segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Fic: O amor tudo vence-Capítulo 6: Aqui se faz, aqui se paga

Evie ficou apavorada ao ler a carta anônima. Quem seria? Não sabia o que fazer. Pensou em chamar Matt para conversar, porém temia que a situação se agravasse, uma vez que não podiam em hipótese alguma serem flagrados juntos, aí sim seria a prova definitiva de que tinham um caso. O pior é que não podia contar com ninguém para ajudá-la. Estava tão aflita que só dormiu à base de comprimidos.

No dia seguinte, ela tinha gravação. Chegou no set com uma aparência ruim, tinha olheiras e estava com cara de esgotada. Josh percebeu que ela não estava legal, visto que chegou séria e nem brincou com o pessoal, coisa típica de Evie. Matt não ia gravar no dia, mas Evie tinha muitas cenas. Apesar de ter decorado suas falas com antecedência, os acontecimentos dos últimos dias fizeram um rebuliço em sua vida, fazendo com que ela se esquecesse de várias partes.

Evie simplesmente não conseguia se concentrar. Estava super nervosa com o lance da carta, ainda mais por que naquela manhã, recebeu um telefonema ameaçador de David. Ele pediu uma quantia considerável de dinheiro em troca das fotos e marcou um local para ser feita a transação dali a 3 dias.

Evangeline se sentia sufocada, encurralada. Elizabeth também percebeu o seu estado e durante um intervalo das filmagens, foi falar com ela no trailler.
-Evie, posso entrar?
-Claro, Liz, o que foi?
-Eu é que te pergunto. Todos nós notamos o seu nervosismo, você chegou com cara de preocupação, parece que é algo muito sério. Escute, você pode se abrir comigo se quiser, tudo bem?
Evie começou a chorar. Ela não se conteve e contou tudo para Liz, sobre Matt, a chantagem...Não conseguia mais segurar a barra sozinha, precisava desabafar com alguém. Liz ficou surpresa com a revelação do envolvimento entre seus colegas, mas procurou transmitir calma para consolar a amiga.

-Evie, acho que você não deveria cair na conversa desse chantageador. Você sabe que chantagem nunca tem fim, cada vez mais ele vai pedir dinheiro, até não poder mais.
-Eu sei, mas o que eu posso fazer? Não posso correr o risco.
-Sinto muito, agora entendo o seu desespero. Queria tanto poder te ajudar!
-Já está ajudando sendo minha confidente.

Liz deu um abraço de conforto em Evie e ajudou a se recompor. Iria ser um longo dia de filmagem.

Enquanto isso, na redação da revista Vanity Fair...

Ashley estava sozinha na sala. Resolveu ligar para David.
-Então, querido, tudo arranjado?
-Sim, já liguei para ela fazendo a ameaça!
-Hahaha, bem feito para aquela vadia! Acabo de terminar a seleção de fotos dela, com essa cara de anjo...só cara, porque de resto! Não tenho um pingo de dó, queria tanto ouvir você chantageando a pobre!

Apesar de não se dar conta, Ashley não estava sozinha, pois assim que ligou para o namorado, Annie estava passando no corredor e ouviu toda a conversa. A fotógrafa ficou perplexa ao ouvir as palavras venenosas de sua assistente. Esperou Ashley desligar o telefone e pediu que ela fosse até sua sala.

-Pois não, Annie, se é sobre as fotos, eu já arrumei tudo, está tudo diagramado conforme você me pediu.
-Cada vez que eu vivo mais eu me surpreendo mais com o comportamento sórdido das pessoas.
-Do que você está falando?
-De você e do seu namorado. Era com ele que você estava falando ao telefone, não era?
-Sim, Annie, me desculpe, eu sei que estou no horário do expediente e...
-Poupe-me de suas desculpas furadas, não se faça de boba, ou melhor, não me faça de idiota. Eu ouvi tudo, Ashley!
-Ouviu o que?
-Você e David estão chantageando Evangeline. Sim, porque ouvi claramente você xingá-la de vadia...
-Não estava falando dela, imagina!
-Aé, acontece que as únicas fotos que você está selecionando são dela. Chega, não quero ouvir mais nada. Você está demitida!
-Demitida? Como assim? Annie, não pode fazer isso, foi tudo um mal entendido. Por favor, trabalho há anos aqui na revista, sempre fui uma profissional dedicada e exemplar, preciso desse emprego!
-É melhor você acabar de vez com essa chantagem absurda! Quem você pensa que é? Eu trabalho nesta revista há muito mais tempo que você e tenho um nome a zelar. As celebridades são muito arredias e desconfiadas no tocante à imprensa, é super difícil convencê-las a abrir sua intimidade para nós. Felizmente, obtive êxito neste quesito, consegui milagres em minha carreira. Graças a confiança que elas depositaram em mim, tirei fotos memoráveis: John Lennon pouco antes de morrer, Demi Moore grávida com um barrigão enorme, Tom Cruise e Katie Holmes com a filhinha Suri, etc. Foram anos de trabalho os quais não vou permitir que sejam atirados na lama por causa de uma assistente sem escrúpulos como você.

Ashley estava pálida, de uma hora para outra o jogo reverteu, antes ela tinha a faca e o queijo nas mãos, agora, nem emprego tinha mais!

Mais tarde, Annie ligou para Evie e combinou de encontrá-la no Havaí. Não disse o assunto por telefone, preferiu pedir desculpas pessoalmente pelos danos causados pela sua ex-assistente.
-Sinto-me envergonhada por todo esse constrangimento que minha ex funcionária lhe causou.
-Você não teve culpa de nada! É muito gentil de sua parte vir até aqui falar comigo!
-É o meu dever. Não suporto injustiça, zelo pelas minhas celebridades.
-Annie, será que ela não vai querer se vingar por causa disso?
-Não se preocupe, já entrei em contato com vários meios de comunicação e manchei a reputação dela. Pode ficar tranqüila que não mencionei o seu problema, apenas usei minha influencia para que aquela cobra nunca mais trabalhe no showbizz. E se o namorado dela tentar vender as fotos, aí sim vai ficar comprovado o envolvimento dos dois em chantagem, podendo eles pagar feio judicialmente.
-Puxa Annie, não sei como te agradecer! Muito obrigada!

CONTINUA...

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Fic: O amor tudo vence-Capítulo 5: A chantagem

Matt abriu os olhos. Era já de manhã, visto que uns tímidos raios de sol surgiam pela janela. Estava sonolento, mesmo assim decidiu acordar. Não podia de jeito nenhum ser visto na casa de Evie logo cedo, poderiam descobrir que eles tinham passado a noite juntos. Evie ainda dormia. Ela nem se mexeu quando Matt se desvencilhou de seu corpo na cama. Ele hesitou em ir embora sem avisar, mas depois se deu conta de que seria “cafajestagem”.

Resolveu se vestir e desceu em direção à cozinha para preparar um café. Demorou para achar o que precisava, a casa dela não era muito organizada. Pouco depois, Evie acordou e notou que Matt não estava mais ao seu lado. Ao levantar a cabeça, sentiu pontadas horríveis, iria ter uma ressaca daquelas! Foi se arrastando para o banheiro, estava passando mal, porem por outro lado, se sentia realizada pela noitada com Matt.

Matt retirava a vasilha de vidro da cafeteira, que estava na pia. Distraído, nem percebeu que Evie estava atrás dele. Ela o abraçou pela cintura e deu um beijinho em suas costas.
-Bom dia!
-Bom dia, como você acordou?
-Estou com uma dor de cabeça terrível!
-Também né, mocinha, abusou ontem.
-Abusei de que: da bebida ou de você?
-Dos dois.

Matt sorriu para ela, como era bom acordar perto de Evie! Sempre brincalhona, até de ressaca. Eles se sentaram à mesa.
-Nossa, é uma honra tomar café com você. Nem acredito!
-Escute, Evie, eu sei que hoje você não está legal, mas precisamos ter uma conversa séria sobre nós.
-Eu sei. Combinamos de que nunca ia acontecer de novo e olha só para nós agora. Matt, não sei quanto a você, mas não consigo resistir, quando você está por perto perco a cabeça, a noção do perigo...
-Evie. Se eu disser para você que sei o que estou sentindo agora, estaria mentindo. Pode parecer vago de minha parte, mas realmente não entendo tudo isso. Desde que aconteceu pela 1ª vez, não consigo raciocinar direito...Sou casado, nunca nem sequer cogitei trair minha mulher nesses anos todos e então...
-Matt, não planejamos isso, apenas aconteceu! Convivemos, passamos muito tempo juntos, é natural surgir atração. Somos humanos, temos desejos. Seguramos até onde deu...
-Me sinto culpado. Fui para casa e sequer consegui encarar Marghe. Não sei o que fazer...
-Pois eu sei. Não quero ser um estorvo em sua vida. Matt, eu odiaria ser aquela mulher que destruiu um casamento feliz e perfeito. Você me diz que sente culpa. Se continuarmos com isso, na primeira oportunidade em que nos desentendermos, você vai jogar isso na minha cara. Portanto, é melhor a gente parar por aqui, eu sei que vai doer e muito, mas temos que ser fortes. E depois, além de Marghe, tem o Dom. Não quero magoá-lo, ele não merece.
-É, acho que você está certa. Nossa história não tem como acabar bem.

Os dois ficaram em silêncio. A dor da decisão era iminente. Aquele amor mal florescera e teria que ser cortado pela raiz.

Enquanto isso...
-Alô?
-Ashley, amor, você não vai acreditar no que consegui!
-David? Que horas são, hein? Está cedo demais, o que foi?
-Você tinha razão. Evangeline Lilly está mesmo traindo o namorado.
-É mesmo? O que você descobriu?
-Foi melhor que a encomenda! Descobri a identidade do amante dela: Matthew Fox.
Ao ouvir David, Ashley deu um pulo da cama.
-O que? Não é possível! Ele é super bem casado, faz o gênero pai de família e bom marido. Tem certeza?
-Absoluta. Tenho até provas. Tirei fotos comprometedoras do casal.
-Uau! Já estou vendo as notas verdinhas nas minhas mãos!
-Então, querida, para qual publicação iremos vender as fotos? Temos que negociar direito, vão pagar uma grana preta por esse furo!
-Sabe, David, estive analisando a situação e acho que não devemos vender para nenhum lugar ainda.
-Ã, como assim?
-Pensa bem, ela esteve há pouco tempo posando para Annie. E se ligarem os fatos, se verem o seu nome como autor das fotos, podem relacionar ao meu, visto que saímos juntos e eu sou uma das poucas pessoas que viram o “chupão”. Vão saber que eu fofoquei para você. Não posso arriscar minha carreira.
-O que você propõe?
-Chantagem. Com certeza, Evangeline vai ficar desesperada ao saber que descobrimos as sem vergonhices dela e nos Dara alta soma em dinheiro para encobrir tudo.
-Claro! Grande Ashley, tacada de mestre!

À noite...

Evie passou o dia inteiro em casa. Além da ressaca e seus efeitos, estava extremamente triste com o fim do romance com Matt. Tinha que agir com a razão. Precisava esquecê-lo. Saiu do sofá e andava em direção à cozinha, queria fazer um chá antes de dormir. Reparou que tinha um envelope branco perto da porta. Abriu de forma tensa, era uma carta anônima e dizia:
EU SEI DE TUDO SOBRE VOCÊ E MATTHEW E TENHO PROVAS.

CONTINUA...

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Fic: O Amor tudo vence-Capítulo 4: Atração irresistível

No set de Lost...

Matt chegou cedo no set, teria algumas cenas para regravar antes de começar a rodar as próximas. As cenas seriam com Michael Emerson, Naveen Andrews e Jorge Garcia. Por sorte, não tinha gravação com Evie. Ele ainda se sentia inseguro e não sabia qual atitude tomar diante dos fatos.

Evie estava ansiosa, não via a hora de rever Matt. Apesar de ter combinado que fingiriam que nada tinha acontecido, restava um fio de esperança em seus olhos de que finalmente poderiam iniciar um relacionamento. Quando ela chegou no set, Matt ainda estava gravando. Ele notou a presença dela ao redor, mas preferiu fingir que não tinha visto. Evie sentia um frio na barriga, aquela gravação parecia durar uma eternidade!

Finalmente, ouviu-se o “corta”. Então, Evie se aproximou e cumprimentou a todos. Matt a olhou rapidamente, como se nada tivesse acontecido. Evie achou estranho, talvez ele estivesse disfarçando diante dos colegas. Matt procurava não ficar sozinho para que Evie não se aproximasse, mas no instante que ficou, Evangeline imediatamente foi falar com ele.
-Parece que você está muito requisitado hoje!
Ele apenas sorriu timidamente.
-Até que enfim pude chegar em você!
-Escute, Evie...Acho que aqui não é lugar para conversarmos. Vamos deixar para depois, ok?
-Ok.

Evie percebeu que Matt não estava nada à vontade diante dela. Ia dar uma boa resposta, a atitude dele estava começando a irritá-la, porém um rapaz da produção a chamou bem nesta hora, ela tinha que gravar. Evie se afastou de Matt sem olhar para trás, estava “p. da vida”. Apesar disso, respirou fundo e foi filmar. Deu graças a Deus por não ter gravação com ele naquele dia.

Ao final do “expediente”, o pessoal do elenco combinou uma “happy hour” mais tarde. Matt não estava nem um pouco a fim de ir, não queria topar com Evie, com certeza ficaria um clima desagradável e todos notariam. Já estava quase negando quando ouviu brincadeiras dos seus colegas, dizendo “será que ele poderia ir tomar um drink com eles ou era estrela demais para aceitar?” O povo disse isso fazendo piada, mas ele sentiu que no fundo muitos não tinham gostado nada do fato do salário dele ter aumentado consideravelmente.

À noite, em um charmoso bar no Havaí...

Evie estacionou o carro. Antes de sair, respirou fundo, sabia que não seria fácil disfarçar o clima pesado entre ela e Matt. Também sabia que ele ia, por isso resolveu também ir. Foi com um vestido vinho decotado, “vestida para matar”, com intenção de provocá-lo.

Ao entrar no local, todos a olharam, realmente Evie estava de “arrasar”. A platéia masculina a admirou sem piscar. Ao ver a mesa dos colegas, acenou e sorriu. Matt prendeu a respiração ao vê-la. “Como ela está linda”, pensou. Lembrou-se da tórrida noite de amor que tiveram. Evie cumprimentou a todos no geral e nem olhou direito para Matt. Fez isso de propósito, só para deixá-lo louco.

Ela bancava a diva, sorria, falava pelos cotovelos, se mostrando superior, mas no fundo estava nervosa e morrendo de raiva de Matt. Ele, por sua vez, estava quieto, Evie estava conseguindo tirá-lo do sério. Evie começou a beber todas, coquetéis, martinis e assim por diante. Tinha que conter o nervosismo da situação. Depois de altas horas, o pessoal foi indo embora. Evie resolveu também partir. Despediu-se de todos e deu um tchau bem seco para Matt. Segundos depois, ele saiu atrás dela.

Enquanto ia em direção ao seu carro, Evie percebeu que Matt estava a seguindo. Quando chegou, se assustou ao virar-se e dar de encontro com ele.
-Não acha que bebeu demais para dirigir?
-Por que, você se importa? Nossa, que coisa, tive a impressão de que você nem notou a minha presença o dia todo!
-Eu me preocupo sim com você. As leis de transito aqui no Havaí são super rígidas, não queira ser a próxima do elenco a ser presa por dirigir embriagada.
-Quem é você para me dar lição de moral?
-Sou seu amigo e quero seu bem.
-Amigo? Seu desgraçado, que tipo de amigo é você? Me fode e depois quer pular fora. Depois de tudo o que aconteceu naquela noite, você vem com esse papo de amigo? F*** you!

Evie entrou no carro e saiu em disparada. Matt decidiu seguí-la, temia que ela fizesse besteira. Ela estava alta, os reflexos não estavam nada bons para dirigir, mas o pior é que ela estava morrendo de raiva de Matt. Os dois se meteram em uma perseguição de carro excitante, até que finalmente chegaram na casa dela. Evie desceu às pressas do carro, Matt foi atrás dela e a puxou pelo braço.
-Evie, não podemos ficar desse jeito, temos que conversar e resolver isso.
-Tem razão, temos mesmo que resolver.

Evie puxou a gravata de Matt e tascou-lhe um ardente beijo. Estava meio bêbada, agia por impulso e aproveitou-se da situação. Matt ficou surpreso com a atitude dela, mas tomado pela paixão, nem teve como desvencilhar-se de seu beijo.

Os dois estavam tão envolvidos que nem notaram o perigo da cena em plena rua. Não estavam sós. Conforme o prometido, David, o papparazzo, estava de tocaia no carro perto da casa de Evie. Tratou de pegar a câmera e fotografar.
-Uh-lá-lá, isso é melhor do que eu poderia imaginar! O par central de Lost envolvido também na vida real! E ele é casado e ela está noiva!

Os dois entraram correndo em casa. Foram se amassando e percorrendo a sala, Evie foi tirando os sapatos, Matt rancou o paletó e a foi seguindo. Os dois demoravam a chegar na escada, Evie dava dois passos e Matt imediatamente a puxava e a enchia de beijos. Ele desceu o zíper do vestido dela, ela rapidamente se afastou e correu. Matt correu atrás dela, Evie dava gargalhadas. Os dois subiram a escada em uma gostosa perseguição até que chegaram ao quarto.

Já completamente despidos, adentraram o quarto e deitaram na cama. Ele começou a estimular os mamilos dela com a boca, roçava seus lábios em seus seios, deu suaves lambidas até que sugou o mamilo, causando-lhe intensa excitação. Enquanto isso, seus dedos tocavam o clitóris, produzindo nela um labirinto de sensações.

Desta vez ela quis tomar as rédeas da situação, então os dois rolaram na cama e Evie ficou por cima. Nesta posição, ele podia admirá-la melhor e a olhava com desejo, seu prazer se intensificava ao vê-la comandando a transa com maior liberdade de movimentos. Evie se mexia com total satisfação, ao ver aquele homem subjugado por ela.

Com as mãos livres, Matt começou a acariciar os seios dela, depois as nádegas e toda a lateral de seu corpo. Depois de sentir o pênis de Matt profundamente introduzido, Evie começou a dar cavalgadas vigorosas, movimentos de vaivém, friccionando seu clitóris de encontro ao corpo de Matt, até que alcançou o máximo de prazer. Ao ver a expressão de plena satisfação no rosto de Evie, Matt permitiu-se gozar. Nesse momento mágico, não havia espaço para mais ninguém, só existia os dois no mundo.

Depois da total entrega, caíram um do lado do outro na cama, estavam em outra dimensão. Preferiram ficar em silencio, qualquer palavra estragaria o momento. Ficaram deitados de lado, Matt abraçado a Evie. Cheirando seus cabelos, caiu no sono, assim como ela, ao sentir-se envolta em seus braços.

CONTINUA...

domingo, 14 de dezembro de 2008

Fic: O amor tudo vence-Capítulo 3: De volta à realidade

Era de manhãzinha. O tempo estava fechado, as nuvens estavam negras por causa do frio. Matt teve uma noite de insônia, não conseguia se esquecer dos fatos ocorridos nos dias anteriores, no Havaí. A culpa que sentia era grande, não sabia como iria viver ao lado de Marghe depois de tê-la traído com Evie. Ainda não acreditava no que tinha acontecido, como pôde, depois de 17 anos de união com Marghe, ter se envolvido com sua colega de elenco? E o pior é que ele tinha gostado, não podia negar, Evie tinha feito ele se sentir vivo depois de anos vivendo em um casamento engessado.

Consegui conciliar o sono altas horas da madrugada. Ainda dormia quando sentiu os beijos de sua esposa. Marghe estava “subindo pelas paredes” já que na noite anterior, ele tinha lhe negado fogo dando a desculpa de estar cansado. Italiana de sangue quente, com maridão daquele ao lado, depois de semanas sem vê-lo, queria mais é tirar o atraso. Marghe começou a tocá-lo, Matt se deu conta de que não podia escapar de novo da esposa, embora estivesse sem a menor vontade de fazer nada com ela. Porém, nesta hora, a porta do quarto se abriu: era Byron, que pulou na cama dos pais, tratando de se acomodar bem no meio dos dois.

Matt respirou aliviado, fora Deus quem tinha feito seu filho aparecer justamente naquela hora! Marghe fez uma cara de decepção, sentiu raiva do garoto naquele momento. As crianças sentiam muita falta do pai e logo cedo, queriam brincar e conversar o tempo todo com ele. Depois do almoço, Matt recebeu uma ligação de que precisaria voltar ao Havaí logo para gravar mais umas cenas extras de um episódio que tinha dado erro de continuidade na edição. Arrumou as malas e despediu-se dos filhos. Deu um beijo em Marghe e vendo sua expressão séria, procurou tranqüiliza-la:
-Assim que eu arranjar uma folga, virei correndo.

Matt não se reconhecia, por incrível que pareça, se sentia aliviado em voltar ao Havaí. Queria se afastar um tempo de Marghe, ainda era muito recente o que tinha rolado entre ele e Evie, ele precisava ficar só para pensar. Não conseguia encarar a esposa depois de tudo, pelo menos voltando ao trabalho, se concentraria no personagem. Não queria nem pensar em como seria o reencontro com Evangeline.

Enquanto isso no hotel...

Evie arrumava as malas para voltar ao set. Tinha comprado uma pomada para dar um jeito no chupão, pelo menos para disfarçar um pouco. A sorte é que estava frio, por isso dava para usar blusa de gola alta e ninguém notaria. O celular tocou, era Dom.

-Oi amor, onde você está?
-Estou em LA me preparando para voltar para o Havaí. E aí, como vai?
-Finalmente terminamos de rodar o filme! Acho que em breve poderei te fazer uma visita, aí aproveito para rever os “losties”.
-Ãh, sim, claro! Vai ser legal!
-Por enquanto, ficarei mais uns dias em Londres disponível para o diretor caso seja necessário refazer alguma cena. Aí então estarei liberado só para você.
-Que bom...
Evie falou de um jeito meio desanimado.
-Algum problema, Evie? Sua voz está estranha...
-Estranha? Imagina! Só estou com pressa, meu vôo é daqui a algumas horas e não quero me atrasar.
-Oh, desculpe, querida. T e vejo logo logo, te amo!
-Eu também. Bye.

Ao desligar o telefone, Evie se sentiu até mal. Coitado do Dom, depois de meses tentando retomar o relacionamento, ela o traiu sem nem pensar em nada. Logo agora em que eles tinham voltado a cogitar a idéia de se casar, acontece tudo aquilo com Matt! Evie decidiu que precisava esquecer aquela transa maravilhosa que finalmente tinha acontecido. Matt nunca largaria a esposa e ela definitivamente não queria ser o pivô da separação de ninguém. Ficaria com Dom, ele a amava e era desempedido. Mas como esquecer Matt, se cada vez que ela fechava os olhos, se lembrava do calor de seu corpo junto ao dela?

No escritório da revista Vanity Fair...

-E então, Ashley, como está a diagramação das fotos?
-Estou trabalhando nelas neste exato momento. Por enquanto, está tudo ok.
-Ficaram boas, não é mesmo? É até difícil escolher quais as que vão para matéria. Evangeline Lilly é muito bonita e também bastante fotogênica. Escute, vou para casa, se precisar falar comigo é só ligar, ok?
-Está certo. Pode ficar tranqüila.
Ashley trabalhava durante anos na revista de celebridades, sendo uma espécie de assistente para Annie. Ajudava nos ensaios fotográficos e também a selecionar as imagens a serem publicadas. Porém, era ambiciosa e não resistia a uma fofoca de bastidores. Assim que Annie deixou a sala, Ashley ligou para David, papparazzo, o qual tinha um caso.
-David, está ocupado?
-Não, estou quase no fim do meu expediente, por que?
-Tenho uma fofoca quente! Evangeline Lilly, estrela de Lost fotografou para a Annie e adivinhe só? Estava com um baita chupão no pescoço! É claro que tivemos que fazer uns truques para não aparecer nas fotos.
-Ô loco! Mas e daí? Ela namora aquele cara que também fazia a série, não é, o hobbit?
-Sim, só que o cara está filmando em Londres há uns três meses e o chupão é coisa bem recente.
-Oh, oh! Agora captei o que você quer me dizer! Alguém anda pulando a cerca, pode deixar comigo, gata, vou ficar em alerta e fazer plantão perto da casa dela. Já pensou se eu descubro a identidade do amante? Furo, baby.
-Grana na certa! Não se esqueça, 50% é meu!

CONTINUA...

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Fic: O amor tudo vence-Capítulo 2: Paixão proibida

Dois dias atrás...

As gravações da nova temporada iniciaram-se, algumas cenas tinham sido rodadas, mas eram fora de seqüência. Preferiram fazer umas tomadas externas com algumas pessoas do elenco antes, para depois gravarem cenas da ilha e cenas de estúdio.

Matt estava na casa dele, no Havaí. Tinha filmado durante toda a semana, no fim de semana iria para LA visitar a família. Acabara de tomar banho, quando o telefone tocou. Ele se secou rapidamente, amarrou a toalha na cintura e foi atender. Era Evie.
-Oi, sou eu, Evie. Tá ocupado?
-Não, na verdade acabei de sair do banho.
-Oh, desculpe, te atrapalhei? Depois te ligo então.
-Não, não, pode falar.
-Você já leu os scripts? Eu estava lendo “por cima” e chegou em uma parte que não entendi direito, queria te perguntar algumas coisas.
-Eu ainda não li direito, ia começar daqui a pouco.
-Ai que pena! É sério, tem umas falas minhas que não deu para saber direito o contexto, queria ver se no seu estava escrito alguma coisa, alguma instrução das atitudes do Jack na cena...
-Por que você não passa aqui para vermos isso direito?
-Não vou te incomodar?
-Que é isso, Evie? Você sabe que é sempre um prazer te ajudar! Quem sabe nós dois não deciframos o que se passa nessa bendita cena?
-Ok. Me aguarde. Até mais.
-Estou te esperando.

Um pouco depois, Evie chegou na casa de Matt. Ela vestia botas pretas até o joelho, saia kilt e camisa branca de manga comprida. Ele estava todo de preto.
-Hei.
-Hei.
Os dois sorriram. Lembraram-se dos cumprimentos de Jack e Kate. Continuando a brincadeira, ele perguntou:
-Você está ok?
-Sim! Você?
-Sim, melhor agora.
Evie caiu na gargalhada. Era incrível a dinâmica dos dois atuando, isso vinha desde o começo, desde que se conheceram lá no 1º encontro do elenco. Evie sempre dizia que quando estava contracenando com Matt, parecia que ele de certa forma ia guiando e ela só ia o acompanhando, a química entre os personagens era boa porque era um reflexo do bom relacionamento dos dois na vida real.

Como estava frio, Matt ofereceu uma taça de vinho para Evie, para se aquecerem um pouco antes de se concentrarem nas cenas. Após alguns minutos de conversa, decidiram pegar os roteiros.
-Está vendo essa parte aqui, na página 30, as minhas instruções estão tão vagas! Li e fiquei em dúvida, é flashfoward, porém quando chega neste outro parágrafo pareceu tão sem sentido, será que eles esqueceram uma parte ou pularam alguma coisa?
-Hum, deixe-me ver. É, tá meio estranho mesmo. Vamos comparar.
-Deixe-me ler o seu.
Os dois ficaram observando atentamente até que depois de um tempo, Matt entendeu o que se passava na cena.
-Ah tá, já sei! Conforme eles colocaram ai, neste parágrafo é de fato flashfoward, mas depois nesta outra parte é o tempo presente dos Oceanic. É que no seu não está escrito, mas no meu tem umas instruções de cena depois das suas falas, olha aqui.
-Oh, sim, é verdade. Acho que tô Lost in Lost. É tanta mudança de tempo, passado, presente, futuro que até nós nos confundimos!
-É preciso prestar bastante atenção mesmo. É difícil atuar com diferentes momentos do personagem. Veja o meu caso, por exemplo. Uma hora o Jack é o líder, na outra, ele está dark e assim vai. Mas veja por outro lado, é um desafio para nós atores.
-Me sinto abençoada por estar no show! Matt, muito obrigada por ter me ajudado a solucionar o enigma da cena. Bem, acho que vou indo.
-O que, já? Você acabou de chegar! Escute, por que não aproveitamos sua presença e passamos o texto?
-Se não for te atrapalhar.
-Claro que não, é até bom, assim já vou decorando minhas falas para os próximos episódios.
Evie e Matt começaram a ensaiar algumas cenas. Primeiramente, apenas leram os diálogos para se familiarizarem com o texto. Depois, combinaram a dinâmica das falas. Apesar dos seus personagens estarem brigados no inicio da temporada, nos vai e vens do tempo, sempre tem uma ceninha jate, um olhar, um abraço...
-E agora, deixe-me ler as instruções. Kate dá um belo sorriso para Jack.
Evie então sorriu. Estava incrivelmente linda, tão espontânea na pele de Kate que era impossível Matt estar perto dela e ficar indiferente.
-Agora eu vou ler a reação de Jack. Ao vê-la sorrir, Jack retribui com um olhar esperançoso.
Matt a olhou, mas começou a rir.
-Hum, esse olhar não é nada esperançoso!
-Que coisa, hein Evie? Antes você dizia que eu era o seu mentor, agora parece que a situação se inverteu.
-Vamos lá, quero ver o tal olhar do Jack.

Evie olhou para Matt com aqueles olhos verdes, Matt então deu um “senhor olhar”, não só esperançoso, mas olhar de sedução, desejo reprimido, ardente. Evie ficou sem reação, não sabia mais qual era a cena e nem suas falas. A única coisa que fez de impulso foi tocar o rosto de Matt, puxando-o para si. Os dois instintivamente se beijaram. Foi um beijo intenso, quente, onde ambos botaram para fora anos de vontade sufocada.

Desde a 1ª temporada sentiram-se atraídos, mas Matt era muito bem casado e Evie não queria de jeito nenhum ser destruidora de lares, portanto resolveu “esquecer” e sufocar seus sentimentos. Mas agora, depois de tanto tempo em “negação”, o desejo viera à tona e com toda a força possível, ainda mais depois do fenômeno “Something Nice to Back Home”. Ali puderam se aproveitar das cenas quentes com a desculpa de que estavam na pele de seus personagens.
Depois do beijo, os dois se olharam surpreendidos com o que aconteceu. Para quebrar o gelo da situação, Matt deu um sorriso nervoso e olhando cabisbaixo, disse:
-Bom, acho que isso não estava no roteiro.
-É, não estava mesmo, resolvi improvisar.

O olhar dos dois se cruzaram novamente, sentiram uma atração irresistível. Então, Matt puxou Evie para um canto, colocando-na sentada sob um balcão de madeira onde estavam uns vasos de enfeite. Ele afastou todos os bibelôs e voltou a beijá-la, enquanto suas mãos subiam a saia dela. Evie por sua vez tirou a camiseta dele, passando a mão em seu peito, costas e tattos. Depois, abriu o zíper da calça dele, colocando a mão no seu “objeto do desejo”. Matt mais do que depressa, desabotoou a camisa dela, retirando as alças do sutiã com a boca. Então os dois ficaram completamente nus.

Gradualmente, a carícia se tornou mais apaixonada, bocas se tornaram predominantemente ativas, línguas são sugadas, língua é friccionada contra língua, eles chupam mutuamente o lábio inferior e logo depois, lábios são mordidos levemente.

Matt estava há esta altura invariavelmente excitado, depois de muitos “amassos”; a beleza de Evie o deixava louco, era impossível resistir, seu pênis estava adequadamente ereto. Matt começou a acariciar os seios de Evie, pinçando os mamilos entre os dedos, com suaves puxões.
Com as carícias, o corpo dela chegou “ao ponto” para recebê-lo. Ele introduziu o dedo dentro dela e percebeu sua lubrificação. Então, ela abriu as pernas e ele imediatamente a penetrou. Uma vez completada a introdução, ele iniciou primeiramente com movimentos leves, mas depois foi aumentando o ritmo e quando a excitação sexual chegou ao auge, Matt não se conteve e deu um chupão no pescoço de Evie. A intensidade do coito levou ambos ao orgasmo.

Matt e Evie estavam ofegantes e não conseguiam pensar em mais nada. Deitaram no tapete ali mesmo para que seus corpos recuperassem o ânimo. O que sentiam no momento era indescritível, todo o desejo reprimido tinha explodido feito uma bomba, seus corpos pareciam transpirar fogo.

Minutos depois, acordaram do êxtase. De repente, se lembraram de que aquilo não poderia ter acontecido, Matt era casado e Evie tinha acabado de reatar com Dom. Então, se levantaram e se vestiram em silêncio.
-Evie...
Percebendo a gravidade da situação, Evie prontamente respondeu:
-Não precisa dizer nada, Matt, eu sei. Não podemos, isso foi loucura de nossa parte. Não se preocupe, não vai acontecer de novo. Somos adultos, vamos superar. Vou embora.

Evie saiu meio cabisbaixa, simplesmente não tinha como entender naquele instante o que tinha se passado. Depois que ela partiu, Matt sentou-se no chão, encostado à porta com as mãos na cabeça. Não conseguia processar o ocorrido, ele que sempre fora marido exemplar, acabara de trair sua esposa.

CONTINUA...

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Fic: O amor tudo vence

Titulo: O amor tudo vence
Autora: Polly
Shipper: Matthew Fox e Evangeline Lilly (mevie)
Censura: NC 17
Gênero: drama/romance
Outras fics: A verdade está na ilha
Disclamer: Os atores Matthew Fox e Evangeline Lilly se apaixonam nos bastidores de Lost, mas será que a esposa dele, Marghe, irá deixar barato essa história?

Capítulo 1: A marca da paixão

Era inverno. Fazia um frio insuportável naquele dia em Los Angeles. Evangeline saiu do hotel às pressas, estava um pouco atrasada, mas mesmo assim, conseguiu chegar a tempo. Tinha que fazer um ensaio fotográfico para a revista Vanity Fair, com a famosa fotógrafa Annie Leibovitz. Estava um pouco tensa, apesar de ter fotografado diversas vezes, sempre sentia um frio na barriga, ainda mais posando para uma fotógrafa renomada.

Ela não fazia a menor idéia de qual seria o “tema” utilizado para as fotos. Já dera entrevista para a reportagem, faltando somente posar. Chegou ao local e foi diretamente para a sessão de maquiagem, logo após, dariam uma ajeitada em seus cabelos. Após esses cuidados básicos, Annie foi conversar com Evie.
-Estava pensando em como iria te fotografar. Sempre tenho uma vaga idéia na cabeça, mas prefiro mesmo decidir no ato. Preciso ver a pessoa, captar a sua essência para depois ir fotografando espontaneamente.
-Antes de mais nada, gostaria de dizer que sou admiradora de seu trabalho e sinto-me muito honrada de posar aqui para você. Bem, acho que estou pronta, embora um pouco nervosa...
-Relaxe, gosto de fotografar justamente quando a pessoa está descontraída. As melhores fotos geralmente são aquelas em que as pessoas parecem naturais, não gosto muito daquela coisa “portrait”, artificial...
-E então, você já sabe como serão minhas fotos?
-Pelo que pude perceber, você é naturalmente linda, tem um lado meio moleca, meio selvagem, mas ao mesmo tempo, exala uma sensualidade! Não é à toa que faz sucesso com o show.
-Nossa, agora fiquei até sem graça!
-Falando sério, quero fazer um ensaio puxando esse lado sexy seu, deixe-me ver e se eu joga esse lenço sob seu peito e jogar seus cabelos para um lado e...

De repente, ao afastar os cabelos de Evie, Annie parou de falar. Coçou a cabeça, olhando séria e diretamente para o pescoço de Lilly. Evie achou estranho e resolveu perguntar:
-Annie, o que foi?
-É melhor eu mudar de idéia.
-O que, por que?
-Ora essa, não se faça de desentendida não, moça. Que bom que você andou se divertindo, hein? Pudera eu, ultimamente tenho tido tanto trabalho com o lançamento do meu livro de fotos que nem tenho tempo para minhas aventuras amorosas.
-Do que você está falando?
-Do que poderia ser, da marca em seu pescoço!

Evie correu para o espelho e se surpreendeu: tinha um chupão. Sua vida estava uma correria total que ela nem teve tempo de se olhar direito no espelho. Como estava frio, logo após tomar banho, vestia-se prontamente e quando se olhava no espelho, já estava devidamente agasalhada e por isso nem se deu conta daquela “marca da paixão”. Totalmente vermelha e sem graça, nem olhou direito para a fotógrafa, que vendo-a constrangida, tratou logo em tranquilizá-la.
-Não fique com vergonha, que é isso, quem nunca passou por isso antes? É tão comum, aliás, é ótimo, quer dizer que a coisa tá boa para o seu lado! Já sei, por que não deita ali naquele canto, aí eu coloco o lenço cobrindo essa parte do pescoço e pronto...ficará perfeito!

Evie resolveu seguir as instruções da fotógrafa, estava tensa e envergonhada, mas pouco depois, Annie criou uma atmosfera tão descontraída que ela finalmente entrou no clima, posando de forma que o ensaio ficou magnífico.

Enquanto isso, do outro lado da cidade...

-Kyle, Byron, cadê vocês?
Matt entrou na sala, procurando pelos filhos.
-Papai, você voltou!
Os dois correram para abraçá-lo. Matt estava morrendo de saudades dos filhos, fazia um tempinho que ele não os via. As gravações de Lost iam de vento em polpa e ele só conseguira agora, naquele fim de semana, ter uma pausa para rever a família. Ao ouvir o falatório das crianças, Marghe imediatamente foi para a sala recepcionar o marido.
-Que bom que finalmente você veio!
-Pois é, as gravações estão uma loucura, só agora dei uma escapada para ver vocês.
Marghe deu-lhe um beijo e Matt voltou a conversar com as crianças, que não paravam de contar as novidades.

A noite chegou, as crianças foram dormir. Matt estava desarrumando a cama quando Marghe o abraçou por trás, beijando suas costas.
-Querido, estava morrendo de saudades!
-Eu também estava sentindo muita falta de vocês.
Marghe começou a beijá-lo, porém Matt, ao perceber as segundas intenções da esposa, tratou logo de dizer que estava exausto e que precisava urgentemente de uma boa noite de sono para recuperar suas energias, já que o vôo tinha sido desgastante. Marghe não gostou da idéia, mas não queria aborrecê-lo logo quando ele estava de volta, por isso resolveu dormir.

Matt estava realmente cansado, fechou os olhos, porém não conseguia dormir. A imagem de Evie não lhe saía do pensamento. Ele virava de um lado a outro na cama, tentando se esforçar, mas não se esquecia de tudo o que tinha acontecido entre eles 2 dias atrás.

Continua...

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Fic:A verdade está na ilha-Capítulo 22 (final): Um homem de fé

Naquela noite, Charles Widmore estava nervoso e agitado. Finalmente, depois de anos de investigação, descobrira o paradeiro de Ben Linus. Ele tinha tolerado Ben durante anos, porém depois que o mesmo foi ate sua casa e ameaçou matar sua filha Penélope, Widmore resolveu que já era ora de dar um fim naquela “pedra” em seu sapato. Decidiu ir atrás de Ben pessoalmente. Não queria deixar o serviço nas mãos de nenhum capanga. Penny tinha visitado seu pai horas antes e notou que ele estava estranho durante o jantar, parecia ter pressa em partir. Desde que resgatou a todos ali no bote, Penny ficou em alerta com relação aos negócios de seu pai. Ficava de olho para que Widmore não descobrisse sobre a saída de Desmond da ilha. Durante esse tempo, Des ficou escondido, disfarçado, para que não fosse encontrado pelo sogro. Penélope passou a investigar mais seu pai e não ficou nada contente ao descobrir podres e negócios escusos de Charles. Ela teve medo das atitudes de Widmore naquela noite, e se ele tivesse descoberto sobre Desmond? Por isso, resolveu seguí-lo. Desmond ligou para o celular dela, Penny estava de tocaia em frente ao endereço misterioso no qual Charles se dirigiu.

Desmond resolveu ir ao seu encontro, mesmo com o risco de ser visto. Ele temia por Penny, sabia que algo bom não ocorreria ali. Penny sabia que Widmore estava envolvido em algo muito importante naquela semana. Lembrou-se que ouviu Charles em uma conversa telefônica muito suspeita cerca de 10 meses antes. Ao vê-lo sair do escritório, Penny encontrou um cartão sob a mesa e o mais estranho é que tinha um nome coreano: Kwon. Comentou com Desmond, que sabia que aquele nome lhe era familiar. Depois de muito pensar, Desmond lembrou que Kwon era o sobrenome de Sun e Jin. Desmond estranhou o fato, por que Widmore estaria falando ao telefone com Sun? Imediatamente, teve medo da coreana contar ao sogro que ele também tinha saído da ilha.

Assim que Desmond chegou, ele e Penny ouviram os disparos. Penélope ficou apavorada e como ninguém saía do local, os dois resolveram verificar o que tinha acontecido. Ao adentrar o local, viram dois corpos estendidos no chão: eram Charles e Ben. Um havia atirado no outro e ambos mataram um ao outro simultaneamente. Neste instante, Desmond soube que Sun não tinha conversado sobre ele com Widmore, mas sim revelado o esconderijo de Ben. Penélope chorava em estado de choque, ao ver seu pai morto ali no chão. Desmond procurou consolar a amada. Então, ouviram vozes gritando através do telefone: eram Jack e Sayid do outro lado da linha. Imediatamente, Desmond pegou o telefone.
-Alô, Jack? Sayid? São vocês, brothers?
Ao ouvir aquele chamamento peculiar, Jack logo reconheceu a voz.
-Desmond, é você?
-Sim! Onde vocês estão?
-Estamos aqui na ilha novamente. Eu sei que parece loucura, mas é verdade. Escute, Desmond, não tenho muito tempo para conversa, preciso urgente de ajuda! O que aconteceu, cadê o Ben?
-Ele está morto! Widmore o encontrou e ambos fizeram um acerto de contas.

Jack ficou assustado com o que ouviu. Ben estava morto? E agora, quem iria ajudá-los? Explicou rapidamente o problema para Desmond, que não sabia o que fazer para ajudá-los. Então, Penélope encontrou a solução: entraria em contato com Lapidus, para que ele guiasse o helicóptero até a ilha e resgatasse Kate. Ele era de confiança e sabia de toda a história da ilha. Sayid ia ligar um equipamento que deixava a ilha “exposta” temporariamente, para que Lapidus pudesse encontrar as novas coordenadas. Jack respirou aliviado. A ajuda estava a caminho! Agradeceu Des e Penny, que prometeram entrar em contato mais tarde para saber notícias.

Enquanto isso na praia....

Kate estava realmente passando muito mal. Ela suava e gritava de dor. Juliet resolveu pedir para Sawyer e Jin correrem até o território dos outros e avisarem Jack. Os dois foram a passos apressados, todos estavam apreensivos ao ver o sofrimento de Kate. Jack se desesperou ao saber da notícia e saiu da sala de comunicações o mais depressa possível. Sayid decidiu ficar lá, caso alguém resolvesse se comunicar, Lapidus poderia precisar de ajuda para localizar a ilha.

Assim que Jack chegou de volta na praia, Juliet explicou seu plano de ir até a estação médica com Scully para criar algum composto para dor de Kate. Hurley decidiu pegar a velha Kombi para levá-las até lá, já que o lugar era um pouco longe dali.
Jack foi diretamente examinar Kate, que sorriu ao vê-lo de volta.
-Que bom que você está aqui...pensei que fosse morrer sem te ver novamente...
-Morrer? Que é isso, Kate? Você não vai morrer, eu não vou deixar! Não se preocupe, Lapidus está a caminho da ilha, logo logo o helicóptero chegará e você e nosso bebê estarão a salvo! Agüente firme, meu amor!

Jack pegou uma toalha e secou o rosto de Kate. Ela suava muito e sentia dor de quando em quando. Jack segurava a mão dela, lhe proporcionado conforto e segurança. Kate respirava fundo, tentando se conter. Tinha que agüentar até a ajuda chegar!

Locke estava pensativo. Não se conformava com o fato de Jacob não lhe indicar uma solução naquele caso. Por que será? Mulder lembrou-se das palavras de William a Kate. Ele tinha prometido voltar para ajudá-la. Mulder tinha fé que seu filho apareceria em breve na ilha.
Em “outro mundo”...
-Richard, tenho que voltar a ilha agora! Aquela moça precisa de minha ajuda! Eu prometi!
-Acalme-se pequena criança! Eu sei da sua capacidade, de seu poder! Mas você não pode interferir neste caso!
-E por que não?
-Tenho que saber se estou certo. E tudo indica que sim. Durante anos, procurei os “escolhidos”. Pensei em muitos, Ben Linus, John Locke, até chegar em você e Aaron. Sabe, William, você é iluminado, especial, sem dúvida! Mas não é quem eu pensava.
-Como assim?
-Você não é um dos “escolhidos”. Aaron é. Ele e mais um outro garoto.
-Do que você está falando?
-Da profecia. Acreditamos em uma profecia que declara que a ilha precisa de dois escolhidos para continuar a existir. Aquele lugar é sagrado, místico. E um lugar desse precisa de dois líderes muito especiais, “os escolhidos”, que guiarão o povo e serão responsáveis pelo equilíbrio da ilha. Você sabe, William, para haver equilíbrio é necessário dois elementos: os dois pratos na balança, o yin-yang, a luz e a escuridão, o dia e a noite, a razão e a emoção...Sem esses líderes, a ilha se torna vulnerável, veja só, nestes últimos anos ela quase foi destruída, muitos adoeceram e morreram, não há nascimentos lá.
-Preciso ir, por favor, me deixe ajudá-la!
-William, sinto muito, mas não permitirei sua partida.
William ficou inconformado, queria realmente ajudar Kate. Sentiu raiva de Richard, lembrou-se que Mulder o alertou que não se podia confiar naqueles seres.
Jack a esta altura andava de um lado ao outro, esperando a ajuda que nunca chegava.
-Jack, por favor, se acalme!
-Kate, não se preocupe, fique quietinha, ok?
-Jack...acabei de lembrar daquele garoto, William. Ele me disse que voltaria aqui para me ajudar. -Kate, ele é uma criança! Tá certo, depois daquilo tudo que presenciamos, o tal “poder” dele, reconheço que fiquei impressionado. Mas...sei lá para onde ele foi, tente não pensar nisso!
-Como sempre, você desconfia! Jack, alguma vez na vida você já teve fé?
-Claro que sim! Mas toda vez que tenho fé, alguma coisa muito ruim acontece e eu acabo a perdendo. Oh, me desculpe! Esquece a besteira que acabei de falar, estou um pouco nervoso.
-Pois te digo uma coisa. Eu também não acreditava em muita coisa, sofri muito na vida, mas depois de tudo o que me aconteceu...Jack, pense bem. Eu escapei de uma senhora condenação pelos meus crimes pegando apenas uma condicional, ganhei uma segunda chance aqui na ilha...Antes, era a fugitiva, aqui na ilha, tive a oportunidade de me redimir. Sofri muito com a perda de Aaron, mas por ironia do destino, fiquei grávida. E isso em si já é um milagre para mim!

Mal acabou de dizer isso, Kate sentiu uma dor insuportável. Então, uma poça d’água surgiu: a sua bolsa acabara de se romper. Jack sabia que Kate não agüentaria por muito tempo. Enquanto isso, Juliet e Scully tentavam a todo custo combinar elementos, misturando fórmulas, até que finalmente conseguiram fazer um composto improvisado. Isso iria pelo menos segurar um pouco mais a gestação e funcionaria como um analgésico. Pegaram também vários remédios, algodão e materiais cirúrgicos para caso de emergência médica.

Resolveram voltar, porém quando entraram na Kombi, a mesma não pegou. Hurley tentou, mas o carro justamente nesta hora não quis cooperar. As duas desceram e resolveram voltar à praia correndo. Hurley prometeu que se conseguisse fazer aquela geringonça funcionar, as alcançaria.
Lapidus pilotava o helicóptero em direção à ilha, mas de repente o céu estava fechado e chovia intensamente, dificultando sua trajetória.

As contrações de Kate estavam cada vez mais intensas e com pouco intervalo de tempo. Ao ver estado de Kate, Jack constatou: em breve o bebê iria nascer, não daria mais para segurar, ele mesmo teria que fazer o parto, já que Juliet e Scully não estavam lá!

Jack reuniu o povo da praia, pedindo que eles o ajudassem nos preparativos, arranjando água, toalhas mornas, limpando o ambiente, etc. Os sobreviventes se mobilizam para ajudar Jack.
Claire e Sun se prontificam a ser “enfermeiras”, Bernard permanece ao lado de Jack para auxiliá-lo no parto. Jack respirava fundo, estava completamente apavorado com o grande desafio que a vida lhe proporcionava: trazer ao mundo seu próprio filho!

Tudo conspirava para que isso acontecesse, a ajuda de todos os lados nunca chegava, o fato de ele ser o único médico ali no momento...
Kate gritava de tanta dor. Claire passou a mão em sua testa, procurando consolá-la. Kate chamou Jack, puxando seu rosto para perto. Então, cochichou em seu ouvido:
-Eu também te amo!
Jack ficou surpreso e emocionado com a declaração que ele tanto queria ouvir e justo ali, naquele momento, ela lhe dissera! Dito isso, Kate ameaçou desmaiar. Imediatamente, Bernard colocou álcool para ela cheirar, ela não podia ficar desacordada, caso contrario, poderia entrar em coma. As dilatações voltaram, Kate fazia força. Porém, sentia muita dor e fraqueza. Minutos depois, ela apagou. Jack mais nervoso do que nunca, sacudia Kate para que ela acordasse. E ela não acordou.
Hurley finalmente conseguiu fazer com que a Kombi pegasse e foi logo procurar as doutoras pelo caminho. Lapidus lutou contra a força da natureza e apesar de quase cair com o helicóptero, conseguiu controlar a máquina e estabilizar o vôo, retornando a sua rota.

Começou a chover forte na ilha. Parecia que a chuva queria lavar o local, purificá-lo. Todos estavam tristes por causa de Kate. Claire e Sun não agüentaram ver aquela situação e começaram a chorar. Jack não parava de chacoalhar Kate, tentando a todo custo reanimá-la. Bernard e Sawyer tentaram contê-lo, retirá-lo dali, mas Jack se soltou deles e se recusou a sair. Ficou ali sozinho.

Ao ver Kate imóvel, Jack se debruçou sobre ela e começou a chorar. Disse-lhe que a amava e que não suportaria viver ali na ilha sem ela. Jack começou a implorar, pedindo ajuda como que para si próprio, quase rezando para tê-la de volta. Chorava desesperado, estava desolado por não ter conseguido salvá-la. De repente, ouviu um suspiro, Kate abriu os olhos!

Jack começou a sorrir, com lágrimas nos olhos. Ela não morrera! Ou talvez tenha morrido por uns segundos e voltado milagrosamente à vida, de tantas súplicas por parte dele. Jack orientou Kate para que tentasse fazer força. Depois de várias tentativas, ela finalmente deu um grito, se esforçando ao máximo. Então, Jack pôde ver a cabeça do bebê e imediatamente o puxou, trazendo-o para a vida! Todos da praia se surpreenderam ao ouvir o choro do bebê.
Bernard, Claire e Sun correram para a tenda, o pessoal pensava que Kate havia morrido naqueles instantes anteriores. O povo estava já de luto, triste quando de repente ouviu aquele choro característico de recém-nascido. Kate chorava de emoção e segurava seu filho todo sujo de sangue. Jack estava parado, em estado de choque, pensando “não acredito, eu consegui, eu os salvei”. Kate o chamou para perto de si, Jack não acreditava que estava segurando aquela mãozinha, de seu filho. Os dois choravam, emocionados. A chuva parou instantaneamente, trazendo uma calmaria intensa. Ninguém parecia acreditar, tinha acontecido um verdadeiro milagre!

Juliet, Scully e Hurley chegaram a praia e viram a grande movimentação de todos. Logo entenderam, ao ouvir o choro. As duas correram para a tenda, Juliet procurou dar assistência pós-parto a Kate, enquanto que Scully limpava o bebê. Jack saiu da tenda para trocar a roupa suja de sangue e se limpar. Ao sair, recebeu os cumprimentos de todos presentes. Sawyer o olhou de maneira séria e o abraçou; apesar do que sentia por Kate, ele soube reconhecer que Jack tinha sido um herói por ter insistido e salvo Kate. Sentia um pouco de inveja dele, mas sabia que tinha perdido a parada de vez.

Jack rumou em direção ao rio, perto das pedras, para se lavar. Estava muito feliz e não acreditava ainda que tudo tinha dado certo. Então, sentiu que não estava sozinho.
-Jack!
Ao virar-se, deparou-se com a figura de seu pai, Christian Shephard.
-Não se assuste, filho! Vim em paz! Aliás, vim aqui me despedir, não irei mais te incomodar.
-Pai? Só me explica uma coisa, por que você resolveu aparecer quando eu estava fora da ilha? Veio me visitar várias vezes, pensei que estivesse louco, então, de repente, você parou de aparecer. Aí agora surge novamente?
-Aparecia para você naquela época porque tinha que te avisar que seu lugar não era lá, mas sim aqui na ilha. Esse lugar precisava de você.
-Precisava de mim?
-Sim, basta ver como a ilha estava quando você chegou e como ela está hoje!
-Mas eu não fui o responsável por todos os consertos...
-Não diretamente, mas de certa forma, você esteve envolvido nos assuntos cruciais da ilha. Pense bem, Jack. Muitos aqui não teriam feito nem metade do que fizeram se você não estivesse aqui, motivando-os. Você é um grande líder, não adianta negar. Você precisava voltar a esse lugar, por que senão como meu neto viria ao mundo, hein? Saiba que ele foi um milagre, nem mesmo Jacob nem ninguém conseguiu intervir ou mesmo impedir o nascimento dele na ilha. Ele tinha que nascer aqui, pois aqui é e sempre será o lugar dele, assim como também ocorre com o meu outro neto, Aaron.
-Não estou te entendendo, pai!
-Está sim, só não quer admitir. Seu filho é poderoso, ele foi o único concebido aqui na ilha a nascer com vida, ou seja, ele é um milagre. A ilha permitiu isso porque ele será fundamental para esse lugar, ele é um dos escolhidos. Agora sinto muito, mas preciso ir.
-Pai, por favor, fique mais um pouco, vamos conversar mais sobre essa história!
-Não há o que conversar. Jack, agora você é pai e como pai, irá aprender muito com seu filho. Tenho muito orgulho de você, eu sei que nunca te disse isso, eu falhei com seu pai, falhei com a Claire...Mas então, tive essa oportunidade de interferir no destino de vocês dois e fico feliz em ter conseguido cumprir minha última missão! Adeus, Jack. Seja para seu filho o pai que eu nunca fui; o oriente, o ajude. Ele precisará de seus ensinamentos, afinal, também será um grande líder desse lugar.

Christian então deu um abraço em Jack e sua imagem desapareceu. Jack ficou muito emocionado ao ver seu pai. Depois de anos brigando, eles finalmente pareciam ter se entendido.
O povo da praia neste momento ouviu um barulho forte vindo do céu, era o helicóptero de Lapidus que acabara de chegar na ilha. Frank pousou e foi correndo para a praia.

-Ih, chegou tarde demais, Kenny Rogers! O bebê já nasceu – Sawyer avisou Lapidus.
Jack veio receber Frank, que se desculpou pela demora.
-Sinto muito, Jack. Enfrentei uma verdadeira tempestade, quase que o helicóptero caiu!
-Tudo bem, Frank. Obrigado por tudo, mesmo assim. Eu sei que da última vez que nos vimos eu desejei nunca mais te ver, mas fico feliz de revê-lo. Seja bem vindo de volta à ilha!
-A propósito, rapaz, meus parabéns pelo bebê!
-Temos que avisar Sayid da chegada de Frank.
-Eu faço isso, Jack. Pode deixar – Locke se propôs a tarefa.
-Obrigado, John. Você se importa de conversarmos um pouco?
-Ok, Jack.
-É bom mesmo que seja você que vá até o território dos outros. Quando eu e Sayid conversávamos com Ben, ouvimos tiros e...o Ben está morto.
-O que?
-É, Charles Widmore o matou. Pelo que entendi, os dois mataram um ao outro, foi um duelo de acerto de contas. A filha de Widmore, Penélope e Desmond, chegaram ao local um pouco depois do ocorrido e falamos com eles. Me parece que a partir de agora, ela assumirá os negócios do pai, ficando encarregada dos assuntos da ilha. Bom, pelo menos sabemos que agora a ilha não corre mais perigo de ataque, Penny é boa pessoa. Porém, o que me preocupa são os outros, temos que contar o que aconteceu com Ben. Temo que eles se rebelem, por isso acho que a pessoa mais indicada para dar a notícia a eles é você, porque você os conhece melhor, viveu entre eles, foi líder de lá.
-É, neste ponto você esta certo. Já sei lidar com aquela gente. Fique tranqüilo, assim que chegar lá, conversarei com o povo!
Lock já ia andando quando Jack o interrompeu:
-Lock!
-Sim?
-Você tinha razão! Odeio admitir, mas eu estava errado. Lembra-se daquele dia, na cabana de Jacob, quando você me disse que eu precisava acreditar, ter mais fé?
-Claro que me lembro!
-Pois é...como você mesmo me falou, eu precisava ser testado pela vida e acredite, hoje eu sofri uma verdadeira provação! Kate praticamente morreu ali, nos meus braços. Ninguém mais acreditava que ela pudesse sobreviver, mas eu insisti, eu tive fé, John, eu torci tanto, pedi tanto para ela não partir que acho que alguém ouviu minhas preces! E se não bastasse tê-la de volta à vida, eu ainda trouxe meu filho ao mundo, meu filho, pelas minhas próprias mãos! Nenhum bebê nasceu com vida nesta ilha, somente Aaron, mas ele não foi concebido aqui. John, o que aconteceu nesta noite foi um milagre!
-Eu te disse, Jack, milagres acontecem! Porém, muitos de nós não vemos porque estamos tão descrentes, tão indiferentes, que ficamos cegos. Os milagres podem ocorrer muito sutilmente, nas pequenas coisas e neste mundo tão frenético, tão egoísta e materialista de hoje, as pessoas não percebem, não notam como tudo conspira a favor do destino, tudo tem um propósito, uma razão de acontecer.
-Que ironia. Justo eu, que sempre busquei a lógica dos fatos, agora me tornei um homem de fé! O que esta ilha não faz?
-A ilha e a vida! Que bom, Jack. É muito bom ouvir isso. Apesar de sempre brigarmos pelas nossas opiniões divergentes, quero lhe dizer que te respeito muito como pessoa, como líder. Sempre te respeitei, apesar de tudo.
-Eu te digo o mesmo.

Os dois deram um abraço de amigo e apertaram as mãos. Locke então partiu em direção a outra parte da ilha.

Kate não parou de olhar seu bebê desde que ele nasceu, tudo era tão incrível que ela não acreditava. Agora ela era mãe de verdade! Jack entrou na barraca e foi logo paparicar a nova mãe e o bebê. Os dois trocaram o olhar mais intenso e o sorriso mais terno, estavam mais felizes que nunca. Tinham sido felizes fora da ilha, mas ainda havia muita culpa por ter deixado todos para trás. Agora não havia mais esses empecilhos, a felicidade era plena!
-Kate, nem acredito que você está aqui, comigo, viva! Fiquei completamente desnorteado quando você estava desacordada!
-Te assustei legal, não foi? Mas isso não importa mais, estou tão feliz! Apesar de tudo o que sofremos neste lugar, posso afirmar que é aqui que passei os melhores momentos de minha vida! Ainda bem que não saí da ilha para ter o bebê!
-É, mas tivemos muita sorte. Kate, isso foi um milagre!
-Milagre? Jack Shephard acreditando em milagres?
-Eu mudei, Kate. Depois de ver você voltar à vida, depois de segurar nosso filho nos braços, me tornei um homem de fé.

Kate pegou uma manta para cobrir melhor o bebê. Então, achou o desenho que Aaron tinha lhe dado dias antes. Ao olhar o desenho, notou que a situação retratada era igualzinha à situação que estava acontecendo: ela com o bebê no colo perto de Jack, com a praia ao fundo e o céu cheio de estrelas. Kate mostrou o desenho a Jack, que ficou impressionado com a “previsão” de Aaron. “Então era verdade o que meu pai me disse, Aaron e o bebê eram especiais, os escolhidos”, pensou.

Seus pensamentos foram interrompidos com a presença de Mulder e Scully no local.
-Eu sei que você está sobrecarregado nessa noite, mas precisamos te pedir um favor! – Mulder começou a conversa.
-Favor?
-É. Vimos um senhor chegando com o helicóptero e já que felizmente vocês não precisaram de socorro, será que a gente podia pegar uma carona com ele de volta? – Scully falava seriamente.
-É claro que sim, imagina! Quero aproveitar para agradecer tudo o que vocês dois fizeram pela gente! Vocês foram incríveis, desde o começo, quando estávamos fora da ilha. Muito obrigado mesmo!
-Nós é que agradecemos! Graças a vocês, tivemos a oportunidade de conhecer esse lugar mágico e reencontrar nosso filho William, mesmo que por pouco tempo.
-Sinto muito por isso. – Kate se penalizou ao ver a expressão triste no rosto dos agentes.
-Tudo bem, Kate. Temos a esperança de que William está bem, onde quer que ele esteja.

O dia amanheceu com sol radiante. Depois daquela noite agitada, todos finalmente puderam dormir tranqüilos. Locke resolveu falar com o povoado dos outros, todos ouviram com atenção. Penélope fez um pronunciamento por meio da sala de comunicações, se comprometendo a zelar pela segurança da ilha. Ninguém mais iria atacar o local, ela e Desmond ficariam à disposição lá fora, caso precisassem de ajuda.

Kate acabara de amamentar o bebê, Sawyer foi visitá-la.
-Com licença, sardenta?
-Sawyer! Quer segurar o bebê um pouquinho?
-Eu? Não, não! Não tenho vocação para “Os 3 solteirões e um bebê”. Não tenho jeito com essas coisinhas!
-Coisinhas? Veja só como ele é lindo!
-Ele tem cara de joelho, mas vejo que futuramente terá umas sardas. Ele tem os seus olhos. Deixe-me vê-lo mais de perto.
Como tinha acabado de mamar, o bebê deu uma “gorfada” na camisa de Sawyer.
-Oh, meu Deus, me desculpe Sawyer! Ele mamou agorinha...
-Sei, sei... Vejo que ele puxou o pai dele, parece que não vai com a minha cara!
Sayid retornara à praia, cumprimentando Jack e Kate pelo bebê. Contou sobre a conversa que teve com Pennny, que prometeu ajudar quem quisesse sair da ilha. A noite chegou e Jack reuniu todos. De repente, Locke voltou e não estava sozinho: muitos do povo dos outros vieram com ele.
O povo da praia olhou apreensivo, porém Locke garantiu que eles vieram em paz. Todos queriam ver com seus próprios olhos o recém-nascido. Ao ver Kate segurando o bebê, ajoelharam-se diante dela. As “outras” tinham lágrimas nos olhos, consideravam o bebê um milagre e uma esperança para as mulheres que quisessem ter filhos na ilha. Então, Jack começou a discursar.
-Antes de cair aqui na ilha, com todos vocês no vôo 815 da Oceanic, minha vida não estava nada fácil. Eu estava vivendo no limite, totalmente perdido e desgostoso. Então, sofremos o acidente. Apesar de tudo o que sofremos, principalmente no início, com o passar do tempo fui conhecendo um pouquinho de cada um aqui na ilha. Lutamos juntos, nos defendemos. Devo dizer-lhes que nos tornamos amigos, parceiros, companheiros na vida e na morte. Aprendemos a conviver com as qualidades e defeitos de cada um, superamos cada dificuldade em equipe. Acredito que cada um de nós deu o melhor de si aqui neste lugar. Nos tornamos uma grande família, cuidamos um do outro, mas também brigamos, e como brigamos! Quantas vezes já perdemos a cabeça, apontamos armas, batemos, discutimos, nos separamos? Depois, como irmãos, fazemos as pazes!
Todos estavam quietos, ouvindo o depoimento de Jack.

-Neste processo todo, infelizmente perdemos pessoas muito especiais, queridas, que foram guerreiras, lutaram até o fim defendendo a ilha, defendendo o bem-estar de todos.
Claire tinha lágrimas nos olhos, lembrou-se de Charlie. Hurley também.
-Eu prometi a todos que um dia tiraria cada um deste lugar. No entanto, não consegui resgatá-los, uma série de acontecimentos malucos surgiu naquele dia, a ilha se moveu e infelizmente só 6 de nós saíram da ilha. Mas não pensem que saímos numa boa. Lutamos muito naquele dia pelo resgate, pela sobrevivência. E durante os anos que ficamos fora da ilha, nossas vidas não foram um “mar de rosas”. Posso falar por mim. Fui até o fundo do poço, me destruí, quase tirei minha própria vida...Não passei um dia sequer sem sentir culpa por ter deixado todos para trás.Tentei várias vezes voltar, mas só consegui por intermédio do Ben Linus. Sinto muito por esses anos!
O povo da praia se comoveu com o discurso. Jack continuou:

-Agora, acabo de saber pelo Sayid que será possível resgatar quem quiser sair da ilha. O nosso amigo Frank irá partir logo mais, levando “nossos agentes” de carona...Tem espaço para mais algumas pessoas no helicóptero. Aqueles que quiserem partir poderão ir nesta ou nas próximas viagens. Penélope e Desmond são nossos novos parceiros, eles estão responsáveis pela segurança da ilha lá fora. E se prontificaram a ajudar-nos no que for preciso na manutenção da ilha e também resgatar a quem desejar sair de vez deste lugar. Saibam que eu não fui feliz quando saí daqui, mas isso não significa que vocês terão o mesmo destino. Eu sei que todos ficaram com ódio de mim por não ter salvo vocês naquela época. Pois lhes digo, desta vez vou ajudar quem quiser ir embora. Então, quem se habilita?

Os sobreviventes se olharam, surpresos. Durante anos quiseram ouvir aquela notícia, esperaram tanto tempo e finalmente a possibilidade de resgate surgira. No entanto, aquele lugar tinha se tornado um novo lar para eles; apesar de não ter o conforto do mundo exterior, eles se sentiam mais protegidos ali, parecia que depois de tanto tempo, tinham criado raízes naquele lugar. Eles tinham medo do retorno, ainda mais sabendo que os 6 não tinham se dado bem quando saíram da ilha. Temiam acontecer o mesmo com eles. Jack ficou surpreso ao ver tanta hesitação por parte das pessoas, ele pensou que estavam ansiosos para irem embora dali. Então, Rose resolveu se pronunciar:
-Obrigada, Jack, pela proposta nobre! Não sei quanto aos outros, mas quanto a mim posso te dizer que não pretendo sair deste lugar. Renasci aqui, sinto que ganhei uma outra chance. Creio que muitos de nós também tiveram uma nova oportunidade de vida nesta ilha. Tá certo, temos muitas dificuldades, mas se levarmos em conta o que ganhamos estando aqui...Além do mais, sempre me lembro daquela sua frase: “se não pudermos viver juntos, então morreremos sozinhos”.
-Concordo com a Rose. “Live together or die alone” – Claire repetiu.
E assim, um a um foi repetindo a famosa frase de Jack, que olhou emocionado toda aquela gente manifestando seu desejo de permanecer na ilha. Então, no fundo da praia, próximo ao mar, surgiu uma espécie de luz, logo todos puderam ver a imagem daqueles que se foram: Ana Lucia, Mr. Eko, Bonnie, Shanon, Charlie, Rousseau, Alex...Eles tinham uma expressão serena e pareciam estar em paz.

Em outra parte, perto das pedras, Mulder e Scully viram William. Scully correu ao seu “encontro”.
-William, meu filho!
-Vim somente para dizer a vocês que estou bem. Não se preocupem comigo! Vim mais uma vez dizer adeus e desejar-lhes uma boa viagem de retorno. Saibam que da onde estou, apesar de distante, estarei de certa forma próximo a vocês, sempre os acompanhando e observando. Se precisarem de ajuda, é só chamar! Te amo mamãe, te amo papai!

William deu um abraço de despedida em Mulder e Scully. Depois, sua imagem desapareceu de vista. Logo mais, os agentes retornaram juntamente com Lapidus, ao “mundo externo”. Viajavam em silêncio, afinal, o que tinha sido tudo aquilo, que lugar era aquele? Nunca poderiam comentar sobre o lugar com ninguém, tinham que zelar por toda aquela gente. Nem adiantaria se contassem, ninguém acreditaria. A ilha era um perfeito mistério, até experiências alienígenas tinham sido feitas ali! Porém, todas as provas disso foram destruídas naquele conflito com os outros. Apesar de não conseguir e não poder colher provas para comprovar a verdade, Mulder estava satisfeito por ter estado ali e ter visto tudo aquilo. Ele e Scully tinham sido felizes na ilha, apesar do pouco tempo que passaram lá, pelo menos conviveram com seu filho e puderam se orgulhar de seus feitos.

O povo da praia estava reunido e celebrava o nascimento do bebê e comemorava a decisão de todos em permanecer ali, vivendo em comunidade. Jack não acreditava no que tinha ouvido, todos decidiram ficar! Ao vê-lo parado, quieto e pensativo, Kate se aproximou. Ao vê-la, ele sorriu e a olhou com carinho. Kate retribuiu o olhar, puxando seu rosto e beijando-o de forma apaixonada. Então, permaneceram ali, abraçados, em silêncio, observando a alegria da festa e curtindo cada momento daquela nova vida.

Uma nova era se iniciara na ilha. O nascimento do bebê de Kate e Jack representou uma nova fase para aquele local místico, encantado. Muitas coisas ruins aconteceram ali no passado, a morte de todo o pessoal da Dharma, as experiências alienígenas, a violência dos outros...Tudo isso contribuía para o fato de não haver nascimentos na ilha, era como se fosse um castigo dos deuses por todas as coisas ruins ali praticadas. Depois que todos os males foram consertados, a vida em fim renasceu...

O nascimento do bebê trouxe esperança a todos. Ele possibilitou a união do povo, a confraternização, a crença em um futuro na ilha, onde cada um teria a chance de recomeço, de uma nova vida. Mas o mais importante é ter proporcionado a fé àqueles que não a tinham ou naqueles que a tinham perdido.

Finalmente os sobreviventes reconheceram o sinal do destino de que era para eles ficarem ali, nada tinha acontecido ao acaso. Havia uma razão para cada um deles estarem ali, eles tiveram uma segunda chance. Todos estavam perdidos antes de sofrerem o acidente, mas na ilha puderam se encontrar. Acabaram encontrando um sentido na vida. E somente juntos, unidos, seriam felizes.

LIVE TOGETHER OR DIE ALONE!

THE END.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Fic:A verdade está na ilha-Cap 21(penúltimo): À espera de ajuda

Fazia um lindo dia na praia, Kate estava estendendo a roupa no varal improvisado.
-Precisa de ajuda, sardenta?
-Sawyer, desde quando você se interessa em ajudar alguém?
-Depende...se esse alguém for você....
Kate sorriu, Sawyer não perdera o jeito paquerador de ser, nem mesmo sabendo do seu estado atual. Neste momento, Jack surgiu na praia, voltando da sala de comunicações do território dos outros. Ao vê-los juntos, sentiu um pouco de ciúmes. Não gostava de ver Sawyer flertando com Kate.
-Bem...sardenta...já vou indo. Hora da sua consulta!
Jack estava com uma expressão preocupada.
-Jack, finalmente você voltou!
Kate o abraçou e pôs suas mãos no rosto dele.
-Kate, precisamos conversar.
Os dois foram para a barraca. Kate resolveu iniciar a conversa.
-Antes, eu gostaria de te explicar uma coisa muito importante.
-O que?
-A promessa que fiz para o Sawyer. Nunca te contei, você me perguntou naquele dia em que nos separamos...Escute, não lhe falei porque com certeza você não ia querer que eu o ajudasse, pois de certa forma, era algo muito arriscado para mim. Sawyer tem uma filha e quando ele estava preso, bem, fez digamos uma trapaça em um companheiro de cadeia.
-Trapaça, como assim?
-Ele aplicou um golpe no cara e conseguiu uma boa grana. Estava crente que fugiria dali e ficaria numa boa, mas aí...um caso dele foi visitá-lo na cadeia e contou para ele que eles tinham uma filhinha. Sawyer não quis saber na hora, mas depois resolveu deixar o dinheiro em uma conta em nome dela.
-Não estou entendendo, Kate, o que você tem a ver com isso?
-Ele saiu da cadeia, mas nem foi atrás do dinheiro em seguida porque tinha recebido pistas do cara que ele queria matar e foi cuidar desse assunto primeiro. Então, se meteu em umas confusões na Austrália e acabou sendo deportado e você sabe, pegou o vôo conosco...
-Sim, e daí?
-Ele me pediu lá no helicóptero para que eu procurasse o paradeiro de sua filha, descobrisse se ela tinha recebido o dinheiro ou não. Ele me falou o número da conta para que eu localizasse.
-E por que você não quis me contar tudo naquele dia, na sua casa?
-Eu sei o quanto você é correto com as coisas. E esse dinheiro era um dinheiro sujo, afinal, foi obtido às custas de um golpe e sabe se lá da onde veio...Sawyer deu uma de esperto para cima do cara, mas com certeza havia mais gente por trás dessa grana...e mais dia ou menos dia, essa gente certamente procuraria a localização da quantia. Isso era arriscado para mim, principalmente porque eu estava em condicional e se a polícia descobrisse, já viu! Eu não queria te envolver nisso tudo e se você soubesse, na hora me impediria de fazer toda a investigação.
-Por que você se arriscou tanto por ele?
-Ora, Jack! Pensei que seria o mínimo que eu poderia fazer, afinal, ele nos salvou em parte, quando se jogou do helicóptero! Me senti culpada, você pensa que só você se sente culpado por tudo? Saiba que eu também me senti, creio que todos nós 6 nos sentimos assim!
-Ok, Kate, me desculpa! Não queria te deixar nervosa, a última coisa que eu quero é te estressar. Você corre muito perigo agora...Olha, vamos esquecer tudo isso, são águas passadas...Não precisava te me contado agora.
-Precisava sim. Não quero que haja desconfianças entre nós.
-Ora, não vamos mais discutir sobre isso. Kate, precisamos conversar seriamente.
-Então, você conseguiu se comunicar com alguém?
-Sim, com o Ben. E...ele prometeu ajudar.
-Você não está com a cara boa, eu te conheço, o que ele lhe propôs?
-Ele disse que mandaria ajuda, alguém para te buscar.
-Será que eu vou poder ter o nosso bebê fora da ilha? Jack, isso é ótimo!
-É, Kate, é sim. O mais importante para mim é ter você e nosso bebê a salvo.
-Então, o que foi, por que essa sua cara triste?
-O problema é que, quando nós saímos da ilha, Ben teve que movê-la para que Charles Widmore não a localizasse mais. Desde então, ele e seus capangas perseguiram a todos para descobrir informações sobre o paradeiro de Ben e da ilha. Você sabe, Kate, nós estávamos sendo seguidos pelos homens dele...Por pouco ele não nos pegou e “tirou” as informações necessárias. Ben é extremamente cauteloso em se tratando de assuntos da ilha, apesar de distante, ele continua ligado a esse lugar e a seu povo. Tive que convencê-lo a muito custo a te ajudar. Mas aí, ele impôs uma condição.
-Que condição, me fale Jack?
-Que você saia sozinha da ilha e nunca mais volte.
-O que? Que absurdo! Não posso fazer isso, deixar tudo, deixar você!
-Eu concordei, Kate, eu aceitei o acordo!
-Por que? Quem disse que eu aceito? Você não me consultou, não quero saber dessa “ajuda” dele.
-Você precisa da ajuda dele, Kate! Você não pode ficar aqui, lembra do que a Juliet contou? Eu não vou permitir que você fique aqui na ilha e morra!
-Aé, e que tipo de vida eu terei fora da ilha? De fugitiva? É, porque a polícia não pode saber do meu retorno, pois violei a condicional e se me pegarem, serei presa para sempre! Não quero mais viver como uma fugitiva, antes de cair na ilha minha vida era um inferno, não tinha paradeiro, não tinha sossego, vivia sempre apavorada com medo de me prenderem!
-Eu sei que você não quer mais isso, mas não há saída! Antes viver como fugitiva do que não viver!
Jack tinha razão. Se ela permanecesse ali, não teria chance. Iria morrer juntamente com seu bebê. Pelo menos fora da ilha, estaria viva e mais importante, seria mãe de verdade. Kate começou a chorar com aquela notícia terrível, como teria forças para deixar a ilha e o pior, se separar de seu grande amor?
Jack abraçou Kate e os dois choraram. Estava com o coração partido, como um viveria sem o outro? Não conseguiam nem pensar nisso direito, não estavam agüentando a dor da futura e inevitável separação.
Enquanto isso...
Scully estava sentada em cima das pedras, olhando o mar agitado da praia. Mulder se aproximou.
-Não tinha reparado direito, como esse lugar é lindo!
-É sim, parece um paraíso perdido.
-Você está tão quieta, pensando em William?
-Mulder, estou tão triste. Sinto muitas saudades, sabe não devíamos ter permitido que ele partisse.
-Acho que não adiantaria, por mais que insistíssemos, ele partiria do mesmo jeito. Ele é um garoto muito inteligente e também muito teimoso
-É, sei bem da onde ele “puxou” essa teimosia...
Mulder sorriu e tocou o rosto de Scully, beijando-a de forma apaixonada.
-Mulder, temos que ir embora deste lugar! Como faremos?
-Taí, Scully, boa pergunta! Não faço a menor idéia de como sairemos daqui! Até perguntei ao Locke uma vez, mas ele me disse que não sabia como.
-Quer dizer que estamos presos nesta ilha?
-Por enquanto...Relaxe, Scully, por que tanta pressa? Esse lugar é um mistério, tenho conversado bastante com o povo daqui e soube de cada história!
-Mulder, não começa! Vim aqui só por causa do William e já que ele teve que partir, não vejo mais motivo para ficarmos!
-Eu sei, mas enquanto a gente não descobre um jeito de ir embora, não custa nada investigar alguns fenômenos estranhos.
Meses depois...
O tempo passou. Juliet estava estranhando o fato de Kate não estar manifestando ainda os sintomas de rejeição do bebê. Já era para ela começar a passar mal, muitas mulheres na ilha neste estágio da gravidez já se mostravam extremamente doentes. A doutora acompanhava minuciosamente o estado de Kate. Dias antes, Kate foi até a estação médica e realizou o ultra-som. Estava tudo bem com o bebê, era um menino e Kate pode vê-lo na tela do computador. Jack a acompanhava e ao ver a imagem do seu filho, os dois ficaram com os olhos cheios d’água, totalmente emocionados.
Todos na praia torciam por eles, assim como na época de Claire grávida em que todos a protegiam. Kate estava sentada na areia e Aaron se aproximou. Kate sorriu para ele; estava mais conformada com o fato dele ter se esquecido dos tempos em que ela era sua mãe, mesmo assim, ainda sentia saudades daqueles tempos.
-Oi querido, tudo bem?
-Tudo.
-O que foi, está com vergonha? Tá tão quietinho! Você está com cara de que quer me falar alguma coisa!
-Posso pegar na tua barriga?
-É claro!
-É verdade que tem um bebê aí dentro?
-Sim, é verdade.
-Você é minha tia, né? É mulher do meu tio...
-E você é um fofo, Aaron!
-Sabe, não vejo a hora dele nascer, assim vou ter um amiguinho para brincar... As outras crianças aqui da ilha ficaram lá longe, do outro lado, com as novas famílias delas. Eu só brinco com a Ji-Yeon, mas ela é menina...
Kate deu risada com o jeito sincero de criança falar o que pensa.
-Fiz um desenho para você.
Kate pegou o papel da mão de Aaron. Ela se emocionou ao ver o desenho: tinha uma mulher (ela) com um bebê no colo e um homem com cabelo preto (Jack) por perto. Ao fundo, um céu cheio de estrelas e o mar, indicando que eles estavam na ilha. Kate ficou com o olhar triste ao lembrar que não estaria ali em breve. Teria que partir logo e não mais voltar.
Então, de repente Kate sentiu uma pontada. Não quis se preocupar à toa, com certeza não era nada, ela estava apenas um pouco nervosa. Minutos depois, começou a sentir dor na barriga. Juliet correu para examiná-la. Jack estava desesperado, pois já era para a “ajuda” de Ben ter chegado. Kate não podia ficar mais ali na ilha. Jack decidiu partir imediatamente para a sala de comunicações para tentar um novo contato com Ben, Sayid o acompanhou. Kate ficou sob os cuidados de Juliet e Scully.
Locke, ao ver a situação tensa, decidiu mais uma vez ir atrás de Jacob. Ele convidou Mulder para acompanhá-lo. Os dois viraram bastante amigos, Locke se sentia bem conversando com Mulder, pois o agente acreditava nas suas histórias por mais incríveis que fossem.
-Tenho uma pergunta, John. Por que aqueles sujeitos alienígenas não falavam com Jacob? Se eles são tão poderosos, se eles dominaram essa ilha durante todos esses anos, por que será que não se dirigiam a Jacob?
-Não é todo mundo que tem permissão de falar com Jacob. Antes, somente o Ben falava com ele, depois eu. Richard nos considerava pessoas especiais.
-Afinal, o que é esse Jacob?
-Jacob pode ser o que você quiser: Deus, um mensageiro, um fantasma, um espírito, uma entidade...Quando as pessoas buscam respostas, elas procuram uma dessas alternativas, não é? Jacob representa isso, sabe aquele momento na vida em que você precisa de ajuda e de repente, aparece uma luz? Talvez Richard e os outros alienígenas tivessem medo dele, pois ninguém consegue explicar ou controlar uma entidade sobrenatural, em mundo nenhum. É o tipo de coisa não explicável nem neste e nem em outro mundo.
-Isso é incrível, John! Será que ele aparecerá para nós nesta noite?
-Nunca se sabe. Estive aqui outro dia com Jack, mas ele não apareceu. Acredito que tenha sido por causa da falta de fé do Jack.
-Veremos. Falta de fé não é nem um pouco um problema meu!
Entraram na sinistra cabana. Um vento forte balançou a janela e a cadeira se mexeu.
-Jacob, escute-me, precisamos de sua ajuda!
Locke explicou o caso de Kate para o “nada”. Um silêncio se fez. Mulder olhou quieto para Locke e então, os dois ouviram uma voz do além.
-Sinto muito, não posso interceder neste caso. Não está sob minha alçada, não tenho permissão para agir nesta situação.
-Mas como? Jacob? Jacob?
Locke permaneceu ali chamando em vão. Jacob não disse mais nada.

Juliet deu um remédio para Kate, próprio para tentar “segurar” um pouco mais a gestação. Depois de muito pensar, decidira ir até a estação médica junto com Scully, para desenvolver alguma química para amenizar a dor de Kate. Porém, elas aguardariam o retorno de Jack, pois não podiam deixar Kate sozinha sem a presença de um médico, o bebê poderia nascer a qualquer momento.
Sayid ligou os equipamentos e depois de várias tentativas, conseguiu contactar Ben.
-Ben, o que aconteceu, por que a demora? Você ficou de mandar alguém buscar Kate, mas até agora nada! O tempo passou e ela não pode mais ficar aqui! Preciso de ajuda urgente, faça alguma coisa agora!
Jack estava extremamente nervoso.
-As coisas tem sido muito difíceis para mim ultimamente, Jack! Pensei em mandar um submarino, mas ficou complicado sem a ajuda do meu pessoal...Richard partiu levando muitas “peças” importantes....Não posso chamar qualquer um, pense na segurança da ilha!
-Chega de enrolação! Fizemos um acordo, você deu a sua palavra!
-Calma, Jack! Sei que não fui muito verdadeiro, mas...
De repente, Ben foi interrompido.
-Finalmente te encontrei, seu desgraçado! Agora você não me escapa! Aquela ilha é minha!
Jack e Sayid ficaram apreensivos ao ouvir aquela voz: Ben não estava sozinho, Widmore o encontrara para o acerto de contas! Ouviram o barulho de 3 tiros, logo depois, ouve um outro disparo. Então, houve um ruído indicando que o telefone que Ben segurava caiu no chão.

TO BE CONTINUED...

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Fic: A verdade está na ilha-Capítulo 20: A despedida de William

Horas depois, William se restabeleceu. Então, foi diretamente falar com Mulder e Scully.
-Querido, como você se sente?
-Bem, mamãe, agora estou bem. Prometi a vocês ter uma conversa sobre tudo isso.
-William, desfaça esse trato! Não tem cabimento ir embora com essas pessoas...ou sei lá o que eles são.
-Sua mãe está certa. Também não concordo com essa maluquice.
-Preciso ir. Sempre soube que esse dia iria chegar, nunca senti que fazia parte desse mundo por completo...não adianta, não sou igual às outras crianças, não pertenço a este lugar...Não adianta me impedir, vocês sabem, no fundo sempre souberam que tenho uma missão maior. Acreditem, tudo o que eu tinha que fazer neste mundo eu já fiz, já cumpri meu destino.
-William, por favor, não vá! Esses anos todos passei longe de você, senti tanto a sua falta e agora que nos reencontramos, não quero, não posso deixar você ir.
-Mamãe, sinto muito. A minha jornada continuará, só que não aqui...tenho que partir. Você precisa entender, por favor! Tenho certeza que você ficará bem, eu também estarei bem, estarei perto de gente como eu.
-William, acredite, eu já estive do “outro lado” e quase morri. Eles fizeram uma infinidade de experiências comigo e com outras pessoas também abduzidas...Não vá, não podemos confiar neles!
-Papai, você passou a vida inteira em busca de respostas. Pois lhe digo, também quero respostas e preciso encontrá-las. A chave de tudo está lá fora, com “eles”. Serei mais útil lá do que aqui. No entanto, vocês devem ficar. Há muitas pessoas que precisam da ajuda de vocês e outras que no futuro poderão precisar! Por favor, não desistam! Continuem acreditando!
Mulder não sabia de onde vinham aquelas palavras tão adultas de William. Apesar de criança, ele parecia um adulto discursando. Realmente, William tinha razão. Mulder não podia impedi-lo de buscar a verdade, pois neste ponto ele tinha “puxado” seu pai, essa obsessão toda em descobrir respostas. Scully estava inconformada com a decisão de William. Tentou a todo custo convencê-lo, mas o esforço foi em vão.
William, Richard e os demais outros-alienígenas se reuniram em um campo aberto. Um pouco mais afastados do local estavam o povoado dos outros e também os sobreviventes da Oceanic. Após o acordo de William, os outros prometeram deixar o povo da praia em paz, cada povo iria viver em um canto da ilha, sem incomodar a outra parte. Todos esperavam a “partida”, muitos não botavam muita fé nesta história de alienígenas, era tudo muito surreal para entender.
Scully e Mulder estavam mais próximos do local. Mulder consolava Scully, que não se conformava com a despedida do filho. Ao ver a tristeza em seu rosto, William se aproximou:
-Não fique triste, mamãe. É só um tempo, em breve nos veremos novamente! Um dia com certeza iremos nos reencontrar. E ficaremos juntos para sempre...
-William! – Scully o abraçou bem forte, chorando intensamente.
Se dirigindo a Mulder, William sorriu.
-Cuide dela, papai. Torça por mim! Não esqueça do que eu te disse, continue acreditando! Não importa quão difícil seja, nem quantas pessoas te disacreditarem, não desista!
-Pode ter certeza, filho! Por favor, tenha cuidado! Não confio nessa “gente”. Siga seu caminho. Tenho certeza que você vai conseguir achar todas as respostas, talvez vá mais adiante do que eu fui. Tenho muito orgulho de você! Cuide-se, William! Eu te amo!
William abraçou Mulder de forma emocionada. Mulder e Scully deram um beijo de adeus em William, que andou vagarosamente pelo campo. Antes de partir, se despediu das outras crianças e também do povo da praia. Agradeceu-os por tudo, por toda a ajuda. Se dirigindo a Kate, disse:
-Não se preocupe, se precisar te ajudarei não importa aonde eu estiver. Talvez você nem precise de mim, sinto que esse bebê será especial, iluminado.
Ao ouvir as palavras de William, Kate naquele instante se sentiu mais forte e confiante. Ela sorriu para William, agradecendo-o pelas palavras de conforto. William então ficou perto dos demais futuros companheiros de jornada. Uma luz branca surgiu, encobrindo todo o céu da ilha. Mal dava para enxergar direito, tamanho o clarão que fazia. Um feixe individual de luz pairou sobre cada um que ia partir.
De repente, todos ouviram um barulho vindo do céu. Não dava para ver claramente, mas podiam perceber a presença de um objeto voador sob eles. O feixe de luz desapareceu e levou consigo cada um. Rapidamente, tudo sumiu com a claridade. Um silêncio e um vazio enorme se instalaram ali no campo. Foi inacreditável. Somente vendo, estando ali para crer.
-Aconteceu mesmo o que acabei de ver ou estou louco? – Hurley desabafou.
-Parece filme do Spilberg! – Sawyer não acreditava no que tinha acabado de presenciar.
Mulder e Scully permaneciam ali, parados, observando o local. Estavam abraçados, um consolando o outro. Estavam arrasados por terem “perdido” seu filho novamente, justo agora que o tinham por perto, justo agora que estavam o conhecendo de verdade.
Apesar de triste, a despedida foi muito bonita. Foi um verdadeiro espetáculo, algo grandioso dentre muitas coisas bizarras que aconteceram já na ilha. Os sobreviventes ficaram surpresos com a notícia da gravidez de Kate, por essa ninguém esperava. Sun e Claire foram consolar a amiga, tentando dar esperanças à Kate. Sawyer ficou ferido por dentro, pensou “por que ela não engravidou daquela vez e agora aconteceu?”. Apesar de sentir muito ciúmes de Jack, ele estava preocupado com o destino de Kate.
Enquanto o povo decidiu voltar à praia, Jack resolveu ficar. Queria ir até a sala de comunicações de Mikail, para tentar uma comunicação com o “mundo exterior”. Precisava urgentemente arranjar um meio de tirar Kate da ilha. Ao ver o desespero de Jack, Sayid também quis ficar para ajudá-lo com os equipamentos da sala, já que ele entende do assunto. Sem Mikail, poderiam fuçar à vontade. Os outros permitiram que eles utilizassem a sala para tal fim e não para chamar resgate para os sobreviventes. Apesar de distante, Ben tinha dado ordens de que não era para ninguém se comunicar para obter resgate, temendo acontecer o perigo de novamente Charles Widmore descobrir a localização da ilha e matar a todos.
Sayid pegou vários manuais Dharma para tentar entender o funcionamento dos aparelhos. Jack, nervoso, o pressionava para descobrir logo como utilizar as máquinas. Eles lutavam contra o tempo, já que tinha se passado os meses seguros da gravidez e logo Kate entraria no trimestre perigoso da gestação, onde começava a rejeição ao feto.
Ao ver Jack aflito, Locke lhe propôs uma caminhada para tentar consultar Jacob. Jack não tinha entendido direito a explicação “viajante” de Locke sobre a tal cabana, mas mesmo assim deu-lhe um voto de confiança. Chegando ao local, Locke e Jack entraram na cabana, Locke chamou Jacob. Um silêncio reinou no lugar.
-Vamos embora daqui! Não sei onde estava com a cabeça quando ouvi o seu conselho. Não tem nada aqui, John! É só uma cabana abandonada!
-Não entendo, Jack, por que ele não está aqui. Acredite, eu já o vi!
-Viu? Sei...Então, onde ele está?
-Não sei, não está atendendo ao nosso chamado.
Locke ficou bravo porque justamente com Jack, logo ele que não acreditava em nada, Jacob não deu “as caras”.
-Vamos, John! Já chega de perder o pouco tempo que tenho!
-Sabe qual é o problema Jack? O problema é você, é sua falta de fé! Talvez seja por isso que Jacob não apareceu, ele só aparece para aqueles que o buscam, para aqueles que crêem. Você precisa acreditar Jack!
-Acreditar em um fantasma? Não, não, ainda não cheguei a esse ponto.
-Tudo bem, não vou discutir com você. Mas te digo uma coisa, algum dia você irá acreditar. Você ainda não foi testado pela vida como eu já fui. Somente aqueles que passam por uma provação começam a ter fé. O destino ainda não lhe deu essa oportunidade.
Os dois voltaram à sala de comunicações. Sayid tentou várias vezes sem sucesso, até que finalmente surgiu um ruído. Uma imagem começou a se formar. Ao olhá-la, se depararam com uma figura conhecida, com seus olhos verdes arregalados e penetrantes: era Ben Linus. Jack explicou a situação a Ben, que fez pouco caso. Depois de muito diálogo, Ben concordou em ajudar desde que se cumprisse uma condição: somente Kate poderá sair da ilha e se o fizer, não poderá nunca mais retornar. Ao ouvir a proposta, Jack ficou cabisbaixo. Depois se levantou da cadeira e andava de um lado ao outro da sala, pensando desesperado. Iria morrer sem Kate por perto, mas se ela ficasse na ilha, com certeza ela morreria. Era uma situação sem saída, o pior é que não tinha escolha a não ser recorrer à ajuda de Ben. Com o coração dilacerado, com dor no peito de ter de se separar para sempre de sua amada, Jack hesita, mas aceita a proposta.

TO BE CONTINUED...

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Fic:A verdade está na ilha-Capítulo 19: O acordo de William

William se afastou, deixando Kate sozinha. Ela estava imersa em seus pensamentos, quando Jack se aproximou.
-Kate!
-Jack! Que bom que você voltou vivo!
Kate o abraçou e o beijou. Jack olhava seriamente para ela.
-O que foi?
-Eu ouvi tudo. Kate, é verdade o que o garoto disse?
Kate ficou branca. “Meu Deus, ele ouviu a conversa, e agora?”, pensou. Ela desviou o olhar e ficou quieta.
-Kate, me responda! É verdade?
-É. Ninguém sabe, somente a Juliet. Não sei como esse menino soube.
Jack pôs a mão na cabeça. Foi um baque ouvir aquela notícia. Estava emocionado, sempre sonhou ser pai e ter um filho com a mulher que ele amava era tudo o que sempre quis. Mas, ao mesmo tempo, ficou desesperado ao lembrar de Juliet dizendo que as grávidas não sobreviviam naquela ilha. Sem saber o que dizer naquela hora, Jack abraçou ternamente Kate.
-Jack, estou com tanto medo! Nunca imaginei que isso pudesse acontecer, até agora não acredito.
-Kate, hei, tudo vai ficar bem...tenha calma...eu prometo que vou pensar em alguma coisa. Pode ter certeza, vou fazer de tudo para conseguir tirar você desta ilha!

Locke e Sawyer retornaram. Não acharam Mulder e Scully.
-Vocês procuraram direito? – Sayid interrogou.
-Claro que sim! Oh, é mesmo, esqueci! Quem deveria procurar os agentes deveria ser você, afinal, os iraquianos são bons em esconderijos...quem sabe eles estão em uma toca subterrânea que nem o Saddam, não é mesmo? – Sawyer cutucou Sayid com sarcasmo.
-Então não acabou. Não vencemos todos. Eles foram capturados! – Sayid nem notou que William estava ali.
-Eu quero falar com eles! Me levem até lá!
-Ô garoto! Quem você pensa que é? Anakin Skywalker, o menino prodígio jedi? – Sawyer nem conhecia William e já colocou apelido nele.
-Por favor, peço que me ajudem a procurá-los e me levem até lá. Farei um acordo com eles. Preciso salvar os meus pais.
-É melhor fazermos o que ele pede! – Locke interveio.
-Mas ele é só um garoto! – Sayid lembrou.
-Vocês não sabem do que ele é capaz. Pergunte ao Hurley, eu e ele presenciamos o poder deste menino.
-É verdade, ele é sinistro! Me desculpe, William, mas você é sinistro no bom sentido. – Hurley tentava amenizar.

Enquanto isso, em outro local da ilha...
Mulder e Scully eram prisioneiros do grupo dos outros que ainda restava. Estavam amarrados e com mordaça. Tinham sido torturados.
-Já chega, Richard! O que você pretende com isso?
-Com certeza, William virá até nós para resgatá-los.
Grande parte do próprio povo dos outros não estava gostando das atitudes de seus líderes. Já haviam perdido as crianças e muitos dos seus na batalha. Estavam cansados de líderes tiranos e de lutarem contra os sobreviventes da Oceanic. Eis que surge William, os outros observam aquela criança ir de forma altiva em direção aos líderes da comunidade.
-Eu vim propor um acordo. Peço-lhes que libertem meus pais imediatamente. Também peço autorização para curar quem quiser voltar a ser somente humano. Eu sei que muitos de vocês não queriam ser submetidos às experiências, foram forçados e muitos foram iludidos com as falsas promessas de que se fossem híbridos, seriam mais fortes, imunes, quase imortais. Pois digo-lhes que são falsas porque a longo prazo, os experimentos trazem danos muito sérios, vocês ficarão imunes às doenças humanas, porém não escaparão de um vírus fulminante que aflige os alienígenas. Ninguém é imortal, nem nesse e nem em outro mundo!

Mulder ficou impressionado ao ouvir William proferir aquele discurso. Ele passou tantos anos buscando “a verdade” dos fatos e seu filho parecia saber de tudo. Todas as respostas para as questões não respondidas, todas as provas que ele e Scully procuraram juntar e o Governo fez questão de destruir, enfim, tudo se resumia a William. Ele era a prova real de que sempre estiveram certos em suas investigações.

Ao ouvir a declaração do garoto, o povo (outros) começou a pensar. O que ele dissera fazia muito sentido.
-Quem disse, meu pobre menino, que eles querem ser curados? – Richard olhava para William de forma enigmática.
-Eu quero! – disse uma mulher.
-Eu também! – outra pessoa.
E assim, um a um foi manifestando seu desejo de cura, deixando Richard desconcertado. Realmente ele não tinha argumentos, o que William dissera era verdade, quem é que ia querer ser um híbrido, misto de humano e alienígena, se isso não apresentava vantagem nenhuma, visto que nem mesmo os alienígenas eram imortais.

-Por favor, senhores! Libertem os meus pais agora!
-E o que mais você quer?
-Quero também que todos prometam que não irão mais lutar contra os sobreviventes da Oceanic, não irão machucá-los. Deixem-nos livres, essa ilha é grande, tem espaço para todos!
-E a troco de que iremos cumprir as suas exigências?
-Eu irei curar todos os híbridos, assim eles poderão viver normalmente como humanos, aqui na ilha. Quanto àqueles que são alienígenas, eu proponho que retornem de onde vieram... Eu irei com eles para onde quiserem...
-William, não faça isso! Não! Desconsiderem o que ele falou, eu não vou permitir essa loucura! – Scully falava desesperada.
-Aceitamos a sua proposta William!

Scully correu perto de seu filho. Iria convencê-lo a desistir deste acordo a qualquer custo. Mulder também jamais permitiria a abdução de William, visto que ele já tinha o sido e sofrera horrores do “outro lado”.
-Agora não. Mais tarde falarei com vocês. Tenho muito a fazer. Preciso curar essas pessoas.

William reuniu os outros e repetiu o ritual que fizera com as crianças: foi curando um a um, inclusive Aaron, que não tinha sido curado daquela outra vez porque estava no esconderijo com Claire. Ele precisava ser curado porque também foi alvo de experiências quando ainda estava na barriga de Claire (quando Ethan a seqüestrou e injetou seu composto com partículas alienígenas).
Ao terminar a cura de todos, caiu desmaiado na grama, completamente exausto e fraco. Mulder e Scully correram em sua direção. Scully beijou a testa de William, aos prantos. Mulder passou a mão nos cabelos do garoto e também começou a chorar. William permanecia imóvel, sem energia.

TO BE CONTINUED...

domingo, 9 de novembro de 2008

Fic: A verdade está na ilha-Capítulo 18: O confronto tem início

A maior parte do povo da praia resolveu partir, somente algumas pessoas que estavam em recuperação médica ficaram. Aquela situação já estava mais do que intolerável, o confronto com os outros era inevitável. Todos não tinham idéia de como seria essa “guerra”, estavam extremamente apreensivos. Quando estava a caminho da ilha, no submarino, Jack tinha prometido a si mesmo não ser mais líder. Estava cansado de tanta responsabilidade nas costas. No entanto, passados esses meses, ele foi recuperando o prestígio e a admiração por parte dos sobreviventes. E aconteceu o óbvio: mesmo sem querer, todos o colocaram de volta na liderança. Por mais que Jack fugisse, ser líder era seu talento nato. Para qualquer decisão que tomassem na ilha, Jack era consultado.

-Não entendo isso, Kate. Quando voltei para cá, todos me olharam feio, eu podia sentir o ódio nos olhos das pessoas. E agora, eles querem que eu os guie nesta jornada.
-A liderança não é para qualquer um. Não é algo que dependa de sua vontade. Você inspira confiança, as pessoas acreditam em você. É uma habilidade sua, é inerente a sua pessoa, por mais que você não queira, ela sempre irá se sobressair.

O grupo seguia seu caminho. Estavam todos tensos. Sabiam que os outros tinham um verdadeiro exército, bem preparados, habilidosos e eram em maior número. Provavelmente, não tinham voltado ao acampamento que Locke conhecia, pois William e as crianças já tinham sido capturados naquela vez. De certo, se os levaram é porque queriam continuar com suas experiências. E o lugar mais lógico em que as mesmas poderiam ser feitas era a ilha-prisão. Por essa razão, antes de saírem da praia, montaram mini-jangadas, mais simples que aquela que Michael tinha feito e viajado com Jin e Sawyer. Infelizmente teriam que ir até aquele monstruosos lugar novamente. Aquela ilha parecia uma espécie de Alcatraz, onde prisioneiros tinham dificuldade de fugir.

Era fim de tarde quando chegaram à ilhota. O grupo então se dividiu: uma parte foi em direção à estação em que eram feitos os tais “tratamentos psicológicos”/ experiências e a outra parte se dirigiu a um conjunto de salas, provavelmente onde ficavam as “celas” com as vítimas.
Como representavam número bem menor que os outros, tiveram que contar com inteligência e astúcia. Enquanto estavam se preparando para a “guerra”, na praia construindo as jangadas, Daniel Faraday foi a estação de energia da ilha. Como ele é um físico, levou seu caderno de anotações para lá e teve a idéia de desenvolver um dispositivo químico explosivo mais seguro que a nitroglicerina anteriormente utilizada. Assim que retirassem as crianças do local, poderiam atacar os outros com essa “arma química”.

Resolveram observar cuidadosamente o local antes de atacar. Não queriam de jeito nenhum ferir as crianças. Era já noite quando decidiram iniciar o confronto. Claire resolveu entrar primeiro na estação de testes, pois já tinha estado lá e conhecia bem o local. Fez sinal para outras pessoas entrarem. Cada um foi entrando bem devagar no prédio sinistro. Kate viu uma mulher deixando uma criança amarrada em uma sala. Assim que a mulher saiu, Kate entrou rapidamente na sala e soltou a criança, ordenando que saísse dali e se escondesse no mato. Quando a mulher retornou, Kate avançou por trás e tapou o nariz da mesma com éter, fazendo ela desmaiar.

Hurley, que estava escondido lá fora no mato ia pegando as crianças e ajudando-nas a se camuflar. Jack entrou na anti-sala cirúrgica. Tudo indicava que iriam iniciar um procedimento em breve. Jack entrou uniformes no armário e vestiu-se, entrando na sala disfarçado. Só havia duas pessoas na sala preparando uma criança para a experiência. Jack aproveitou-se da distração do “cirurgião” e lhe aplicou uma injeção anestésica na perna. O homem desmaiou. O enfermeiro se distraiu olhando a queda do homem e então Jack deu um soco nele. Retirou a criança da sala e a levou lá fora para Hurley.

Sayid entrou na sala comportamental e foi direto mexer nos equipamentos de áudio. Cortou os fios, destruiu o telão e desamarrou a criança vítima que estava completamente tonta. Sabotou todas as máquinas, destruindo-as por inteiro. Claire adentrou algumas salas e ordenou às crianças para que fugissem de forma silenciosa. Porém, uma “outra” a viu de relance e correu atrás dela. A “outra” a alcançou e deu um soco. Claire caiu no chão, batendo a cabeça e desmaiando temporariamente.

Todas as crianças daquela estação já tinham sido resgatadas, Daniel jogou o seu composto químico. Todos tinham saído, menos Claire. Jack ao saber disso, entrou desesperado na estação à procura de sua irmã. Correu freneticamente nos corredores, um outro o viu e o perseguia. A estação explodiria em questão de segundos, Kate ficou apavorada e quase entrou atrás de Jack, porém Sayid a segurou.
-JAAAACKK!!! – Kate gritava.

Finalmente Jack encontrou Claire e bateu em seu rosto para acordá-la. Ela mal recuperou sua consciência e já teve que levantar e correr. Os dois corriam pelos corredores desesperados por uma saída. A estação parecia um labirinto, um corredor atrás do outro até que os dois encontraram a saída. Abriram a porta e pularam longe, um segundo depois, a estação explodiu.
Os outros ouviram o estouro e a movimentação foi intensa. Não contavam serem atacados tão depressa, muito menos desta maneira. Aproveitando a confusão, Sawyer invadiu algumas celas e libertou as crianças dali. Mulder também lutava com um outro, mas conseguiu atirar nele e soltar outras crianças. Scully procurava desesperadamente seu filho até que o avistou ao longe, no meio do corre-corre.

-William! Venha, viemos libertar todos vocês!
Os dois correram, Scully atirou nos outros que cruzavam seu caminho. Mulder a viu em apuros e lhe deu cobertura para que fugisse com William.
-Você sabe onde está Aaron?
-Um pirata está com ele.
Locke logo se lembrou de Mikail. Foi imediatamente atrás dele, ele nunca o suportou e até tentou matá-lo uma vez no “campo” de proteção dos outros, mas Mikail resistira. Locke arrombou a porta da sala de comunicações, encontrando o garoto ali.
-Fuja Aaron!
Mikail partiu para cima de John. Os dois rolaram no chão, Locke levou muitos socos, Mikail tinha uma força descomunal. John ao ver que não podia vencê-lo pela força, fingiu que tinha perdido a consciência de tanta porrada. Ao vê-lo parado, Mikail sorriu e cuspiu na cara dele. Depois, quando estava se levantando, John lhe deu uma rasteira, Mikail caiu. Locke pegou o seu facão e acertou Mikail bem na jugular.
-Dessa vez você morre, seu desgraçado!
Aaron corria no meio da confusão lá fora, sem saber onde ir. Kate o encontrou, pegando-o no colo e levando-no para um local seguro. Aaron beijou Kate em agradecimento. Ela o abraçou, chorando com saudades do tempo em que ele era seu filho.

Wiliam estava aflito porque seus pais não retornavam. Ele não tinha bons pressentimentos. Todas as crianças acabaram por encontrar o local seguro. Agora a guerra era entre o povo da praia e os outros. Kate estava no meio da batalha quando quase desmaiou. Jack viu um outro apontar a arma para ela e imediatamente atirou nele.
-Você está ok?
-Sim. Obrigada, nem tinha visto que estava sob a mira!
-Fique perto das crianças! Você já fez demais, aqui é muito perigoso!
Mesmo querendo lutar na guerra, Kate agora tinha consciência de sua delicada situação. Não podia bobear. Resolveu acatar a ordem de Jack, indo para o local seguro na mata.
Os outros lutavam bravamente, defendendo seu lugar. Eram numerosos. Percebendo que não poderiam vencê-los, o povo da praia resolveu utilizar as armas químicas de Faraday. Sawyer atirou um vidrinho com o composto e uma explosão atingiu um grupo considerável dos outros. Mulder e Scully tiveram que recuperar a forma dos tempos de agente, lutando e atirando. Locke, Jack e os demais sobreviventes também utilizavam a “química” de Daniel. Após as explosões e muita fumaça, o silêncio reinou. O grupo então resolveu encontrar o restante, parecia que o confronto tinha terminado. Ao se reunirem, notaram a ausência dos agentes. Locke e Sawyer resolveram dar uma vasculhada no local, em busca dos dois.

Kate aguardava o retorno dos sobreviventes. Estava parada em um canto, quieta e preocupada. William se aproximou.
-Kate é seu nome, não é?
-Sim. E qual é o seu?
-William.
-Oh, William! Que bom te conhecer! Gosto muito de seus pais apesar de conhecê-los há pouco tempo. Não se preocupe, logo logo eles estarão de volta.
-Você está preocupada.
-Eu? Ah...estou um pouquinho. Meus amigos estão lá lutando com aquela gente, espero que estejam bem.
-Não estou falando só disso...
-Como assim? William, não estou te entendendo!
-Você está com medo de morrer. Não se preocupe, eu vou te ajudar, farei o possível.
-Me ajudar?
-Fique calma, ajudarei o seu bebê a nascer com vida.
Kate ficou chocada, como aquele garoto sabia que ela estava grávida? Estava tão surpresa que não percebeu que eles não estavam sós: Jack estava por perto e ouviu a conversa.

TO BE CONTINUED...