segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Fic: O Presente de Aniversário

Ship: Mevi
Categoria: Actor fic, AU, Smut
Advertência: Contém cena de sexo
Capítulos: 2 (Nomeei como Parte 1 e Parte 2)
Classificação: NC-17
Completa: [x ] Yes [ ] No
Resumo: Evi faz uma visita a Matt no Oregon, com segundas intenções.

Parte 1

-Você está brincando comigo, Matthew?
Margheritta falava com voz alterada. Estava muito irritada após ouvir o que o marido acabara de lhe dizer. Seus olhos estavam alargados, as veias do seu pescoço saltavam salientes, o rosto pálido contrastava ainda mais com o seu cabelo negro.
-Não sei por que esse escândalo todo, você mesma estava lá quando eu os convidei.
-Ah, mas não imaginava que eles realmente tivessem levado a sério!
-Eles são meus amigos.
-Amigos? Sei. O Jorge eu entendo, mas ela? O que aquela magricela enxerida vem fazer aqui?
-A Evi...er...Evangeline? Margh, já discutimos isso um milhão de vezes, não vou ficar aqui batendo na mesma tecla com esse assunto. Pare de ser ciumenta, não temos nada além de amizade!
-A-ham. Seu mentiroso! Pensei que me mudando com você para este fim de mundo, iríamos ficar longe de certos tipos de problemas, mas vejo que estava enganada! 3 meses! Somente passaram-se 3 meses e você não pára de se reunir com eles? Não já chega a festa do Emmy? Já não deu para matar as saudades?
-Nesses últimos meses, eles me ouviram o tempo todo dizer que iria me mudar para o Oregon, que esse lugar é muito tranqüilo, que o ar daqui é puro, o clima é agradável, ótimo para descansar, etc e etc. E sempre me diziam que viriam me visitar um dia.
-Um dia. E precisava ser tão rápido assim?
A discussão é interrompida por uma batida na porta do quarto.
-Pai?
-O que foi, Kyle?
-O vovô está te chamando.
-Já vou.
Olhando para a cara emburrada da esposa, Matt se aproximou, colocando a mão em seu ombro:
-Você não tem motivo para se preocupar. Eu estou aqui, não estou? Ao seu lado, continuamos casados, estamos construindo uma casa juntos, deixe de besteira! Vamos, arrume-se, quero te ver bem bonita para receber meus convidados.
-E eu tenho escolha?
Matt saiu do quarto e foi ao encontro de seu pai. Margh continuava indignada, o nervosismo só aumentava ao se lembrar que, dali a algumas horas, estaria diante dela. Tão linda, tão majestosa e encantadora...Será que agüentaria a presença de Evi na fazenda de seus sogros? Eles estavam morando em uma parte da propriedade da família, enquanto a futura casa arquitetada e decorada não ficava pronta. Mesmo nunca tendo uma prova concreta, Margh sentia no fundo de seu coração de que Evi era o perigo em pessoa, sua rival, uma ameaça ao seu casamento duradouro.

Não muito longe dali...

Evi estava dirigindo. Cantava feliz da vida uma canção tocando em seu carro. Não sabia por que estava tão radiante, ou melhor, até sabia, mas procurava se controlar. O esforço era em vão, não conseguia conter o sorriso largo e emocionado só de pensar que, há algumas horas, iria revê-lo.

Saudades! Como dói ter saudade de quem se ama! Sentia falta do sorriso dele, dos abraços apertados, do toque macio de suas mãos, do seu perfume, de suas brincadeiras e até de suas broncas! Não havia palavras para descrever o que ele significava para ela. Um professor, um mentor, um irmão mais velho, um grande amigo, tudo isso em conjunto e adicionando-se um fator crucial: um grande amante!

O pensamento de Evi flutuava ao se lembrar dos vários momentos íntimos que tiveram. Os beijos apaixonantes que a faziam estremecer só de sentir o toque intenso de seus lábios. A atração louca de seus corpos, a química que transbordava entre eles só de um olhar para o outro, o calor que arrepiava o seu corpo todo antes, durante e depois de fazerem amor. Não era somente sexo, era muito mais do que físico.

A ligação entre eles era profunda, ele a protegia embaixo de suas asas, lhe dava apoio incondicional em sua carreira e em seus projetos de vida, era um ombro amigo ao qual sempre pedia socorro, em todas as suas burradas, desde suas bebedeiras até seus rompimentos com namorados errados. E tudo isso não podia estar acabado. Ela não queria que eles se afastassem, não podia perder o seu elo com ele, mesmo os dois vivendo há quilômetros de distância.

As placas indicavam que ela tinha chegado em Oregon. Evi combinou com Jorge de ambos fazerem uma visita a Matt. Na verdade, estava morrendo de vontade de vê-lo, mas não queria aparecer sozinha por lá e dar bandeira, seria muito descaramento, Margh iria querer recebê-la a tiros. Fazia 3 meses, mas para ela parecia 3 anos, estava tão habituada à presença diária de Matt em sua vida nos últimos 6 anos, que era demais doloroso estar tão longe dele agora. Encontrar-se-ia com Jorge em algum lugar para chegarem juntos na fazenda.

Evi aproveitou que estava no centrinho da cidade e resolveu parar para descansar um pouco e abastecer o combustível. Ao mexer na mochila, colocou a mão na testa:
-Merda, esqueci!
Tinha se esquecido de trazer o shampoo, tudo porque tomou um banho tarde da noite anterior e acabou não colocando o frasco em sua bagagem.
Evi olhou ao redor e avistou uma farmácia perto do posto. Resolveu ir até lá para comprar o que tinha esquecido. Ao entrar no local, um atendente a olhou e ficou pasmo. Deu uma cotovelada no colega que estava ao lado, o alertando sobre a ilustre cliente. Eram dois rapazes recém saídos da adolescência.
-Ei, olha só quem está aqui!
Falou baixinho.
-Quem?
O outro rapaz perguntou alheio.
-É ela, a atriz que fazia a Kate em Lost.
-Fala sério? Cadê?
-Ali.
-Caramba, é ela mesma, não acredito! Psiu, disfarça, senão a gente vai espantá-la.
Evi aproveitou para comprar outros itens de perfumaria e chegando perto do caixa, hesitou, mas resolveu pegar um certo pacote.

Os garotos ficaram vermelhos e agitados, mas nada disseram. Agiram como se tivessem atendendo um cliente comum, deram o troco e agradeceram com um obrigado. Pouco depois que ela saiu, deram risadinhas maliciosas.
-Você viu o que ela comprou?
-Claro que sim, tive que me conter para não rir!
-Cara, isso tem que ir para o twitter!
O rapaz alto foi correndo postar a cena que acabou de presenciar.

# Evangeline Lilly acabou de estar na farmácia onde trabalho! LOL! Comprou alguns itens de higiene e...camisinha! Parece que tem gente que vai se dar bem no Oregon #

Ao voltar para o carro, o celular tocou.
-Evi, onde você está?
-Eu já cheguei, estou na cidade.
Evi deu as coordenadas de sua localização e Jorge rumou para o local, para que ambos se encontrassem. Um tempo depois, ele finalmente chegou.
-Desculpa o atraso, querida. Meio que me perdi.
-Tudo bem, foi bom porque aproveitei para comer e descansar da viagem.
Os dois se cumprimentaram, dando um abraço carinhoso.
-Estou morrendo de fome, o que você comeu?
-Só umas besteiras para beliscar, batatas...Sobrou um pouco, você quer?
-Eu aceito.
Eles entraram no carro dela para conversar um tempinho antes de dirigirem novamente. Evi abriu o porta-luvas e pegou o pacote de salgadinho. A sacola da farmácia estava ao lado e o shampoo acabou tombando.
-Opa!
Jorge pegou a embalagem que tinha caído e ajeitou de volta na sacola. No processo, acabou notando o que tinha dentro da mesma.
-Hum hum.
-O que?
-Evi!
Evi ficou um tanto sem graça e levemente corada, mas por pouco tempo. Com o seu jeito moleca e brincalhona, abriu um sorriso maroto.
-Jorge, nunca se sabe o que pode acontecer...
-Evi! Olha lá a confusão em que você está me metendo...Espere, vocês ainda estão?
-Não sei do que você está falando...
-Evi, ficou doida? Vamos a casa dele. A família vai estar lá, a mulher dele vai estar. Não seja atrevida!
-Eu? Imagina. Sei que não vou ter a menor chance, mas...ah, e se por um acaso, tivemos uma remota possibilidade e acabar acontecendo?
-Sabe o que eu acho? Que quem é o louco da história sou eu! Que ideia a minha de te acompanhar nesse rolo!
-Não, não fique se culpando, você foi muito fofo em querer vir comigo! Adoro-te, sabia?
Evi fazia um biquinho e apertava as bochechas rechonchudas de Jorge.
-Sei não, Evi.
-Larga de besteira, não vai acontecer nada demais!
-Eu conheço você. E o conheço. Sei como vocês dois são. Sei que vocês quando estão perto um do outro, não conseguem segurar a onda.
-Tomara, Jorge, que você esteja certo!

Matthew estava inquieto. A cada hora que passava, o seu coração batia mais acelerado. Tinha fumado quase um maço de cigarro de tanto nervoso. Não parava de andar, checava para ver se tudo estava correndo bem. A família estava fazendo um churrasco, todos estavam presentes: sua mãe Lori, o pai Frances, os irmãos Francis Jr e Bayard, os sobrinhos, além de alguns amigos de seu pai e empregados da fazenda. Kyle e Byron estavam com os primos e Margh estava atenta aos movimentos do marido.

Claro que ela percebeu a agitação de Matt. E também viu que ele ficava conferindo o celular de tempos em tempos, provavelmente esperando ligação dos seus convidados.

Margh torcia para que eles não viessem. Por mais que isso fosse magoar profundamente o seu esposo, preferia que ele se decepcionasse a vê-lo todo feliz ao lado da outra. No entanto, o seu pensamento de agouro foi arruinado: eles chegaram.

Matt parecia uma criança recebendo visita. Correu para abraçar Jorge calorosamente, até que ele a avistou. Os olhos de Matt brilharam, sua face se iluminou de uma hora para outra, assim que ele estava diante dela. Era incrível o efeito que Evi lhe causava, Matt ia do completo estado de apatia para a absoluta euforia. Os dois deram um abraço apertado e um tanto longo, a saudade era tamanha que seus corpos não queriam mais se desgrudar.

Margh odiava isso. Seu olhar parecia cuspir fogo, Matt nem conseguia disfarçar o quanto Evi lhe deixava radiante.
-Senti tanto a sua falta!
Matt e Evi se entreolharam e instantaneamente se lembraram de seus personagens.
-Acho que agora é para eu fazer uma cara séria de quem está tendo uns flashes.
Os dois caíram na risada. Os meses tinham se passado, mas a espontaneidade que tinham um com o outro não tinha ido embora, continuava lá, intacta. Matt apresentou os amigos para os familiares que eles não conheciam. Jorge e Evi cumprimentaram alegremente a todos. Margh deu um sorriso amarelo e trocou beijos na bochecha com a rival. Ambas pensavam internamente:
“Olá piranha”
“Olá bruxa”
Mas sorriam e fingiam simpatia uma diante da outra. O que deixava Margh mais irritada era que todos se afeiçoavam à Evi. Era impressionante como ela conseguia cativar a atenção de todo o mundo ao seu redor. Até seus filhos adoravam a “tia Evi.”

Jorge e Evangeline ficariam hospedados do outro lado da casa. Aproveitariam a festa, dormiriam e iriam embora no dia seguinte. Evi tinha que continuar trabalhando nas filmagens de seu novo projeto cinematográfico, era apenas uma visita rápida. Até queria ficar mais tempo, porém sentia que pisava em território inimigo e seria impossível passar dias ao lado de Matt sem que nada acontecesse entre eles.

Matt resolveu mostrar a fazenda para os seus amigos, logo mais iriam até o terreno ao lado onde estava construindo sua casa dos sonhos. Foram até a plantação de cevada, observaram os inúmeros outros cultivos que Francis mantinha em suas terras. O velho se empolgava falando de sua propriedade. Evi o observava pensativa, conseguia imaginar Matt dali a alguns anos, ele tinha muitos traços parecidos com o pai. Viram o gado correndo pelo pasto e se sentiram em um filme de vaqueiros.

Depois, foram observar os cavalos. Enquanto Jorge engatava uma conversa com o pai de Matt e um dos irmãos, Evi se debruçou no cercado. Olhava admirada os animais, quando Matt parou ao seu lado. Sem tirar os olhos do horizonte, Evi foi escorregando a mão até tocar de leve com o dedinho a mão dele. Matt deu um sobressalto, um arrepio lhe percorreu a espinha. Olhou para a direita, olhou para a esquerda e então, quem ficou surpresa foi Evi, ao sentir a mão dele cobrindo a dela inteiramente.
-Você não imagina como estou com saudades! Pensei que não fosse mais te ver. Não apareceu no Emmy, aliás, nunca me senti tão frustrado como naquela noite. Eu sabia que não ia ganhar o prêmio, só fui para rever todo o mundo. Tinha esperanças de que você fosse.
-Não podia, estava filmando.
-Como estão indo as gravações? Tudo ok?
-Sim. Estamos quase terminando, só faltam algumas cenas. Bem que você me disse, é outra coisa fazer cinema!
-É...Estou muito feliz por você. Torço para que tudo dê certo, de verdade. E pensar que você estava querendo desistir da carreira...
-Ah, mas é porque estava muito cansada, só queria dormir. Esse último ano não foi fácil.
-Eu sei, e como sei!
-Se para mim foi estressante, para você foi muito mais. Olha só, com 3 meses aqui no campo, como o seu rosto está até mais cheinho que antes! Não sei se é por causa do seu cabelo que está bem raspado que tenho essa impressão.
Evi deslizava a mão sobre a cabeça de Matt, apalpando a penugem rala.
-Preferi deixar bem curto porque os fios brancos não param de proliferar.
-Está ficando velho...
-Pois é, sou um senhor ancião já.
-Um velhote bem gostoso.
Evi olhava para ele, mordendo os lábios com malícia.
-Evi, não começa.
Matt sorria de um jeito tímido, olhava para o lado meio encabulado. Ah, como ele tinha vontade de beijá-la naquele instante! Quase fez uma loucura, mas o se senso de razão falou mais alto.

Os demais se aproximaram e todos voltaram para o local do churrasco.

Margh não largava o copo da mão, estava tão brava que começou a encher a cara. Um peão tocava na viola umas canções country, Evi estava se divertindo e aceitou o convite para dançar com um convidado. Matt não conseguia tirar os olhos dela, Evi parecia ter um magnetismo tão forte que lhe roubava toda a atenção. Nem percebeu quando seu irmão chegou por perto.
-Agora entendo.
-O que?
-Sei por que você veio para cá.
Matt franziu a testa em interrogação. Jr continuou:
-Você sempre foi assim, acho que é coisa de irmão do meio, esse lance de ficar dividido, não saber direito qual o seu lugar, ficar em cima do muro.
-Não estou te entendendo.
-É ela, não é? No fundo, não foi porque você estava com saudades daqui, ou de nós. Você está fugindo. Sempre foi apegado à família, o seu alicerce, sua força. E não quer perder isso. Mas ao mesmo tempo, você não resiste. Há dias que te vejo em um canto, calado, com uma expressão séria na face, com um jeito entediado. Você tenta disfarçar, mas te conheço, meu irmão. Desde pequeno você é desse jeito. Nem dormir você tem conseguido, repare só nas suas olheiras.
-Agradeço a sua preocupação de irmão mais velho, mas estou bem. Sou feliz, estou construindo finalmente uma casa com a Margh, as crianças estão se adaptando aqui...
-Está certo, se me diz que está bem, então está. Mas caso precise conversar...

Francis Jr deu um tapinha nas costas de Matt e se afastou. Matt foi conversar com Jorge. Era sempre bom poder contar com a presença querida do seu amigo. Aproveitaram para pôr a conversa em dia. Evi dava suas olhadelas ao longe, Matt por vezes encontrava com o seu olhar e era difícil ter de desviar, ela estava fascinante demais para ele resistir.
-Cara, disfarça, tome cuidado.
-Obrigado, Jorge, por alertar. Preciso me conter.
Matt procurou pela festa até que encontrou Margh jogada em um canto.
-Margh, tudo bem?
-Estou zonza, acho que bebi demais.
-Hei, vem cá, não é melhor você entrar um pouco para descansar?
-Tem razão, me ajuda?
-Claro.
Margh se apoiou no marido e foi meio cambaleando para dentro de casa. Matt pegou um copo d’água para ela.
-Por que você faz isso comigo? Por que permitiu que ela viesse para cá?
-Ela não te fez nada, Margh, é coisa da sua cabeça.
-Eu vi o efeito que ela causa em você! Você a ama! Eu sei!
-Margh, procure descansar, você está bêbada.

Ela estava tão “alta” que acabou apagando, caindo em sono profundo. Matt ficou perturbado. Primeiro o seu irmão, depois Jorge, agora Margh. Era tão óbvio assim? Começou a se sentir culpado pelos seus sentimentos. Ele pensou que morando distante, pudesse esquecê-la. O caso deles tinha ido longe demais. Ele não queria perder sua família, por isso foi viver no campo, livre das tentações, afastado dela. Mas quem disse que conseguiu tirá-la do pensamento? A cada dia que passava, mais forte o sentimento crescia dentro dele. Estava melancólico, infeliz, vazio, parecia que tinham lhe tirado a luz interior. Mas com ela por perto, ele parecia renovado, vivo.

Jorge interrompeu seus pensamentos.
-Hei Matt, estou cansado da viagem. Será que posso dormir um pouco em algum canto?
-Claro! O seu quarto já está preparado, a sua disposição.
-Acho que a Evi também vai querer descansar, vou lá chamá-la.
Jorge saiu e retornou momentos depois, acompanhado de Evi.
-Ela está bem?
Evi perguntou sobre Margh, mas nem estava preocupada com o estado dela.
-Margh bebeu um bocado, agora está dormindo. Gente, se quiserem, os quartos estão arrumados.
-Estou exausta, vou esticar um pouco as pernas, odeio dirigir por muito tempo.
Evi deu um sorrisinho, tocando os próprios ombros, massageando o pescoço tenso pela viagem e pela situação, estar tão perto e ao mesmo tempo, tão longe de Matt. Eles se retiraram e foram para os seus aposentos de hóspedes relaxar. Matt voltou para a festa, mas ficou por pouco tempo. Sua cabeça estava longe, perdido em seus pensamentos, teve vontade de fazer aquilo que sempre o deixava mais calmo: andar a cavalo.

Escolheu o animal de sua preferência e foi cavalgar pela fazenda. Sentia-se tão livre tendo o vento batendo no rosto, a brisa refrescava-lhe e lhe causava uma sensação de alívio. Ele também estava tenso. Evi ali, no mesmo lugar que ele, e tão jovial e espirituosa era algo muito, mas muito tentador. Matt procurava pensar nos filhos, na importância de seu casamento, nos planos que tinha traçado há tanto tempo. Evi não se encaixava em sua vida. O certo era ele viver no seio de sua família, envelhecer no campo e atuar quando encontrasse papéis interessantes. Ele precisava dessa estabilidade. Evi tinha toda uma vida pela frente, profissional e pessoal. Ela tinha que trilhar o seu próprio caminho, construir uma família só dela, ter os filhos e marido a que tinha todo o direito, enfim, ser feliz. Não funcionaria ser a outra, Evi era muito mais que isso. Era uma mulher extraordinária, uma pessoa incrível. Merecia mais, merecia um homem a sua altura, melhor que ele. Ele não teria condições de lhe oferecer tudo o que ela precisava.

Parte 2

O sol começou a se pôr, logo iria anoitecer. O churrasco havia terminado e as pessoas tinham ido embora. Matt se deu conta de que estava ficando escuro e precisava voltar à casa principal. Só que iria demorar porque, sem perceber, tinha percorrido uma grande extensão a cavalo.

Evi tinha tirado uma gostosa soneca. Acordou descansada e com preguiça, desejava urgentemente tomar um banho para despertar. Olhou pela janela e viu que era noite. Abriu a mochila para pegar a toalha e uma muda de roupa limpa. Então se lembrou:
“Droga, esqueci a sacola do shampoo dentro do carro.”

Vestia uma camisola branca e resolveu apenas colocar um casacão por cima, afinal, iria dar um pulo rápido até o carro para apanhar a sacola e logo voltaria. Calçou suas botas, abotoou o sobretudo e abriu a porta do quarto. Caminhou em direção ao local onde tinha estacionado o carro. Ainda bem que não viu ninguém pelo caminho, seu vestuário não estava lá adequado, por sorte o povo estaria ajeitando as bagunças da festa do outro lado da casa. Pegou os pertences do carro e regressava.

O problema é que já era noite e Evi era tão distraída que nem tinha prestado muita atenção no caminho, de modo que estava um tanto perdida pela fazenda. Não bastasse, ventava forte e de repente, começou a chover.
-Não acredito, que droga!
Falou sozinha, resmungando. Olhava para um lado, para o outro e realmente não sabia se iria para a esquerda ou direita, até que avistou o celeiro.
-Ah, é para lá mesmo que eu vou, pelo menos até esse pé d’água cessar.
Evi correu para o abrigo dos cavalos, querendo se proteger da chuva torrencial. Mal pôs os pés dentro do lugar e se assustou ao ouvir alguém dizer o seu nome:
-Evi?
-Matt?
-O que você faz aqui?
Ambos falaram ao mesmo tempo.
-Passei o resto da tarde cavalgando e quando estava quase chegando aqui para guardar o cavalo, caiu essa chuva toda.
-Bem, eu...Ok, isso é ridículo, aposto que você vai rir da minha cara! Estava descansando no quarto, acordei e quis tomar um banho. Só que a “cabeçona” aqui se esqueceu de pegar a sacola com o shampoo dentro do carro. Fui buscar e quem disse que me lembro do caminho de volta para o casarão?
Matt já estava morrendo de rir.
-Ai Evi, tem que ser com você mesmo!
-O que? Já é difícil eu guardar caminho de dia, de noite então...chovendo? Piorou!
-Mas o que...
Matt nem terminou de perguntar. Estava rindo mais ainda ao observar a maneira peculiar com que ela estava vestida.
-Que figurino é esse?
-Ah...Pensei que fosse ser rápido e então só coloquei um casaco por cima.
-Espere! Você? Tem alguma coisa embaixo disso aí, não tem?
-Claro que sim, estou de camisola, seu safadinho! Pensou que estivesse nua?
-Não sei, do jeito que você é louca. Crazy!
-Stupid! Mas as botas são lindas, vai!
Evi levantou o pé mostrando o calçado.
-Camisola e bota?
Matt meneava a cabeça e gesticulava com as mãos, fazendo sinal de que ela era doida. Só Evi mesmo para fazê-lo rir daquela maneira tão espontânea.
-E agora, Matt?
-Agora esperamos um pouco essa chuva passar.

Enquanto ele olhava para fora, Evi o observava atentamente. Como ele ficava ainda mais gostoso todo molhado! A camiseta era a mesma azul turquesa com a famosa estampa com símbolo branco, a qual Matt parecia o garoto propaganda da marca de tanto que a usava. O tecido estava grudado a sua pele, de modo que lhe marcava claramente os contornos de seu peito. O cabelo ralo encharcado a fazia lembrar-se das cenas das primeiras temporadas de Lost, aquelas em que Jack ficava debaixo da chuva na mata.

Matt estava quieto, parte dele temia aquele momento, o fato de estarem os dois sozinhos, distantes de todos e presos pelo mal tempo em um local afastado. Nem queria olhar direito para ela porque, com certeza, pelo pouco que viu, já estava internamente em pensamento desejando aquele corpo molhado.

Mas Evi o conhecia. Depois de anos de convivência diária, ela conseguia identificar quando ele estava nervoso. Semblante sério, braços cruzados, olhar distante. Quem não o conhecia diria que ele era antipático por conta desses gestos. No entanto, eram sinais de que ele estava desconfortável com a situação.

Evangeline até tentou se conter, mas não dava, era a oportunidade perfeita para os dois matarem as saudades e extravasarem toda a tensão sexual que os preencheu durante o dia inteiro. Ela se aproximou e lhe deu um abraço por trás.
-Evi, por favor, não começa...
-O que, não estou fazendo nada! Só estou com frio porque estou toda molhada.
-Mas eu também estou molhado.
-Então, nunca ouviu falar em calor humano?
-Não podemos, Evi, não mais. Sinto-me tão culpado. Hoje mesmo Margh me pediu para não fazer mais isso.
-Isso o que?
-Permitir que você venha me visitar.
-O que, ela te proibiu?
-Não exatamente porque não sou criança para isso, mas, você sabe, ela desconfia de nós. Antes, tínhamos a desculpa das gravações para estarmos sempre juntos, mas agora...como explicar?
-O que ela disse?
-Que eu me transformo quando estou ao seu lado, que te amo.
-E é verdade? Você me ama?

Evi começou a beijar as costas dele, acariciando a sua nuca e então o virou, puxando-o em sua direção, fitando-o com seus olhos verdes brilhantes.
-É Matt?
Ele nada respondeu. Ela envolveu o seu rosto com as mãos e alcançou os seus lábios com um beijo. Aproveitou para dar uma leve mordida na parte inferior e abriu a boca o máximo possível para literalmente abocanhá-lo com ímpeto.
-Evi...hum...nós não...hum...eu não posso.
Ela não o deixava falar. Evi o sufocava com beijos cada vez mais intensos, seus lábios queimavam, ardendo de desejo. Ela introduzia sem pudor sua língua encontrando-se com a dele no processo. Por mais que ele tentasse, suas mãos o desobedeciam de modo que ele já estava agarrando os cachos molhados dela por entre seus dedos. Ele a encostou contra um pilar de madeira próximo e sem parar de beijá-la, pressionava o seu corpo no dela. Depois, fez uma trilha de beijos, do seu queixo foi para o pescoço, lambendo as gotículas de chuva que umedeciam a pele de Evi, até encontrar a barreira da gola do sobretudo. E então se afastou, ofegante:
-Espere, Evi, não podemos, é loucura demais!
-Temos que esperar a chuva passar, temos tempo, estamos sozinhos e ninguém sabe que estamos aqui. Por favor, Matt, vai dizer que não sente saudades?
-Você sabe que sinto, mas é errado. Já falamos sobre isso, não dá mais para continuarmos, Evi.
-Ok, está certo.
Ela deu uma pausa, mas depois de um minuto, voltou a argumentar.
-Você fez aniversário em julho e eu estava tão ocupada com as filmagens que nem te liguei.
-Eu sei. Até procurei uma mensagem sua no celular, mas não encontrei nada. Logo pensei que não faria mesmo sentido mantermos contato depois de tudo o que aconteceu, depois de termos terminado.
-Sabia que fiz de propósito?
Ele a olhava um tanto confuso.
-Não te liguei porque não quis. Porque queria vir pessoalmente lhe dar os parabéns e o seu presente, mesmo que atrasado.
-É mesmo? E cadê o meu presente?
-Está aqui.

Ela o olhava de forma exuberante. Evi mordeu os lábios com luxúria e desabotoou vagarosamente cada botão de seu casaco, deixando a mostra o fino tecido de sua camisola por baixo.
-Evi...
-Shiuuu, Matt. Sua mãe não te ensinou que é feio recusar um presente?
Matt até abriu a boca para responder, mas a visão diante dele era demais hipnotizante para que pudesse ao menos formular uma palavra.

Evi jogou ao chão o sobretudo, ficando somente com a camisola colada ao seu monumental corpo molhado. Era uma peça branca, o que a tornava ainda mais transparente, marcando os seus seios, sendo que os bicos estavam salientes pelo frio e pelo tesão que emanava de seu corpo. Dava para ver até a calcinha cavada, da mesma cor.

Ele estava imóvel, somente admirando aquelas formas perfeitas diante de si, totalmente embasbacado. Evi novamente chegou mais perto, mas desta vez, ele a puxou, a beijando com paixão, louco de vontade de usufruir o presente. Ela retirou a camiseta encharcada dele e aproveitou para logo em seguida abrir o zírper de sua calça. Ele se livrou da peça, ficando somente em seu traje íntimo. Antes que ela o despisse mais, os dois se deitaram nas folhagens de chão.
-Até que é fofinho esse capim. Está aí um bom lugar para se aprontar coisas nada inocentes.
Matt a calou com outro beijo caliente, enquanto deslizou as mãos pelas pernas de Evi, subindo a barra da camisola grudada até alcançar a calcinha. Colocou a mão por dentro da lingerie para entrar em contato com aquela região. Retirou a peça com pressa, quase rasgando a costura, não queria pensar em mais nada além de possuí-la por completo.
-Vai com calma, baby.
-Você me deixa louco.
-Você ainda não viu nada.

Evi foi deslizando a peça pelas pernas, embolando-a até que lhe chegasse aos pés, atirando-a ao lado. Agora ela estava livre e ele pode finalmente massagear o local, introduzindo um dedo e pouco depois, outro, em movimentos circulares, fazendo-a arquear e mexer a bacia, de encontro a ele. Só de ver a expressão de prazer em seu rosto já o deixava excitado. O calor estava crescendo dentro dela, Evi estava totalmente encharcada com os estímulos, mas ela queria mais, estava louca para tê-lo logo invadindo-lhe a carne.

Ele percebeu a grande excitação nela, mas antes que ela enlouquecesse de vez, decidiu se concentrar mais acima, em seus seios. Subiu o restante da camisola e a passou por cima da cabeça dela, libertando-a. Neste instante, Evi estava completamente pelada. Com um gesto delicado, apalpou cada um dos seus pequeninos seios e começou a beijá-los. Depois apanhou um de cada vez e colocou na boca. Matt era terno e se dedicava calmamente em cada carícia que fazia em Evi.

Totalmente arrepiada e ardendo em brasa, ela sentia as mãos dele percorrerem as suas curvas até chegarem novamente em seu clitóris, que a esta altura já estava bastante intumescido e quase explodindo de gozo. Por isso, resolveu pedir para que ele parasse com as preliminares e partisse para o ato em si. Mas antes, aproveitou para alcançar a sacola que trouxera.
-O que você está fazendo?
-Ai ai, como eu adoro ser uma mulher precavida!
Evi deu graças a Deus por ter comprado o item indispensável na farmácia junto com o shampoo. Pegou o pacote e abriu, retirando o preservativo.
-Você premeditou tudo, hein?
-Não, apenas tinha uma esperança de que acontecesse.

Evi riu, lembrando-se da conversa que teve com Jorge no carro. Ela ficou de joelhos e baixou a cueca de Matt, mordendo os lábios ao encarar todo aquele mastro rijo que apontava para ela. Não bastasse, ela não resistiu e deu uma beliscadinha nas nádegas dele, olhando para cima e sorrindo de forma sapeca para ele. Antes de colocar a camisinha em Matt, Evi aproveitou para acariciar a região com suas mãos aveludadas. Tocou os testículos e passou a mão em toda a extremidade do membro, fazendo movimentos compassados e ritmados, para cima e para baixo.

Matt, que já estava excitado, intensificou ainda mais o seu tesão com todos esses estímulos. Então ela pegou o preservativo e foi deslizando devagar pela extensão do pênis, pressionando levemente com os dedos cada pedacinho de pele que estava sendo coberta.

Depois de devidamente agasalhado, Matt deitou-se sobre Evi. Ela pode sentir o vigor de seu membro enorme e quente, encostando-se entre suas coxas. Ele começou a esfregar a glande macia em sua entrada. Com alguns movimentos sensuais, ela sentiu o seu pênis separando os lábios de sua vagina e então Matt a invadiu, Evi gemeu alto ao recebê-lo. Seu corpo todo entrou em convulsão, fazendo-a sentir um prazer indescritível. Os movimentos de vaivém causaram ondas de excitação cada vez maiores enquanto ela sentia aquele membro duro dentro dela.

Eles esfregavam seus corpos e podiam sentir a luz dos raios da tempestade refletirem no contorno dos seus corpos nus. Eles suavam cada vez mais à medida que Matt metia o seu membro com força e mais profundamente nela. Evi abriu o máximo que pode suas pernas para facilitar e o apertava em direção a si, abraçando-o e cravando as unhas em seus ombros e costas. Os púbis se encontraram, indicando que ele estava por inteiro dentro dela.

Ambos tremiam, ofegantes, um ardor intenso percorria-lhes o interior, um fogo que não se apagava se alastrava por dentro, atingindo-os dos pés a cabeça. Aceleraram os movimentos, mexiam-se freneticamente e os seus sussurros se misturavam aos gemidos.

O cheiro de sexo parecia emanar pelo local, alguns cavalos se mexiam um tanto alvoroçados, como se percebessem o que estava acontecendo por perto.

Evi chegou ao seu ápice, não estava agüentando aqueles movimentos fantásticos em suas entranhas e se entregou por completo ao orgasmo. Matt não demorou em acompanhá-la e, por sua vez, também gozou. Ele ficou um tempo sobre ela e ambos permaneceram trêmulos por alguns minutos até que recuperassem as suas forças e então ele caísse ao lado, totalmente exausto.

Ao voltarem para a casa principal, não entraram juntos, Evi foi pelos fundos e Matt foi por outra porta. Porém, não esperavam que estavam sendo observados da janela por Margh, que os avistou se aproximando da casa e se separando há poucos metros da varanda.

Margh tinha acordado com uma dor de cabeça insuportável por causa da bebedeira e tinha ido à cozinha buscar um remédio. Procurou pelo marido por todos os cantos da casa e não encontrou. Teve ganas de ir até o quarto de Evi, mas pensou “Não, ele não seria tão abusado a esse ponto”. Cruzou com uma das empregadas pelo corredor e perguntou como quem não quer nada pelos hóspedes. Ninguém tinha visto Evi sair naquela hora, a última informação era de que ela e Jorge tinham se retirado da festa para descansarem e não tinham saído do quarto.

Margh suspirou aliviada, Matt deveria estar com um dos irmãos ou com o pai pelas redondezas, quem sabe ele tinha razão quando lhe dissera pela manhã que o ciúmes dela era besteira e sem cabimento. Ela abriu aquele sorrisão seu tão típico, tranqüila, pensando que tudo estava sob controle. Voltou para o quarto para tentar dormir. Notou que o vidro da janela estava todo coberto de respingo de chuva e resolveu fechar. Tal foi a sua surpresa, como se seus olhos tivessem um radar, viu Matt vindo em direção a casa. E ele não estava sozinho, como ainda garoava, Matt compartilhava com alguém um sobretudo sobre a cabeça, como se fizesse um toldo ou cabana para abrigar-se da chuva. E essa pessoa era um vulto vestido de branco, depois, à medida que se aproximavam, ela finalmente pode reconhecer: era Evi.

Margh espremia os olhos, tentando enxergar minuciosamente os dois. Andavam abraçados. Onde eles estavam antes? E naquela chuva? Sozinhos? O sangue começava a ferver por entre as veias e ela quase teve um colapso quando viu Evi ficando nas pontas dos pés e dando um selinho em Matt, antes que se afastassem e fossem cada um para o seu canto.

Margh tratou de se enfiar de volta debaixo das cobertas. Estava perplexa, chocada. Realmente não era uma desconfiança boba, eles eram amantes! Mesmo assim, ela não queria acreditar. Talvez fosse um selinho inocente, Matt tinha dado um em Susan Sarandon na festa do Emmy, Evi tinha dado um em Josh nos bastidores de Lost, quem sabe não era cisma de sua cabeça?

Matt entrou no quarto lentamente, procurando não fazer barulho. Margh fingia que estava dormindo, mas seus sentidos estavam em alerta. Enquanto ele se despia da roupa molhada, ela não pode deixar de sentir o perfume. Não, não era loucura. Ele tinha o perfume dela no corpo. Não tinha sido um simples selinho. O problema era o que tinha acontecido antes, certamente eles tinham acabado de fazer sexo!

Ele foi tomar banho e enquanto isso, Margh tinha vontade de gritar, de ir até o quarto de hóspede e fazer um escândalo. Arrancar os cabelos da outra e expulsá-la da casa imediatamente! Chorava, sapecava os travesseiros ao longe, bagunçava os lençóis. Mas então, a euforia passou. Ela lembrou-se dos filhos, dos sogros, do restante da família. No fundo, naquele momento só teve a confirmação de algo que ela sabia há anos, mas não tinha coragem de admitir, ele a traia com Evangeline.

Os mais de vinte anos de união a tornaram perita em saber do comportamento do marido. Ele não era mais o mesmo com ela. Eram casados, mas pareciam amigos, ele não mais a procurava como antes, desde que Evi entrou em sua vida. Mas uma coisa era verdade: ele sempre voltava. Não teria coragem de abandonar a família, que era o seu bem mais precioso. E por essa certeza, ela engoliu o orgulho e o choro e decidiu que não iria dizer nada. Iria fazer o que sempre fez, fingir que não sabia de nada. Pelo menos, ela o tinha de dia e de noite, ao passo que a outra só o tinha por algumas horas. E iria embora no dia seguinte. Agora que Lost acabou, não iriam se ver com freqüência, logo a relação esfriaria e Matthew a esqueceria, assim Margh esperava.

Logo cedo, Jorge e Evi se arrumaram para partir. Despediram-se de todos e foram para o local em que os carros estavam estacionados. Matt deu um forte abraço no amigo. Então ele e Evi trocaram olhares, mas não podiam se despedir como queriam, Margh estava um pouco mais adiante, olhando para eles.
-Adeus, Matt, boa sorte com a construção da casa nova.
-Tchau, Evi.
Ao abraçá-la, ele sussurrou discretamente em seu ouvido.
-Sim, é verdade, eu te amo. Espero-te em Londres.
Evi queria sorrir, mas tinha que disfarçar, então procurou ficar séria, mas Matt pode ver uma faísca em seu olhar, um vislumbre de que muito em breve eles dariam um jeito de se encontrarem. Matt iria fazer uma peça de teatro na Inglaterra e certamente Margh não poderia acompanhá-lo a temporada inteira por causa dos filhos. Seria uma grande oportunidade de ele e Evi passarem um longo período de tempo juntos.

Evi parou o carro no posto, Jorge também queria dar uma pausa. Eles resolveram tomar um lanche no Seven-Eleven do local. Evi aproveitou para comprar umas balas e outras coisas para seguir a viagem de volta. Enquanto comiam, Jorge brincou:
-Quando estávamos no caixa, por um momento, pensei que você fosse comprar...er...um certo pacote muito útil.
-Camisinha? Não, não, já comprei na ida.
Olhando de forma sapeca, ela acrescentou:
-Se bem que...vou precisar repor o estoque.
Jorge tossiu ao ouvir a frase.
-Não, você está brincando? Vocês não...?
-Você não disse que nos conhecia? Pois é, vamos dizer que, ainda bem que sou uma mulher prevenida.
Ela dava gargalhadas com o jeito perplexo com que Jorge a encarava.
-Mas não vou comprar agora, deixa para comprar em Londres.
-Evi!
-O que? Nunca se sabe o que poderá acontecer...
Ela deu uma piscadela e entrou no carro, mandando-lhe beijos ao longe.

Evi dirigia feliz da vida. Mal saíra de uma aventura e já estava pensando na próxima. E não via a hora de vê-lo novamente, em Londres. Margh poderia estar certa, Evi o tinha por algumas horas, mas essas horas eram tão plenas e intensas que lhes valiam por toda uma vida.

FIM.

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