domingo, 9 de novembro de 2008

Fic: A verdade está na ilha-Capítulo 18: O confronto tem início

A maior parte do povo da praia resolveu partir, somente algumas pessoas que estavam em recuperação médica ficaram. Aquela situação já estava mais do que intolerável, o confronto com os outros era inevitável. Todos não tinham idéia de como seria essa “guerra”, estavam extremamente apreensivos. Quando estava a caminho da ilha, no submarino, Jack tinha prometido a si mesmo não ser mais líder. Estava cansado de tanta responsabilidade nas costas. No entanto, passados esses meses, ele foi recuperando o prestígio e a admiração por parte dos sobreviventes. E aconteceu o óbvio: mesmo sem querer, todos o colocaram de volta na liderança. Por mais que Jack fugisse, ser líder era seu talento nato. Para qualquer decisão que tomassem na ilha, Jack era consultado.

-Não entendo isso, Kate. Quando voltei para cá, todos me olharam feio, eu podia sentir o ódio nos olhos das pessoas. E agora, eles querem que eu os guie nesta jornada.
-A liderança não é para qualquer um. Não é algo que dependa de sua vontade. Você inspira confiança, as pessoas acreditam em você. É uma habilidade sua, é inerente a sua pessoa, por mais que você não queira, ela sempre irá se sobressair.

O grupo seguia seu caminho. Estavam todos tensos. Sabiam que os outros tinham um verdadeiro exército, bem preparados, habilidosos e eram em maior número. Provavelmente, não tinham voltado ao acampamento que Locke conhecia, pois William e as crianças já tinham sido capturados naquela vez. De certo, se os levaram é porque queriam continuar com suas experiências. E o lugar mais lógico em que as mesmas poderiam ser feitas era a ilha-prisão. Por essa razão, antes de saírem da praia, montaram mini-jangadas, mais simples que aquela que Michael tinha feito e viajado com Jin e Sawyer. Infelizmente teriam que ir até aquele monstruosos lugar novamente. Aquela ilha parecia uma espécie de Alcatraz, onde prisioneiros tinham dificuldade de fugir.

Era fim de tarde quando chegaram à ilhota. O grupo então se dividiu: uma parte foi em direção à estação em que eram feitos os tais “tratamentos psicológicos”/ experiências e a outra parte se dirigiu a um conjunto de salas, provavelmente onde ficavam as “celas” com as vítimas.
Como representavam número bem menor que os outros, tiveram que contar com inteligência e astúcia. Enquanto estavam se preparando para a “guerra”, na praia construindo as jangadas, Daniel Faraday foi a estação de energia da ilha. Como ele é um físico, levou seu caderno de anotações para lá e teve a idéia de desenvolver um dispositivo químico explosivo mais seguro que a nitroglicerina anteriormente utilizada. Assim que retirassem as crianças do local, poderiam atacar os outros com essa “arma química”.

Resolveram observar cuidadosamente o local antes de atacar. Não queriam de jeito nenhum ferir as crianças. Era já noite quando decidiram iniciar o confronto. Claire resolveu entrar primeiro na estação de testes, pois já tinha estado lá e conhecia bem o local. Fez sinal para outras pessoas entrarem. Cada um foi entrando bem devagar no prédio sinistro. Kate viu uma mulher deixando uma criança amarrada em uma sala. Assim que a mulher saiu, Kate entrou rapidamente na sala e soltou a criança, ordenando que saísse dali e se escondesse no mato. Quando a mulher retornou, Kate avançou por trás e tapou o nariz da mesma com éter, fazendo ela desmaiar.

Hurley, que estava escondido lá fora no mato ia pegando as crianças e ajudando-nas a se camuflar. Jack entrou na anti-sala cirúrgica. Tudo indicava que iriam iniciar um procedimento em breve. Jack entrou uniformes no armário e vestiu-se, entrando na sala disfarçado. Só havia duas pessoas na sala preparando uma criança para a experiência. Jack aproveitou-se da distração do “cirurgião” e lhe aplicou uma injeção anestésica na perna. O homem desmaiou. O enfermeiro se distraiu olhando a queda do homem e então Jack deu um soco nele. Retirou a criança da sala e a levou lá fora para Hurley.

Sayid entrou na sala comportamental e foi direto mexer nos equipamentos de áudio. Cortou os fios, destruiu o telão e desamarrou a criança vítima que estava completamente tonta. Sabotou todas as máquinas, destruindo-as por inteiro. Claire adentrou algumas salas e ordenou às crianças para que fugissem de forma silenciosa. Porém, uma “outra” a viu de relance e correu atrás dela. A “outra” a alcançou e deu um soco. Claire caiu no chão, batendo a cabeça e desmaiando temporariamente.

Todas as crianças daquela estação já tinham sido resgatadas, Daniel jogou o seu composto químico. Todos tinham saído, menos Claire. Jack ao saber disso, entrou desesperado na estação à procura de sua irmã. Correu freneticamente nos corredores, um outro o viu e o perseguia. A estação explodiria em questão de segundos, Kate ficou apavorada e quase entrou atrás de Jack, porém Sayid a segurou.
-JAAAACKK!!! – Kate gritava.

Finalmente Jack encontrou Claire e bateu em seu rosto para acordá-la. Ela mal recuperou sua consciência e já teve que levantar e correr. Os dois corriam pelos corredores desesperados por uma saída. A estação parecia um labirinto, um corredor atrás do outro até que os dois encontraram a saída. Abriram a porta e pularam longe, um segundo depois, a estação explodiu.
Os outros ouviram o estouro e a movimentação foi intensa. Não contavam serem atacados tão depressa, muito menos desta maneira. Aproveitando a confusão, Sawyer invadiu algumas celas e libertou as crianças dali. Mulder também lutava com um outro, mas conseguiu atirar nele e soltar outras crianças. Scully procurava desesperadamente seu filho até que o avistou ao longe, no meio do corre-corre.

-William! Venha, viemos libertar todos vocês!
Os dois correram, Scully atirou nos outros que cruzavam seu caminho. Mulder a viu em apuros e lhe deu cobertura para que fugisse com William.
-Você sabe onde está Aaron?
-Um pirata está com ele.
Locke logo se lembrou de Mikail. Foi imediatamente atrás dele, ele nunca o suportou e até tentou matá-lo uma vez no “campo” de proteção dos outros, mas Mikail resistira. Locke arrombou a porta da sala de comunicações, encontrando o garoto ali.
-Fuja Aaron!
Mikail partiu para cima de John. Os dois rolaram no chão, Locke levou muitos socos, Mikail tinha uma força descomunal. John ao ver que não podia vencê-lo pela força, fingiu que tinha perdido a consciência de tanta porrada. Ao vê-lo parado, Mikail sorriu e cuspiu na cara dele. Depois, quando estava se levantando, John lhe deu uma rasteira, Mikail caiu. Locke pegou o seu facão e acertou Mikail bem na jugular.
-Dessa vez você morre, seu desgraçado!
Aaron corria no meio da confusão lá fora, sem saber onde ir. Kate o encontrou, pegando-o no colo e levando-no para um local seguro. Aaron beijou Kate em agradecimento. Ela o abraçou, chorando com saudades do tempo em que ele era seu filho.

Wiliam estava aflito porque seus pais não retornavam. Ele não tinha bons pressentimentos. Todas as crianças acabaram por encontrar o local seguro. Agora a guerra era entre o povo da praia e os outros. Kate estava no meio da batalha quando quase desmaiou. Jack viu um outro apontar a arma para ela e imediatamente atirou nele.
-Você está ok?
-Sim. Obrigada, nem tinha visto que estava sob a mira!
-Fique perto das crianças! Você já fez demais, aqui é muito perigoso!
Mesmo querendo lutar na guerra, Kate agora tinha consciência de sua delicada situação. Não podia bobear. Resolveu acatar a ordem de Jack, indo para o local seguro na mata.
Os outros lutavam bravamente, defendendo seu lugar. Eram numerosos. Percebendo que não poderiam vencê-los, o povo da praia resolveu utilizar as armas químicas de Faraday. Sawyer atirou um vidrinho com o composto e uma explosão atingiu um grupo considerável dos outros. Mulder e Scully tiveram que recuperar a forma dos tempos de agente, lutando e atirando. Locke, Jack e os demais sobreviventes também utilizavam a “química” de Daniel. Após as explosões e muita fumaça, o silêncio reinou. O grupo então resolveu encontrar o restante, parecia que o confronto tinha terminado. Ao se reunirem, notaram a ausência dos agentes. Locke e Sawyer resolveram dar uma vasculhada no local, em busca dos dois.

Kate aguardava o retorno dos sobreviventes. Estava parada em um canto, quieta e preocupada. William se aproximou.
-Kate é seu nome, não é?
-Sim. E qual é o seu?
-William.
-Oh, William! Que bom te conhecer! Gosto muito de seus pais apesar de conhecê-los há pouco tempo. Não se preocupe, logo logo eles estarão de volta.
-Você está preocupada.
-Eu? Ah...estou um pouquinho. Meus amigos estão lá lutando com aquela gente, espero que estejam bem.
-Não estou falando só disso...
-Como assim? William, não estou te entendendo!
-Você está com medo de morrer. Não se preocupe, eu vou te ajudar, farei o possível.
-Me ajudar?
-Fique calma, ajudarei o seu bebê a nascer com vida.
Kate ficou chocada, como aquele garoto sabia que ela estava grávida? Estava tão surpresa que não percebeu que eles não estavam sós: Jack estava por perto e ouviu a conversa.

TO BE CONTINUED...

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