hurley e Locke, de outro.
Mulder estava bastante preocupado com William, mas também queria muito saber de tudo sobre os tais testes com alienígenas, ele tinha acreditado na hora quando Scully lhe contou sobre as fichas médicas da estação; se lembrou de Richard, do dia da perseguição:
-Falei para você, Scully, aquele homem não é deste mundo!
Scully estava tão aflita e nervosa com o possível reencontro com William que nem quis saber de pensar nisso naquele momento. Mulder e Locke estavam se dando muito bem, o careca há tempos não conhecia alguém tão “mente aberta” como ele.
Kate andava depressa, queria achar logo Aaron. Sayid notou algumas pegadas em certos trechos da mata, Kate procurava rastrear minuciosamente. Ouviram latidos no mato, era Vincent novamente. Desta vez, o esperto cão trazia um papel na boca. Sayid retirou e abriu. Era um desenho de criança, no qual havia 3 pessoas: a mamãe, o papai e o filhinho. Kate olhou o desenho e imediatamente reconheceu os traços de Aaron. Jack se emocionou ao vê-lo desenhado ali, no universo de Aaron. Kate ficou um tanto embaraçada ao interpretar o desenho. No decorrer do caminho, mais papéis foram encontrados. Esses desenhos tornaram-se espécie de vestígios, os 3 iam seguindo até que encontrarem uma ponta da ilha que dava para o mar.
Avistaram 2 pessoas dentro de uma canoa que vinham em direção à ponta. Se esconderam. Se os vestígios que encontraram deram ali, na beira do mar, é porque provavelmente os outros tinham levado Aaron para aquela outra ilha, a mesma em que Jack, Kate e Sawyer estiveram como prisioneiros dos outros. Combinaram de roubar a canoa para que pudessem chegar àquela ilha. Sayid ficou de um lado, Jack e Kate de outro. O iraquiano deu o sinal, então os 3 partiram para cima das 2 pessoas. Deram socos e pontapés, Sayid deu uma “gravata” em um, Jack socou o outro, mas Sayid achou melhor por garantia matar também a outra pessoa, dando o seu famoso “golpe das pernas”. Pegaram a canoa e embarcaram. Chegaram do outro lado, Jack e Kate sentiram calafrios ao lembrarem daquela ilhazinha-prisao.
Ficaram escondidos até o anoitecer. Se fossem resgatar o garoto, seria mais fácil se camuflar à noite. Finalmente avistaram Aaron, se balançando no parquinho. Resolveram usar Vincent (sim ele também viajou de canoa com eles) como isca, toda criança gosta de cachorro e certamente se o garoto o visse, iria atrás dele no mato. Aaron viu o labrador por perto e sorriu. Correu procurando o cão e ficou frente a frente com Kate.
-Aaron, meu filhinho querido, mamãe veio te buscar!
-Socorro!

TO BE CONTINUED...

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Fic: A verdade está na ilha-Cap 11: William e as crianças da ilha

A noite na ilha corria solta. Kate tentava se desamarrar de forma discreta, disfarçando para que ninguém percebesse.
-O que você pensa que está fazendo, sardenta? É incrível, uma vez bandida, sempre bandida!
-Cala a boca, Sawyer! Não estou fazendo nada!
-Eu vi você tentando tirar a corda, não se faça de boba. Qual é, amarradinho é mais gostoso!
-Escute, Sawyer. Eu preciso que me solte agora! Capturaram Aaron e tenho que achá-lo!
-Mal chegou e já está querendo correr perigo e ir atrás de alguém!
-Não tenho tempo para brincadeiras, por favor!
-Me diz uma coisa sardenta...percebi que você e o doutor não estão muito próximos, o que aconteceu neste tempo todo hein? Pensei que tivesse te perdido para sempre, mas pelo visto...
-Não estamos juntos se é o que você quer saber. Eu o odeio! Ele me fez coisas horríveis, só voltei para a ilha por causa do Aaron.
-Ah se fosse eu que tivesse saído...jamais deixaria você sozinha!
Kate ficou meio sem graça ao ouvir aquilo. Olhou adiante e notou que Jack não tirava os olhos dos dois. Só para provocá-lo, deu um sorriso para Sawyer. Jack ficou furioso, com muito ciúmes. Não agüentaria ver aqueles dois juntos novamente, era demais para seu coração.
-Sawyer, você me deve ajuda, pois lembra-se da promessa que te fiz no helicóptero? Pois é, eu cumpri. Me custou muito, um noivado desfeito! Agora é a sua vez, você me deve um favor.
-Espere aí, noivado? Com quem você ia se casar sardenta?
Ela olhou em direção a Jack, indicando-o com a cabeça. Depois, ficou com olhar triste, cabisbaixa.
-Você e o doutor? Mas que droga, ele sempre tem que me vencer, quem mandou ele te pedir em casamento antes?
Desta vez Kate não sorriu. Esse assunto ainda era muito doloroso para se tornar piada.
-Mas e você, Sawyer? Notei que está bem próximo de Juliet.
-Pois é, somos os novos líderes da comunidade! A gente tem um lance sim, mas Juliet é uma esfinge, sabe? Ela é uma mulher difícil, enigmática, nunca sei o que quer, no que está pensando. Mas não se preocupe, sardenta, agora que você voltou...
-Nem pense nisso Sawyer, não estou com cabeça para nada! Só quero ter meu filho de volta! Então, vai me ajudar?
-Vai ajudá-la a fazer o que? – Juliet apareceu do nada.
-Não é nada não, só estamos botando o papo em dia!
-Sawyer, precisamos conversar.
Juliet e Sawyer se afastaram. Ela tinha uma fisionomia preocupada. Pareciam estar discutindo algo muito sério ao longe. Por um instante, Kate olhou adiante e seu olhar cruzou com o de Jack, amarrado em outro canto. Ela podia dizer que o odiava, mas era da boca para fora. Sentiu um arrepio no corpo inteiro ao sentir o olhar dele.
Mulder percebeu que Scully estava pensativa.
-Hei, Scully! O que foi?
-Essa mulher, essa loira. Não sei, acho que a conheço de algum lugar. Deixe-me ver...
-Será que de algum caso que fomos resolver?
-Não, não. Acho que não teve a ver com o trabalho...Espere! Será que ela é quem estou pensando? Esses olhos grandes azuis, esse rosto...É ela sim! Agora estou reparando mais de perto.
-Scully que suspense é esse? Me fale, de onde conhece ela?
-Se eu não me engano ela também estudava Medicina na mesma faculdade que eu. Era uma aluna brilhante, por isso me lembro. Ela se destacou por causa de suas pesquisas genéticas já desde aquela época! Como era mesmo o nome dela?
-Pelo que ouvi é com J. Julia, Julianne, sei lá.
-Juliet!
Juliet ouviu Scully chamando seu nome e se aproximou.
-Eu conheço você! Eu também sou médica, estudamos na mesma faculdade.
-É mesmo? Não me lembro.
-Sou Dana Scully. Resolvi sair um pouco da medicina para me alistar no FBI.
-Dana Scully...ah sim, acho que ouvi falar em você. A médica que se tornou agente especial. Agora me lembro!
-Li em revistas científicas maravilhas sobre seu trabalho com genética. Mas me diga, o que a trouxe até aqui?
O semblante de Juliet se fechou. Ela relatou o seu propósito na ilha como médica de fertilidade e também sobre o estranho fato de que as mulheres não conseguiam dar a luz naquele lugar. Scully e Mulder ficaram intrigados com tal fenômeno. Então, Juliet soltou Scully e Jack. A loira pediu que os dois a seguissem em uma barraca distante.
-A situação é a seguinte. Resolvi soltar os dois porque preciso de ajuda médica urgente!
-O que está acontecendo, Juliet? – perguntou Jack preocupado.
Juliet explicou que durante esses anos que se passaram, muitos morreram de forma inexplicada. Grande parte do povoado ficou doente de repente, ela fez o que pôde mas eram só ela e Bernard de médicos ali e não puderam cuidar de casos mais complicados. As doenças não tinham um padrão, havia pessoas com febre alta, outros com dor crônica, outros com câncer, enfim, uma variedade grande de doenças. Não era água nem alimento contaminados. As pessoas simplesmente adoeciam. Agora com a presença de mais dois médicos na ilha, talvez conseguissem tratar mais gente. Scully e Jack combinaram de dividir grupos de pacientes, iriam verificar cada caso e depois decidiriam quais eram de maior gravidade, qual tratamento dariam, etc.
Depois de ter examinado algumas pessoas, Jack adentrou uma tenda e quase caiu de costas quando viu o paciente:
-Jin?
Sim, era ele, o coreano não estava morto. Jack sorriu com lágrimas nos olhos, porém a situação não era muito animadora: Jin estava muito doente. Estava com febre, fraco, totalmente debilitado e o pior, tinha um tumor. Jack imediatamente pegou todos os exames que Juliet tinha feito em Jin, na estação médica e ficou estudando. Tinha decidido que o coreano seria sua prioridade, um meio de se livrar da culpa por ter ido embora naquele fatídico dia. Jack foi correndo falar com Sun, que não acreditou no que ouvira. Jin estava desacordado, porém mesmo assim a coreana passou as mãos em seu rosto e prometeu que não iria sair dali nunca mais, iria lutar até o fim para cuidar dele. Ainda olhava para Jack com ódio, pois se tivessem levado Jin com eles no helicóptero, ele jamais teria ficado doente e sozinho daquele jeito. Jack prometeu a Sun que faria o possível e o impossível para salvá-lo.
-Salvá-lo? Talvez seja muito tarde para isso! Você praticamente o matou naquele dia!
Jack sentiu aquelas palavras de Sun como se fossem agulhadas. Agora mais do que nunca ficaria obcecado em curar o paciente.
Enquanto isso, em um outro lugar na ilha...
-E então, ele já disse alguma coisa?
-Nada! Permanece imóvel, quieto no seu canto.
-Tem certeza que é esse o garoto? Faz alguns dias que ele chegou e não houve progresso algum.
-Temos que ter calma! É só darmos um tempo para ele. Uma hora ele demonstrará seu potencial.
Richard e um outro saíram da sala. Dentro dela, um menino assustado se espremia perto da parede, agachado em um cantinho. Era William. Seus grandes olhos azuis se arregalaram ao ver os dois homens se distanciarem no corredor.
Ele estava vivendo em uma propriedade um tanto isolada, com seus pais adotivos. Tinha certeza que ali não era seu lugar; apesar da pouca idade era bastante adulto e esperto além da média. Certo dia, um homem veio lhe visitar. Ele dizia que tinha uma escola especial, voltada para crianças que apresentavam QI diferente da maioria, ou seja, quase superdotados. Na escola, as crianças iriam aproveitar melhor o seu potencial. Esse homem era Richard Alpert e assim como fizera com Locke, fez também testes com William. Porém, o garoto percebeu que ele mentia, que algo muito nebulosos estava por trás de sua proposta. E por isso, fez os testes errados de propósito.
Richard achou estranho ao ver os resultados, havia pesquisado bem o perfil de William e tinha certeza que ele era um “escolhido”. Ao cair da noite, William sentiu um clarão vindo de sua janela. Foi verificar e ouviu uns sons esquisitos, pareciam cochichos. Corajoso, desceu as escadas e abriu a porta da sala. Continuou ouvindo os sussurros mais altos e foi seguindo o ruído. Olhou ao redor, não viu nada. Sentiu uma picada na perna, quando olhou para baixo para verificar, desmaiou. Acordou em uma sala fechada, de quando em quando vinham pessoas estranhas aplicar testes, os quais ele fazia questão de driblar, fazendo tudo errado.
Naquela manhã, os corredores estavam agitados, um corre-corre de gente. William só observava da janelinha da porta de sua “cela”. Sabia que algo muito perigoso era feito com crianças, pois dias depois de sua chegada, “conversou” com uma outra garota da “cela” ao lado, porém no dia seguinte, ela foi levada para uns testes em uma sala barulhenta. Quando retornou, não reconheceu William. Ele estava apavorado, sabia que mexiam com a cabeça das crianças de modo que elas pareciam outra pessoa depois, bem mais dóceis e sem memória. Isso havia acontecido também com todas as crianças da parte traseira do avião da Oceanic. Elas foram capturadas pelos outros e tempos depois, não recordavam mais de suas vidas anteriores ao acidente.
William olhou pela janelinha e viu que um outro garoto chegou: era Aaron.
-O que faremos com ele? Iremos colocá-lo na “cela” 3B?
-Não, não. Esse garoto é prioridade. É melhor levá-lo direto para a sala comportamental.

TO BE CONTINUED...