terça-feira, 18 de novembro de 2008

Fic: A verdade está na ilha-Capítulo 20: A despedida de William

Horas depois, William se restabeleceu. Então, foi diretamente falar com Mulder e Scully.
-Querido, como você se sente?
-Bem, mamãe, agora estou bem. Prometi a vocês ter uma conversa sobre tudo isso.
-William, desfaça esse trato! Não tem cabimento ir embora com essas pessoas...ou sei lá o que eles são.
-Sua mãe está certa. Também não concordo com essa maluquice.
-Preciso ir. Sempre soube que esse dia iria chegar, nunca senti que fazia parte desse mundo por completo...não adianta, não sou igual às outras crianças, não pertenço a este lugar...Não adianta me impedir, vocês sabem, no fundo sempre souberam que tenho uma missão maior. Acreditem, tudo o que eu tinha que fazer neste mundo eu já fiz, já cumpri meu destino.
-William, por favor, não vá! Esses anos todos passei longe de você, senti tanto a sua falta e agora que nos reencontramos, não quero, não posso deixar você ir.
-Mamãe, sinto muito. A minha jornada continuará, só que não aqui...tenho que partir. Você precisa entender, por favor! Tenho certeza que você ficará bem, eu também estarei bem, estarei perto de gente como eu.
-William, acredite, eu já estive do “outro lado” e quase morri. Eles fizeram uma infinidade de experiências comigo e com outras pessoas também abduzidas...Não vá, não podemos confiar neles!
-Papai, você passou a vida inteira em busca de respostas. Pois lhe digo, também quero respostas e preciso encontrá-las. A chave de tudo está lá fora, com “eles”. Serei mais útil lá do que aqui. No entanto, vocês devem ficar. Há muitas pessoas que precisam da ajuda de vocês e outras que no futuro poderão precisar! Por favor, não desistam! Continuem acreditando!
Mulder não sabia de onde vinham aquelas palavras tão adultas de William. Apesar de criança, ele parecia um adulto discursando. Realmente, William tinha razão. Mulder não podia impedi-lo de buscar a verdade, pois neste ponto ele tinha “puxado” seu pai, essa obsessão toda em descobrir respostas. Scully estava inconformada com a decisão de William. Tentou a todo custo convencê-lo, mas o esforço foi em vão.
William, Richard e os demais outros-alienígenas se reuniram em um campo aberto. Um pouco mais afastados do local estavam o povoado dos outros e também os sobreviventes da Oceanic. Após o acordo de William, os outros prometeram deixar o povo da praia em paz, cada povo iria viver em um canto da ilha, sem incomodar a outra parte. Todos esperavam a “partida”, muitos não botavam muita fé nesta história de alienígenas, era tudo muito surreal para entender.
Scully e Mulder estavam mais próximos do local. Mulder consolava Scully, que não se conformava com a despedida do filho. Ao ver a tristeza em seu rosto, William se aproximou:
-Não fique triste, mamãe. É só um tempo, em breve nos veremos novamente! Um dia com certeza iremos nos reencontrar. E ficaremos juntos para sempre...
-William! – Scully o abraçou bem forte, chorando intensamente.
Se dirigindo a Mulder, William sorriu.
-Cuide dela, papai. Torça por mim! Não esqueça do que eu te disse, continue acreditando! Não importa quão difícil seja, nem quantas pessoas te disacreditarem, não desista!
-Pode ter certeza, filho! Por favor, tenha cuidado! Não confio nessa “gente”. Siga seu caminho. Tenho certeza que você vai conseguir achar todas as respostas, talvez vá mais adiante do que eu fui. Tenho muito orgulho de você! Cuide-se, William! Eu te amo!
William abraçou Mulder de forma emocionada. Mulder e Scully deram um beijo de adeus em William, que andou vagarosamente pelo campo. Antes de partir, se despediu das outras crianças e também do povo da praia. Agradeceu-os por tudo, por toda a ajuda. Se dirigindo a Kate, disse:
-Não se preocupe, se precisar te ajudarei não importa aonde eu estiver. Talvez você nem precise de mim, sinto que esse bebê será especial, iluminado.
Ao ouvir as palavras de William, Kate naquele instante se sentiu mais forte e confiante. Ela sorriu para William, agradecendo-o pelas palavras de conforto. William então ficou perto dos demais futuros companheiros de jornada. Uma luz branca surgiu, encobrindo todo o céu da ilha. Mal dava para enxergar direito, tamanho o clarão que fazia. Um feixe individual de luz pairou sobre cada um que ia partir.
De repente, todos ouviram um barulho vindo do céu. Não dava para ver claramente, mas podiam perceber a presença de um objeto voador sob eles. O feixe de luz desapareceu e levou consigo cada um. Rapidamente, tudo sumiu com a claridade. Um silêncio e um vazio enorme se instalaram ali no campo. Foi inacreditável. Somente vendo, estando ali para crer.
-Aconteceu mesmo o que acabei de ver ou estou louco? – Hurley desabafou.
-Parece filme do Spilberg! – Sawyer não acreditava no que tinha acabado de presenciar.
Mulder e Scully permaneciam ali, parados, observando o local. Estavam abraçados, um consolando o outro. Estavam arrasados por terem “perdido” seu filho novamente, justo agora que o tinham por perto, justo agora que estavam o conhecendo de verdade.
Apesar de triste, a despedida foi muito bonita. Foi um verdadeiro espetáculo, algo grandioso dentre muitas coisas bizarras que aconteceram já na ilha. Os sobreviventes ficaram surpresos com a notícia da gravidez de Kate, por essa ninguém esperava. Sun e Claire foram consolar a amiga, tentando dar esperanças à Kate. Sawyer ficou ferido por dentro, pensou “por que ela não engravidou daquela vez e agora aconteceu?”. Apesar de sentir muito ciúmes de Jack, ele estava preocupado com o destino de Kate.
Enquanto o povo decidiu voltar à praia, Jack resolveu ficar. Queria ir até a sala de comunicações de Mikail, para tentar uma comunicação com o “mundo exterior”. Precisava urgentemente arranjar um meio de tirar Kate da ilha. Ao ver o desespero de Jack, Sayid também quis ficar para ajudá-lo com os equipamentos da sala, já que ele entende do assunto. Sem Mikail, poderiam fuçar à vontade. Os outros permitiram que eles utilizassem a sala para tal fim e não para chamar resgate para os sobreviventes. Apesar de distante, Ben tinha dado ordens de que não era para ninguém se comunicar para obter resgate, temendo acontecer o perigo de novamente Charles Widmore descobrir a localização da ilha e matar a todos.
Sayid pegou vários manuais Dharma para tentar entender o funcionamento dos aparelhos. Jack, nervoso, o pressionava para descobrir logo como utilizar as máquinas. Eles lutavam contra o tempo, já que tinha se passado os meses seguros da gravidez e logo Kate entraria no trimestre perigoso da gestação, onde começava a rejeição ao feto.
Ao ver Jack aflito, Locke lhe propôs uma caminhada para tentar consultar Jacob. Jack não tinha entendido direito a explicação “viajante” de Locke sobre a tal cabana, mas mesmo assim deu-lhe um voto de confiança. Chegando ao local, Locke e Jack entraram na cabana, Locke chamou Jacob. Um silêncio reinou no lugar.
-Vamos embora daqui! Não sei onde estava com a cabeça quando ouvi o seu conselho. Não tem nada aqui, John! É só uma cabana abandonada!
-Não entendo, Jack, por que ele não está aqui. Acredite, eu já o vi!
-Viu? Sei...Então, onde ele está?
-Não sei, não está atendendo ao nosso chamado.
Locke ficou bravo porque justamente com Jack, logo ele que não acreditava em nada, Jacob não deu “as caras”.
-Vamos, John! Já chega de perder o pouco tempo que tenho!
-Sabe qual é o problema Jack? O problema é você, é sua falta de fé! Talvez seja por isso que Jacob não apareceu, ele só aparece para aqueles que o buscam, para aqueles que crêem. Você precisa acreditar Jack!
-Acreditar em um fantasma? Não, não, ainda não cheguei a esse ponto.
-Tudo bem, não vou discutir com você. Mas te digo uma coisa, algum dia você irá acreditar. Você ainda não foi testado pela vida como eu já fui. Somente aqueles que passam por uma provação começam a ter fé. O destino ainda não lhe deu essa oportunidade.
Os dois voltaram à sala de comunicações. Sayid tentou várias vezes sem sucesso, até que finalmente surgiu um ruído. Uma imagem começou a se formar. Ao olhá-la, se depararam com uma figura conhecida, com seus olhos verdes arregalados e penetrantes: era Ben Linus. Jack explicou a situação a Ben, que fez pouco caso. Depois de muito diálogo, Ben concordou em ajudar desde que se cumprisse uma condição: somente Kate poderá sair da ilha e se o fizer, não poderá nunca mais retornar. Ao ouvir a proposta, Jack ficou cabisbaixo. Depois se levantou da cadeira e andava de um lado ao outro da sala, pensando desesperado. Iria morrer sem Kate por perto, mas se ela ficasse na ilha, com certeza ela morreria. Era uma situação sem saída, o pior é que não tinha escolha a não ser recorrer à ajuda de Ben. Com o coração dilacerado, com dor no peito de ter de se separar para sempre de sua amada, Jack hesita, mas aceita a proposta.

TO BE CONTINUED...

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