domingo, 1 de novembro de 2009

Fic: A Primeira Noite

Titulo: A Primeira Noite
Autora: Polly
Shipp: Sookie e Bill
Categoria: POV, 1ª temporada, Missing Scene dos episódios 6 e 7
Capítulos: 1 (One-shot)
Advertências: Contém cenas de sexo
Classificação: NC-17
Completa: [x] Yes [ ] No
Resumo: Como foi a 1ª vez do casal, sob o ponto de vista de Sookie


Música de Fundo: Cat Power- Half of You
http://www.4shared.com/file/35512721/a979e28/12_-_cat_power_-_half_of_you.html?s=1

Sookie’s POV

A vida inteira me preocupei com o que os outros iriam achar de mim. Leio o pensamento das pessoas e é incrível como por mais que tentamos fazer tudo certo, causar uma boa impressão, fazer o bem, todos mesmo assim acabam nos julgando. Um mau julgamento, na maoria das vezes. Não foi diferente neste dia. Tinha preparado um discurso bonito para a vovó. Foi a coisa mais difícil que já fiz na vida. Como se despedir de alguém que não queremos ver partir? Ela não era somente minha avó, era minha mãe, minha amiga conselheira e a única pessoa que entendia o que eu sinto. Nem a Tara compreende o que eu sinto por ele.

Vovó sempre procurava não me deixar me sentir diferente dos outros. Mas não importa o que eu faço, eu nunca serei considerada uma pessoa normal aqui em Bon Temps. Todos me olham com um jeito atravessado, talvez por isso eu entenda tanto a situação dos vampiros. Tenho compaixão e me identifico com eles.


Adentrei sozinha em casa. Acabo de me despedir de minha querida vó e me sinto tão estranha por dentro! Era algo tão natural entrar na cozinha, sentar-me na mesa pronta para tomar um café sempre quentinho e provar os doces maravilhosos que ela fazia. Mas hoje foi diferente. Foi a última vez que degustei a torta de chocolate da vovó. Estava em estado de choque. Quando vivenciamos algo tão brutal em nossas vidas, simplesmente não conseguimos esboçar reação alguma. Eu não consegui chorar no velório e nem no enterro. Não na frente deles, daqueles idiotas provincianos de Bon Temps. Eles não mereciam ver meu sofrimento. Não daria essa oportunidade para eles serem a platéia de minha tragédia pessoal.

Porém, ao começar a comer a torta, um sentimento de revolta tomou conta de mim. Uma dor insuportável me dilacerava e não pude fazer mais nada a não ser desabar em lágrimas. Saudades, ódio, incapacidade de fazer justiça, abandono, todos esses sentimentos se misturavam no meu interior. Um vazio cortante, um buraco me envolvia e senti vontade de fugir daqui.

Quando me dei conta, já tinha devorado por completo a torta de vovó. Reparei que começava a escurecer. Tudo o que eu queria era tê-lo por perto. Bill não somente tomara o meu coração, mas minha essência. Não conseguia mais me sentir plena, precisava de sua presença para me sentir segura.

Subi para o meu quarto, vesti minha mais bela camisola branca. Diante do espelho, minha voz interior soava em meus ouvidos: eu quero ser dele, eu preciso ser dele! Chegou a hora. A partir de agora, pensei, vou dar voz aos meus sentimentos e impulsos. Chega de me preocupar com a opinião alheia! Vovó sempre me aconselhou a seguir o meu coração e assim vou fazê-lo.

Um frio na espinha me invadiu, mas em um gesto desesperado, desatei a correr pelos jardins que nos separam. Me senti fugindo de um pesadelo, escapando do abismo em que se tornara a minha vida. Ao correr, minha camisola se rebelava freneticamente contra o vento, eu parecia um vulto branco a deslizar perante o manto negro da noite. Foi então que eu o avistei, correndo na mesma velocidade em minha direção.

Meu coração disparou, sentia a pulsação vibrante querendo saltar pelas minhas veias. Eu corri para ele até me abandonar em seus braços. Ele me apertou forte, beijando-me com paixão. Depois, me ergueu, me carregando para dentro de casa. No conforto de seus braços, me senti protegida, foi como se ele me resgatasse daquele vale de tristeza e me salvasse, me levando para a morada dos deuses do Olimpo.
Ficamos na sala, Bill acendeu a lareira e paramos diante do fogo ardente com suas labaredas. Um estremecimento e um calor febril percorreram meu corpo quando ele retirou delicadamente minha camisola. Ele me fitava com um olhar de desejo latente. Naquele momento senti um pouco de medo porque afinal de contas, apaixonar-se por um vampiro é uma viagem rumo ao desconhecido. Eu estava prestes a me entregar para um homem, não um homem comum, mas um imortal. Ao mesmo tempo, eu sentia uma paixão indomável, que tornava o medo coisa pouca naquela hora.
Assim, me deixei embalar pelos meus sentidos, decidi me entregar para ele, para o meu amor. Bill me beijava e suas mãos enroscavam nos meus cabelos. Estávamos completamente nus e nos deitamos ali mesmo. Os beijos tornaram-se mais intensos, senti um arrepio quando ele deitou-se sobre mim. A temperatura de seu corpo era um pouco fria, claro, ele é um vampiro! Mas como o meu corpo queimava de desejo, foi até reconfortante entrar em contato com o dele, pelo menos assim continha um pouco o fogo que emanava de dentro de mim e da lareira.

De repente, Bill num gesto rápido desvincilhou-se de meus lábios. Com um olhar meio frustrado, dava para perceber que ele estava se segurando para não dar vazão a seus instintos de vampiro. Mesmo assim, suas presas desobedeceram-lhe o comando e teimaram em aparecer. Foi então que sem parar para pensar, ofereci o meu pescoço para ele. Decidi que já que eu estava ali, pronta para ser dele, eu tinha que me entregar por completo. Não podendo mais resistir, ele cravou seus dentes pontudos no meu pescoço e me mordeu.

Enquanto Bill sugava meu sangue, eu temporariamente desfaleci em seus braços. Me sentia entorpecida, era um misto indescritível de medo e entrega. Quando eu ainda estava meio zonza por causa da perda de sangue, ele se encaixou entre minhas pernas e me invadiu, enquanto eu empurrei os quadris, me colando nele.

Como eu estava um tanto nervosa e tensa, devo confessar que senti um pouco de dor, mas na medida em que ele me acariciava, fui me sentindo mais relaxada e a dor deu lugar a arrepios irresistíveis. Sua mão roçou meu peito nu e então ele me olhou. Olhei para ele e entendi que naquele momento eu não respondia mais por mim. Bill me dominava. Nos olhamos e nos beijamos enquanto nossos corpos se aderiram um ao outro. Ele deslizava dentro de mim e eu o apertava, dispondo minhas mãos o abraçando, dobrando delicadamente minhas pernas.

Suspiramos, nossos corpos se mexiam entrelaçados. Bill sussurou em meu ouvido, com voz rouca e me perguntou de quem eu era:
-Sou sua, completamente sua. Agora te pertenço.
Ele me olhou radiante, sorri para ele em resposta. Nossos corpos eram um só, se fundiram em uma onda de prazer intenso até que me entreguei de tal forma que pareci perder os sentidos. O tempo parou, o mundo se resumia somente a nós dois.

Nunca senti algo tão forte, nunca um homem me provocou tamanha paixão e encantamento. Todos me diziam que estar com um vampiro era um lance meio brutal, mas Bill fora um cavalheiro comigo. Eu me senti uma verdadeira dama, tratada com gentileza, respeito, esmero e acima de tudo muito amor. Mesmo o fato dele ter me dito dias antes que não era um humano, portanto, não sentia como tal, ele demonstrara nobres sentimentos que muitos mortais jamais seriam capazes de expressar.

Tomamos um banho morno em sua banheira, fizemos confidências, Bill me acomodou em seus braços e me acolheu, eu me senti a mais protegida das criaturas, foi como se todo o mal que eu presenciei nos últimos dias tivesse se dissipado.

As horas se passaram e logo o primeiro raiar de sol da manhã se instaurou. Bill se recolheu em seu abrigo, dando-me antes um beijo doce de adeus. Parti vestindo sua camisa (seria uma forma de mantê-lo comigo por mais umas horas) e com minhas vestes nas mãos, corri de volta para casa. Mas desta vez, eu corria com um sorriso estampado no rosto. Me senti tão alegre que não conseguia conter a felicidade dentro de mim. Eu não queria saber de mais nada, estava me lixando para o que o povo de Bon Temps iria pensar. A única coisa que tenho em mente no momento é torcer para que as horas do dia passem depressa para que eu possa reencontrá-lo.

FIM.






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