sexta-feira, 27 de maio de 2011

Fic: Her heart was in the right place - Cap. 1

Ship: Jate
Classificação: R
Categoria: 6ª temporada, AU
Completa: Yes (x) No ( )
Capítulos: 8
Advertência: a fic mostra um final diferente para a série
Resumo: No último instante, Kate decide ficar na ilha e ir à procura de Jack. Estaria ele vivo ou morto?


Capítulo 1


O mar estava agitado. As ondas batiam furiosamente contra as pedras. Ao longe, podia se avistar o barco de Locke. Sawyer e Kate olharam para o horizonte, analisando como iriam chegar até ele. Kate estava em estado de choque. Simplesmente não conseguia processar o fato de ter acabado de se despedir do grande amor de sua vida. Desde que o conheceu, a maioria de suas decisões foram pautadas no que Jack havia planejado. E desta vez, a coisa se repetia. O último pedido que ele lhe fizera foi para ela partir, levar Claire para o avião. Mas Kate sabia que não era somente essa a sua intenção. Não que ele não se importasse com o propósito dela em reunir Claire e Aaron, muito pelo contrário, ele praticamente havia criado o menino junto com ela e sabia que ela o considerava como um filho. No fundo, tudo o que ele mais queria era salvá-la. Porém, talvez o que Jack não imaginasse era que para Kate, sair daquela ilha sem ele seria o equivalente a morrer por dentro. Era isso o que Kate sentia neste instante, que sua vida havia acabado no momento em que beijou Jack pela última vez no penhasco. A dor ao vê-lo virar as costas rumo ao seu destino fatal foi tão intensa que a sua própria mente parecia bloquear tal recordação.


Portanto, sem pensar, Kate se atirou ao mar, dando um pulo de muitos metros de altura, sem se importar se seu corpo bateria nas pedras ou se a água estaria em uma temperatura cortante. Sawyer ficou pasmo ao ver a sua atitude completamente descuidada, mas ao avistar que nada acontecera com ela, resolveu fazer o mesmo. Eles estavam sem tempo, logo Lapidus levantaria vôo.


Depois de nadarem um trecho, enfrentando um mar agressivo, alcançaram o barco e rapidamente seguiram rumo à praia. Ao chegar ao local, Claire estava sentada na areia. Kate mais do que depressa se aproximou, ajoelhando-se diante da loira para argumentar ofegantemente:

-Claire, você está bem?

-Vamos, temos que ir, vamos! – Sawyer dizia apressado.

-Claire, vamos, por favor.

-Não posso!

-Por quê?

-Olhe para mim! Essa ilha me deixou louca. Não quero que Aaron me veja desse jeito. Eu, eu nem sequer sei como ser mais uma mãe.

-Escute-me, ninguém sabe, pelo menos, não no começo, mas você não está sozinha. Deixe-me te ajudar. Agora vamos, vamos.


Ao ouvir o barulho do motor do avião, os três correram em direção do mesmo, sacudindo os braços para sinalizarem suas presenças para Lapidus. Por sorte eles foram vistos e a porta se abriu. Claire foi a primeira a ser pega, a próxima seria Kate. Então, naquela fração de segundo, Kate teve um estalo. Richard e Miles estendiam os braços para ajudá-la a subir, mas tudo o que Kate fez foi dizer para Claire:

-Aaron está com sua mãe te esperando. Você vai conseguir!

Depois, olhou para Sawyer e lhe falou rapidamente:

-42 Panorama Crest. É o meu endereço. Aaron e a Sra Littleton estão aguardando. Leve Claire até lá.

-Kate! Mas o que...

-Adeus, Sawyer.

Richard e Miles ajudaram James a entrar, mas quando ele esticou os braços para apanhar Kate a todo custo, a sardenta havia dado alguns passos para trás, intencionalmente se afastando.

-Kate! Volte aqui!

Os homens seguraram um Sawyer exaltado e fecharam a porta. O loiro não se conformava com a loucura que ela tinha feito.

-Lapidus, hei, não levante vôo, temos que pegar a Kate! Espere!

-Chefe, você ainda não entendeu? – Miles gritava. – Ela não quis ser salva!


Enquanto ouvia o ruído do avião se tornar cada vez mais distante, Kate afundava os pés na areia, caminhando apressadamente. Parecia alheia ao ato insano que acabara de praticar. Por incrível que pareça, ela não estava perdida, sua mente seguia o impulso de procurar por Jack, seja lá onde ele estivesse. Como ele poderia achar que ela conseguiria sair daquela ilha sem ele? Ele queria que ela embarcasse Claire no avião, pois muito bem, ela cumpriu a sua promessa. Se Deus quisesse, eles chegariam sãos e salvos em algum lugar e em breve Claire finalmente se reencontraria com Aaron. Certamente Sawyer iria levá-la ao encontro de sua mãe e do menino, afinal, se da outra vez que saiu da ilha ela fez um favor a ele, nada mais natural que desta vez ele fizesse um favor a ela. E apesar de Claire não estar muito bem psiquicamente, Carole iria amparar a filha e ajudá-la a criar o neto.


Apesar de se preocupar com Aaron, talvez o melhor a fazer fosse deixar que a situação se resolvesse em família. Ela seria uma intrusa ali e por ter criado o garoto como seu filho, Aaron teria dificuldades em aceitar a verdadeira mãe caso Kate estivesse por perto. Seria a coisa certa.


Kate estava de volta ao barco e refazia o trajeto em retorno às rochas. Aproximou-se da costa e aportou. Teria que rastrear os passos de Jack. Demorou alguns minutos até encontrar pistas. Os três pares de marcas de sapato na terra só poderiam ser de Ben, Hurley e Jack. Kate apertava o passo, estava cansada, suas pernas corriam quase trêmulas, mas ela não intentava em parar. Jack estava sangrando, vez ou outra, ela captava respingos vermelhos pelas folhas ao redor e isso a deixava ainda mais apavorada. A trilha se encerrou à beira de um lago, onde ela conseguia apenas ver uma pequena caverna ao final.


De cabeça baixa, Kate olhava para o solo, tentando decifrar o que via. Pegadas de três pessoas iam para o lado esquerdo da margem do rio, porém um par de marcas não correspondia às outras que ela havia seguido por todo o percurso e justamente as pegadas que faltavam eram do calçado de Jack. Kate ficou confusa, Ben e Hurley estariam em companhia de uma terceira pessoa que não parecia ser Jack? Mas como? Aquilo não fazia sentido! Kate se lembrou de todas as pessoas que estavam na ilha e ao contar mentalmente, percebeu de quem provavelmente seria aquelas pegadas: Desmond. Ela franziu a testa em desespero, tentando descobrir o que teria acontecido a Jack, por que ele não tinha saído dali com os demais? Olhou para o riacho e não havia sinal de nenhum corpo. Deu um giro de 360°, olhando para todas as direções, procurando ficar atenta aos mínimos detalhes. Ouviu o estrondo do avião passando lá no alto, bem acima de sua cabeça. Sentiu-se aliviada em saber que os amigos tinham conseguido, mas ao mesmo tempo seu semblante tornou-se carregado de tensão ao pensar na possibilidade de Jack estar morto e os três homens o terem carregado para outro local ou mesmo o deixado.


Lágrimas involuntariamente escorriam pelo seu rosto enquanto o desespero tomava conta de si. Ela estava sozinha, sem pistas e perdera a chance de se salvar por causa de um amor tão forte que a impedia de pensar racionalmente. O esgotamento fez com que Kate se sentasse desolada por entre as pedras do rio, com o cotovelo apoiado no joelho e com a cabeça baixa e enterrada em suas mãos, chorando copiosamente.


Minutos depois, Kate ergueu o rosto tentando apoiar a mão na pedra enquanto sentia uma pontada em seu ombro recém costurado. Ao fazer o movimento, avistou um pingo de sangue na superfície porosa. Rapidamente se levantou e caminhou em direção à beira, à direita. Mal saiu da água e pôde ver pegadas frescas na terra. Kate suspirou esperançosa, eram dele! Kate parecia um cão farejador, andava pela trilha obstinadamente, sua respiração estava sôfrega, mas ela não iria parar a não ser que desmaiasse.


Kate alcançou a região dos bambuzais e de longe viu um corpo estendido no chão. Seu coração disparou ao olhar a camiseta azul, jeans e os cabelos pretos.

-Jack!

Ela correu naquela direção, mesmo tropeçando pelos galhos que insistiam em atrapalhar o seu caminho. Kate se ajoelhou diante dele e percebeu que ele estava inerte.

-Jack!

Kate chacoalhou o seu ombro, tentando despertá-lo, mas ele não acordava.

-Jack, por favor, responda! Jack!

A voz saía entrecortada pelo choro que não lhe dava trégua. Kate acariciava os cabelos de Jack delicadamente, enquanto abrigava a cabeça dele em seu colo. Talvez fosse tarde demais, ele não respondia.


Continua...

Nenhum comentário: