quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Fic: My Skin

Ship: Jate
Categoria: 6ª temporada (pós-finale), AI, POV, Songfic
Advertência: angst
Capítulos: 1 (one-shot)
Classificação: G
Completa: [x ] Yes [ ] No
Resumo: Fic de natal. Kate se recorda do último Natal em que esteve ao lado de Jack.
N/A: Os americanos geralmente comemoram o Natal no dia 25, a véspera é considerada como um dia normal. A ceia é feita ao final da tarde e reúnem amigos e familiares. Como aperitivos, há biscoitos à disposição, geralmente cookies (de chocolate). Para a ceia costumam fazer peru assado ou presunto defumado e caramelado, purê de batatas, batata doce, suflê de legumes e sobremesas como as tradicionais tortas. Trocam-se presentes também.
A música utilizada é “My skin” da Natalie Merchant. Dedico como presente de Natal a todas (os) jaters.
Acompanhe a letra e tradução da música:
Baixe a música pelo 4shared:
Kate’s POV

O vento uivante bate furiosamente contra o vidro da janela. Estou deitada na cama, mas não consigo dormir. Meu corpo se revira de um lado a outro, inquietamente e quando decido tentar adormecer, encolho minhas pernas como se quisesse abraçar a mim mesma. Não consegui comer nada durante o almoço vespertino de Natal, estou me sentindo indisposta e triste por isso tinha decidido me deitar um pouco, visto que não consegui conciliar o sono na noite passada.

Take a look at my body
Dê uma olhada no meu corpo
Look at my hands
Veja as minhas mãos
There's so much here that I don't understand
Há tanto aqui que eu não compreendo

O esforço é em vão, decido me levantar. As paredes do quarto me sufocam, preciso sair imediatamente daqui. Visto uma roupa quente e um pesado sobretudo para enfrentar o frio lá fora. Desço as escadas e ao alcançar a sala, Claire me olha de um jeito ao mesmo tempo questionador e piedoso.
-Kate, não conseguiu descansar?
E ao observar os meus trajes, emenda com outra pergunta:
-Espere, vai sair?
-Vou, preciso dar uma volta para espairecer.
-Quer que eu te acompanhe? Minha mãe está ceiando comigo, ela pode ficar e dar uma olhada em Aaron. Ele não dormiu direito ontem porque tentou ficar acordado e esperar o papai Noel chegar com os presentes. Não sei por que fui explicar que o papai Noel passava nas casas de noite, quando as crianças estavam dormindo, para que no dia seguinte logo cedo elas encontrassem seu presente ao pé da árvore. Ele acabou dormindo a muito custo, mas hoje esteve o dia todo sonolento por isso agora foi tirar uma soneca. Kate, tem certeza que não quer que eu vá contigo?
-Não precisa Claire, quero ficar um pouco sozinha. Obrigada.
Dou um leve sorriso para assegurá-la de que estou bem. Mantenho um olhar baixo, não quero que ela perceba que estou prestes a chorar. Antes que isso aconteça, viro-me e caminho apressadamente em direção à porta.

Desde que saímos da ilha e voltamos para casa tem sido assim, todos me perguntam como me sinto, se estou bem, aonde vou, o que vou fazer. Entendo perfeitamente a preocupação deles, mas toda a vez que me fazem essas perguntas, acabo me questionando sobre o que estou sentindo e me deparo com todas as lembranças novamente.

'Cause I've been treated so wrong
Pois tenho sido tratada de uma forma tão errada
I've been treated so long
Tenho sido tratada assim por muito tempo
As if I'm becoming untouchable
Como se eu estivesse me tornando intocável

Tudo piora nesta época do ano, Natal, Ano Novo, tempo de pensarmos sobre o futuro e avaliarmos o ano que está acabando.

Ando pelas calçadas da vizinhança e observo as luzes acesas das salas; apesar de ser final da tarde, o sol mal deu as caras e já começou a escurecer. Ouço vozes animadas, pessoas reunidas à mesa, provavelmente comendo e brindando. Uma avó está sentada na cadeira da varanda da entrada, olhando zelosamente duas crianças correndo no jardim, seus netos talvez.

Há um clima de alegria no ar. O vento assopra contra o meu rosto, sinto que minhas bochechas estão vermelhas pelo frio, coloco as mãos no bolso e caminho retraída. Olho em direção ao céu e fecho momentaneamente os olhos, tentando respirar o ar gelado e sentir aquela brisa tocar a pele da minha face. É quando meu pensamento me trai, a consciência me escapa e vejo sua imagem ocupar a minha mente.

Disse-lhe ao observar a mesa posta com sanduíches feitos com pão de fôrma, biscoitos de chocolate (cookies), algumas frutas e dois castiçais ao centro:
-Jack, esse não é o tipo de ceia que eu estava esperando...Além do que, a comemoração é amanhã.
-Eu sei, você estava brava comigo, por isso não quis planejar nada de especial. Sinto muito, eu sei que não vou poder estar com vocês amanhã, por isso resolvi adiantar a ceia, mas te prometo que no ano que vem vamos ter tudo como manda o figurino, um assado, suflê de legumes, purê de batatas, torta de maçã de sobremesa, família e amigos reunidos...
-Olha que vou cobrar.

Promessas. Promessas que não foram cumpridas, não deu tempo suficiente para vivenciarmos. Tanta coisa ainda faltou, sonhos interrompidos, planos não executados.

Your face-saving promises
Suas promessas superficiais
Whispered like prayers
Sussurradas como preces
I don't need them
Eu não preciso delas

Well, contempt loves the silence
Bem, o desprezo é amante do silêncio
It thrives in the dark
Ele prospera na escuridão
With fine winding tendrils
Com delicados galhos espiralados
That strangle the heart
Que estrangulam o coração
They say that promises sweeten the blow
Dizem que promessas amenizam a desgraça
But I don't need them
Mas eu não preciso delas
No, I don't need them
Não, eu não preciso delas

Lágrimas começam a deslizar livremente pelo meu rosto, quando sinto na ponta do nariz alguma coisa me molhando. Abro os olhos e percebo que começou a nevar. Pequenos blocos caiam do céu, tão brancos feitos isopor.

I'm a slow-dying flower
Sou uma flor que morre lentamente
In the frost-killing hour
Durante uma impiedosa geada
Sweet turning sour and untouchable
O doce se torna acre e intocável

Volto a caminhar, embora mais devagar com medo de escorregar no chão úmido. Chego de novo diante da minha casa, mas decido não entrar. Em vez disso, vou para o jardim dos fundos e me sento no balanço de Aaron. Avisto o horizonte e cruzo os braços, esticando as mangas do casaco para abrigar melhor as minhas mãos. E agora outra recordação me arrebata com força. Lembro-me mais uma vez do Natal passado.

Eu estava com muita raiva. Tinha discutido com Jack porque ele iria estar de plantão no hospital no dia 25. Em uma atitude egoísta, disparei um monte de palavras desaforadas para ele, acusei-lhe de que ele não se importava nem comigo e nem com Aaron, considerava o trabalho mais importante que nós.

Eu nem quis saber de planejar a ceia para o dia seguinte, para que, para passar o Natal sozinha? Decidi ir para a cama mais cedo aquela noite e não esperar Jack chegar, estava aborrecida e magoada. Aaron estava agitado, teimando que iria ficar acordado esperando firmemente o papai Noel chegar, mas o sono lhe roubou os planos. Coloquei-o para dormir e fui para o meu quarto.

Acabei pegando no sono quando uma mãozinha me chacoalhou ansiosamente.
-Mamãe, mamãe, acorde!
-Aaron? O que foi, teve pesadelo de novo?
-Venha mamãe.
-Ir aonde, bebê?
Aaron me puxava até que esfreguei os olhos ainda embaçados e resolvi levantar-me para ver o que ele tanto queria. Apanhei um casacão e descemos a escada de mãos dadas. Adentramos a cozinha e Aaron me pediu para fechar os olhos.
-É surpresa, mamãe.
Aaron me guiou até o jardim. Lá estava ele, Jack, parado ao lado de um pinheiro grande, totalmente decorado.
-Mas o que...
-Gostou mamãe? Eu que ajudei a decorar!
Aaron nem me deixou terminar a frase, tamanho entusiasmo em sua voz, pulando de felicidade.
-Esperem que ainda falta o espetáculo final. Lá vai...
Jack ligou o pisca-pisca e feixes de luzes coloridas acendiam e apagavam alternadamente, criando um colorido que acentuava os detalhes dos enfeites da árvore de Natal.

Aaron olhava sem piscar, completamente embasbacado diante do show de luzes. Então, aproveitando a distração do menino, aproximei-me de Jack, com um sorriso largo de orelha a orelha.
-Sinto muito, Kate, gostaria de estar com vocês dois amanhã à tarde mas...
Não deixei que ele terminasse de se desculpar, fiquei nas pontas dos pés e calei-o com um beijo terno e carinhoso.
-Tudo bem, Jack, o que importa é que você está aqui neste momento.
Olhei para o lado e Aaron ainda estava mexendo nos enfeites. Toquei o rosto de Jack e mais uma vez nos beijamos, porém mais intensamente e de forma apaixonada, um beijo gostoso exatamente como são todos aqueles beijos de reconciliações.

I need the darkness, the sweetness
Oh, eu preciso da escuridão, da doçura
The sadness, the weakness
Da tristeza, da fraqueza
Oh, I need this
Oh, eu preciso disso
I need a lullaby, a kiss goodnight
Preciso de uma canção de ninar, de um beijo de boa noite
Angel, sweet love of my life
Anjo, doce amor de minha vida
Oh, I need this
Oh, eu preciso disso

Posteriormente, trocamos presentes, Aaron ficou encantado com a baleia de pelúcia enorme que ganhou de Jack. E partimos para a nossa ceia improvisada e adiantada, com nenhuma comida especial, mas com a ocasião mais especial que vivenciamos em família.

Choro quando me lembro desta noite, cada detalhe se mantém vivo em minha memória como se tivesse acontecido há dois segundos. Os risos, as brincadeiras, a paz. Levo minha mão direita em direção à boca, meus dedos tocam os lábios como se ao tateá-los, esse gesto me trouxesse de volta o calor dos beijos dele.

Do you remember the way
Lembra-se da maneira
That you touched me before?
De como você me tocou antes?
All the trembling sweetness
Toda a ansiosa doçura
I loved and adored
Eu amei e adorei

Desperto da recordação quando ouço uma voz ao longe me chamando:
-Mamãe, mamãe!
-Aaron, o que faz aqui fora?
Puxo-o imediatamente para debaixo do meu sobretudo, agasalhando-o e protegendo-o da neve.
-Está frio demais, volte para dentro!
-Já vou...mas antes, posso ficar um pouquinho só? Queria ver a neve caindo.
-Ok, somente um minutinho, senão sua mãe vai ficar uma fera. Aliás, lembra-se do que combinamos? Nada de me chamar de mamãe, você sabe que sou sua tia. Se a Claire te ver me chamando assim, ela vai ficar muito triste.
-Eu sei, desculpa. É que...eu esqueço às vezes.
-Você não estava tirando uma soneca, seu pestinha?
-Estava, mas resolvi levantar. Ontem tentei ficar acordado para ver se conseguia ver o papai Noel.
-E conseguiu?
-Não. Mas ano que vem, eu vou ficar acordado e plantado até ver o papai Noel chegar com os presentes!
-É mesmo? Será que você vai agüentar?
-Vou sim.
Ficamos em silêncio por uns instantes, até que ele disparou:
-Você estava chorando?
-Eu? Imagina querido, só estou aqui fora tomando um ar fresco.
-Estava sim, tia. Tudo bem, não precisa mentir, eu entendo. Também sinto muito a falta dele.

Aaron me deu um abraço apertado e não pude deixar de me surpreender com aquilo que ele acabara de me dizer. Ele é tão pequeno, como pode ter uma percepção tão certeira?
-Acha que um dia ele vai voltar?
Como responder a uma pergunta dessas? Engoli o pranto e não sabia o que falar. Não tinha como explicar o que aconteceu, um adulto não entenderia, o que dirá uma criança! Apenas tive força para balbuciar:
-Eu não sei...
-Ele volta sim. Mamãe disse que ele foi para o céu, mas eu estava pensando, os astronautas também vão para o céu e eles voltam. Quem sabe ele encontre alguém lá que o traga de volta no foguete?

Foi inevitável não rir com a cabecinha criativa de Aaron. A inocência das crianças nos provoca esse efeito, sorrir em um momento tão triste como o de agora. Essa fé no lúdico os protege de toda a sorte de fatos ruins da vida. E é contagiante.
-Venha, vamos entrar, já vimos o bastante.
Apanhei Aaron no colo e antes de fechar a porta, olhei mais uma vez para o céu, a neve caía sem deixar trégua, formando uma camada de gelo grossa e branca sobre o gramado. Meu coração estava em pedaços, a saudade corroendo todos os cantos do meu corpo. Sinto muito a falta de Jack e acho que nunca vai passar.

Well, is it dark enough?
Bom, está escuro o bastante?
Can you see me?
Você pode me ver?
Do you want me?
Você me quer?
Can you reach me?
Pode me alcançar?
Oh, I'm leaving
Oh, estou indo embora

Better shut your mouth
É melhor fechar sua boca
And hold your breath
E prender sua respiração
You kiss me now
Você me beija agora
You catch your death
Você detém sua morte
Oh, I mean this
Ah, eu quis dizer isso
Oh, I mean this...
Ah, eu quis dizer isso...

Então tomei uma decisão ou resolução de fim de ano, como é popularmente nomeada. Daqui por diante, não vou me manter afastada. Vou permitir que as pessoas se importem comigo, cuidem de mim porque preciso, necessito demais de meus amigos para não cair. A dor vai continuar aqui dentro, contudo, quero deixá-la em um cantinho, adormecida e guardada para de tempos em tempos poder soltá-la somente um pouquinho, talvez em datas especiais como o dia de hoje, um dia do ano em que é possível compartilharmos as lembranças daqueles que amamos e que viverão para sempre em nossos corações.

FIM.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Fic: Conforto

Ship: Jate
Categoria: 4ª temporada, AI, POV
Advertência: é necessário ter assistido até a 4ª temporada
Capítulos: 1 (one-shot)
Classificação: G
Completa: [x ] Yes [ ] No
Resumo: Jack teve um dia difícil e finalmente chega ao aconchego do lar que divide com Kate.
N/A: Ficlet somente para destravar, relevem o roteiro ralo porque faz tempo que não escrevo.

Jack’s POV

É tarde da noite quando chego em casa. As luzes apagadas da sala indicam que todos dormem. Abro a porta sem fazer barulho e acendo uma das luzes. Não estou com fome, tinha comido uma besteira qualquer no hospital, em um dos raros momentos em que tive um pouco de sossego. Foi um dia difícil. O paciente da cirurgia da manhã apresentou uma série de complicações no pós-operatório, exigindo observação minuciosa no decorrer do dia. E quanto mais as horas passavam, o quadro clínico piorava.

Depois de muito lutar, ele não resistiu. Ainda não acredito no que aconteceu. Era para dar certo, tinha tudo para ser um grande sucesso. Um procedimento tão comum, rotineiro, não consigo entender o porquê. Esse é o lado ruim de ser médico, você pensa que pode consertar as coisas, que tudo é possível. E então o seu paciente morre e você não pode fazer mais nada. Dá uma sensação de impotência, de fracasso. Fico repassando em pensamento cada ação que fiz, para ver se não podia ter feito melhor.

Pego um copo e o completo com duas doses de whisky puro. O líquido desce pela garganta queimando, mas minha mente está tão carregada que nem acompanha o abalo sofrido pelo corpo.

Não consigo ser como ele, meu pai. Não consigo chegar em casa e agir como se o que ocorreu no hospital não me afetasse. Os olhos...aquele olhar desesperado que a esposa dele, meu paciente, me deu quando lhe contei as más notícias, não sai da minha cabeça.

Mas está tarde, preciso dormir. Alargo o nó da gravata enquanto subo as escadas. Hesito em dar uma olhadinha em Aaron porque não quero acordá-lo, mas mesmo assim, passo em seu quarto e o observo da porta. Está tudo bem. Ando pelo corredor e entro no quarto principal de mansinho, ela dorme a um sono profundo. Retiro a roupa, ficando somente em meu traje íntimo. Vou até o banheiro, escovo os dentes e aproveito para lavar o meu rosto. A água fria serve para me fazer desligar das preocupações. Apanho a toalha e enxugo a face. Olho para o espelho e mal consigo me encarar. Um peso enorme paira por cima dos meus ombros.

Volto para o quarto e me deito lentamente na cama, tomando todo o cuidado para não acordá-la. Assim que acomodo minha cabeça no travesseiro, sinto uma mecha de cabelo encaracolado a fazer cócegas no meu dorso. Logo em seguida, sinto um braço envolver a região por cima do meu abdômen, em um quase abraço apertado por trás. Lá estava Kate, sua cabeça levemente inclinada perto do meu ombro, arranjando espaço e se aconchegando a mim instintivamente, visto que ainda dormia. Podia sentir sua respiração arfando próxima a minha nuca. Queria me virar e ficar de frente para ela, mas temia que o movimento pudesse despertá-la.

Então não pensei em mais nada. Se existe uma coisa que não consigo explicar é isso, esse efeito que ela provoca em mim. Nunca me senti desse jeito, de todas as mulheres que passaram em minha vida, nenhuma conseguiu me fazer feliz como Kate me faz. Feliz. Quem diria, Jack Shephard, dizendo que está feliz?

Depois de tudo que passamos juntos, separados e agora juntos novamente, resolvemos nos dar essa chance.

O calor que emana do seu corpo me aquece, tornando a cama o lugar mais seguro do mundo. O perfume de seus cabelos, um aroma floral, entorpece meus sentidos, dando-me a paz que tanto preciso. Sua pele macia em contato com a minha traz consigo uma sensibilidade gostosa. Resisto à tentação de tocá-la, pois uma vez que começasse a acariciar as suas mãos, isso me levaria a querer beijá-la e tatear todo o seu corpo, consequentemente acabaríamos não dormindo, como nas tantas noites em claro que passamos fazendo amor porque simplesmente quando começo, não consigo parar e nem Kate me permite parar.

“Agora não”, penso eu, deixe para amanhã. Minhas pálpebras estão trêmulas, em breve o sono irá se apoderar de mim, levando consigo toda a consciência para longe. Porém, antes que isso aconteça, deixo escapar um suspiro e um sorriso bobo se forma em meu rosto, daquele único, que somente um tipo de homem é capaz de expressar: o homem apaixonado.

FIM.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Fic: Fim de semana em LA

Ship: Mevi
Categoria: Actor fic, AU, Smut
Advertência: Contém cenas de sexo
Capítulos: 3 (Nomeei como primeiro, segundo e terceiro ato)
Classificação: NC-17
Completa: [x ] Yes [ ] No
Resumo: Matt está sozinho em sua casa de LA e convida Evi para passar um fim de semana escondidos. Mas uma surpresa nada agradável os espera.
N/A: Fic faz parte do Projeto “Flagra”. Lembrando que a fic é somente entretenimento e sorry porque não estou inspirada para fazer um plot mais elaborado.



Primeiro ato

Sexta-feira

Los Angeles. Cidade dos sonhos, onde todo o mundo é ator, desde o garçom até o porteiro do prédio. Lugar onde as coisas acontecem. Local em que os bons contratos, conversas sobre roteiros de cinema e escalações de elenco são feitos.

Matthew sabia disso. E por essa razão, ainda mantinha uma casa na cidade. Ele agora residia no Oregon, tinha se desfeito de sua mansão no Havaí, mas não vendeu a sua casa em LA porque era inevitável, estava sempre de passagem por lá por conta de sua profissão. Neste dia, encontrou-se com o diretor Chris Nolan. Se a conversa renderia um futuro trabalho, ele não sabia, mas estava animado. Atuar sob a direção de um nome conceituado iria dar credibilidade a sua carreira de ator, agora de cinema.

Aproveitava para passar um tempo na cidade. Não era do seu estilo, LA era artificial demais, as pessoas eram superficiais, todos ligavam para as aparências mais que tudo. Mesmo não gostando do ambiente, queria ficar um pouco longe de Margh. Parecia coisa de criança, ele sabia. Do alto de seus 44 anos de idade, essa era uma atitude para lá de infantil, fugir da própria esposa. Matt queria ar. Sentia que Margh o sufocava quando eles passavam mais tempo juntos. E atualmente por estar desempregado, não tinha como não conviver o tempo todo com ela.

Desde que se mudou para o Oregon, ele procurava se ocupar com a construção da nova casa e na primeira oportunidade que surgia, já estava viajando para bem longe. Inventou de adquirir outro avião, quis tomar mais aulas de vôo no Kansas. Não parava em casa. Freqüentava bares, karaokês e toda a sorte de lugares diferentes, por isso era constantemente visto na cidadezinha, cuja simples presença dele em um local já era motivo para o povo twittar.

Mas LA era enorme. Tinha muito artista para que ele fosse o centro das atenções. Acrescente-se a isso o fato de ele sentir saudades de certo alguém. Ela. Eles não se viam desde as inúmeras festas de despedida de Lost. Nunca chegaram a terminar, porém sequer algum dia conseguiram definir a relação deles. E nem queriam. Ele continuava casado e ela era livre. Chegou a ficar com um dos rapazes da produção, mas não foi nada sério. Ele não tinha o direito de sentir ciúmes. Ela também não tinha esse mesmo direito. Mas ambos sentiam.

Evangeline não exigia que ele escolhesse ente ela e Margh porque temia ser a dispensada. Matthew também não a proibia de se relacionar com outros homens porque quem era ele para pedir alguma coisa para ela? No entanto, ela odiava olhar as fotos do casal Fox juntos em premiações e ele odiava só de pensar que ela estaria dividindo a cama com alguém que não ele. Definitivamente era um relacionamento estranho. Ninguém entendia. Nem eles mesmos conseguiam solucionar essa confusão.

Uma casa tão grande, ele ali sozinho? Não. Seria uma chance de estar acompanhado dela. E bem longe de Margh. Por isso, mais do que depressa, pegou o telefone e discou. Abriu um sorriso largo só de escutar aquela voz do outro lado da linha. Conversaram um pouco e então Matt fez uma proposta indecente. Evi hesitou bastante quando Matt tentava a todo o custo convencê-la a passar o fim de semana com ele. Será que deveria continuar com aquele caso que não iria dar em nada? Ela tinha jurado para si mesma se afastar de vez de Matt, assim quem sabe poderia esquecê-lo. Mas como? Se o que sentia por ele era mais forte do que ela conseguia suportar? A voz rouca e pidona implorando para ela aceitar balançava o seu coração. Evi até imaginava a cara de cachorro abandonado que ele fazia. Como resistir? Quando deu por si, sua boca já tinha pronunciado um sim antes mesmo do seu cérebro pensar a respeito. E então, lá foi ela.

* * *

-Matthew, amore mio, me diga como foi a entrevista?
Margh falava cantarolando ao telefone. Por mais anos que vivesse em solo estrangeiro, ainda carregava um pouco no sotaque italiano.
-Ah...bem..não sei, foi apenas uma conversa.
-Vai voltar quando?
-Acho que na segunda-feira. Vou aguardar um pouco, passar o fim de semana aqui, quem sabe faço mais contatos com pessoas importantes da indústria?
-Mas como? Pensei que voltaria logo. A obra está meio parada, você precisa ficar na cola dos pedreiros, senão eles enrolam e não produzem nada!
-Você é que é boa nisso, Margh, ficar na cola. Já é a terceira vez que me liga hoje!
-Que é isso, Matt, está de mau humor? Você sabe que faço isso sempre.
-É, mas quase não consegui conversar direito com o Chris. Meu celular ficou o tempo todo vibrando, foi horrível ter de disfarçar. Agora é diferente, Margh, não é mais o Jack Bender no set, que já estava acostumado com as suas inúmeras ligações durante as gravações.
-Mas que bravo! Desculpe-me, é que tenho saudades.
-Sei, você quer é ficar me controlando, isso sim!
-Ih, já vi que é hora de eu desligar. Beijo, te amo.
-Tchau.

Matthew desligou o telefone furioso. Ele estava a cada dia mais sem paciência com as frescuras da esposa. Ela foi um grande amor em sua vida, mas ele não estava mais sentindo aquela paixão por ela. Ele gostava da parceria deles, o casamento dava certo porque eram grandes companheiros, tinham filhos maravilhosos, conheciam as manias, qualidades e defeitos um do outro.

Estavam casados há tanto tempo que a situação lhe era cômoda. Era um lar estável e ele apreciava isso. Era apegado demais à família e a valorizava muito, acima de tudo, até mesmo de sua felicidade.

Mas era difícil. Havia horas que ele queria jogar tudo para o alto e sumir do mundo ao lado de Evi. Ela sim era a sua alegria. Ele estava tão infeliz nos últimos meses porque ela estava longe dele. Sem o seu sol, a sua luz, o seu calor, a vida dele era extremamente chata e sem a menor graça.

Evi estava para chegar. E ele mal podia conter a ansiedade. Fumava um Marlboro atrás do outro até que resolveu dar um mergulho. Arrancou a roupa e saltou pelado na piscina. Quem sabe a água fria apagasse um pouco o fogo que queimava dentro dele só de pensar na ideia de que, dali a algumas horas, iria tomá-la em seus braços.

Evi chegou ao final da tarde. Mattt deu um sobressalto quando a ouviu buzinar. Ele destravou o portão automático e ela entrou de carro, estacionando mais adiante.

Não era uma mansão como a dos grandes atores hollywoodianos, mas era uma propriedade bastante suntuosa, com piscina e um imenso jardim até chegar ao casarão.

Evi retirou o óculos de sol e o dispôs como uma tiara. Abriu a porta do carro e tocou o asfalto com uma sandália de salto altíssima. Colocou primeiramente a perna esquerda para fora e depois a perna direita se juntou, descendo do carro de maneira altiva, como se fosse uma estrela de cinema.

Ela notou a inquietação de Matt ao vê-la com as pernas de fora, em um vestidinho super curto que quase dava para ver a calcinha. Ele estava petrificado diante daquela visão. Matt a recebeu com um sorriso charmoso, os cabelos dele estavam ainda molhados da piscina e um pouco desgrenhados.
-Hei.
-Hei você!
Evi abriu um grande sorriso ao avistá-lo. Ele vestia um hobby branco e mais do que depressa, ela atirou-se em seus braços, alcançando sua boca com um beijo gostoso.
-Vai com calma, crazy, temos ainda a noite inteira e amanhã para matarmos as saudades.
-Sentiu a minha falta?
-Todos os dias.
-Só?
-E todas as noites. Principalmente à noite.
-Ah bom, safadinho!

Evi deu um selinho nele e os dois caminhavam por um gramado bem aparado até a entrada da casa. A varanda da frente tinha o chão de mármore e um degrau, a porta de madeira da entrada apresentava detalhes com vidros coloridos na lateral.

Evi entrou e Matt estava logo atrás dela. Ele fechou a porta e se aproximou, sussurrando em seu ouvido.
-Você é linda, sabia?
Evi se arrepiou com o som da voz dele ecoando, sentindo seu hálito quente tão próximo de sua orelha. Virou-se e deu de cara com Matt, os olhos dos dois se encontraram e um vislumbre de desejo faiscava tanto no olhar dela como no olhar dele.
-Eu quase enlouqueci nesses meses sem você. Ainda bem que o trabalho me manteve ocupada, mas bastava um tempinho em que ficava sem fazer nada para o meu pensamento voar longe...Matt...eu...eu não deveria ter vindo...Isso é demais para minha cabeça. Antes tudo bem, você ia embora ou eu ia embora, porém sabíamos que nos veríamos novamente. Mas agora? Tudo ficou muito mais complicado, não podemos mais nos ver com freqüência sem levantar suspeitas.
-Evi. Acalme-se, nem começamos a fazer nada e já está pensando no depois? Relaxe.
Ele chegou mais perto e deslizou a mão pelo braço dela, para cima e para baixo, lentamente, tentando tranqüilizá-la.
-É que...vai ser muito difícil te ter durante algumas horas e então, sabe-se lá quando nos encontraremos de novo. Não vou agüentar.
Matt colocou as mãos no rosto de Evi, olhando agitadamente em seus olhos.
-Eu sei, Evi. Também é doloroso para mim te ter em meus braços e depois te ver partir. Desde que tudo acabou, tenho sentido um vazio tão grande...Tentei ocupar a mente com uma série de atividades, mas a cada lugar que vou, te procuro em todos os cantos. Em um sorriso que alguém dá, em uma palavra que uma pessoa pronuncia e que você tenha dito para mim, ou uma música que toca no rádio me faz lembrar de nossos momentos...Também não sei se vou agüentar, mas não quero resistir.

Agora ele estava ainda mais perto. Suas mãos continuavam a abrigar a face de Evi, o nariz dele praticamente roçava no dela ao passo que foi impossível para os dois se conterem. Trocaram um beijo molhado, língua procurando língua com avidez, lábios se repuxavam, saboreando-se.

Matt encostou Evi na parede, o rosto dela estava afogueado, os beijos lhe tiravam o fôlego, queriam recuperar todo o tempo perdido. As mãos dele pareceram ter vida própria e se espalhavam por toda a silhueta de Evi. Os toques de Matt em seu corpo aos poucos despertaram o seu tesão. Os bicos dos seios ficaram duros, marcando o tecido do vestido.

Ele colocou a mão direita por debaixo do vestido, alcançando a calcinha, mas ao em vez de tirar a peça, seus dedos entraram furtivamente pela lateral (aproveitando o fato do lingerie ser bastante cavada dos lados), afastando o tecido e ficando em contato com a pele da região. O calor que emanava de seu ventre o instigava a acariciar a vagina delicada, com pouquíssima penugem, bem depilada. Seu sexo apertava a mão dele, absorvendo seus dedos enquanto Evi deixava escapar gemidos, de olhos fechados, somente curtindo a sensação de ser estimulada. A excitação dela era crescente, fazendo com que escorresse a umidade, deixando os dedos dele molhados, indicando que ela logo poderia recebê-lo facilmente.

Evi não deixou que ele continuasse, também estava morta de vontade daquele corpo másculo e queria usufruir do mesmo antes que a razão viesse lhe perturbar a consciência e ela se arrependesse da loucura que estavam fazendo mais uma vez.

Os dois voltaram a se beijar e a se esfregar e ela pode ver o membro aumentando o volume por baixo do roupão. Não resistiu e o segurou. Evi o apertou de leve, dando um sorriso malicioso e olhando para Matt com cara de quem iria aprontar. Sentia a pele quente do pênis que pulsava ao ser acariciado por ela. Matt estava gostando daquilo, mas então Evi parou.
-Está brincando comigo, crazy? Começou agora vai ter que continuar...
-É uma ameaça?
-Não, é um desafio. Quero ver se você vai me levar à loucura.
-Pode crer que sim. Quer apostar?

Ele desamarrou o hobby e encaminhou a cabeça dela de encontro ao seu membro. Mais do que depressa, Evi começou a chupá-lo. Percorria toda a extensão com a língua. Posteriormente, encostou os lábios nos testículos, lambeu novamente a lateral para depois abocanhar o órgão por inteiro.
Matt fechou os olhos e mesmo não querendo dar o braço a torcer, acabou soltando um murmúrio de prazer, realmente ela estava vencendo a aposta. Matt estava com as pernas bambas, Evi sentia o membro crescendo dentro da boca, até que ele a interrompeu, mal conseguindo respirar de tanto tesão:
-Ok, você venceu. Eu me rendo.
-Não não não...nada de se render agora, quero te sentir inteirinho dentro de mim.
Sem esperar, Matt olhou para ela, pegou em seus cabelos e depois em seu rosto, fazendo menção para ela ficar de pé. Assim que ela se levantou, ele afastou alguns objetos que estavam sob a mesa e a colocou sentada sobre o móvel, subiu o vestido de Evi, arrancou com pressa e força a calcinha toda embolada, abriu as pernas dela, ficando entre suas coxas e meteu o pênis. Ela estremeceu quando sentiu a glande entrando. Ele forçou um pouco e a invadiu mais que a metade. Ela deu um grito quando ele meteu tudo, estava achando delicioso sentir aquele monumento por completo dentro dela. Matt era bem dotado, por isso sua autoconfiança em andar pelado por aí. Evi era apertadinha, o que deixava Matt ainda mais doido.

Ela vibrava de prazer a cada investida. Estava totalmente em transe. Ele aumentou o ritmo de suas estocadas e a excitação cresceu a um ponto em que ela atingiu um estágio pleno, remexendo freneticamente sua pélvis contra a dele. O seu centro se contraía em espasmos, comprimindo o membro dele, fazendo com que ele delirasse. Matt quase não agüentou, mas queria esperar até que ele proporcionasse a ela todo o prazer a que tinha direito.

Ela percebeu no rosto dele toda a satisfação que estava experimentando e então, uma onda de calor a atingiu e Evi fechou os olhos, finalmente alcançando o orgasmo. Ela gemia, trêmula e ele percebeu que ela tinha atingido o clímax. Sem mais demora, Matt explodiu em gozo, liberando o seu líquido quente e espesso.

Evi foi relaxando aos poucos, mas os bicos de seus seios ainda estavam enrijecidos devido ao êxtase proporcionado.
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Segundo ato

Sábado

Matt e Evi tinham encomendado comida chinesa e após uma gostosa refeição, aproveitavam para colocar a conversa em dia, bebendo drinks cuidadosamente elaborados por ele. Se havia uma coisa que ele sabia fazer era beber. Matt começou cedo, desde os seus 12, 13 anos, já era acostumado a beber. A fazenda de seu pai cultivava cevada e crescer no interior dos USA, onde jovens logo cedo se comportavam como adultos fez com que ele tivesse essa e outras experiências precoces na vida.

Evi também gostava de beber um bocado. A diferença era que ela não tinha tanto controle. Quando enchia a cara, era daquelas que cambaleavam e deixavam todo o tipo de emoção reprimida chegar à tona. Matt notou que ela já estava gargalhando alto e tagarelando ainda mais que usualmente fazia quando estava sóbria.
-Acho que já chega por hoje, mocinha.
-Mocinha? Que engraçado, Matt, está parecendo meu pai me dando bronca.
Ela ria e passava as mãos pelo cabelo, imitando Matt e fazendo uma voz mais grossa e rouca.
-Pai? Está me chamando de velho?
-Eu sempre faço isso, brinco com a sua idade. E está cada vez pior, o seu fôlego está acabando por conta dessas porcarias de cigarro que você não tira da boca.
-Acha que não aguento o pique? Experimenta para você ver.

Ela olhou para ele por um instante e em seguida, o empurrou para o sofá. Matt caiu sentado sob o estofado de couro e Evi colocou uma perna de cada lado e sentou-se sobre ele. Deu-lhe um beijo lascivo, Matt afastou umas mechas soltas do cabelo de Evi que teimavam em cair sobre o seu rosto.
-Evangeline...
Ele disse o nome dela vagarosamente, como se brincasse com cada sílaba da palavra.
Evi puxou a camiseta de Matt e arrancou com tudo. Depois, foi traçando uma trilha de beijos do queixo para o pescoço, descendo pelo peitoral, abdômen definido e então, seus dedos fizeram um trabalho rápido, descendo o zíper do jeans. Evi levantou-se para que pudesse retirar a calça dele, deixando-o somente de boxer.
-O que você está fazendo?
Ela não respondeu. Em vez disso, mordeu os lábios e quis arrancar a peça íntima com força.
-Cuidado aí, crazy!
Enquanto ele ajeitou-se novamente no sofá, sentado e agora completamente nu, Evi sentou-se no chão, entre as pernas dele. Olhando para Matt, em fim respondeu:
-Você não disse para experimentar?
Ela tomou o seu membro e quis chupá-lo. Agia apressada, a bebida causava um efeito nela que parecia que seu corpo entrava em combustão, tamanho fogo que corria em suas veias. Ela lambia e saboreava cada pedacinho de pele, deslizando a boca por toda a sua extensão.

Quando viu que ele estava no ponto, já bastante duro, Evi levantou-se. Sem quebrar o contato visual, ela ficou diante dele e foi desabotoando cuidadosamente cada botão da camisa que vestia, ficando somente de sutiã. Retirou a peça e jogou sobre ele, como se estivesse fazendo um strip-tease. Ele mantinha os olhos fixos enquanto ela dançava e jogava os cabelos para os lados. Evi desceu o zíper da calça e foi deslizando devagar a mesma pelo quadril e depois pelas pernas.
-Droga, deveria ter vestido uma saia, ficaria mais sexy.

Ela riu de um jeito moleca.
-Mais sexy? Não estou interessado na roupa, estou interessado no que está por debaixo dela.
Matt a olhava de um jeito que parecia que estava comendo-a pelos olhos. Quase nem piscava para não perder aquela perfeição toda diante de si.
Agora apenas de lingerie, um conjunto cor preta e todo rendado, ela rebolava, ensaiando uns passos e ralando as pernas perto dos joelhos dele. Matt esticou os braços para puxá-la, ao que ela respondeu energicamente:
-Nunca toque na dançarina. São as regras da boate.
-Ok, me desculpe. Pena que estou pelado, senão iria colocar uma boa gorjeta na lateral da sua calcinha.
Eles riam com a brincadeira de fantasiar que estavam em um bar e ela representando a dançarina do pole dancing. Evi se mexia sensualmente, até que abriu o fecho do sutiã e se livrou da peça, mais uma vez jogando ao alto, libertando seus seios de formas arredondadas e esculturais. Evi subiu na mesinha de centro da sala e levou as mãos até a calcinha, passando os dedos pelas tiras laterais e abaixando bem devagar a pequena peça, mas antes que revelasse a sua parte íntima, virou-se de costas, empinando o bumbum e agora sim, descendo a calcinha lentamente, despindo a pele carnuda e embolando o tecido pelas pernas, até que ele chegasse aos pés. Desceu da mesa e continuou de costas. Evi rebolava e foi chegando cada vez mais perto de Matt, quase deitando o seu corpo em cima dele. Então se sentou delicadamente sobre o seu membro. A penetração foi profunda. Evi começou a se mexer devagar, subia e descia e enquanto isso, Matt apalpava os seus seios, amassando de leve os montes nas palmas de suas mãos, beliscando os bicos enrijecidos entre os dedos.

Evi se movimentava de maneira que o pênis entrava todo e quase saía de dentro dela. A visão de seu bumbum, indo e vindo em direção a ele o deixava maluco de tesão. Matt a segurava pela cintura, para que ela mantivesse seu ritmo cadenciado. Evi começou a gemer, foi aumentando os movimentos e pendendo a cabeça para trás, encostando-se no peito dele até que seus suspiros se tornaram intensos. O orgasmo chegou e Evi sentou-se com força sobre ele, apertando-o dentro dela. Com a pressão, ele também chegou lá, murmurando e gozando alucinado.

Eles respiravam com dificuldade, buscavam o ar que lhes faltava enquanto o coração disparava dentro do peito.
-Precisamos no ver mais, Evi. Se a cada reencontro nosso você me matar desse jeito, juro que não vou resistir – Matt dizia mal conseguindo pronunciar as palavras, totalmente ofegante.

Ambos estavam completamente nus, suando e exaustos pela maratona de sexo que se autoinfringiram desde que Evi botou os pés naquela casa.
-Acho que bebi demais, Matty. Minha cabeça está zonza.
-Melhor dormir para repor as energias. Venha, vamos subir, eu também estou cansado, você me deu muito trabalho. Amanhã arrumo essa bagunça toda que fizemos na sala.

E assim os dois foram para o quarto, a tarde e a noite tinham sido bastante movimentadas. Parecia um casal em lua de mel, não tinham feito nada além de passar horas agradando um ao outro e praticando muito sexo para compensar o atraso de tantos meses separados.

* * *

-Mãe, vai viajar?
Kyle observava Margh arrumando a mala, dentro do quarto.
-Vou sim, amanhã. Seu pai está em LA e já que ele está por lá, resolvi dar uma passada. Já faz um tempo que estou querendo fazer algumas intervenções cirúrgicas. Quero fazer uma lipoaspiração na barriga, não aguento mais as pessoas comentarem que estou grávida. E se for possível, também quero fazer uma plástica no pescoço. Em LA se encontram os melhores cirurgiões plásticos, então não custa nada pelo menos fazer uma consulta.
-Posso ir junto?
-Nada disso. Você e seu irmão vão ficar aqui com seus avós. Vai ser coisa rápida, ainda não vou operar, primeiro quero saber dos riscos e das possibilidades.
-Ah, que pena! Poxa, queria tanto ir. Esse lugar é um tédio! Não tem nada de bom para fazer aqui.
-Kyle, pare de ser uma adolescente mimada. Comporte-se direitinho.
-Não vai ligar para o pai avisando?
-Acho que não, ele fica bravo quando ligo toda a hora. Vou fazer uma surpresa para ele.

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Terceiro ato

Domingo

Margh chegou em LA. Saiu do Oregon logo pela manhã e aterrissou na Califórnia ainda cedo. Oregon fica ao norte da Califórnia, os dois estados fazem fronteira, a viagem não foi tão demorada. Iria imediatamente para a mansão, mas enquanto rumava para lá, sentiu fome e resolveu parar para comer alguma coisa rápida já que não tinha tomado café da manhã.

Ela fez a sua refeição e como havia um mercado ao lado da lanchonete, já que estava por lá, resolveu comprar alguns itens básicos para o almoço. Se bem conhecia o marido, apostava que não tinha nada na geladeira, ele provavelmente pediria comida pronta o fim de semana todo. Como ela iria ter a consulta médica à tarde, não podia comer besteiras que a fariam aparentar ainda mais gorda, inchando a sua barriga saliente. Iria escolher umas verduras e legumes para fazer uma salada ou uma sopa bem leve.

Enquanto isso na mansão...

Evi abriu os olhos devagar. Uma pontada na lateral da cabeça indicava que teria ressaca. E ela odiava isso.
-Hei, bom dia.
-Hei.
Matt viu que ela estava com a mão na testa e logo percebeu que a coisa iria ficar feia.
-Já sei, está com uma ressaca dos diabos, não é?
-Exatamente. E a culpa é toda sua.
-Minha? Não fui eu que bebi todos aqueles coquetéis.
-Você me induziu a isso, seu manipulador! Com todo esse seu charme, essa lábia, foi me envolvendo com sua conversa até que...
Ela deu um tapinha de leve no braço dele.
-Olha só o que aconteceu! Além de eu ter vindo até aqui, o que não deveria ter feito, não bastasse, fiquei completamente bêbada e agora estou aqui, imprestável com essa maldita dor de cabeça e totalmente culpada.
-Culpada do que?
-De tudo isso. Principalmente de estar na cama de um homem casado.
Ele ria com o jeito um tanto enfezado com que ela lhe dizia aquelas palavras.
-Está rindo, Matt? Estou falando sério.
-Vem cá, Evi.
Ele a puxou para si, envolvendo o seu braço ao redor do ombro dela, beijando-a com carinho.
-Está muito cedo para discutirmos nossa relação. Acabamos de acordar, você está de ressaca, ainda temos o Domingo inteiro para aproveitar.
-Você não sente nem um pouco de remorso?
A mão de Matt alcançou o criado-mudo para apanhar o maço de cigarros. Ele acendeu um, deu uma tragada e respondeu vagamente:
-Não sei dizer...não costumo me arrepender do que faço, somente do que não faço.
-Muito engraçadinho. Preciso de um banho urgente.
-Posso ir junto?
-O que, quer dar uma de Jack agora? Não. Se você for junto, não vai ser um banho, vamos começar tudo de novo, eu te conheço e eu me conheço.
-Ok, então vou descer e preparar o café da manhã. Tome um banho e beba bastante água que a ressaca sara rapidinho.
-É o que eu vou fazer, não quero perder nosso restante de horas passando mal.

Evi tomou uma ducha, fechando os olhos debaixo da água que caía do chuveiro e relaxando o corpo. Enquanto tomava seu banho, pensava que o que tinha feito era loucura. Estar ali, na casa dele, passando um fim de semana escondidos, ao mesmo tempo em que a família o esperava no Oregon. Nunca quis ser amante, mas era exatamente o que estava acontecendo. Odiava-se por isso, porém por mais que lutasse, privar-se da companhia dele era ainda pior que vê-lo de vez em quando, fortuitamente.

Evi vestiu um hobby e voltou para o quarto. Matt a aguardava sentado na cama, com uma bandeja posta.
-Eu sei que não é o melhor café da manhã, infelizmente não tem quase nada de comida por aqui, visto que é um lugar de passagem.
-Tudo bem, do jeito que estou faminta, qualquer coisa já é um banquete.
-Estava com saudades disso, lembra os nossos cafés que tomávamos nas gravações?
-Nem me fale, é uma das coisas que mais sinto falta, da convivência. Não só de nós dois, mas de todo o pessoal, da Liz, do Josh, do Jorge...
-Pois é, também sinto a falta deles. Embora nem chega a esse tanto que sinto de você.

Matt gesticulava com as mãos, demonstrando o tamanho de suas saudades. Evi sorriu e depositou um beijo suave nos lábios dele. Depois, ainda próxima de seu rosto, o olhou com tanta ternura que ele não resistiu e a beijou novamente. Os beijos curtos foram se tornando freqüentes até que eles se demoraram mais e resolveram aprofundar, as línguas se fundiram, as bocas foram exploradas, os lábios sofriam leves mordiscadas, ora de um ora de outro. Evi quebrou o beijo e se levantou da cama. Apanhou a bandeja e a colocou de lado, em cima de uma poltrona por perto. Então voltou a olhar par ele. Matt continuava sentado na cama, Evi se aproximou, desamarrando o roupão vagarosamente, abrindo cada lado da aba e despindo lentamente a peça de seu corpo.

Matt a observava completamente fascinado, o corpo dela era perfeito, os braços dele se esticaram para trazer Evi para perto. Ela estava de frente para ele. O rosto de Matt estava diante da barriga de Evi. Ele começou a beijar a região perto do umbigo, ao passo que suas mãos apalpavam o bumbum dela, beliscando cuidadosamente cada nádega com a ponta dos dedos.

Evi colocou a mão em seus ombros, fazendo menção para ele se deitar, ao que ele obedeceu prontamente. Ela ficou por cima, quase sentando-se no rosto dele, mas ao em vez disso, ficou ajoelhada, uma perna de cada lado da cabeça de Matt. Evi começou a se movimentar, passando a vulva bem perto da boca dele. Ele via aquela vagina a uma pequena distância de sua língua, mas quando ele quase alcançava, Evi se afastava de modo que ele conseguia somente roçar os lábios de leve na região.

Ela estava adorando a brincadeira, ele estava ficando excitado só pelo fato dela o provocar e instigar daquele jeito. Evi continuou até que um ardor dentro dela se espalhava, indicando que estava na hora de ela deixá-lo fazer o que efetivamente queria fazer.

Evi saiu de cima dele e foi para o outro lado da cama, com as pernas abertas, deitando-se e esperando que ele a satisfizesse. Matt retirou a própria camiseta e a boxer, ficando totalmente nu. Ele foi em direção a ela, mas primeiramente deteve-se nos seios. Sugou os mamilos, passou a língua ao redor dos mesmos e abocanhou cada mama, primeiro uma e depois a outra. Continuou a explorar o corpo de Evi, beijando e molhando com a língua cada pedacinho por onde ela deslizava até que finalmente desceu a boca até a vulva.

A língua de Matt entrou em contato com os pontos mais sensíveis, chupando eroticamente os grandes lábios, contornando o clitóris e introduzindo a ponta em seu centro. Evi gritou, os dedos dela tocaram o ralo cabelo de Matt, seu quadril se remexia involuntariamente, suas pernas se dobraram, os calcanhares raspavam os lençóis para cima e para baixo. Evi suspirava, dizendo o nome dele repetidas vezes.

Quando ele teve certeza de que ela estava muito excitada, decidiu possuí-la. Matt enterrou-se dentro dela de uma só vez, Evi berrou ainda mais alto, estava trêmula pelo prazer proporcionado.

Margh pegou as chaves, abriu o portão e entrou com o carro alugado pela longa trilha que cercava o jardim. Não viu o carro de Evi porque este estava estacionado mais adiante, meio escondido. Desceu do carro com duas sacolas de compras do mercado e mais a maleta de roupas. Colocou tudo no chão e apanhou as chaves do bolso. Abriu a porta da frente, pegou a bagagem e compras do chão, adentrando a sala. Como as mãos estavam ocupadas, empurrou a porta com os pés, fazendo com que a mesma se fechasse por trás, com um fraco ruído.

Matt e Evi estavam tão concentrados na transa que nem sequer ouviram o barulho.

Mal entrou na sala, Margh avistou a mesa de centro com duas taças de bebida em cima. Ficou parada por um instante, franziu a testa e pensou “não, ele não teria coragem, teria?” Estava tão apreensiva que resolveu subir as escadas com sacola e tudo. Margh dava passos silenciosos e andava devagar. Estava com muito medo do que estava prestes a encontrar. Assim que alcançou o topo da escada, ouviu sussurros e murmúrios vindos do final do corredor, no quarto principal. Resolveu parar e hesitar por um momento.

Na cama, Matt penetrava Evi vigorosamente, a fazendo atingir o clímax em poucos minutos.
-Oh, Matt, oh...
Evi estava amortecida pelo orgasmo obtido, tinha os olhos fechados enquanto ele por sua vez também gozava.

Margh enfim tomou coragem e se aproximou do quarto. A porta estava entreaberta, mas dava para ver a cama.

Evi o abraçava enquanto Matt se liberava. Ela sorria agradecida quando resolveu abrir os olhos. Antes não fizesse isso. Assim que abriu as pálpebras, seu rosto se congelou. Evi ficou paralisada, seus olhos se esbugalharam ao perceber que ela e Matt estavam sendo observados da porta. E justamente pela traída da história, Margheritta.

Margh tinha os olhos cobertos por um ódio intenso. As pupilas pareciam dilatadas, o branco dos olhos estava vermelho, as veias do seu pescoço saltavam e lágrimas escorriam sem parar do seu rosto enrugado e pálido. Os cabelos negros repartidos ao meio e mais lisos que os de uma oriental moldavam a sua expressão furiosa, dando-lhe uma aparência assustadora.

Evi cutucou Matt, que estava por cima dela alheio ao que se passava.
-Matt...
-O que foi?
Evi nada disse, apenas mantinha o olhar fixo na rival. Do jeito que Margh parecia cuspir fogo pelas entranhas, Evi tinha medo de que a italiana traída os matasse a facadas. Margh deixou cair uma das sacolas dos braços, com o barulho, Matt se assustou e se desvencilhou de Evi, virando-se imediatamente.

Ele ficou branco ao avistar a esposa parada na porta do cômodo.
-Margh...eu...
-Desgraçado! Cachorro! Sem-vergonha!
Margh proferiu as palavras com a língua trincada entre os dentes. Em um gesto completamente fora de si, retirou cada item de dentro da sacola e foi arremessando em direção a Matt.

Os cabelos dela esvoaçavam com os movimentos bruscos de pura raiva. Margh sapecou as cenouras com tudo no marido, que tentava proteger o corpo pelado com as mãos e braços.
-Margh...espere...eu...sinto muito.
Olhando agora para Evi, ela disparou uma série de insultos:
-Vadia! Cadela! Vagabunda! Eu sabia, sabia que você dava em cima do meu marido! Só não queria acreditar que ele correspondia!
E apontando para Matt, continuou transtornada:
-Como você tem coragem de trazer essa piranha para dentro da nossa casa? Na nossa cama, Matt? Como você se atreve? Você não vale nada! Eu já te disse uma vez, eu sei que você nunca foi santo, mas que se fosse aprontar comigo, que tratasse de esconder muito bem para que eu não descobrisse!
-Margh, precisamos conversar.
-Precisamos sim. Mas não agora, não com essa sua ereção apontando para mim. Cretino, safado!
Margh saiu correndo do quarto, não queria chorar ali na frente da inimiga e mostrar derrota.
-Margh! Espere! Margh!

Matt saiu correndo atrás da mulher, mas tropeçou e quase caiu nas cenouras e frutas que estavam por toda a parte, espalhadas pelo chão do quarto. Ele continuou sua perseguição, mas ao chegar à porta de entrada, se deu conta que estava nu e não podia sair na rua, seria um escândalo e atentado ao pudor. Por isso, teve que se contentar em ficar parado na porta e assistir Margh partir. Margh ligou o carro e saiu em disparada, cantando o pneu.

Quando Matt voltou para o quarto, encontrou Evi aos prantos, chorando desesperada.
-Matt...eu...sinto muito, me desculpe!
Ele estava perplexo demais com o que acabara de acontecer para responder alguma coisa.
-Eu vou embora...Não posso ficar mais aqui. Eu sou culpada de tudo isso, jamais deveria me envolver com homem casado!
-Hei...Evi...Não vá, não ainda. Eu preciso que fique. Só por um instante. Só até eu me acalmar. Acho que vou ter um troço.
Matt sentou-se na cama, com o cotovelo apoiado na perna, afundando o rosto entre as mãos, completamente nervoso e desesperado. Evi notou que ele estava totalmente perdido e desamparado, por isso resolveu sentar-se ao lado dele, afagando-lhe as costas.
-Eu estou aqui. Você não está sozinho.

Eles ficaram quietos e parados por um momento até que Matt se levantou e acendeu um cigarro. Manteve-se de cabeça baixa e seu pensamento parecia longe.
-Matt, acho que você precisa pensar. Eu também preciso pensar. Vou te deixar um tempo sozinho, é muita coisa...aconteceu...é muito para nós dois processarmos.
-Eu sei. Eu concordo.
Evi depositou um beijo em sua testa, afagou de leve o cabelo dele e saiu do quarto. Antes que abrisse a porta da sala e saísse, Matt a chamou.
-Evi!
Ela virou-se e esperou que ele descesse a escada. Matt, agora vestido, aproximou-se e diante dela, disse:
-Não quero que você pense que me arrependo. Não quero que se sinta culpada ou ache que estragou meu casamento. Na verdade, já estava aos trancos e barrancos faz tempo. Você...o nosso caso foi apenas o gatilho, o empurrão que faltava para que eu mesmo admitisse isso. Estou perturbado porque...bem...não é fácil. Apesar de não amar mais a Margh, foi difícil para mim vê-la sair por essa porta daquele jeito. Nós temos uma história de mais de vinte anos, ela foi minha companheira e segurou muito a minha barra quando ficou pesada, quando as coisas ficaram complicadas. Sempre me apoiou em tudo, acreditou em mim até mesmo quando eu não acreditava. E ela é a mãe de meus filhos.

Colocando as mãos no ombro de Evi, ele continuou:
-Estou preocupado com ela. Saiu daqui alucinada. Com certeza, vou ter que procurá-la para esclarecermos tudo. Não sei como as coisas vão ficar. E depois...tem as crianças. Deus, tenho tantos problemas pela frente...
Matt nunca esteve tão sério em toda a sua vida.
-Eu sei, Matt. É por isso que vou embora. Você precisa resolver a sua vida primeiro.
-Evi, quero que você saiba que...nós dois...não foi somente um caso, não é só sexo, realmente te amo e quero ficar com você. Sinto muito por ter sido tão cafajeste com vocês duas. Eu não queria machucar ninguém, mas como meu velho sempre dizia, não dá para se fazer omelete sem quebrar os ovos. Eu...agora entendo porque nunca assumi o nosso relacionamento. Era por medo. Medo de uma cena terrível como a de hoje. Por envolver tanta gente nesta confusão...Você é livre, solteira, tem o direito de escolher o que for melhor para você. Portanto, não vou te prender. Não sei quanto tempo vou levar para arrumar essa bagunça que fiz na minha vida. Se não quiser ou não puder me esperar, vou entender.
-Psiu, não precisa dizer mais nada.
Evi tapou a boca dele com a mão.
-Claro que vou te esperar. Esperei por 6 anos, por que não esperaria por mais tempo?

Ela o beijou delicadamente, logo em seguida, os dois deram um abraço apertado, permanecendo em silêncio por uns instantes. Olhando firmemente para Matt, Evi disse:
-Cuide-se, ok? Qualquer coisa que precisar, estarei à disposição. Espero-te. O tempo que for necessário.

Posto isso, ela abriu a porta e olhando mais uma vez para ele, saiu.

Matt tinha muito que fazer. Sua vida virou de cabeça para baixo em um fim de semana. Seu casamento era uma incógnita, o futuro era incerto. Ele nem sabia por onde começar. Porém, em um suspiro profundo, olhou para a casa toda bagunçada, uma perfeita metáfora de sua vida no momento. Arregaçou as mangas, tomou coragem e partiu para a ação, dizendo para si mesmo:
-Ok. Vamos recomeçar.

FIM.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Fic: Fever

Ship: Jate
Categoria: 4ª temporada, AU, AI
Advertência: contém cenas de sexo
Capítulos: one-shot
Classificação: NC-17
Completa: [x ] Yes [ ] No
Resumo: Aaron está doente e Kate não sabe mais o que fazer. Pede ajuda a Jack. A visita do médico traz à tona toda a tensão entre eles desde os tempos de ilha.
N/A: Essa é minha segunda fic sobre a primeira vez jate. A minha primeira se passava depois do julgamento de Kate, mas esta se passa um pouco depois de Jack e Kate terem saído da ilha, antes de ele saber que Aaron é o seu sobrinho.
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Kate colocou as mãos na cabeça, puxando os cabelos para trás em um gesto nervoso. Sua expressão era de pânico. Aaron não parava de chorar. Dois meses se passaram desde que os seis tinham deixado a ilha, naquele fatídico dia que parecia não ter terminado. Kate procurava não pensar no que aconteceu. A partir do momento que criaram a mentira para o mundo todo, ela resolveu vestir a sua personagem de “mãe solteira” por completo. Era tão convincente que até ela mesma chegava a acreditar naquela fantasia.

Mas de vez em quando a verdade resolvia aparecer e socar-lhe a face, exatamente em dias como esse. Por não saber o que fazer direito, ficava evidente que ela não era mãe. Se fosse, talvez não estivesse com um ponto de interrogação na testa por não descobrir o que o bebê queria demonstrar com aquele berreiro.

Pegou Aaron no colo e o balançava, procurando acalmá-lo. O esforço foi em vão, ele continuava a chorar. Com voz doce, ela disse:
-Vamos, bebê, o que você tem? Por que está agitado dessa maneira?

O desespero de Kate crescia quando ela se dava conta de que talvez o pequeno sentia muito a falta de Claire. Sentia-se cruel ao pensar que tinha levado o bebê embora sem a mãe. Era como se fosse um seqüestro. Porém, Claire havia desaparecido e eles não tiveram tempo de procurá-la. A única oportunidade de sair da ilha surgiu e se eles desperdiçassem essa chance, corriam o risco de ficarem presos naquele paraíso perdido para sempre. Não podiam largar Aaron no meio do ambiente hostil.

Ele chorou bastante nos primeiros dias, mas com o passar do tempo, foi se habituando a Kate. Apesar do jeito atrapalhado e inexperiente, Kate se esforçava para ser uma boa mãe. Estava sendo muito difícil, ainda mais por estar sozinha. Recorria aos conselhos de Cassidy, mas não queria abusar. Toda a vez que se encontrava com aquela mulher, Kate voltava para casa meio para baixo. A amargura e o sarcasmo faziam parte do discurso de Cassidy. Ela sempre queria porque queria comparar a situação dela com a situação de Kate. Insistia na história de que ambas foram abandonadas por Sawyer.

Kate até pensou em ligar para Cassidy e pedir ajuda, mas só de pensar nos discursos da mulher, a cabeça dela já doía. Então pensou nele. Será que era uma boa ideia? Será que iria incomodá-lo?

Pegou o telefone e hesitou. Largou o aparelho ao lado, desistindo da empreitada. Não queria atrapalhar Jack. Ela sentia que já tinha bagunçado demais a vida dele na ilha. Ela o feriu, partiu o seu coração, como disse Juliet. Kate lembrou-se de Tom. Ambos eram médicos, pessoas de bem e apaixonados por ela. E como sempre, tinha destruído a vida deles, a de Tom literalmente. Não, com Jack seria diferente. Ele era bom demais, não estragaria tudo. Eles se falaram e se encontraram durante esses dois meses, mas somente em reuniões com a Oceanic para acertar a indenização ou em entrevistas para a imprensa.

Depois de saírem da ilha, cada um foi cuidar urgentemente de sua vida. Não era só com Jack, ela não tinha visto os outros amigos sem ser nestas ocasiões especiais. Eram vários assuntos pendentes que todos eles tinham que resolver. Ela própria teve que lidar com muita coisa. Com o dinheiro obtido, comprou uma linda casa para ela e Aaron, reservou uma parte para Cassidy e Clementine (por causa de sua promessa a Sawyer) e guardou uma boa quantia. Porém, com o restante, iria pagar os honorários de um advogado decente para cuidar de sua defesa. Como ela era fugitiva da justiça e ficou em evidência pela notoriedade alcançada pela notícia dos Oceanic 6, obviamente a polícia não perdeu tempo e quis prendê-la imediatamente. Por sorte, um dos advogados que cuidou de sua indenização na Oceanic indicou um colega especialista em direito criminal.

O advogado estava estudando o seu caso e constantemente ligava para instruí-la e informar sobre o andamento do seu processo. Infelizmente as novidades não foram agradáveis naquela semana. Em breve ocorreria o seu primeiro julgamento. E o seu defensor foi bem sincero ao dizer que dificilmente ela ficaria livre na primeira instância. Correria um risco alto em ser detida até que ele reivindicasse um novo julgamento, com provas favoráveis à acusada.

Ao saber dos riscos, Kate tratou de providenciar uma babá para Aaron, caso precisasse passar um tempo na cadeia. Mesmo com o mundo caindo sob sua cabeça, ela não quis fugir. E nem mesmo ela própria conseguia acreditar nisso.

No entanto, neste dia ela está nervosa. Aaron não tomou quase nada do leite da mamadeira e já tinha vomitado. Não parava de gritar até que chegou um ponto em que ela não mais agüentou e, em um gesto impulsivo, discou o número familiar.
-Alô?
-Jack?
-Kate? Hei.
-Hei.
-Aconteceu alguma coisa? Você está bem?
-Eu estou ok, o problema é o Aaron. Ele está doente.
Kate começou a explicar o que estava ocorrendo com o bebê.
-Daqui a meia hora eu passo na sua casa para dar uma olhadinha nele, tudo bem?
-Certo. Eu te espero.

Ela não teve escolha, precisava de ajuda. Aliás, Kate nem sabia quem é que precisava mais dele, se era o menino ou se era ela. Só de ouvir a voz rouca de Jack ao telefone, já se sentia mais confiante. Esperou com ansiedade até que ele apareceu.

Abriu a porta e lá estava ele. Seu coração bateu acelerado ao avistá-lo com o seu olhar costumeiro, atencioso e com o sorriso gentil. Jack. Finalmente um rosto conhecido.
-Hei.
-Hei.
Kate sorria e seus olhos cintilaram quando se encontraram com os olhos dele.
-Posso entrar?
-Claro, por favor, entre.
Ela se encostou à porta e deu-lhe passagem. Jack olhou ao redor, era a primeira vez que entrava naquela casa.
-É muito bonita, gostei. Espaçosa, aconchegante.
-Quando bati os olhos nela, na hora me decidi, tive que comprar.
-E o Aaron? Onde ele está?
-Coloquei-o no berço, ele está descansando agora. Aaron está quente, tirei a temperatura e ele estava com febre. Dei um banho nele, abaixou um pouco, mas continua.
Kate foi subindo as escadas, seguida por Jack. Os dois entraram no quarto de Aaron. Jack se aproximou e foi examiná-lo. Aaron resmungava, parecia sentir dor. Depois de se sacudir inteiro e se mexer agitadamente, não querendo abrir a boca, Jack conseguiu dar um remédio para conter a febre.

Aaron chorou por um tempo, posteriormente o remédio fez efeito e o bebê foi relaxando até cair no sono. Jack e Kate o observavam neste período e vendo que o menino dormiu, resolveram sair do quarto para deixá-lo sossegado e quietinho. Eles desceram e conversavam na sala.
-Desculpe ter te incomodado a esta hora, mas é que eu fiquei desesperada e não sabia mais o que fazer com ele e a quem recorrer.
-Imagina, Kate. Toda a vez que você precisar de mim, é só me chamar.
Ela sorriu timidamente. Ele a olhava de um jeito tão compreensivo que ela chegava a se sentir um pouco sem graça.
-Bem, para recompensar o seu esforço em ter vindo aqui, posso te oferecer ao menos um café?
-Seria uma boa ideia.

Kate foi à cozinha para preparar o café. Enquanto a cafeteira fazia o seu trabalho, voltou para o sofá.
-Então, como você está?
-Tudo bem. Voltei a trabalhar no mesmo hospital de antes, o San Sebastian.
-Que bom. Então você voltou a consertar as pessoas?
-É, mais ou menos, faço tudo o que for possível.
-E faz o impossível também, se eu te conheço.
Ele riu com a observação dela.
-Velhos hábitos, você sabe...
-E o pessoal, tem falado com eles?
-Não muito, ando bastante ocupado com o hospital e mais os preparativos com o velório de meu pai.
-É mesmo, o seu pai.
-Eu sei que era para ter feito antes, mas como vai ser um ato simbólico, já que não temos o corpo, então resolvemos marcar para daqui a um mês.
-Entendo. Sinto muito pelo transtorno.
-É. E você, tem falado com os outros?
-Eu também não. Na verdade, o pai do Hurley me ligou.
-Pai do Hurley? Por quê?
-Ele vai fazer uma festa de aniversário surpresa para o filho e me convidou. Provavelmente ele deve te ligar também, já que aguarda todos nós por lá. Sei que o Sayid ainda está aqui em LA. A Sun voltou para a Coréia e, você sabe, depois de tudo...ela...acho que ela nos culpa pela morte do Jin.
Jack baixou a cabeça. Ele sentia-se extremamente desconfortável quando pensava nisso. A imagem terrível do cargueiro explodindo, Sun gritando no helicóptero. Jin. Jack passou a mão pela nuca e cabelo, dando um suspiro profundo.

Kate notou a tristeza dele e em um gesto natural, sentou-se na mesa de centro, em frente a Jack, inclinando-se e tomando suas mãos, procurando dizer, olhando intensamente para ele:
-Não foi sua culpa, Jack. Foi tudo tão rápido, nem deu tempo de pensar direito. Lapidus tinha levantado vôo, você só conseguiu me apanhar, não dava para buscarmos o Jin. Se ficássemos mais um instante naquele cargueiro, iríamos explodir.
-Eu sei. Quer dizer, minha cabeça sabe, mas mesmo assim, ainda lá no fundo, me sinto responsável.
-Jack...
Ela se aproximou ainda mais dele, apertando as suas mãos e quando os seus olhos se encontraram, a cafeteira fez um barulho indicando que o café estava pronto, interrompendo o momento.

Kate se afastou, levantando-se para ir à cozinha. Voltou com uma bandeja nas mãos e dispôs na mesa, servindo o café em duas xícaras. Ambos beberam e Jack resolveu dar uma checada em Aaron. A febre se foi, Aaron estava suando, a temperatura voltara ao normal. Ele continuava dormindo, Jack o cobriu e ajustou melhor o travesseiro.
-Muito obrigada por tudo! Se não fosse você, Jack...
-Não foi nada demais. Aaron é tão novinho e já passou por tanta coisa. Se até para nós foi difícil voltar e se readaptar, imagine para ele, acostumado com o ambiente da ilha? Por sorte, ele está indo muito bem, você está cuidando direitinho dele.
-Que é isso, eu faço o que posso.
-Bem, já está tarde, tenho que...
Jack foi interrompido pelo toque do telefone da sala.
-Dê-me licença, só um minutinho, vou atender a ligação.

Kate ouvia com atenção. Andou de um lado a outro da sala, quase roeu a unha. Sentou-se pálida na poltrona. Jack ficou distante, não queria ouvir a conversa, mas pode perceber que era algo bastante sério. Kate desligou o telefone abalada.
-Você está bem?
-Era o meu advogado. Marcaram a data do meu julgamento. E a promotora indicada é umas das mais implacáveis de LA. Em resumo, estou ferrada!

Kate começou a chorar, lágrimas de desespero escorriam pela sua face enquanto ela lutava para contê-las.
-Kate, não fique assim.
Jack chegou mais perto, levou as mãos até o rosto de Kate e enxugou o seu pranto com ternura, a abraçando apertado, do jeito que somente ele conseguia fazer. Kate sentia-se extremamente segura, se permitindo afundar-se em seus braços largos e chorar nos seus ombros acolhedores. Ela era uma mulher forte, mas por vezes, quando algo lhe atingia no íntimo, ela desmoronava, trazendo à superfície a sua fragilidade.

Ele passava a mão carinhosamente nas costas dela, acalmando-a com o seu movimento leve. Jack preferiu não dizer nada neste momento. O silêncio era uma dádiva nestas horas, qualquer palavra poderia estragar ou mesmo, afastá-la de perto dele. Kate estava apavorada. Depois de uma vida de fuga, ela estava cansada e iria se render. Sentia que precisava daquilo, nunca poderia ter uma vida normal enquanto não resolvesse seus problemas com a justiça. O medo era o seu companheiro constante desde que ela saiu da ilha. Kate temia o seu futuro, justamente agora que estava se acostumando com a nova vida como mãe de Aaron, ainda tinha assuntos pendentes os quais tinha que enfrentar.

Ela não sabia como explicar, mas só o fato de Jack estar naquele instante ali, ao lado dela, já a tranqüilizava. Era como se a simples presença dele garantisse que tudo ficaria bem. Kate aos poucos foi ficando aliviada, mas quis aproveitar e ficar mais um instante colada a ele, no conforto de seu abraço.

Ah, como ela sentia falta disso! Eles tinham estado boa parte do tempo na ilha um ao lado do outro, em praticamente todas as missões de vida ou morte. Passaram por muitas coisas juntos e depois que retornaram ao mundo real, cada um seguiu com a sua vida. Claro que mantiveram contato, mas não era como ter a companhia diária de antes.

E agora, ali no sofá, era como se o passado voltasse e a cumplicidade de ambos os atingisse em cheio. Não somente isso, aquela faísca e atração enrustida também vieram à tona.

Eles se desvencilharam, mas então, seus olhos se cruzaram. Kate fitava Jack com seus olhos verdes brilhantes, ele bem que tentou, mas não conseguiu desviar o olhar, retribuindo. Seus olhos castanho-esverdeados contemplavam Kate fixamente. Foi segundos que pareceram horas, toda a tensão sexual se fez presente, o coração de ambos em um primeiro momento pareceu ter parado de funcionar, mas logo em seguida, começou a bater acelerado de modo que sem mais pensar, seus lábios se procuraram, e então, Jack e Kate trocaram o seu segundo beijo. Mas desta vez, Kate não fugiu. Eles se permitiram um longo e delicioso beijo. A boca de Jack tocou de leve a boca de Kate, seus lábios repuxaram os lábios dela, sugando devagarzinho aquele pedaço macio de carne.

Kate abriu mais a boca, Jack enfiou delicadamente sua língua na abertura, explorando a região, enquanto ela parecia abocanhá-lo por inteiro. Kate sugava os lábios dele e também quis trabalhar com a língua, atracando-se com a dele e roubando-lhe o espaço. Ela o beijava com ímpeto, queria devorá-lo como se quisesse matar toda a vontade que tinha guardado durante meses. Jack envolvia o rosto dela com as mãos, seus dedos enroscavam no cabelo cacheado e rebelde de Kate.

Eles não queriam se desgrudar, seus corpos se atraiam loucamente, um beijo era seguido de outro e mal recuperavam o fôlego, já iniciavam um novo beijo. Ficaram se saboreando por um bom tempo até que as mãos hábeis dele começaram a boliná-la.

Enquanto se beijavam calorosamente, Jack massageava-lhe os seios ainda cobertos pela roupa. Depois, seus dedes apressados foram soltando os botões da camisa dela. Com uma mão, foi deslizando a camisa pelo ombro de Kate e com a outra, já tratou de apalpar os seios, apertando-os levemente. Eles quebraram o beijo para que Kate se livrasse da peça. Ela mal jogou a camisa ao lado e ele a puxou para si, beijando-a no pescoço e apanhando uma das alças do sutiã com os dentes. Jack a beijou no vão entre os seios e depois desabotoou urgentemente o fecho do lingerie, soltando a peça e libertando-os. Eram redondinhos, perfeitos.

Jack se deteve um minuto para admirá-los. Então voltou a acariciá-los, dispensando cuidadosa atenção em seus mamilos. Os bicos estavam intumescidos com os toques dele, o tesão aflorava pelo corpo de Kate. Jack abaixou a cabeça e pode sugá-los.

Kate estremecia enlouquecida ao sentir a boca quente tomar-lhe os seios, um de cada vez, ele beijava e mordiscava, apoderando-se de cada monte e mamando com vontade.

Em seguida, Jack deslizou a língua sobre os contornos do corpo de Kate, descendo até a barriga, no limite do cós do jeans que ela usava. Antes que ele continuasse, Kate o impediu:
-Espere. Aqui está um pouco desconfortável, vamos subir.

Kate o pegou pela mão e o arrastou pelos degraus. Chegando ao quarto, ela olhou para ele com os olhos queimando de desejo e mordeu os lábios, o empurrando de mansinho em direção a cama. Kate abriu o zíper do jeans e retirou a própria calça. Jack a observava embasbacado com tanta beleza diante dos olhos. Notando o olhar de cobiça dele, ela decidiu continuar o strip-tease, fazendo graça e descendo vagarosamente a calcinha de renda preta cavada pelas pernas.

A esta altura, ele já estava fora de controle, com o volume aumentando e querendo rasgar a calça. Kate estava finalmente nua e em um serviço rápido, arrancou a camisa de Jack e abaixou as calças dele, deixando-o somente de boxer.

Ele a puxou para a cama e ela caiu sobre ele. Os dois voltaram a se beijar lascivamente, até que mudaram de posição, ficando Kate por baixo. Kate estava eriçada de excitação ao sentir as mãos de Jack percorrerem o interior de suas coxas. Jack abriu as pernas dela e mergulhou a cabeça, a sua língua macia pincelava a região pubiana. Kate estava inquieta, seu corpo mexia agitadamente e seu centro pedia algo mais profundo.

Obedecendo o seu desejo, ele passeou com a língua pelas laterais e depois abocanhou os pequenos lábios. Ela se arrepiou toda quando Jack fez movimentos circulares em seu clitóris e o chupou logo em seguida. Kate soltava gemidos baixinhos, seu corpo sofria espasmos. Ela sentiu a ponta daquela língua ávida a penetrar-lhe e instintivamente apertava a cabeça dele entre as coxas, arqueando-se e se mexendo sem parar. Jack percebeu que a exploração estava indo longe demais, Kate estava bastante úmida, ela não resistiria.

Jack se livrou da boxer, deitando-se nu sobre Kate. O corpo quente dele sobre o dela a deixava ainda mais excitada, seus corpos ferviam, estavam ardentes como se eles é que tivessem com febre e não Aaron.

Eles se esfregavam e não demorou nem dois segundos para que o seu pênis duro adentrasse na entrada. Ele meteu tudo em duas investidas. Kate gemeu ao recebê-lo, sussurrava roucamente enquanto Jack fazia intensos e ritmados movimentos.

Jack a estocava vigorosamente, seu corpo procurava tirar todo o atraso por sexo. A última vez tinha sido alguns meses antes de cair na ilha, sem contar o tesão reprimido por Kate desde que ele a conheceu. Depois de toda a tensão sexual entre eles, finalmente estavam transando.

Kate estava adorando fazer sexo em um lugar normal, confortável e limpo como uma cama. Desta vez era com Jack. Estaria sonhando? Não, estava acontecendo, era real, era de verdade. Ela podia senti-lo por inteiro dentro dela. E como sentia. Uma onda de calor ocupava cada pedacinho de seu interior. Ela o abraçava com as pernas, beliscava o seu ombro e deslizava os calcanhares na região um pouco abaixo do seu bumbum. Kate não sabia onde ela começava e Jack terminava, eram um só corpo.
E então, ele conseguiu atingir o seu ponto mais sensível, ela gritou de prazer, tamanha volúpia com que gozava. Ela foi acompanhada por ele, que não se conteve mais e a inundou com o seu suco farto e quente.

Kate respirava com dificuldade, na hora não conseguia pensar em nada, mas soube no exato momento que eles tinham feito muito mais do que sexo, tinham acabado de fazer amor. A química da pele permaneceu mesmo após terem concluído o coito, o prazer proporcionado continuava latejando e um calor agradável preenchia o seu interior.

Eles tinham demorado tanto tempo para se entregarem um ao outro porque sabiam que, uma vez que a porta se abrisse, não teria mais volta. Tanto Jack quanto Kate temiam essa perda de controle. Sofreram demais no passado e tinham medo de confiarem o seu coração a alguém e se decepcionarem ou estragarem tudo.

Kate deitou-se encostada no peito de Jack, enquanto ele acariciava carinhosamente o seu dorso. Ele a olhava quieto, mas tinha um semblante tranqüilo.
-Hei.
-Hei. O que foi?
-Nada. Eu só...não estou acreditando no que acabou de acontecer. É real Kate? Estamos aqui, nós dois, juntos, na cama?
-É verdade sim, quer que eu te belisque?
Ela sorria e brincava com os dedos pelo tórax desnudo de Jack, levemente desenhando círculos na pele dele com as unhas. Nunca tinham experimentado tanta paz em suas vidas conturbadas.
-Você vai estar de plantão amanhã?
-Vou, mas não tão cedo. Quer que eu...eu posso ir embora, se você...
-Eu quero que fique. Passe a noite comigo. Afinal...Aaron pode precisar de cuidados médicos.
-Aaron? Sei...
-Eu também. Jack, veja só como estou quente.
Ela pegou a mão dele e levou à testa dela.
-Realmente, está fervendo. Acho que vai ter de ficar a noite sob a minha observação.
Ele sorriu e se sentiu bastante lisonjeado e feliz por Kate não somente não ter fugido como também querer a presença dele por perto. Os dois adormeceram abraçados. Foi a primeira noite que dormiram literalmente juntos, na mesma cama. Ficaram entrelaçados até o amanhecer.

Na manhã seguinte...

Kate abriu os olhos. Um tímido raio de sol irradiava da fresta da janela. Era cedo. Demorou uns segundos até recuperar a consciência. Sentiu um braço repousando em sua cintura, o que fez com que se recordasse do que havia acontecido na noite anterior. Jack dormia a seu lado, ela conseguia ouvir a respiração dele próxima ao seu cabelo.

Kate se virou devagarzinho, tentando não se mexer muito para não acordá-lo. Então foi tudo verdade, não foi sonho. Eles tinham feito sexo pela primeira vez, finalmente. E só de pensar e relembrar as sensações que vivenciou de noite, Kate sentia uma vontade enorme de repetir a dose.

Primeiro queria dar uma olhada em Aaron para ver se ele estava bem. Com cuidado, retirou o corpo do abraço de Jack, levantou-se, apanhou um hobby e saiu do quarto de mansinho.

Aaron dormia feito anjo. Kate tocou a sua testa e ele não estava quente. A febre cedera na noite anterior e não voltara. Kate retornou para o quarto e observou Jack novamente, mas não por muito tempo. Retirou o roupão, ficando nua de novo e deitou-se perto dele.

Kate deu um beijinho no queixo, depois foi dando outros beijos pelo rosto de Jack até que ele abriu os olhos, ainda meio desnorteados. Levou a mão para cima e esfregou a vista, sorrindo por vê-la debruçada sobre ele.
-Bom dia.
-Bom dia.
Jack olhou para o lado, querendo alcançar o criado-mudo e pegar o relógio.
-Que horas são?
-Ainda é cedo. Aaron está bem, fui até o quarto dele e a febre não voltou, ele dorme sossegadamente.
-Bom, isso é muito bom.
Jack falava devagar, ainda estava morrendo de sono.
-O que está fazendo?
-Vou tirar toda a sua preguiça.
Kate continuava a beijá-lo, do rosto foi para o pescoço, seguido pelo peitoral, barriga até que chegou onde queria. Pegou delicadamente o membro com a mão e começou a acariciá-lo. Jack despertou ao sentir o toque mágico daquelas mãos.

Ela começou a lamber o membro da cabeça até o topo e depois, o enfiou todo na boca. Kate era hábil em estimulá-lo, chupava gostosamente. Jack fechou os olhos e se entregou aquela incrível sensação, realmente ela estava conseguindo deixá-lo a ponto de bala. Kate o abocanhava e ao mesmo tempo tocava a região ao redor, massageando com exatidão os lugares mais sensíveis e assim que sentiu o pênis super enrijecido, moveu-se para cima e sentou-se sobre ele. Sem pressa, foi deixando o seu corpo descer até que o membro penetrasse a sua abertura e a devorasse por inteiro.

Kate subia e descia, movimentando-se sobre ele de forma compassada. Minutos depois, aumentou a velocidade de sua cavalgada. Jogava os cabelos para trás, porém algumas mechas teimavam em cair sobre o seu rosto, mas não chegavam a incomodá-la porque os fios grudavam prontamente na sua pele suada. Jack a segurava pela cintura, suas mãos escorregavam e apertavam firmemente o bumbum dela, enquanto ela continuava a se mexer, totalmente lubrificada pelo líquido que escorria do sexo dela.

Jack gostava de estar no comando, mas nesta hora, estava adorando ser subjugado por aquela deusa. Kate conseguia ficar ainda mais estonteante quando estava por cima, com seus seios formosos e os bicos endurecidos de tesão.

Com o ritmo acelerado, gemendo enlouquecida e trêmula, não demorou muito para ela atingir o orgasmo. Kate soltou o seu corpo sobre Jack, ainda sentada sobre o seu membro, em um último espasmo de prazer. Ele sentia-a apertá-lo, contraída pela excitação. Jack não agüentou mais e também libertou-se. Seus corpos permaneceram um tempo grudados até que Kate foi aos poucos se desvencilhando dele e relaxando, esparramando-se deitada ao lado de Jack, completamente exausta.

Eles tentavam buscar o ar, a respiração estava totalmente entrecortada. Os lençóis estavam bagunçados e encharcados pelo suor que exalava de seus corpos.
-Eu fui um idiota. Como...como pude perder tanto tempo?
-Shiuu...não importa, o que fizemos antes. Todos nós temos uma chance de recomeçar. Não foi o que você me disse uma vez na ilha? Jack...
Ele a puxou, calando-a com um beijo.
-Você está certa. Não vamos pensar no passado. Vamos começar tudo de novo. Eu não quero mais desperdiçar nenhum momento.

Eles se levantaram e tomaram o primeiro café da manhã normal na companhia um do outro.
-Nada de bananas ou água.
-Nunca mais, chega!
Kate ria descontraidamente, ao lembrar-se dos cafés pobres da ilha.
-Deixa que eu prepare. Como gosta do café?
-Com leite e dois cubos de açúcar. E o que você vai tomar?
-Acho que vou querer um suco de laranja.
-Também quero. Você sabe, depois de gastar toda a minha energia, preciso me recuperar, Jack.
Ela olhou para ele de forma maliciosa e ele retribuiu com um sorriso acanhado.

Essa foi a primeira de muitas outras manhãs que passariam juntos. Depois de terminarem a refeição, Jack se despediu e deixou uma sorridente Kate encostada à porta. Assim que o viu partir, os olhos dela se encheram de lágrimas, mas não eram de tristeza. Kate mal podia conter a felicidade que a invadia. Suspirava pelos cantos. Ela tinha se apaixonado muitas vezes na vida, mas Jack era diferente. Ela se deu conta de que acabara de encontrar um amor verdadeiro e para toda a vida.

FIM.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Fic: O chuveiro

Ship: Jate
Categoria: 2ª temporada, Missing scene do ep 2x04
Advertência: É necessário ter assistido a série até o ep em questão
Capítulos: one-shot
Classificação: PG-13
Completa: [x ] Yes [ ] No
Resumo: Kate descobre um chuveiro na escotilha e resolve tomar um banho. Jack chega ao local.
N/A: Fic faz parte do projeto “Os 5 sentidos”. Sentidos utilizados: tato e visão.


A escotilha é um lugar definitivamente estranho. Seus corredores são escuros, há um computador sinistro ao qual temos que digitar aqueles números estúpidos, mas também há uma cama bastante confortável e a dispensa, com enlatados que, não importa se estão com a data de validade vencida, afinal, pelo menos é comida. E tem doces. Perto das carnes de javalis que o Locke caçava (as quais eu não comia porque sou vegetariana), os peixes pescados pelo Jin e as mesmas frutas de sempre, um chocolate é uma iguaria muito fina.

E hoje encontrei uma das coisas mais importantes para um ser humano civilizado: um chuveiro. Pode parecer besteira, mas ao tomar um banho, me senti humana novamente e não uma selvagem. Diria mais, me senti mulher. Foi como se recuperasse minha dignidade. Um banho de verdade, com direito a shampoo, sabonete e água quente.

Estava sozinha quando avistei uma porta. A curiosidade me fez abri-la, então me deparei com essa maravilha. Imediatamente abri o registro e um feixe de água escorreu. Coloquei as mãos debaixo e sorri feito criança com a sensação da água batendo na palma da minha mão. Mais do que depressa, tratei de fechar o chuveiro. Precisava urgentemente de achar uma toalha. Por sorte, encontrei uma limpa no armário, provavelmente deve ser daquele homem que aqui viveu, o tal de Desmond. Consegui o shampoo com Hurley. Ele e Rose estavam fazendo o inventário na dispensa quando eu peguei rapidamente o frasco. Eu sei que ele não gostou do que fiz, mas eu realmente precisava do shampoo, que estava quase acabando. Também apanhei o sabonete e lá fui eu.

Suspirei quando senti a água percorrendo os meus cachos que estavam duros e maltratados de tantos banhos de água fria da fonte próxima às cavernas. Finalmente estava tomando banho quente! A água era rala, saia somente um filete bem fraco, mas eu não estava nem aí.

Despejei uma quantidade de shampoo na mão e esparramei pelo cabelo. Parecia que estava tirando um grude, toda a oleosidade se foi. Uma sensação de frescor tomou conta de mim. Foi um prazer tão absoluto sentir a água ensaboada deslizando pelo meu corpo!

Eu passava o sabonete, esfregava cada pedacinho de pele e tentava enxaguar no fio de água, ora quente, ora fria que saía do chuveiro.

Depois de relutar, acabei desligando, não queria acabar com toda a água escassa, mas ao mesmo tempo, tinha vontade de gastar horas ali.

Apanhei a toalha, me sequei, passei os dedos nos cabelos, tentando desembaraçá-los. Mal enrolei a toalha no corpo, a porta se abriu. Tomei um susto, quase fui flagrada por Jack. Se ele chegasse segundos antes, teria me visto completamente nua.
-Hei.
-Hei.
-Você, hum, você tomou banho.

Eu tremi. Nem vermelha eu estava, fiquei simplesmente roxa de vergonha. E ele estava tão sem graça com a situação embaraçosa quanto eu.
-Eu tive que checar se funcionava.
-E como estava?

Jack estava me olhando, mas desta vez não era um olhar de compaixão, amizade, zelo, compreensão ou raiva. Era um olhar de cobiça, eu conseguia notar que seus olhos queimavam de desejo. E isso me deixou tão nervosa que, ao me abaixar para pegar minhas roupas no chão, deixei cair o sutiã. Totalmente desajeitada, apanhei a peça teimosa de volta e respondi:
-Uh, a pressão era baixa, a água meio que ficou fria em um ponto e cheira um pouco como enxofre, mas...é um chuveiro.
-Eu sei o que você quer dizer.
-Você pode usá-lo.
Não sei o que me deu na hora, mas quando dei por mim, meus lábios já estavam soltando aquelas palavras, eu estava sorrindo e flertando com ele.
-Talvez mais tarde.
Jack deu um sorrisinho tímido.
-Eu deixarei o shampoo para você.

Foi engraçado porque Jack, sendo sempre tão racional e sério, nesta hora, seus olhos pareciam desobedecer a mente e se deleitavam com a visão de meu corpo molhado e pouco coberto. Apesar de eu estar de toalha, Jack me despia com os olhos.

Eu saí do banheiro e o deixei perdido em seus pensamentos. Mesmo estando de costas, eu sentia que ele continuava a me olhar dos pés a cabeça e até inclinou o pescoço para me inspecionar melhor. Pude imaginar o seu sorriso um tanto safado e confesso que meu lado malvado adorou fazer isso, provocá-lo, deixá-lo um pouquinho fora de controle.

Não foi a primeira vez que eu percebi seus olhares. Certo dia, quando estávamos na mata e paramos um instante para descansar, até o interroguei se ele estava me observando, ao que ele respondeu que se ele estivesse me checando, eu notaria. E de fato, eu notei. Realmente o olhar de hoje não foi igual aos outros que ele tinha me dado até então. Este era um olhar diferente. Era um olhar de um homem para uma mulher.

FIM.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Fic: No verbal copulation

Ship: Jate
Categoria: 4ª temporada, AI, Smut
Advertência: Contém cena de sexo
Capítulos: one-shot
Classificação: NC-17
Completa: [x ] Yes [ ] No
Resumo: Descrição de um jex
N/A: O título da fic é um trocadilho. “No verbal” porque não usei verbos, somente substantivos, adjetivos, etc, para descrever as ações. Tentem, por meio das palavras soltas, imaginar as características, gestos e ações de cada um. Fic faz parte do projeto “Os 5 sentidos”


Olhos verdes. Olhos castanho-esverdeados. Brilho. Pupilas saltitantes. Desejo. Boca rosada. Lábios rachados. Língua. Saliva. Hálito. Gosto. Mordidas. Lábio inferior.

Sofá. Mãos. Rosto. Dedos. Cachos. Beijo. Orelha. Pescoço. Fungada. Botões. Camisa. Gravata e paletó. Mãos macias. Zíper. Calça social. Boxer. Peças masculinas de vestuário ao chão.

Mãos fortes. Pernas. Bainha do vestido. Calcinha de renda. Calcinha na altura do joelho e depois, nos pés. Calcinha sob a mesa de centro. Zíper nas costas. Dedos. Alças. Ombros. Peça de roupa no tapete. Olhos de cobiça. Beijo molhado. Calor.

Bojo. Armação de arame. Seios levantados. Beijos no vão entre os seios. Colchetes. Alças. Ombros. Peito livre. Apertos. Sucção. Lambidas. Olhos fechados. Mordiscadas. Língua. Barriga. Interrupção.

Dois. Em pé. Mãos entrelaçadas. Pausa. Parede. Pressão. Corpo a corpo. Mão sobre mão. Mãos acima da cabeça. Beijos intensos. Braços ao redor do pescoço. Colo. Mãos na polpa do bunda. Contato visual.

Degraus. Gargalhadas. Corredor. Corridinha. Porta. Chute. Estrondo. Risos. Cama.

Beijos. Mais beijos. Corpo sobre corpo. Mãos delicadas. Músculos torneados. Tatuagens. Dorso. Bumbum. Aperto. Risadinhas. Olhos tímidos. Olhos de luxúria. Pernas misturadas. Carícias. Mãos entre coxas. Púbis. Um dedo longo. Um suspiro. Pequenos lábios. Contorno. Clitóris. Bacia arqueada. Calcanhares acima e abaixo, no colchão. Mais um dedo. Gemidos. Umidade.

Pausa. Reclamação. Mãos agora na parte superior. Mamilos. Pêlos eriçados. Pinceladas. Bicos duros.

Esfregação. Membro enrijecido. Súplicas. Pernas dobradas. Corpo no meio das pernas. Posição. Abertura. Vulva. Entrada. Ponta do pênis. Estocada. Metade. Grito. Tremor. Outra estocada. Inteiro. Púbis contra púbis. Murmúrios de excitação.

Ritmo. Sincronia. Unhas pintadas de vermelho. Dorso. Arranhões. Beijos lânguidos. Boca no pescoço. Chupão. Um abraço com as pernas. Aperto.

Velocidade frenética. Sussurros. Suor. Lençóis bagunçados. Tesão. Barulho do ferro da cama. Prazer. Gemidos de mulher. Grunhidos masculinos. Fluidos. Peles grudadas. Cabelos desgrenhados. Ápice. Êxtase. Orgasmo. Dormência. Percepção. Sêmen. Gozo. Alívio.

Respiração sôfrega. Peito ofegante. Silhuetas lado a lado. Olhos verdes. Olhos castanho-esverdeados. Olho no olho. Risos. Silêncio.

Aconchego. Abraço. Braço esquerdo dele ao redor do ombro dela. Cabeça encostada. Mãos de veludo sob o peito nu.

Conversas triviais. Palavras espaçadas. Pálpebras pesadas. Quietude. Sono. Olhos verdes fechados. Olhos castanho-esverdeados no teto escuro. Calmaria. Sorriso satisfeito. Bocejo. Paz. Amor. Olhos relutantes, porém, finalmente fechados.

Fim.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Fic: Visita de Família

Ship: Jate
Categoria: 4ª temporada, na época do ep 4x10 (SNBH), AI
Advertência: Contém cena ousada, mas não chega a ser explícita
Capítulos: one-shot
Classificação: PG-13
Completa: [x ] Yes [ ] No
Resumo: Jack leva Kate para visitar e conhecer o seu avô
N/A: O avô do Jack aparece somente na 5ª temporada, mas ele cita que Jack o visitou na companhia de Kate antes, ou seja, na época em que estavam juntos.


Jack estava de folga. Depois de uma semana bastante conturbada no hospital, com plantões intermináveis e cirurgias que duravam longas horas, ele finalmente estaria em casa. E o melhor: ao lado dela.

Ele amava a sua profissão e sempre foi workaholic, antes não se importava em passar a maior parte de sua vida concentrado ao máximo em seus pacientes. Mas agora era diferente, ele tinha vontade de ir para casa. Ele tinha para quem voltar.

Enquanto esteve casado com Sarah, ele não sentia essa ânsia em ter uma família. A medicina era mais importante que o seu casamento. No entanto, com Kate era diferente. Claro que ele continuava sendo um médico obstinado, mas tinha baixado consideravelmente o seu ritmo de trabalho para poder se dedicar a ela, a eles.

Eles tinham atingido um grande passo no relacionamento deles, estavam noivos. A cabeça de Jack estava cheia, além do compromisso com Kate e dos problemas do hospital, aquela visita que fez a Hurley o deixou preocupado. O que ele quis dizer com “Alguém irá te visitar em breve”? Jack ficou intrigado com o jeito sombrio do amigo. Porém, justamente agora que estava feliz, não queria pensar muito nisso, Hurley estava internado em um hospital psiquiátrico, com certeza as medicações que tomava o deixavam com alucinações. Ele não deveria levar tão a sério aquilo. Contudo, a sua insegurança, ainda mais no que se refere a ser um bom pai ao cuidar de Aaron, martela no seu interior, o perturbando por alguns momentos.

Kate já estava reclamando de que ele andava muito ocupado e sem tempo para ela. Quando soube que Jack iria ter um dia livre, tratou logo em arranjar alguém para cuidar de Aaron durante algumas horas. Não que o menino fosse um estorvo, pelo contrário, ela o amava demais como se fosse realmente a sua mãe. Porém, queria passar um período a sós com Jack, estava com saudades e eles precisavam namorar um pouquinho.

Eles estavam na sala. A TV estava ligada para as paredes, Jack e Kate não conseguiam prestar atenção em nada a não ser neles mesmos. Pareciam dois adolescentes, tamanho fogo que corria pelas veias enquanto se amassavam no sofá. Nem fizeram planos direito para o dia, a única coisa que interessava é que estivessem na companhia um do outro.

Sem quebrar o beijo, as mãos de Jack pareciam ter vida própria ao tatear a pele por debaixo da blusa de Kate. Ela, por sua vez, já subia a camiseta dele. Jack retirou a peça pela cabeça e ficou com o peito desnudo. Kate o observava, era incrível como vê-lo sem camisa a deixava louca de desejo. Jack aprofundou o beijo, passeando com a língua afoita dentro da boca dela. Kate também se livrou da blusinha, ficando somente de sutiã. As carícias mútuas se intensificavam, Jack beijava o pescoço de Kate, depois foi descendo os lábios e roçando por entre os seios. Quando estava prestes a retirar a lingerie, o celular dele tocou.
-Merda!
-Não atenda Jack. Por favor...
Kate suplicava e continuava a beijá-lo. Jack correspondia o beijo, mas o seu senso de responsabilidade falou mais alto.
-E se for importante? Uma emergência?
-Eu sou a sua emergência por hoje, vou ter um ataque cardíaco se não fizermos amor agora mesmo!
-Kate...
Eles voltaram a se beijar ainda mais intensamente. Depois de tocar durante um tempo, o telefone parou. Porém, segundos mais tarde, o barulho irritante voltou a soar.
-Ai, não acredito, de novo?
Kate se estressou com tanta interrupção bem naquela hora H.
-Sinto muito, amor, vou ter que atender.
Os dois se desvencilharam e Jack atendeu a ligação.
-Alô?

Ele ouvia com atenção. Levantou-se do sofá e andava pela sala, até que passou a mão pelo cabelo. Por causa do gesto, Kate deduziu que era alguma coisa séria, Jack costumava ter esse tique quando uma situação o preocupava.
-Sim, eu entendo. Pode deixar, vou até aí agora mesmo.
Kate não gostou nada da conversa. Mas será possível que nunca teriam um tempo para eles? Sempre alguém tinha que interrompê-los?

Jack desligou o telefone bastante aborrecido.
-O que foi?
-Ligaram da casa de repouso. É o meu avô.
-Aconteceu alguma coisa com ele?
-Mais uma vez tentou fugir de lá. O velho Ray não tem jeito, é pior que criança. Parece que ele deu um trabalhão para os enfermeiros, você acredita que ele escalou o muro e pulou?
-Ai meu Deus, e aí?
-Como ele não tem mais idade para tal travessura, se espatifou no chão. Por sorte, não bateu a cabeça, apenas fraturou o braço e machucou a perna. Kate, me desculpa, mas vou ter que dar um pulo por lá para vê-lo.
-Tudo bem, eu compreendo. Posso ir junto?
Ele se surpreendeu com a disposição dela.
-Você não precisa ir se não quiser. Não é agradável, você sabe, pessoa idosa tem as suas manias, vive reclamando de tudo e todos, meu avô não é diferente. Se você não quiser se aborrecer, fique aqui em casa.
-Não, eu vou com você.
-Sinto muito mesmo, Kate, isso não estava nos planos.
-O que importa é que eu esteja ao seu lado. Pelo menos, te acompanhando, vamos poder passar o dia juntos.
-Embora o passeio não seja nada divertido...
-Jack, ele é da sua família. E tudo o que diz respeito a você me interessa.

Ela depositou um beijo suave em seus lábios. Depois, ambos se recomporam e se aprontaram para sair.

Após alguns minutos, chegaram ao asilo. Era um lugar espaçoso, com um vasto jardim na entrada. Alguns velhinhos tomavam sol nos bancos espalhados, outros conversavam perto da entrada principal.

Kate e Jack andavam de mãos dadas em direção a sede, para saber informações sobre Ray.
-Só espero que ele goste de mim.
-Claro que vai gostar, quem é que não gosta de uma mulher encantadora como você?
-A sua mãe. Ela não vai com a minha cara.
-Kate, isso é bobagem.
-Não, é verdade. Quando você nos apresentou logo que voltamos ao “mundo real”, ela foi bastante educada. Mas da outra vez em que nos encontramos, quando já estávamos juntos, ela não fez uma cara muito amigável. Com certeza, ela acha que o filho merece alguém melhor que uma ex-fugitiva em liberdade condicional.
-Kate, ela não me disse nada disso. É coisa de sogra e nora, as mães costumam sentir ciúmes dos filhos. Se te serve de consolo, minha mãe nunca gostou muito das minhas namoradas, nem mesmo da minha ex-mulher.
-Se nem com as outras ela simpatizou-se, imagine comigo?
Jack parou de andar e olhou para ela bem nos olhos. Deu um sorriso tímido e depois respondeu:
-Você não tem que se preocupar com ninguém da minha família. Quem tem que te aceitar sou eu, afinal, quem é que vai se casar com você?

Kate se desmanchou com essas palavras. Era incrível como Jack procurava sempre protegê-la das outras pessoas. Por conta disso, ela se sentia tão segura ao lado dele e era algo reconfortante. Definitivamente esse era o homem com o qual ela queria passar o resto da vida junto. A sua nobreza, o seu caráter e humanidade eram características que a fascinaram desde o dia em que ela o conheceu, anos atrás, naquela ilha maluca. Agradecia todos os dias por não ter fugido na praia, quando ele pediu para que ela o costurasse. Talvez fosse seu instinto. Ela não sabia explicar como ele tinha conseguido convencê-la de imediato. A sua reação natural seria tentar se livrar do problema, correndo e arranjando alguém para ajudá-lo. Mas não, sem hesitar muito, ela prontamente se dispôs a costurá-lo. E por mais que ela tentasse não concordar com ele em alguma coisa, no final, sempre acabava cedendo e ficando ao lado dele. Era típico de Jack, ele lhe inspirava confiança.

Jack falava com o médico de plantão do local, que lhe contava sobre o estado de saúde de seu avô. Após se inteirar da situação, ele perguntou sobre o paradeiro do velho. Ray estava no auditório, assistindo a uma palestra. Jack se aproximou devagar e chamou o nome dele baixinho.
-Ray?
-Hei garoto!
O rosto do velho se iluminou ao ver o neto. Jack ajudou o avô a se levantar da cadeira. Ray mancava um pouco por causa da queda e tinha o braço esquerdo enfaixado. Eles se abraçaram e Jack deu um tapinha nas costas de Ray.
-Tudo bem se sairmos daqui um instante para conversar?
-Sem problemas, essa apresentação está um porre de tão chata! Não aguento mais ficar aqui neste lugar, toda a semana tem essas palestras maçantes ou então números de mágica idiotas. Já decorei todo o repertório.

O velho falava sem parar enquanto os dois saíam do auditório. Só parou quando viu Kate se aproximar.
-Hum, quem é a moça?
-Vovô, quero te apresentar. Essa é a Kate.
Kate estendeu a mão para cumprimentá-lo, sorrindo para ele.
-Muito prazer, Kate.
Voltando-se para Jack, ele falou:
-Ela é muito bonita.
-É, é sim.
-Muito obrigada, é um prazer conhecer o avô do Jack. Tudo bem com o senhor?
-Melhor agora. Não é todo o dia que vejo uma moça tão graciosa neste lugar horrível!
-Vovô! Não é tão ruim assim.
-Ah é, experimenta passar uns dias por aqui. Aposto que vai mudar de ideia rapidinho.
-Está certo, Ray, não vamos discutir.
Enquanto caminhavam em direção ao quarto dele, Ray fazia uma expressão confusa. Jack percebeu a inquietação do velho e perguntou:
-O senhor está se sentindo bem?
-Sim, somente um pouco machucado.
Aproximando-se de Jack, cochichou em seu ouvido:
-Explica uma coisa, criança. Pensei que a sua namorada fosse loira.
-Vovô, aquela era a Sarah, minha ex-mulher.
-Ex-mulher? Você se casou?
-Não se lembra? O senhor foi até no casamento.
-Fui? Ah, é mesmo, agora me lembrei. Foi naquele hotel chique. Desculpa o seu avô, a minha memória às vezes falha por conta da idade.

Apesar de falarem baixinho, Kate ouviu boa parte da conversa. Ela achou engraçado o jeito todo embaraçoso de Ray. No fundo era boa pessoa.

Jack observava as acomodações do quarto. Era adequado e adaptado para pessoas de idade. A mala de Ray se encontrava em uma cadeira, Jack tratou logo de retirar os pertences e colocá-los de volta no armário.
-O senhor não tem jeito mesmo, hein? Sempre aprontando. Mas que teimosia!
-Olha só quem fala!
Kate gracejava.
-Agora sei da onde vem a teimosia do Jack. Ele então puxou isso do senhor?
-Isso está intrínseco na família Shephard. É herança, passa de pai para filho, está no sangue. O meu filho Christian também era, o Jack é. Provavelmente o filho de vocês também será.

Jack corou a face ao ouvir a observação indiscreta do seu avô. Ele se sentia sem graça quando o velho soltava essa conversa sobre família. Esse era um assunto desconfortável para Jack. Seu pai era reservado e frio, acabou criando o filho da mesma maneira, de modo que eles em casa não costumavam compartilhar lembranças do passado ou falar sobre momentos familiares. Porém, ao contrário de Christian, Ray se empolgava contando fatos da infância do neto.

Kate dava risada, estava adorando o clima familiar. Como há tempos não se dava bem com a mãe e odiava o verdadeiro pai (não à toa, o mandou pelos ares, explodindo a própria casa deles), pela primeira vez se sentia incluída. Ray a conhecia há apenas algumas horas e já a tratava como um membro da família Shephard. Não bastasse a vergonha por ouvir o relato de suas peripécias quando pequeno, Jack ficou mais vermelho quando Ray acrescentou:
-Quando você vai me dar um bisneto? Estou bastante velho e não vou durar muito tempo.
Olhando para Kate, ele continuou:
-Nossa, que crianças lindas vocês terão!
-Vovô!
-Traga-os para me visitar, garoto. Até imagino um menino de cabelo pretinho, olhos esverdeados e cheio de sardas. Ou uma lindinha com os cachinhos soltos, como ela!
Os olhos de Kate se iluminaram somente por ouvir o futuro que Ray desejava para eles. Lá no fundo de seu coração, ela realmente sonhava construir uma família com Jack. Sorria encantada, a tarde estava sendo bem agradável, mas Kate não via a hora de voltar para a casa e se empenhar para que esse sonho se transformasse em realidade.
-Não deixe-o te enrolar, minha filha. Exija casamento.
-Na verdade, ele já me propôs. Estamos noivos.
-Meus parabéns!
Ray deu um abraço sincero em Kate e Jack.
-Eu quero ir a esse casamento.
-Pode deixar, faço questão de convidar o senhor.
-Está ficando tarde, o horário de visitas está quase acabando. Vou até o banheiro e depois já vamos, ok?
Jack se retirou por um momento do quarto. Enquanto isso, Ray aproveitou para trocar umas palavras com Kate.
-Ele é assim mesmo, fica tímido, não gosta que fale muito sobre a vida dele. Estou muito feliz em te conhecer. Não pude deixar de notar o quanto meu neto está bem. Jack está radiante e creio que é você a responsável por isso. Ele tem um brilho no olhar, nunca o vi tão feliz quanto agora.
-Eu também estou muito feliz. Não tenho nem palavras para descrever tudo o que Jack representa para mim. Desde que o conheci, minha vida mudou totalmente. Para melhor, é claro!

Jack voltou para o quarto e se despediu do avô:
-Bem, vovô, está na hora. Temos que ir, mas prometo ao senhor que voltarei mais vezes para te visitar. E vê se toma juízo, hein, por favor! Pare de querer fugir.
-Isso, menino, volte mais, não me deixe aqui jogado às traças neste lugar. E você, volte também querida.
Kate deu um beijo em sua bochecha.
-Foi um prazer conhecer o senhor. Fique bonzinho, é bom que esteja aqui, caso contrário, como iremos encontrar o senhor para convidá-lo para o nosso casamento?
Ray sorriu de forma serena. A visita dos dois o deixou bem mais calmo e menos entediado. Ele tinha ficado muito contente em rever o neto, ainda mais pelo fato de Jack estar tão alegre.

Jack e Kate voltaram para a casa. Ao chegarem, descansaram uns minutos, aproveitando esse tempo para conversarem.
-Kate, me desculpa pelo meu avô, ele...não mede as palavras, vai falando um monte de besteiras que lhe vêm ao pensamento.
-Está brincando? Eu o adorei! Achei-o tão espontâneo! Ele sente um enorme carinho por você.
-Eu o amo, apesar da trabalheira que ele me dá.
-Jack?
-Sim?
-Ainda temos tempo. Que tal aproveitarmos o resto do dia e retomarmos o que estávamos fazendo antes de sairmos?
-Excelente ideia.

Eles se beijaram com volúpia, famintos para se consumirem com voracidade, estavam com saudade imensa um do outro, apesar de estarem morando juntos, não era sempre que Jack estava de folga e Aaron não estava na casa, fazendo com que corressem o risco do garoto atrapalhar a transa com o seu choro em horas impróprias. Portanto, mais do que depressa, se despiram, largando as roupas pelo caminho enquanto subiam os degraus em direção ao quarto, sem pararem os beijos.

Só que desta vez, Jack desligou o celular e o jogou ao longe. Não queriam ser interrompidos por nada deste mundo. Quem sabe o sonho do velho pudesse se concretizar? Jack achava que não seria um bom pai, mas mesmo não admitindo, no fundo ele bem que almejava esse sonho. Ao lado de Kate, sentia que tudo poderia ser possível.

FIM.