sábado, 13 de fevereiro de 2010

Fic: A mulher, a amante

Shipp: Mevi
Categoria: Actor fic, Smut
Capítulos: 1 (One-shot)
Classificação: NC-17
Completa: [x ] Yes [ ] No
Resumo: Matt, Margh e Evi estão na mesma festa. O que resultará desse encontro embaraçoso?
N/A: Fic faz parte do “Projeto Mevi para maiores”


Evangeline acabara de chegar no quarto do hotel onde estava hospedada quando o celular tocou.
-Evi?
-Foxy? Hei! Acabei de pegar o meu vestido para a festa de hoje à noite. Acho que você vai gostar.
-É mesmo?
Matt falou de um jeito um tanto estranho, Evi percebeu no ato.
-O que está acontecendo Matt? Sua voz está esquisita, algum problema?
-Er...Sim. É a Margh.
-O que tem a Margh?
-Ela decidiu ir na festa comigo.
Evi começou a andar de um lado ao outro. A notícia lhe caiu como um soco no estômago.
-Merda! Eu não acredito! Mas você garantiu que ela não estaria lá!
-Pois é, mas ela não ia mesmo, mudou de ideia na última hora! Evi, sinto muito.
-Sente muito? Não sei por que eu ainda acredito em você! Já faz um tempo que me disse que ia deixá-la, mas até agora nada!
-Já conversamos sobre isso, não é tão simples.
-Pois eu digo o que é simples, chega, acabou!
-Evi...

Evi ficou com tanta raiva que bateu o telefone na cara dele. Ela recebeu convite da festa que aconteceria após a premiação do Globo de Ouro. Matt iria apresentar um prêmio e depois também iria para a mesma festa. No começo, Evi não queria ir, mas ele insistiu, já que Margh não estava a fim de acompanhá-lo na cerimônia. Matt então pensou que seria um bom momento para que pudesse estar com Evi. Na frente de todos, seriam os bons amigos que achavam que eles eram. O plano era se encontrar meio casualmente na festa, fazer uma média, ficando um tempo lá para depois, disfarçadamente saírem, com um intervalo de uns minutos para que ninguém desconfiasse, é claro. Assim, passariam a noite juntos em um dos tantos lugares escondidos que os dois arranjavam para seus encontros secretos de amantes.

No entanto, parecia até que Margh desconfiara de alguma coisa, ela de repente resolveu acompanhar o marido e por conseqüência, estragar a bela noite que eles tinham programado.

Evi estava furiosa. Jogou o cabide com o vestido coberto com um plástico com tudo na cama. Não era justo! Ela tinha finalmente encontrado um vestido perfeito para a grande noite e agora estava tudo acabado!

As horas se passaram e ela permaneceu emburrada no quarto do hotel. Pensou em comprar as passagens para ir embora no dia seguinte, não queria mais ficar nem um minuto em LA. Tomou um banho e enquanto estava de toalha penteando os cabelos, olhou para o vestido esparramado ao lado. Retirou-o do plástico e colocou por cima do corpo, se olhando no espelho. Como um estalo, decidiu mudar de ideia: iria na festa sim, nem que fosse para provocar Matt e fazê-lo ver o que ele estava perdendo.

Compareceu no salão de cabeleireiro com a hora marcada para fazer maquiagem e as unhas. Depois, voltou para o hotel e se arrumou com esmero, queria ficar deslumbrante e obteve sucesso em sua empreitada. O vestido era preto, estilo frente única, com uma faixa branca na cintura e tinha um ousado decote na frente, além de uns cortes nas laterais que deixavam parte do corpo e as costas à exposição. Evi amarrou os cabelos em um rabo de cavalo. O salto alto a deixava ainda mais elegante.

Já se passava da 1 da madrugada quando Evi chegou na festa. Muita gente circulava pela entrada, famosos, curiosos, fotógrafos. Ela bem que tentou passar despercebida no meio da multidão, mas os fotógrafos logo a avistaram e dispararam seus flashes sobre ela.

Evi acenou para eles sorrindo, embora estivesse nervosa por dentro. Tentava se acalmar, mas ela sabia que o que estava por vir seria tenso. Ele estaria por lá. E com a esposa. O pior é que ela estava sozinha, não tinha chamado nenhuma amiga porque estava crente que seria uma noite com Matt. Ele tinha avisado em cima da hora sobre Margh, não daria tempo para ligar para ninguém.

Mesmo assim, respirou fundo e adentrou no salão. Seus olhos percorriam o local, ansiosos à procura dele até que finalmente ela o avistou. Ele estava longe, sentado em uma das mesas, ao lado da mulher. Evi se deteve a contemplar aquela terrível imagem. Por que não era ela que estava do lado dele? No mesmo instante, seus olhos se encheram de lágrimas, de ódio, de ciúmes e de pena de si mesma. Ela começou a se arrepender de ter ido à festa, com certeza não iria suportar essa palhaçada toda.

Quando rumava em direção à saída, resolveu dar um último olhar para ele e aí residiu o seu deslize porque Matt pareceu sentir que ela o fitava e no mesmo momento, ele olhou para ela. Sua expressão era de surpresa, Matt enrugou a testa, demonstrando não acreditar que ela tinha vindo, ainda mais depois de gritar e bater o telefone na cara dele horas antes.

Os dois se olharam fixamente, parecia que de repente não havia mais ninguém no salão, não havia barulho, não havia música. O momento de encanto foi interrompido por uma voz que chamava insistentemente o nome dela.
-Evangeline, Evangeline!

Margh acenava com o braço, fazendo sinal para que ela fosse em direção à mesa deles. “Droga, era só o que me faltava”, Evi pensou. “Agora vou ter que fazer uma social com essa bruxa!”

Evi não teve escapatória, foi ter com eles.
-Evangeline, não sabia que você estaria por aqui!
Margh a cumprimentou dando-lhe um beijo no rosto. Evi deu um sorriso amarelo.
-É, pois é, decidi de última hora.
-E o Dominic, não veio?
-Não, ele tá trabalhando muito, você sabe, esse ritmo louco de gravações. Vida de ator, correria...
-Sim, sim, mas que bela!
Margh admirava o figurino de Evi, enquanto Matthew parecia encabulado com a situação. Era saia justa demais ter a mulher e a amante conversando bem diante dele. Ainda mais porque Evangeline deu um olhar matador quando o cumprimentou.
-Então, você veio sozinha? Sente-se conosco.
-Não, eu não quero incomodar, na verdade, só vim dar uma passada pela festa.
-Imagina, claro que não vai atrapalhar, não é Matthew?
-Ah? Não, que é isso Evi, fique.
Ele se atrapalhava todo na resposta, passou as mãos no cabelo nervosamente. Desde que se tornaram amantes, nunca mais tinha acontecido esse tipo de encontro entre os 3. Matt e Evi só se encontravam no trabalho e fora dele, apenas escondidos. Eles moravam longe um do outro no Havaí e Matt considerava isso bom, porque assim evitava encontros embaraçosos como esse.

Margh parecia alheia a tensão sexual entre os dois e continuava a tagarelar como boa italiana. Evi procurava disfarçar, o bate-papo estava enfadonho. Ela começou a se sentir extremamente desconfortável e então, procurou descruzar as pernas para trocar de posição. Ao fazer o movimento, sem querer, sua perna roçou nas pernas de Matt por debaixo da mesa, lhe causando um arrepio gostoso. Ela notou que ele também sentiu uma vibração, logo decidiu tornar aquela situação um tanto mais divertida.

Evi descalçou um dos sapatos e direcionou o pé para cima do sapato dele. Matt a olhou de um jeito assustado, seus olhos temiam o que ele sabia que ia acontecer: ela estava disposta a provocá-lo e ia fazer de todas as maneiras que pudesse. Enquanto fingia se ocupar da conversa de Margh, Evi foi subindo discretamente o pé por debaixo da barra da calça de Matt. Ele debruçou um dos braços em cima da mesa e procurava evitar os olhos dela. Realmente ela sabia como mexer com ele.

Evi resolveu dar uma trégua, mas por pouco tempo, só porque o garçom se aproximou. Aproveitou para pedir uma bebida, com certeza não iria suportar passar uma noite tão próxima a Matt e ao mesmo tempo tão distante, visto que não poderia estar com ele como ela queria, Margh estava lá e era uma pedra no caminho.

Assim que o garçom se afastou, Evi encarou Matt e deu um sorriso malicioso. Ele baixou os olhos timidamente, tinha medo da esposa notar o seu grau de perturbação quando Evi estava por perto. Ela resolveu retomar o que estava fazendo, só que se concentrou em deslizar o pé mais para cima, por entre as coxas dele. Matt ficava cada vez mais agitado, começou a suar, estava difícil não ficar excitado com os estímulos de Evi por baixo da mesa. As bebidas chegaram, ele pegou o copo de whisky e tomou a dose de uma só vez.
-Está tudo bem, querido? – Margh finalmente percebeu que ele estava inquieto.
-Tá tudo ok, só está calor aqui dentro.

Evi estava adorando tirar Matt do sério, mas viu que estava indo longe demais e decidiu parar com a brincadeira. Pouco depois, havia fotógrafos circulando pela festa e registrando as estrelas que por lá estavam. Um fotografo chegou na mesa deles e pediu para tirar uma foto. Matt não estava nem um pouco a fim de retrato, mas não quis ser chato, além do que, Margh já se encontrava disposta e sorridente. Era incrível como ela adorava isso, ser fotografada. Ele ficou justamente entre as duas, “situação irônica”, pensava, “eu no meio das duas mulheres da minha vida”.


Apesar de rápido, foi um momento em que pode finalmente estar ao lado de Evi. Matt dispôs as mãos ao redor da cintura dela, seus longos dedos tocaram a pele macia que estava exposta pelo corte do vestido na lateral. Evi estremeceu ao sentir o toque dele em seu corpo.

Depois da foto, ela tomou o seu drink e continuou por um tempo na mesa dos Fox. Mas estava um tanto quieta. Vê-lo ali, ao lado de Margh, ouvir a esposa contando coisas cotidianas do casal fez com que seu coração se despedaçasse. Assim, sucessivos drinks foram entornados, realmente não dava mais para ficar sóbria senão ela enlouqueceria. Matt começou a ficar preocupado, ele conhecia Evi e seu temperamento vibrante e espevitado. Mais um pouco, ela poderia dar com a língua nos dentes e contar tudo sobre o caso deles.

Evi decidiu dar uma volta pela festa, tomar um ar, estava começando a ficar um pouco “alta”. Além do que, precisava sair dali, não aguentava mais sufocar o amor que sentia por ele. Seu semblante era triste e após andar um pouco, achou um cantinho perto do bar e ali ficou. Sentia vontade de chorar, aquela noite estava um pesadelo.


Enquanto olhava para o nada, um rapaz se aproximou. Ele começou a falar algo superficial, era um produtor de cinema. Evi, simpática como sempre, conversava com ele, ainda mais quando notou o olhar encabulado de Matt ao longe. Empolgada e com as bebidas na cabeça, ela ria de forma espontânea, nem tanto pela conversa agradável, mas sim porque estava amando ver a cara feia de ciúmes dele.
-Olha só quem está ali! O Taylor Lautner!
-Quem?
Matt nem prestava atenção no que Margh lhe dizia.
-O bambino que faz papel de Jacob no Twillight. Kyle iria morrer se tivesse aqui. Acha que seria indelicado se eu fosse até lá falar com ele?
-Não, acho que não.
Nesse momento, Evi atravessou o salão, indo em direção ao toalete.
-Por que não vai lá falar com o rapaz enquanto vou lá fora um pouco fumar um cigarro?
-Tudo bem.
Assim que Margh rumou em direção a Taylor, Matt caminhou apressado à procura de Evi. Chegou no corredor dos toaletes, ficou à espreita, esperando que alguém abrisse a porta para que ele pudesse ver se o banheiro feminino estava cheio. Ele precisava urgente falar com Evi. Uma mulher abriu a porta e ele pode notar que estava vazio. Olhou para os lados, como não havia ninguém por perto, entrou subitamente e fechou a porta.

Evi estava passando uma água no rosto para espantar o efeito da bebida, quando se assustou ao olhar o reflexo de Matt no espelho.
-O que está fazendo aqui, ficou louco?
-O que foi isso, Evi? Você vindo aqui só para me provocar!
-Mas você se acha o centro do Universo, não é mesmo? Pensou que eu fosse ficar trancada no hotel, com um vestido lindo desses, à espera de um telefonema seu? Faça-me o favor! Eu vim aqui porque eu também recebi convite e estava a fim de me divertir.
-E se divertiu bastante, não é? Curtindo com a minha cara a noite inteira!
-Pode ficar tranqüilo, Matt, já estou de saída! Pode ficar em companhia da sua linda, cof cof, esposa!
-Está de saída? Sozinha? Ou com aquele cara que você estava conversando há pouco, toda animadinha?
-O que você pensa que eu sou?

Evi já ia falando poucas e boas para Matt, quando eles ouviram um burburinho de vozes se aproximando da porta. Instantaneamente, Matt a pegou pelo braço e a puxou, entrando os dois dentro de uma das cabines. Duas mulheres entraram no banheiro conversando.

Matt e Evi permaneceram quietos e esperavam o banheiro ficar vazio novamente. Evi não se conteve e começou a rir. Estava bêbada demais para segurar o riso, ainda mais naquela situação engraçada. Matt fez sinal para ela parar. Ele estava encostado à parede. Ouviram o barulho da porta principal se abrir e fechar, as mulheres tinham ido embora.

Evi deu uma gargalhada gostosa, Matt estava com cara de bravo.
-Sua doida! O que você queria, que elas nos descobrisse aqui? Qual é a graça?
-Estou rindo de você! Não adianta nada ficar encostado na parede, se alguém olhar para baixo, vai notar os seus pés do mesmo jeito. Os seus sapatos e os meus saltos.
Matt coçou a cabeça pensativo e não se agüentou, começou a rir de sua burrice. Era incrível como ele não conseguia ficar sério perto dela. A alegria de Evi contagiava quem estivesse ao lado dela, se ela estivesse rindo então, era certeiro que ele iria rir por tabela.

Após o ataque de risos, os dois se olharam. Estavam próximos demais um do outro, para que pudessem se resistir. Matt a puxou para si, beijando-a lascivamente. Suas mãos rapidamente deslizaram para a cintura dela, para logo depois subir o vestido e retirar sua calcinha. Ele procurava algum lugar para deixar a peça até que colocou dentro do bolso de seu paletó, o qual havia retirado e pendurado em um gancho atrás da porta do minúsculo cubículo em que estavam.

Enquanto isso, Evi já tinha aberto a calça dele e passava as delicadas mãos por dentro da peça intima. Na verdade, ela tinha iniciado as preliminares bem antes, afinal, o provocara a noite toda. Deste modo, não seria tão difícil fazê-lo chegar à loucura, ele já se encontrava doido de desejo por ela.

Do mesmo jeito, ela também estava ansiosa para tê-lo, ainda mais pelo perigo da situação, eles estavam em um banheiro público, a mulher dele estava na festa, eles poderiam ser flagrados a qualquer momento por quem quer que fosse. Isso a deixava excitada.

Os dois trocaram de posição, agora ela estava encostada na parede. Seus corpos se esfregavam um no outro, ele decidiu acariciá-la, suas mãos passeavam por entre as coxas dela. Ele colocou seus dedos longos em seu centro, ao mesmo tempo em que beijava o seu pescoço. Ela começava a ficar úmida com os estímulos. O membro dele já estava ereto.

A esta altura, com tanto amasso, os seios dela teimavam em escapar pelo decote. Matt aproveitou e com sua língua quente, contornava o bico pontudo e enrijecido, a deixando ainda mais fogosa ao ser saboreada por ele.

Então Evi enlaçou seus braços no pescoço de Matt, sem perder o contato visual. Os dois trocaram beijos calientes e logo ele a levantou, dispondo as pernas dela por trás de seus quadris e a penetrou. Ela estremeceu, o prazer de estar ali, prensada contra a parede, enquanto ele a invadia, com suas investidas precisas, era indescritível.

Matt se movimentava com ímpeto e ambos gemiam, quando ouviram novamente o barulho da porta principal se abrindo. No entanto, o tesão era tão absoluto que eles não queriam parar e o fato de haver outra pessoa ali em alguma das cabines por perto os deixava ainda mais excitados.

Eles procuraram conter os sussurros, mas não conseguiram disfarçar a respiração ofegante. A mulher que estava no banheiro percebeu que havia alguma coisa acontecendo por ali e saiu rapidamente, quase a tempo de escutar um grito de prazer de Evi, que Matt procurou sufocar, a calando com um beijo.

Ficaram no banheiro sozinhos de novo e mais do que depressa, intensificaram o ritmo. Evi não se agüentava mais, ele estava por inteiro, profundamente dentro dela. Os dois pareciam alheios ao perigo e totalmente entregues aquela paixão, tão proibida e ao mesmo tempo tão boa. Evi era bastante expressiva, Matt pode notar o êxtase em seu rosto e perceber que ela tinha chegado em seu ápice. Ele então deixou-se gozar.

Suados e febris, com respiração sôfrega e o coração disparado após o ato sexual, acordaram daquela situação idílica e se deram conta da realidade. Matt arrumou a roupa correndo, ajeitando a camisa amassada, Evi o ajudou a consertar a gravata. Ela decidiu sair primeiro, para verificar se o caminho estava livre. Como não tinha ninguém por perto, ela o chamou e ele mais do que depressa, saiu sorrateiramente do recinto. Ele foi se recompor melhor no banheiro masculino, não podia dar bandeira de jeito nenhum.

Evi arrumou o cabelo e deu retoques na maquiagem. Ela decidiu ir embora naquele momento, não iria ter coragem de cruzar com Margh de novo, ainda mais depois do que acabara de aprontar com o marido dela. Matt atravessou o salão à procura de Margh. Ela estava sentada na mesa de antes.
-Matt, onde raios você se meteu? Fumou o maço inteiro de cigarro? Te procurei por tudo quanto é lugar e não te achei.
-Margh, me desculpa, é que encontrei algumas pessoas importantes, contatos futuros para o cinema, e você sabe, conversa vai, conversa vem. Mas então comecei a te procurar e não te encontrei.
-Deve ser porque eu também estava te procurando nessa hora e nos desencontramos. Mas está tarde, vamos embora?
-Claro!
-Cadê a Evangeline, já foi embora?
-Ã? Foi, foi sim. Ela se despediu rapidinho, te mandou um beijo.
-Nossa, ela estava um tanto alterada, não acha?
-É, a Evi...Evangeline é assim mesmo, já até dei uma bronca nela por causa disso algumas vezes.
Os dois conversavam enquanto iam em direção ao carro.
Ao chegar em casa, ainda falavam sobre a festa. Margh contava sobre a foto que tinha tirado com o ídolo da filha, até que voltaram a falar de Evi.
-Você tem razão, Margh, estou preocupado com a Evi, dirigindo “alta” daquele jeito, sozinha. Acho que vou ligar para ela, só para ver se está bem.
-Ok, mas apaga a luz do quarto quando sair, estou morrendo de sono.

Matt encostou a porta e foi para o outro cômodo. Estava louco de vontade de ligar para ela, ainda mais depois da noite arriscada que tinham vivido.
-Evi? Está tudo bem? Chegou em segurança?
-Claro que estou bem, por que não estaria, hein?
-Nada, eu só estava preocupado, você bebeu um bocado hoje.
-Eu bebi e quem perdeu o juízo foi você.
Matt deu um sorriso tímido.
-Aliás, Matt, tenho que te dizer uma coisa. Com a correria toda da gente no banheiro, eu acabei deixando algo com você.
-O que?
-A minha calcinha.
-O meu Deus, como? Onde ela está?
-No bolso de seu paletó.
-Merda! Tenho que desligar.
Matt voltou correndo para o quarto. Fuçou o terno que acabou de tirar minutos antes até que apalpou a peça que procurava.
-Matt? O que está fazendo? O que está procurando?
-Nada, Margh.
-Por que está revirando as roupas sujas?
-Eu, eu...estou procurando meu isqueiro.
-Vai fumar de novo a esta hora? E depois você me diz que quer parar.
-Prometo que só vai ser esse antes de dormir.

Ele esperou que Margh deitasse na cama para que ele pudesse pegar a calcinha e embolar disfarçadamente em sua mão. Mais do que depressa, saiu correndo do quarto. Colocou a peça dentro de uma sacola e escondeu dentro do carro. Ainda dentro do veículo, pegou o celular e ligou novamente para Evi.
-De novo você? Uau, estou com sorte hoje!
-Evi, sua doida!
-Seu idiota!
Os dois sempre se chamavam um ao outro assim, de brincadeira.
-Quase que a Margh descobre!
-Que pena que ela não descobriu, tá vendo só, se eu não tivesse te avisado...
-Você é totalmente doida mesmo!
-E você mais louco ainda para se envolver comigo!
-O que está fazendo?
-Estou na banheira, totalmente nua, somente encoberta por poucas espumas...
-Banho, hã? A esta hora?
-Preciso relaxar, depois da adrenalina de hoje. Você me deu trabalho, Sr Foxy.
Depois de conversarem por uns minutos, Matt encerrou a ligação. Já tinha corrido perigo demais para uma noite. Pegou o isqueiro e acendeu um cigarro. Enquanto dava suas tragadas, encostou-se no banco e mais uma vez abriu a sacola, observando com um sorriso safado no rosto a minúscula peça preta rendada. Apesar de toda a loucura que cometera, há tempos não se sentia tão feliz. Seu caso com Evi era tão errado, mas ao mesmo tempo tão certo. Ele não sabia onde aquilo tudo iria parar, não tinha certeza de nada, mas por hora, não queria pensar. Apenas fechou os olhos, queria se lembrar de cada instante em que a teve, vivido naquela inesquecível noite.

FIM.









segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Fic: Vambora

Titulo: Vambora
Shipp: Jate
Categoria: Songfic, 4ª temporada, pós SNBH (episódio 4x10)
Capítulos: 1 (One-shot)
Classificação: G
Completa: [x ] Yes [ ] No
Resumo: As primeiras horas de Kate após Jack sair de casa
N/A: A fic faz parte do projeto jate na MPB. A música utilizada é “Vambora” da Adriana Calcanhoto
Vídeo com a música:


Após Jack sair batendo a porta, Kate abraçava Aaron com força. O menino tinha acordado ao ouvir a discussão do casal, mas por sorte não ouviu o que Jack dissera para Kate: “você nem mesmo é parente dele”.

Aquelas palavras ainda ressoavam em seu pensamento. Kate imediatamente subiu as escadas e levou Aaron no colo de volta para a cama. Estava atordoada, mas precisava parecer calma, não queria que o menino desconfiasse de nada.
-Mamãe, mamãe, a baleia!
-O que?
-Pega, pega para mim, a baleia caiu no chão da escada.
-Ah sim, eu já vou pegar.
Kate deitou Aaron na cama e foi buscar o bicho de pelúcia que ele tinha deixado cair. Ao abaixar-se, aproveitou para enxugar as lágrimas que insistiam em cair pelo seu rosto. Seus olhos começaram a ficar vermelhos pelo choro, Aaron olhou para ela e disse:
-Mommy, você está chorando?
-Não se preocupe comigo, querido. Dorme tranqüilo.
-Cadê o Jack, vocês estavam “bigando”?
-Não foi nada, coisa de adulto. Agora dorme, já está tarde para criança ficar acordada. Boa noite.
Kate deu um beijo no rosto de Aaron e o cobriu, colocando o seu brinquedo do lado do travesseiro. Ao fechar a porta do quarto, pôs as mãos sobre a boca, queria sufocar o pranto que estava novamente por vir.

Kate foi para o seu quarto mas não conseguiu se deitar. Andava de um lado para o outro, remoendo por dentro a discussão que teve com Jack. Ao mesmo tempo em que estava morrendo de raiva, esperava que ele retornasse logo para a casa após esfriar a cabeça. Ela pensava que ele voltaria dali a algumas horas. E esperava impaciente Jack entrar por aquela porta.

Entre por essa porta agora
e diga que me adora
Você tem meia hora
pra mudar a minha vida


As horas se passaram e nada de Jack voltar. Kate se revirava na cama e olhava de tempos em tempos para o relógio. Mesmo sabendo que ele iria passar a noite fora, ainda assim tinha esperanças de que ele voltasse.

Vem vambora
que o que você demora
é o que o tempo leva.


Amanheceu. Kate mal tinha conciliado o sono quando ouviu Aaron chamá-la. Foi preparar o café sonolenta, sua cabeça pesava. Aaron parecia alheio a tudo e brincava como sempre com seus bonecos sob a mesa.

Mais tarde, Cassidy passou lá para pegar Aaron, ele iria passar o dia com Clementine no parquinho. Sozinha em casa, Kate decidiu tomar um banho, mal conseguia disfarçar a tristeza em seu rosto. Começou a chorar quando abriu o armarinho do banheiro e viu o barbeador.

“I bought you a razor. Razor's by the sink, Jack...”

As piores horas seriam aquelas primeiras, em que se podia notar a ausência dele por todos os cantos. Por causa das duas toalhas penduradas perto do box, pelos objetos e roupas masculinas que ainda permaneciam lá na casa. Kate se agarrava na esperança de que ele voltaria, nem que fosse para pegar os seus pertences e assim, eles poderiam conversar de novo e quem sabe, ela pudesse convencê-lo de que ele poderia confiar nela.

Mas dias se passaram e ele não tinha voltado. Quando Kate estava colocando Aaron para dormir, o menino lhe perguntou subitamente:
-Mamãe, cadê o Jack?
-O Jack...ele...ele teve que viajar por causa do trabalho. É isso.
Ela teve que inventar uma desculpa imediatamente e acabou dizendo as primeiras palavras que veio em sua cabeça.
-É por isso que você estava chorando, porque está com saudades?
-Eu não estava chorando, bebê.
-Tava sim, eu vi.
O menino sentou-se na cama e a abraçou.
-Tudo bem, mamãe, eu sei que você está triste, eu também estou com saudades dele. Ainda mais porque queria tanto ouvir uma historinha...
-Filho, se você quiser, eu posso ler para você.
-Oba!
Kate pegou o livro e paralisou. Ao abri-lo, pode sentir o perfume que ainda exalava por meio de suas páginas.

Ainda tem o seu perfume pela casa
ainda tem você na sala
Por que meu coração dispara
quando tem o seu cheiro
dentro de um livro
dentro da noite veloz


Ela contou a história para Aaron, mas teve que segurar o choro. Era difícil.
-Prontinho Aaron, gostou da historinha?
-Gostei, mas...
-Mas o que?
-Nada não, mamãe.
-O que, fale Aaron!
-Não fique brava comigo, mamãe, mas é que você não sabe contar do jeito que o Jack contava. Era tão legal! Mamãe, ele vai demorar?
-Não sei, filho, só sei que já está tarde e é hora de você dormir.

Sob o protesto do menino, Kate puxou a coberta e ligou o abajur. Ela ficou por lá por um tempo, passando a mão no cabelo dele até que Aaron finalmente pegou no sono. Kate foi então para o seu quarto. Ela estava furiosa com Jack, ainda mais depois de ouvir aquilo de Aaron. “Como ele podia fazer uma coisa dessas, ir embora daquele jeito?”, Kate pensava. Ela podia tentar superar a dor da perda, mas e o garoto? Como explicar para ele a sua ausência?

Kate decidiu que era hora de esquecê-lo. Ela precisava disso. Não podia mais agüentar o sofrimento. Ele não ia mais voltar. Jack tinha ido buscar suas roupas e todos os seus pertences quando ela não estava em casa. Ainda doía quando ela abria o guarda-roupa e via um espaço vazio. Ela não tinha reocupado as gavetas que eram reservadas para as roupas dele. Ele não estava mais ali, mas ela se lembrava dele ao ver os espaços vazios os quais ela não conseguia preencher.

Ainda tem o seu perfume pela casa
ainda tem você na sala
Por que meu coração dispara
quando tem o seu cheiro
dentro de um livro
dentro da noite veloz


Em especial, havia uma gaveta com apenas uma coisa dentro: uma caixinha preta. Kate de quando em quando relutava, mas mesmo assim, não resistia e abria. Passava horas observando o anel reluzente de noivado, se lembrando de cada detalhe daquela noite do pedido de casamento.

“Will you marry me? Yes, of course I will, Yes!”

Mais uma lágrima teimava em cair, Kate guardou o anel e fechou correndo a gaveta. Deitou-se, abraçou o travesseiro e olhava tristemente para o lado vazio da cama, o lado dele. Por mais raiva que sentisse, ela ainda palpitava e prendia a respiração cada vez que o telefone tocava, podia ser ele. Quando a campainha soava, seus olhos sem querer vibravam aflitos, esperando que o alguém atrás da porta fosse Jack.

Kate deslizou-se e decidiu dormir daquele lado da cama, o de Jack, assim quem sabe pudesse fazer com que seu coração ficasse menos apertado. Mas a saudades era grande...

Ainda tem o seu perfume pela casa
ainda tem você na sala
Por que meu coração dispara
quando tem o seu cheiro
dentro de um livro
dentro da noite veloz

Ainda tem o seu perfume pela casa
ainda tem você na sala
Por que meu coração dispara
quando tem o seu cheiro
dentro de um livro
nas cinzas das horas.


FIM.