sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Fic: Por detrás das frestas

Ship: Mevi
Categoria: Actor fic, AU, Smut
Advertência: Contém cena de sexo
Capítulos: one-shot
Classificação: NC-17
Completa: [x ] Yes [ ] No
Resumo: Um escândalo acontece na vida de Matt e Evi, após serem filmados praticando atos nada inocentes.


Evi dorme tranquilamente debaixo do cobertor quentinho, quando de repente acorda com o barulho do toque de seu celular. Com voz sonolenta, atende:
-Alô?
-Evi?
-Matt? O que foi, já está com saudades?
-Foi você que fez isso?
Ele estava bravo, seu tom de voz era enérgico, havia um nervosismo enquanto ele falava.
-Fiz o que?
-Vai me dizer que não sabe?
-Sabe do que? Matt, o que está acontecendo?
Um breve silêncio se fez do outro lado da linha, até que ele respondeu:
-O vídeo
-Que vídeo? Matt, você bebeu?
-You Tube. Acesse e veja.
Evi quase o mandou para aquele lugar. Ele liga todo estressado, tarde da noite, falando coisas desconexas e ainda mandando-a ver um vídeo? Mas que merda era aquela? Mesmo contrariada, resolveu pegar o laptop e entrar no site. Então, ela viu. O seu queixo caiu e seu olho ficou dilatado. Evi tapou a boca com as mãos, estupefata com as imagens.
-Mas...como? Matt, o que é isso?
-Eu é que te pergunto, Evi.

Horas antes...

Era o meio da tarde, mas o expediente de Evangeline nas filmagens estava acabado. Ela tinha começado cedo, lá pelas cinco horas da manhã já estava gravando. Até que foi um dia mais leve, não teve que repetir tantas tomadas e tudo tinha corrido bem. Ela se despediu dos colegas de elenco, pegou seus pertences e rumou em direção ao estacionamento. No caminho, seu celular tocou. O coração dela saltitou quando leu o nome dele no identificador de chamada.
-Hei!
-Hei!
-Nossa, que milagre é esse, stupid, você me ligando?
-Por quê?
-Ora essa, você nunca mais me ligou, seu desnaturado insensível!
-Crazy, eu respondi todos os seus recadinhos.
-Pois então, respondeu. Mas porque eu te mandei, sempre a iniciativa é minha.
-Veja só, coitadinha! Pare de reclamar porque...bem...era para ser uma surpresa, só que o problema é que não sei onde você está hospedada.
-Para que você quer saber disso?
-Porque estou de passagem em Michigan.
-Espere um minuto, você? Você está aqui?
-Estou. Precisava ver uma pessoa a qual estou morrendo de saudades.
-Ah!
Evi deu um pulinho de alegria, estava quase roendo as unhas de ansiedade em revê-lo. Ela imediatamente lhe contou em que hotel estava e ele disse que iria fazer uma visita naquele momento. Ninguém sabia que ele tinha ido para lá. Matt decidiu repentinamente, seu coração estava apertado, ele não agüentava mais ficar tão longe de Evi, queria vê-la, queria tocá-la, queria passar um tempo com ela.

Assim que os dois botaram os olhos um no outro, Evi correu para os braços dele, se atirando em seu colo em um abraço bem apertado.
-Ficou maluca? Alguém pode nos ver!
-Não estou nem aí. Ai que saudades!
Evi tinha os olhos reluzentes, estava transbordando de felicidade em encontrá-lo. Ambos foram tomar um drink no bar do hotel em que ela estava hospedada.

Enquanto isso, no setor de empregados...

Mais uma troca de turnos se iniciara. A supervisora tratava de distribuir as tarefas entre o grupo de camareiras responsáveis pela arrumação dos quartos de cada andar. Uma delas, Dolores, abriu um enorme sorriso ao verificar que em um dos quartos que iria limpar estava uma hóspede ilustre: Evangeline Lilly. Não era uma fã propriamente dita, acompanhou alguns episódios de Lost, porém não tinha visto ainda a série toda. Mas tinha o sonho de se tornar atriz. Quem sabe se conhecesse alguém no ramo, poderia arranjar pelo menos um papel de figurante?

Dolores entrou no quarto de Evi. Antes de limpar, queria dar uma olhadinha nas coisas dela. Cheirou o frasco de perfume que estava no criado-mudo, o aroma era delicioso, era de grife famosa. Deitou-se rapidamente na cama e fechou os olhos, sonhando que um dia seria uma estrela de cinema ou de TV. Pegou um par de sandálias de salto alto que estava no chão, ao lado da cama e observava admirada. Calçou um pé e se sentiu uma diva. Abriu o closet e parecia uma criança no parque de diversões. Apanhou um casaco chique e pôs nas costas, olhando-se no espelho e fazendo pose de artista mandando beijos para os fãs em alguma première da vida.

O seu devaneio foi interrompido por um burburinho de vozes no corredor. Dolores iria retirar o casaco e pendurar de volta no cabide, mas percebeu que a porta estava sendo destravada, não daria tempo de guardar o casaco e como era proibido as camareiras mexerem nos objetos pessoais dos hóspedes, em um rompante, abriu a porta do closet e entrou correndo, escondendo-se.

Foi uma coisa estúpida, mas foi a primeira ideia que lhe veio na cabeça. Era um armário espaçoso, tinha umas frestas largas na frente de modo que ela conseguia ver o quarto, mas como era escuro lá dentro, quem estava do outro lado (de fora) não conseguia ver o interior do mesmo. Ainda bem, imaginava, assim Evi não poderia vê-la.

Dolores avistou pelas frestas que Evangeline não estava sozinha, uma companhia masculina adentrou o quarto com ela.
-Eu posso agora?
-O que?
-Beijar-te. Você nem me deixa te dar um selinho em público.
-Para que eu vou querer receber um selinho na frente de todo o mundo, se eu posso receber muito mais em particular?
-Safado!
Eles estavam perto da porta, Dolores ainda não tinha reparado direito quem era. Depois de observar atentamente, ela reconheceu: era o ator que fazia o Jack em Lost! “Não sabia que eles tinham alguma coisa”, pensava intrigada. “Tomara que fiquem por pouco tempo e saiam logo do quarto”.

Ela tinha se esquecido de colocar a plaquinha na porta, de que o quarto estava sendo arrumado. A empolgação e pressa em fuçar o quarto de uma celebridade eram tamanhas que nem se lembrou de fazer essa tarefa tão corriqueira em seu trabalho. Agora tinha que esperar. Fez a besteira de provar as roupas de Evi e para não ser pega em flagrante, se escondeu dentro do closet. Tinha que esperar os dois saírem do ambiente para ela também ir embora dali.

O problema é que Evi e Matt começaram a se beijar. E tão cedo não iriam parar, vide que as carícias estavam começando a se tornarem mais maliciosas.

“Ai meu Deus, será que eles vão?” Dolores pensava aflita, começou a tremer de nervoso só de pensar na ideia de assistir um casal fazendo sexo diante dela.

Evi e Matt se beijavam sem parar. Não quebraram o beijo nem mesmo enquanto andavam pelo quarto, a caminho da cama, o fogo que lhes ia ao íntimo era demais de intenso, a vontade louca de terem um ao outro, somada a saudade e a falta que sentiam por estar há dias sem se verem, tornava os seus amassos ainda mais calorosos.

Aquela cena provocou um arrepio gostoso em Dolores, despertando o seu lado voyeur. Então, a camareira teve uma ideia: sacou o celular do bolso e decidiu filmar. Não sabia o que iria fazer com o conteúdo depois, se o usaria para apimentar as coisas com o namorado ou mesmo o assistiria em uma noite solitária de carência. Sem pensar, em um segundo apertou o botão e começou a gravar.

Matt bolinava Evi, apertando-lhe os seios por cima da roupa enquanto ela o beijava com ímpeto, invadindo sua boca com a língua ávida ao mesmo tempo em que retribuía as carícias dele, palmeando o seu membro por meio da abertura do zíper da calça jeans. Ele desabotoou a camisa dela, deslizando cada tira das alças do sutiã pelos seus ombros, até que desceu o bojo, revelando os seus seios perfeitos, durinhos e com os bicos empinados, só pelo fato de ela perceber o olhar de desejo queimando nos olhos dele ao contemplá-la. Matt abriu o fecho e jogou a lingerie ao chão.

Ele puxou Evi novamente para si, com vontade, beijando-lhe a boca demoradamente. Suas mãos foram para baixo, percorrendo cada pedacinho ao longo das curvas do corpo dela, até que alcançaram a barra de sua saia. Com as mãos espalmadas, ele foi subindo vagarosamente a roupa, percorrendo a superfície da pele da perna, chegando à lateral da calcinha para retirá-la por completo. Evi o ajudou, deslizando a peça para baixo e chutando-a com os pés. Aproveitou para se livrar da saia também, ficando totalmente nua.

Mesmo hétero, Dolores não pode deixar de admirar a beleza de Evi, ela era perfeita, uma mulher capaz de levar qualquer um à loucura e despertar desejos obscuros até mesmo nela.

Matthew agora brincava com os dedos em seus mamilos, tateando suavemente a pele rosada em movimentos circulares, para logo depois sugar cada monte, colocando-os em sua boca quase que por inteiro. Mamava gostosamente, como se fosse um adolescente faminto e doido por sexo.

Evi estava em pé e Matt se abaixava cada vez mais, dos seios foi beijando a barriga, o umbigo, até ficar de joelhos diante dela. Enquanto ele fazia uma trilha de beijos, Evi enroscava as mãos no cabelo ralinho dele, para depois puxar de leve uma mecha, fazendo-o olhar para cima e parar o que estava fazendo.

Sem quebrar o contato visual, ela se deitou na beirada da cama, apoiada nos cotovelos, fazendo questão de estar com as pernas abertas para ele. Matt se sentou no chão e com as mãos nos joelhos dela, posicionou a cabeça por entre suas pernas. Ele começou a beijar a vulva, tocando com a ponta da língua os grandes lábios, chupando-os delicadamente. Então, abriu mais a boca e encaixou com exatidão a língua aveludada no interior de seu centro, atingindo o clitóris. Evi não resistiu, gemeu alto, se balançou e arqueou a bacia em sua direção.
-Ai, ui, oh Matt...

A camareira estava suando dentro do armário. Esforçava-se para ver tudo sem piscar, por entre as frestas, sua mão estava paralisada, registrando como podia aquela transa quente. Estava morrendo de inveja, louca para estar no lugar de Evi e ser provada por aquele macho.

Evi tinha os olhos semicerrados, estava extremamente úmida e implorava para tê-lo logo. Matt parou os estímulos e retirou a calça, em seguida, se livrou da peça íntima, ficando completamente nu. Ele já se encontrava com o membro ereto só de tanto saborear cada pedacinho daquele corpo escultural de Evi.

Dolores, ao ver aquele homem másculo e excitado nu, mordeu os lábios “vai ser gostoso assim lá na minha cama”, pensava, babando e admirando cada músculo, ficando molhada só de observar as tatuagens, o bumbum e o membro duro. “Bem que ele mesmo falou naquela entrevista que essa era a parte do corpo que ele mais gostava, ele tem razão”. Seu pensamento flutuava só de analisar a anatomia de Matt.

Evi tinha os olhos vibrantes, tremia por antecipação ao avistar aquele mastro todo empolgado para ela. Sem demora, flexinou as pernas e as abriu o máximo que pode para recebê-lo. Ele posicionou-se sobre ela, apontou o pênis para a região e a invadiu. Evi apertou os lençóis e soltou gemidos quando sentiu a ponta entrar. Ele meteu mais um pouco e entrou até a metade. Ela choramingava, Matt então forçou com firmeza e entrou com tudo, enterrando-se dentro dela.
-Oh, ah, oh.
Os dois soltavam sussurros e exclamações de prazer, enquanto faziam os movimentos de vaivém.

Só de observá-los, Dolores molhou totalmente a calcinha. Se ao ver filmes eróticos, ela já ficava “acesa”, ver o ato sexual bem diante de seus olhos, ao vivo, era coisa de enlouquecer de tesão. O quarto parecia ter 40 graus de temperatura, eles suavam por conta da transa e ela suava por estar os assistindo.

Evi gritava alto a cada estocada, Matt aumentou os movimentos até que ela confessou que estava chegando lá. Evi o apertava contra ela, Matt continuava metendo avidamente, sem parar. Segundos depois, ela atingiu o orgasmo e ele também gozou, derramando o seu sêmen quente dentro dela. Matt permaneceu inerte por um tempo, então seus corpos se descolaram e ele caiu esgotado ao lado dela na cama.

A camareira estava estática. Nunca tinha ficado tão excitada sem ao menos se tocar ou ser tocada por alguém. Quase se esqueceu de parar a gravação. Passada a euforia, começou a ter medo “E se eles resolverem abrir o armário?”, pensou desesperada. Ela tinha que escapar dali, mas de que jeito? Começou a rezar para que ambos caíssem no sono e ela pudesse finalmente sair do esconderijo.

Matt e Evi conversavam deitados, abraçados. Ele passava a mão carinhosamente pelo dorso dela, enquanto ela tagarelava debruçada em seu peito. Ele por vezes lhe dava beijinhos nos cabelos, na testa e então, Dolores arregalou os olhos.

“Ah não, não vão me dizer que vocês vão começar tudo de novo!” Agitava-se com o momento que antevia diante dos olhos. Ela espremeu a vista, tentando se acalmar e se convencer de que estava enganada, mas ao abrir os olhos, se deparou com Evi vindo devagarzinho para cima de Matt.
-Evi, ainda está disposta?
-Claro, simplesmente não resisto, estou com saudades demais de você, quero aproveitar todos os minutos possíveis ao seu lado.
Evi distribuía beijos por todo o rosto de Matt, seus cachos teimavam em cair sobre a testa, e ele os desviava com as mãos.
-Eu também sinto muito a sua falta, por isso não agüentei e tive que te fazer uma visita.
Evi acariciava a face de Matt com carinho, realmente era impossível ficar longe dele, ela não agüentaria, nem ele. Porém, as chances de que eles se vissem com freqüência eram poucas, não podiam despertar suspeitas. Uma hora esses encontros fortuitos teriam que acabar, mas só de pensar nisso, ela tinha vontade de aproveitar o máximo do tempo que ainda lhes restava.

Por essa razão, seu desejo começou a aflorar novamente, ela beijou-lhe a boca com volúpia e descia a língua ao longo de seu rosto, da barba por fazer até o pescoço, depois para o peito, a barriga. O membro dele voltou a crescer, indicando que ele estava disposto para mais um round.

Dolores voltou a filmar na hora, pelo visto, aquilo iria render, os amantes eram fogosos demais para se contentarem com uma vez. Ela colocou um dedo na boca enquanto viu Evi engolir o membro de Matt, sugando-o com vontade. Evi chupava deliciosamente e quando o sentiu bastante duro, decidiu sentar-se sobre ele, afundando-o por inteiro em sua abertura. Ela começou a cavalgar, primeiro em um ritmo cadenciado, para aos poucos ir aumentando a velocidade, esfregando-se nele cada vez mais intensamente.

A camareira teve que limpar com o braço o suor que escorria de sua testa, estava ficando sem ar pelo ambiente enclausurado e pelo tesão que lhe invadia a alma. Apertava as pernas, esfregando uma coxa na outra, excitada.

Evi cavalgava enloquecida e, quase chegando ao orgasmo, acelerou os movimentos. Matt a segurava pela cintura, enquanto ela jogava a cabeça para trás, em transe de tanto prazer. Seus cabelos caiam bagunçadamente sobre sua face, grudando na pele suada. Ela gemia, soluçava. Ele estava hipnotizado pela imagem daquela femme fatale por cima dele, o arrasando e o deixando completamente maluco.

Evi deitou-se sobre ele e atingiu o clímax, remexendo-se freneticamente contra o seu corpo. Vendo que ela chegou ao êxtase, ele se permitiu gozar aliviado.

Os dois caíram inertes na cama, esparramados e respirando com dificuldade. Dolores parou a gravação e lutava para que eles não ouvissem a sua respiração sôfrega de dentro do armário. Por sorte, pouco tempo de conversa depois, eles finalmente caíram no sono profundo e a camareira vagarosamente abriu a porta do closet, tomando todo o cuidado possível para não esbarrar em nada e nem fazer barulho.

Saiu do quarto nas pontas dos pés e deu um suspiro profundo assim que fechou a porta. Ela estava pingando, toda melada. Olhou para o relógio e deu um pulo “meu Deus, é muito tarde, a minha supervisora deve estar atrás de mim!”

Correu para a sala da chefe, devia-lhe explicações. Mas como dizer o que tinha acontecido? Como falar para a chefe que ficou trancada escondida em um quarto de hóspede do hotel assistindo sexo ao vivo? Tinha que inventar uma desculpa urgentemente, porém nem deu tempo para formular, a supervisora se encontrava bem na frente dela.
-Posso saber onde a senhorita se meteu?
-Eu? Ah...é...eu...
-Fale logo, Dolores!
-Eu...eu não estou me sentindo bem.
-Estou vendo, você está suando. Mas onde é que você estava durante todo esse tempo?
-Desculpe-me, eu passei mal e me deitei um pouco em um dos quartos e acabei dormindo. É...foi isso o que aconteceu.
-Dormindo? Em horário de expediente? Você trabalha por hora, portanto, não tem o direito de receber se você não trabalhou.
-Está certo, mais uma vez, me desculpa.
-Que isso não se repita! Pode ir embora agora, só apareça por aqui amanhã se estiver se sentindo bem.

Dolores foi para o vestiário trocar de roupa. Encontrou duas colegas por lá.
-Você está bem? O que foi?
-Sei que não posso, mas tenho que contar para alguém, prometem não espalhar por aí?
-Claro!
As duas arregalaram os olhos, curiosas. A camareira fechou a porta e mostrou o conteúdo do seu celular.
-O meu Deus!
As colegas exclamavam eufóricas.
-O que é isso? Sua safadinha, por isso que você sumiu essa tarde? Gravando vídeo pornô?
-Espere, essa não é? É ela? E...é ele?
-Ela quem, ele quem?
A outra colega perguntou.
-A atriz famosa, a Evangeline Lilly. E esse cara é o que contracenava com ela em Lost, o Matthew Fox!
-Mas ele não é casado?
-Pois é! Mas pelo visto, pula a cerca, grande novidade, esses artistas...
As três ficaram assistindo a gravação sem piscar, completamente atentas.
-E agora, o que você vai fazer com o vídeo?
-Como assim, não vou mostrar para quase ninguém, isso é segredo.
-Que segredo que nada, eles não te viram, não foi?
-Claro que não.
-Então, para que esconder? Você pode ganhar uma grana com isso!
-E um belo processo judicial. Não, muito obrigada!
Dolores pegou o aparelho e desligou. Apanhou as suas coisas e foi embora para casa. Chegando lá, não agüentou e mostrou o vídeo para o namorado.
-Amor, o que é isso? Nós temos que vender para algum lugar!
-Até você?
-Claro querida! Imagine só quanto podemos faturar vendendo para alguma revista de fofoca ou site?
-Sabia que é proibido ficar filmando a intimidade dos outros sem o consentimento dos mesmos? Isso pode gerar processo e cadeia, ainda mais quando se trata de duas pessoas famosas envolvidas. Além do que, somos imigrantes ilegais, podemos ser deportados a qualquer momento caso ganharmos notoriedade com o vídeo.
-É, pensando bem, você tem razão. Mas é mercadoria boa demais para ficar guardada! Já sei o que podemos fazer. Vamos jogar no You Tube!
-Ficou maluco?
-Quem é maluca é você em descobrir um furo desses e não publicar para o mundo!

Horas depois...

Um rebuliço imenso foi causado. A Internet parou para ver o vídeo. Minutos depois de postado no You Tube, os acessos foram aumentando vertiginosamente. De uma vista, passou para milhares de vistas, em efeito dominó. O vídeo se tornou o campeão de acessos naquela noite. Fãs do mundo inteiro congestionaram o site, fóruns travaram de tanta repercussão, fãs de Matt e Evi surtaram, até os non shippers e shippers da fã base oposta discutiram e comentaram sobre a fofoca do momento.

Matthew estava a caminho do aeroporto, iria embora de Michigan, só tinha dado uma passada relâmpago para rever Evi e se encontrava alheio aos fatos. Ele percebeu algumas risadinhas e olhares estranhos enquanto andava pelo saguão do hotel em que estava hospedado e acabara de fechar a conta, mas não sabia o porquê, talvez fossem apenas pessoas o reconhecendo pelo fato dele ser famoso. Somente foi tomar conhecimento da situação quando resolveu ligar o celular, o qual tinha esquecido desligado desde que esteve em companhia de Evi e não queria ser incomodado.

Ao ligar o aparelho, viu várias ligações não atendidas de seu assessor. Preocupado, decidiu retornar as ligações, deveria ser algo muito importante.
-Hei, sou eu. O que foi que aconteceu de tão urgente para você me ligar tantas vezes?
-Você está brincando? Não sabe o que está acontecendo?
-Não.
-É mesmo, claro, creio que não saiba, passou a tarde inteira se divertindo!
Matt franziu a testa confuso, como o seu assessor sabia o que ele tinha feito?
-Espere, me explica, do que você está falando?
-Você é que me deve explicações! Apronta uma coisa dessas e nem para me avisar? Simplesmente não sei o que responder para a imprensa!
-Imprensa? O que...
-O vídeo, Matt!
-Que vídeo?
-Sexo. Você e Evangeline fazendo sexo.
Matt ficou branco na hora. Coçava a cabeça e andava de um lado a outro, apavorado.
-Como?
-Por que você não me avisou que iria para Michigan dar uma trepadinha? Ou ao menos, se vai aprontar, por que não esconde a sua escapada? A não ser que...é isso, você quer estar na mídia, por isso provocou esse escândalo?
-Espere aí, que vídeo é esse? Não filmei nada!
-Ah, mas alguém filmou e postou no You Tube!

Matt imediatamente sentou-se no sofá do saguão e pegou o seu notebook, o site estava totalmente congestionado, mas ele pode ver na página principal: Matthew Fox and Evangeline Lilly sex vídeo. Ele ficou estático. Não, aquilo na podia estar acontecendo!
-E agora?
-Você é que me diga, e agora? Você está ferrado!
-Eu ligo mais tarde.
Matthew desligou o telefone e resolveu ligar na hora para Evi. Precisava tirar essa história a limpo.

-Matt, eu nem sei o que dizer. Meu Deus, como? Quem fez isso?
-Não sei, Evi, esperava que você soubesse a resposta.
-Como vou saber? Eu não premeditei nada, você me acusa injustamente! Nem sabia que você viria aqui, para começo de conversa! E outra, estive com você o tempo todo, chegamos ao hotel juntos, como é que eu iria arranjar uma câmera para nos filmar?
Matt pensou no que ela acabara de lhe dizer, realmente, ela não tinha nada a ver com aquilo, estava tão surpresa e assustada quanto ele.
-E agora, o que faremos?
-Vou ligar para o meu advogado e aconselho que você ligue para o seu. Alguma coisa precisa ser feita, eles com certeza vão conseguir uma liminar para retirar o vídeo do ar imediatamente!
-Vou sair agora mesmo deste hotel, não posso ficar mais nenhum minuto aqui depois de tudo. É fato que vou processar essa espelunca! Matt...e...você já falou com a Margheritta?
-Não, ainda não tive coragem. Não sei o que fazer. Ia voltar hoje mesmo para casa, mas depois de toda essa fofoca...Temo pelo que esteja acontecendo com ela e meus filhos.
Matt estava quase chorando de desespero só de pensar na família.
-Sinto muito, Matt. De verdade. Não queria provocar essa confusão.
-Você não teve culpa...quer dizer...se tem culpado nessa história, somos nós dois que não conseguimos parar com tudo isso.
-Aconteça o que acontecer, saiba que estarei sempre do seu lado.

Matt ligou de volta para o seu assessor, que iria se encarregar de acionar o advogado. Evi também tomou todas as providências. O hotel quis fazer de tudo para se desculpar, mas o estrago foi grande demais para ela aceitar, iria de qualquer jeito processar o local.

Matt ligava para casa, mas ninguém atendia. Resolveu telefonar para o irmão, que lhe deu as notícias: infelizmente Margh já sabia de tudo, a família estava envergonhada com todo o escândalo. Matt insistiu para que ele entrasse em contato com ela para lhe dar algumas explicações antes dele chegar, mas a esposa estava irredutível, nem queria dar uma palavra com ele e mandou recado, avisando que somente o aguardaria em Oregon para que eles acertassem o divórcio e conversassem sobre a guarda dos filhos.

Era impressionante. Em questão de horas, sua vida estava virada de cabeça para baixo. O mundo tinha desmoronado em cima dele. Tudo estava arruinado. Seu casamento, sua reputação. Reputação. Leva-se uma vida inteira para construí-la e apenas segundos para destruí-la. Agora ele tinha entrado para o rol de celebridades como Pamela Anderson, Colin Farrel, Eric Dane e Paris Hilton, cujos vídeos sexuais tinham parado na Internet. A fofoca lhe marcaria para sempre, poderia ficar adormecida, mas jornalistas vez ou outra, mesmo depois de anos, trariam o assunto à tona.

Olhava pela janela do avião e temia pelo seu futuro. Era oficial. Seu casamento de mais de vinte anos chegara ao fim.

Talvez fosse castigo, pensava ele, por todos os anos em que escondera o seu caso secreto com Evi. Todo segredo acaba sendo descoberto, mais cedo ou mais tarde. Ele foi covarde, não teve coragem de tomar uma decisão, de escolher entre as duas, quis manter ambas. Agora, o destino tinha escolhido para ele. E não lhe restava alternativa a não ser aceitar.

FIM.

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