quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Fic:A verdade está na ilha-Capítulo 19: O acordo de William

William se afastou, deixando Kate sozinha. Ela estava imersa em seus pensamentos, quando Jack se aproximou.
-Kate!
-Jack! Que bom que você voltou vivo!
Kate o abraçou e o beijou. Jack olhava seriamente para ela.
-O que foi?
-Eu ouvi tudo. Kate, é verdade o que o garoto disse?
Kate ficou branca. “Meu Deus, ele ouviu a conversa, e agora?”, pensou. Ela desviou o olhar e ficou quieta.
-Kate, me responda! É verdade?
-É. Ninguém sabe, somente a Juliet. Não sei como esse menino soube.
Jack pôs a mão na cabeça. Foi um baque ouvir aquela notícia. Estava emocionado, sempre sonhou ser pai e ter um filho com a mulher que ele amava era tudo o que sempre quis. Mas, ao mesmo tempo, ficou desesperado ao lembrar de Juliet dizendo que as grávidas não sobreviviam naquela ilha. Sem saber o que dizer naquela hora, Jack abraçou ternamente Kate.
-Jack, estou com tanto medo! Nunca imaginei que isso pudesse acontecer, até agora não acredito.
-Kate, hei, tudo vai ficar bem...tenha calma...eu prometo que vou pensar em alguma coisa. Pode ter certeza, vou fazer de tudo para conseguir tirar você desta ilha!

Locke e Sawyer retornaram. Não acharam Mulder e Scully.
-Vocês procuraram direito? – Sayid interrogou.
-Claro que sim! Oh, é mesmo, esqueci! Quem deveria procurar os agentes deveria ser você, afinal, os iraquianos são bons em esconderijos...quem sabe eles estão em uma toca subterrânea que nem o Saddam, não é mesmo? – Sawyer cutucou Sayid com sarcasmo.
-Então não acabou. Não vencemos todos. Eles foram capturados! – Sayid nem notou que William estava ali.
-Eu quero falar com eles! Me levem até lá!
-Ô garoto! Quem você pensa que é? Anakin Skywalker, o menino prodígio jedi? – Sawyer nem conhecia William e já colocou apelido nele.
-Por favor, peço que me ajudem a procurá-los e me levem até lá. Farei um acordo com eles. Preciso salvar os meus pais.
-É melhor fazermos o que ele pede! – Locke interveio.
-Mas ele é só um garoto! – Sayid lembrou.
-Vocês não sabem do que ele é capaz. Pergunte ao Hurley, eu e ele presenciamos o poder deste menino.
-É verdade, ele é sinistro! Me desculpe, William, mas você é sinistro no bom sentido. – Hurley tentava amenizar.

Enquanto isso, em outro local da ilha...
Mulder e Scully eram prisioneiros do grupo dos outros que ainda restava. Estavam amarrados e com mordaça. Tinham sido torturados.
-Já chega, Richard! O que você pretende com isso?
-Com certeza, William virá até nós para resgatá-los.
Grande parte do próprio povo dos outros não estava gostando das atitudes de seus líderes. Já haviam perdido as crianças e muitos dos seus na batalha. Estavam cansados de líderes tiranos e de lutarem contra os sobreviventes da Oceanic. Eis que surge William, os outros observam aquela criança ir de forma altiva em direção aos líderes da comunidade.
-Eu vim propor um acordo. Peço-lhes que libertem meus pais imediatamente. Também peço autorização para curar quem quiser voltar a ser somente humano. Eu sei que muitos de vocês não queriam ser submetidos às experiências, foram forçados e muitos foram iludidos com as falsas promessas de que se fossem híbridos, seriam mais fortes, imunes, quase imortais. Pois digo-lhes que são falsas porque a longo prazo, os experimentos trazem danos muito sérios, vocês ficarão imunes às doenças humanas, porém não escaparão de um vírus fulminante que aflige os alienígenas. Ninguém é imortal, nem nesse e nem em outro mundo!

Mulder ficou impressionado ao ouvir William proferir aquele discurso. Ele passou tantos anos buscando “a verdade” dos fatos e seu filho parecia saber de tudo. Todas as respostas para as questões não respondidas, todas as provas que ele e Scully procuraram juntar e o Governo fez questão de destruir, enfim, tudo se resumia a William. Ele era a prova real de que sempre estiveram certos em suas investigações.

Ao ouvir a declaração do garoto, o povo (outros) começou a pensar. O que ele dissera fazia muito sentido.
-Quem disse, meu pobre menino, que eles querem ser curados? – Richard olhava para William de forma enigmática.
-Eu quero! – disse uma mulher.
-Eu também! – outra pessoa.
E assim, um a um foi manifestando seu desejo de cura, deixando Richard desconcertado. Realmente ele não tinha argumentos, o que William dissera era verdade, quem é que ia querer ser um híbrido, misto de humano e alienígena, se isso não apresentava vantagem nenhuma, visto que nem mesmo os alienígenas eram imortais.

-Por favor, senhores! Libertem os meus pais agora!
-E o que mais você quer?
-Quero também que todos prometam que não irão mais lutar contra os sobreviventes da Oceanic, não irão machucá-los. Deixem-nos livres, essa ilha é grande, tem espaço para todos!
-E a troco de que iremos cumprir as suas exigências?
-Eu irei curar todos os híbridos, assim eles poderão viver normalmente como humanos, aqui na ilha. Quanto àqueles que são alienígenas, eu proponho que retornem de onde vieram... Eu irei com eles para onde quiserem...
-William, não faça isso! Não! Desconsiderem o que ele falou, eu não vou permitir essa loucura! – Scully falava desesperada.
-Aceitamos a sua proposta William!

Scully correu perto de seu filho. Iria convencê-lo a desistir deste acordo a qualquer custo. Mulder também jamais permitiria a abdução de William, visto que ele já tinha o sido e sofrera horrores do “outro lado”.
-Agora não. Mais tarde falarei com vocês. Tenho muito a fazer. Preciso curar essas pessoas.

William reuniu os outros e repetiu o ritual que fizera com as crianças: foi curando um a um, inclusive Aaron, que não tinha sido curado daquela outra vez porque estava no esconderijo com Claire. Ele precisava ser curado porque também foi alvo de experiências quando ainda estava na barriga de Claire (quando Ethan a seqüestrou e injetou seu composto com partículas alienígenas).
Ao terminar a cura de todos, caiu desmaiado na grama, completamente exausto e fraco. Mulder e Scully correram em sua direção. Scully beijou a testa de William, aos prantos. Mulder passou a mão nos cabelos do garoto e também começou a chorar. William permanecia imóvel, sem energia.

TO BE CONTINUED...

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