terça-feira, 24 de novembro de 2009

Fic: Destinos Cruzados- Cap 1: O recomeço

Titulo: Destinos Cruzados
Autora: Polly
Shipp: Jate
Categoria: 6ª temporada, AU
Capítulos: 15 previstos
Advertências: Contém cenas de sexo, referência a drogas.
Classificação: NC-17
Completa: [ ] Yes [x] No
Resumo: Em universos paralelos, acompanhamos a vida dos losties e descobrimos como seus destinos estão relacionados.

Capítulo 1: O recomeço

2007
“Se este é o verdadeiro Locke, então, quem é aquele lá dentro?”
Todos estavam surpresos com o que acabaram de ver. Locke estava realmente morto. Dead is dead, Ben havia mencionado anteriormente. Richard estava certo: ele já tinha visto de tudo naquela ilha, menos alguém retornar à vida.
-Então, o que faremos? – Illana indagou a Richard.
Ele não teve tempo de responder. Neste instante, Ben e o fake Locke saíram da estátua. Locke ia se dirigir aos outros para discursar, quando o povo se manifestou, o indagando, falando todos ao mesmo tempo. Richard pediu ordem e se aproximando de Locke, perguntou:
-O que Jacob te disse?
-Jacob não existe. Não mais.
Richard, indignado, adentrou na estátua. Era verdade: Jacob estava morto, queimando na fogueira.
Locke começou a discursar:
-A vida toda vocês foram comandados por um homem, Jacob, que nem sequer apareceu pessoalmente para nenhum de vocês. Ninguém nunca o viu. Ninguém teve permissão para vê-lo. No entanto, ele ditava as regras, mandava em todos. E vocês o obedeceram. Pois agora lhes pergunto: por que confiar em alguém que você nunca viu? Muitos morreram nesta ilha, muitos perderam pessoas queridas. A troco de que? De uma obediência cega? Mas agora tudo isso vai mudar, Jacob não está mais no comando.

Sun tomou coragem e resolveu confrontar o fake Locke:
-Se Jacob não está mais no comando, então quem está? Você?
-Essa ilha é livre, todos são livres.
-E quem é você?
Fake Locke deu um riso sarcástico e respondeu:
-Ora Sun, como assim? Sou eu, Locke. Eu sei que pode parecer um absurdo para você e para todos, mas continuo sendo eu mesmo.
-Se é assim, então quem é o cara dentro da caixa? – Illana se intromete na conversa. Ela encara o fake Locke, apontando em direção ao corpo do verdadeiro Locke.

O fake Locke se surpreende: ele não imaginava que seu disfarce havia sido descoberto. Ben, ao ver o corpo, arregalou os olhos incrédulo ao se dar conta de que assim como todos, tinha sido enganado.

Neste instante, um clarão branco se estendeu por toda a superfície da ilha. Após o clarão, todos olharam ao redor e se deram conta de que o fake Locke havia desaparecido. Ben também.

1977
Após o imenso clarão, Sawyer, Kate e Jack se encontravam no mesmo local destruído de outrora. Kate e Jack seguravam Sawyer pelo braço. Ele chorava compulsivamente.
-Me soltem, me soltem – ele gritava.
-Sawyer...eu...eu sinto muito, não sei por que não deu certo.
-Sente muito? Seu desgraçado!
Sawyer partiu para cima de Jack, Kate se enfiou no meio tentando apartar a briga. Neste momento, Hurley, Miles e Jin chegaram ao local e correram para separar os dois.
Sawyer se soltou e olhando com puro ódio para Jack, saiu desvairado perante a mata e caminhou longe dali.
-Sawyer!
Kate o chamou e resolveu seguí-lo. Mas antes, avisou para Jack:
-Eu vou atrás dele antes que ele faça uma besteira.
Jack acenou com a cabeça. Estava meio zonzo da pancada que tinha tomado da caixa de ferramentas minutos antes.
-Dude, o que aconteceu aqui? – Hurley olhava assustado para o lugar.
-Eu não sei. Eu joguei a bomba no local certo, mas ela não explodiu. Quer dizer, só houve um clarão, vocês viram?
-Sim, foi por isso que viemos imediatamente para cá – Miles afirma.
-Jack? É o Sayid. Ele não está nada bem. – Jin aponta para a Kombi.
Jack vai em direção ao carro. Sayid agoniza de dor.
-Sayid? Hei, pode me ouvir?
-Jack. Não deu certo, não foi? Eu...eu vou morrer.
-Sayid, escute, eu vou dar um jeito.
-Jack, não precisa prometer nada se não vai conseguir cumprir.

Jack começou a revirar tudo o que via pela frente dentro da Kombi, mas não conseguia achar nada de tão promissor que pudesse servir de improviso, até que pegou uma lata de cerveja Dharma e abriu. Despejou o líquido em um pano e procurou limpar a ferida. Sayid perdera muito sangue por causa do ferimento à bala.

Jack apertou a região, procurando verificar onde a bala estava alojada.
-O certo seria retirar a bala, mas isso requer uma cirurgia porque não está superficial. Mas como fazer isso aqui?
Jack levantou-se e caminhou um pouco mais adiante para pegar um ar e pensar no que poderia fazer. Depois, voltou-se para os demais e ordenou:
-Vamos sair daqui, é melhor pegarmos água do riacho, acharmos um local para que eu possa tratar o Sayid. Antes, é melhor juntar todas as armas que estão por aí e levarmos.
-E os caras da Dharma? Para onde foram?
-Não sei Hurley, é por isso que precisamos estar preparados. Se eles nos encontrarem, você sabe.

Eles recolheram as armas e todos entraram na Kombi, procurando algum lugar para se hospedarem.


-Sawyer? Sawyer? Espere, aonde você vai? Sawyer!
Sawyer andava depressa, seus passos eram largos, ele parecia querer bater-se contra o vento. Sentia um misto de ódio e tristeza profunda que lhe doía na alma. Chegou no deck de onde partia o submarino e ali sentou. Kate o alcançou, sentando-se perto dele.
-Hei!
Ele permanecia em silêncio, olhando para o horizonte. Após um longo tempo calado, ele finalmente falou:
-Ela queria ir embora. Queria tentar a vida lá fora há 3 anos. E eu não deixei. Disse que precisava de alguém que cuidasse de mim. Não podia me deixar aqui com Jin, Miles e esse bando de babacas. E ela ficou. Primeiramente disse que ficaria somente algumas semanas, mas essas semanas se passaram e ela acabou ficando 3 anos! Depois, novamente, quando vocês voltaram e inventaram essa maluquice de explodir bomba, nós íamos embora. Nós estávamos indo quando você Kate, apareceu e falou um monte de bobagens. Não sei por que raios ela concordou e lá fomos nós ajudarmos vocês!
-Sawyer, por favor, me escute. Eu não era a favor desse plano louco do Daniel, mas o Jack, não sei o que se passa na cabeça dele! Eu não o reconheço mais, não consegui impedi-lo! Ele não me escuta mais, tá parecendo o Locke. Primeiro foi o fato de não salvar o Ben, depois a bomba...
-E por causa do problema de vocês dois, eu e Juliet que não tínhamos nada a vê com isso, sofremos as conseqüências?
-Do que você está falando?
-Da conversa que tivemos, eu e o doc. Sabe o que ele me confessou, sardenta? Quando eu perguntei por que ele estava fazendo tudo aquilo, ele me veio com essa: “eu a tive e eu a perdi”. Ele quis jogar essa maldita bomba por sua causa, para que tudo o que vocês passaram não pudesse acontecer...ou talvez pudesse, se fosse para acontecer.
-O que? Ele te disse isso? Meu Deus, ele está louco!
-Ela se foi, Kate! Ela se foi e eu nem ao menos tive um momento para dizer o quanto ela significava para mim! Nós vivemos 3 anos juntos e eu estava acomodado e nem sequer disse “eu te amo” sem que ela tivesse me dito antes. Sempre “eu te amo também”, “eu te amo de volta”. Mas nunca cheguei do nada para ela e disse. Agora eu a perdi para sempre.
-Sawyer...
Ele chorava desesperado. Kate olhava com pesar, não agüentava vê-lo sofrer daquele jeito e se sentia culpada por ter atrapalhado os dois e convencido ambos a sair do submarino e ajudá-la.
-Não faça o que eu fiz, sardenta. Se tiver que dizer alguma coisa, diga. Não espere perdê-lo para se dar conta do que sente.

Kate sentiu um aperto no coração. O que Sawyer lhe dissera tocou fundo na alma. Ela se deu conta de que nunca tinha se declarado para Jack. Não explicitamente. Não com todas as palavras. Ela pensava que bastava o fato de ter estado ao lado dele, de ter sempre o apoiado, de ter aceito o seu pedido de casamento, bastavam para que ele se sentisse amado. Mas pelo que ele tinha dito a Sawyer, isso não bastava. Como ele poderia pensar que a tinha perdido? Kate, pensativa, levantou-se num impulso e colocando as mãos firmemente nos ombros de Sawyer, disse:
-Preciso ir. Você vem?
-No momento preciso ficar sozinho. Se eu ver a cara do Jackass agora, vou querer matá-lo.
-Se cuida, Sawyer.

Kate foi embora apressada. Ela precisava urgente tirar essa história a limpo. Dessa vez, Jack ia ter que escutar, sem interrupções por parte de ninguém. Da última vez que estavam discutindo foram interrompidos por Eloise. E ela nunca teve a chance e nem tempo de convencê-lo de que não queria apagar o que eles viveram. Mas onde estariam agora? No local da bomba não estavam, provavelmente foram para algum lugar onde estivessem seguros, pensava ela. E assim foi caminhando e tentando procurá-los.

2004
Vôo 815

Após uma intensa turbulência, o avião conseguiu restabelecer-se. Jack abriu os olhos subitamente. Ele tinha apagado durante o caos no vôo, tinha horror de andar de avião, ficava tenso toda a vez, por isso acabava sempre bebendo alguma coisa bem forte para se acalmar.
-O senhor está bem? – Cindy, a comissária, chacoalhava o seu ombro no intuito de acordá-lo.
-Sim, eu...só me assustei um pouco, é que odeio voar, fico nervoso e sempre tenho a impressão de que o avião vai cair a qualquer momento.
-Foi apenas uma turbulência, está tudo sob controle agora senhor. Deseja alguma coisa?
-Será que poderia me arranjar mais uma dessas? - Jack apontou para a garrafinha de bebida que tinha terminado há pouco.
-Temos um limite por pessoa. Mas, vou ver o que eu posso fazer. Cindy deu uma piscada para Jack, que retribuiu com um sorriso discreto.

A comissária andou pelo corredor, indo em direção aos banheiros. Uma colega a chamava. Um passageiro estava trancado dentro do banheiro e não saia. Após baterem insistentemente na porta, um transtornado Charlie saiu. Os olhos estavam fundos, ele coçava o nariz nervosamente.
-Está tudo bem? – as moças perguntaram.
-Ok. Ótimo. - Charlie chacoalhava as mãos de forma elétrica. Voltou para a poltrona, mas não parava quieto. As drogas que acabara de ingerir estavam fazendo efeito.

Não muito distante, há algumas poltronas:
-Tem certeza que não vai querer mais suco?
Kate olhou para o agente com ódio. Aquele vôo parecia interminável. Ela permanecia calada, enquanto Ed Mars não parava de provocá-la, até que resolveu quebrar o silencio:
-Mudei de ideia, pensando bem, eu quero mais.
Kate levantou o copo cuidadosamente por entre as mãos algemadas. Não sabia como ainda, mas começara a planejar uma maneira de fugir assim que desembarcasse.

-Querido, estava ficando preocupada com sua demora.
-Me desculpe, Rose. É que tinha um rapaz que estava no banheiro e demorou para sair. Fiquei apavorado quando o avião tremeu e eu não estava por perto.
-Eu também, Bernard, só conseguia pensar em você.
Os dois envolveram as mãos em um gesto de carinho.

-Aqui está. Mas essa é a última que eu vou te arranjar. Não conte para ninguém.
-Ok, muito obrigado.
Assim que conseguiu a bebida, Jack se levantou e foi em direção ao fundo do avião.
Ana Lucia estava olhando para o outro lado quando Jack a chamou.
-Conforme combinado...
-Jack, não é mesmo? Pensei que estivesse se esquecido.
-Trouxe a bebida.
-Você conseguiu me achar aqui no fundão...
-Pois é.
-Pensei que fosse morrer quando o avião chacoalhou, ainda mais nesta poltrona horrível!
-Sinto muito. Mas agora podemos terminar nosso drink. Saúde!
Os dois brindaram e conversaram assuntos triviais. Ana estava gostando da companhia, se o lugar era ruim, pelo menos tinha encontrado alguém interessante para passar o restante das horas. Ele lhe lembrava alguém conhecido. Mas ela nem suspeitou que se tratava do filho de Christian, o mesmo para o qual tinha trabalhado como segurança na Austrália.

Um par de olhos azuis se abriu e não acreditou no que viu: todos estavam vivos! Mas como? Onde ele estava? Locke tentou se mover, mas reparou que não se mexia da cintura para baixo. Sua cabeça estava confusa, ele não estava entendendo mais nada. Sua última lembrança era de estar sendo enforcado por Ben Linus. E agora ele acordou ali? Pegou desesperadamente o jornal que estava no suporte da poltrona da frente, a data indicava 22 de setembro de 2004. Então era isso, eles estavam no vôo 815 novamente! Estaria sonhando? Estariam todos mortos? Olhou ao redor e ao encarar rostos conhecidos da ilha, ninguém parecia reconhecê-lo.
Em um gesto desesperado, acabou esbarrando os braços em um transeunte, que quase derrubou o copo d’água que segurava:
-Filho da puta, será que você não me viu, ô Kojak?
-Hein? Me desculpa.
Locke olhou diretamente para o rosto de Sawyer, que continuou a andar aborrecido, resmungando. Mas ele não reconheceu o careca.
Locke ficou intrigado, pelo visto somente ele se lembrava de tudo o que aconteceu! Só não entendia o porquê disso.

Algumas horas depois, o vôo chegou em LAX. Charlie desembarcou, suando e correu para o banheiro do aeroporto para se abastecer com outra dose de cocaína. Jack e Ana se despediram, mas a morena deu o nº de telefone para o doutor. Jack então foi para o balcão do aeroporto resolver as questões burocráticas relacionadas à liberação do caixão de seu pai.

Após todos descerem do avião, Ed puxava Kate pelo braço. Kate olhava freneticamente para todos os lados, observando atentamente todas as saídas do local. Virou-se para o agente e disse;
-Preciso ir ao banheiro.
-Tá brincando Austen? Você acha mesmo que eu tenho cara de idiota?
-É sério, aquele suco todo fez efeito. Estou apertada e já eu vou direto para a audiência, não quer que eu me apresente toda molhada, quer?
-Se você pensa que vai fugir, tá muito enganada, bonitinha.
-Você vai me esperar na porta, eu sei. Não tem como eu fugir.
-Bom mesmo que você saiba.

O agente deu um sorriso sarcástico para ela. Kate entrou no banheiro. Olhou nervosa para o espelho, tinha que fugir de alguma maneira. Olhou para o vitrô, mas este era muito pequeno, mesmo que ela quebrasse o vidro, não conseguiria passar. Uma faxineira entrou com um carrinho de limpeza. Deu um sorrisinho para ela e depois se virou e começou a limpar um dos banheiros. Em um gesto instintivo, Kate pegou o rodo e aproveitando que a mulher estava de costas, deu um golpe na cabeça dela, fazendo com que a mulher desmaiasse. Puxou o corpo mole da faxineira, fechou a porta de um dos banheiros e rapidamente, trocou de roupa com ela. Dispôs o corpo da mulher sentada na privada.

Ouviu o barulho da porta principal se abrir, uma outra funcionária da limpeza entrou. Kate se encostou na parede para que ninguém visse seus pés dentro do banheiro. A funcionária pensou que não havia ninguém da limpeza por lá e resolveu recolher o carrinho.

Como Kate estava demorando, Ed logo pensou que ela estivesse tramando alguma coisa. Ao ver a faxineira sair do toalete com o carrinho, tratou de barrá-la, querendo revistar a parte de baixo para ver se não tinha ninguém escondida ali dentro.

Kate ouviu a voz dele interrogando a mulher e mais do que depressa, aproveitou que ele estava de costas para a porta, olhando o carrinho, e saiu sorrateiramente, de fininho, a passos largos, quando algumas pessoas passaram perto do banheiro. Assim que se afastou um pouco, se misturou na multidão. Como estava vestida de faxineira, não seria facilmente localizada.

O agente terminou de revistar frustrado o carrinho e diante da demora, entrou no toalete. Viu uma porta fechada e percebeu que alguém estava lá dentro. Bateu com tudo na porta, gritando para Kate sair de lá. Ninguém respondeu. Ele se estressou e chutou a porta, arrobando-a. Para a sua surpresa, não era Kate ali sentada. Imediatamente, Ed saiu furioso dali, correndo desvairado à procura da fugitiva. Contatou os guardas do local, iniciou-se uma comunicação em massa por meio dos rádios. Logo, uma equipe de segurança rondava por todos os cantos do aeroporto. Nem sinal de Kate.

A fugitiva se encontrava há metros de distância, dirigindo um carro recém roubado e sorrindo feliz da vida por ter escapado mais uma vez.
CONTINUA...

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