quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Fic: Destinos Cruzados - Capítulo 12: Reconciliações

1977

Sawyer estava hospedado em um hotel chique de Las Vegas. Ganhou uma boa quantia em dinheiro nos jogos, aplicou o que tinha acumulado em ações de empresas que de fato, começaram a apresentar boa lucratividade no período. Ele sabia que no futuro, tais empresas teriam um boom no mercado. As pessoas achavam que ele era um louco arrojado, depois ficavam admiradas pela sua capacidade de se arriscar em negócios que no fim eram extremamente lucrativos. Mal sabiam elas que ele era do futuro, por isso seus palpites eram certeiros.

2004

Michael está trabalhando em uma obra grande. Estavam construindo um novo shopping Center em LA. Por mais que tentasse durante os meses que se sucederam a sua volta da Austrália se acertar de vez com o filho, Walt estava irredutível. O garoto não queria morar com o seu pai verdadeiro. Michael trabalhava direto para poder sustentar os mimos do filho, que estava sob o cuidado de sua avó, mãe de Michael.

Michael e mais alguns homens estavam colocando o piso de um dos pavimentos da construção, quando de repente, sentiram um abalo. Olharam entre si e resolveram verificar o que era. Iam falar com o mestre de obras quando iniciou-se uma tremedeira no lugar. Dois pilares que sustentavam o teto começaram a rachar. Os pedreiros corriam assustados, Michel estava entre eles. O esforço foi em vão, o teto desabou sob suas cabeças. Michael ficou soterrado, quando o resgate chegou, ele já estava morto.

Claire estava trabalhando em vários empregos. Todos eram bicos, mas o dinheiro que ganhava mal dava para se sustentar. O pior é que não tinha encontrado nenhum casal decente que pudesse entregar Aaron para a adoção. Ela já tinha ido em varias entrevistas, mas agora que o bebê estava maior, já conhecia exatamente o que ele gostava e o que não gostava, logo, tornara-se bem exigente. Não queria confiar seu filho a qualquer um.

Na verdade, Claire estava se apegando a seu filho, embora procurasse negar esse fato para si mesma. Racionalmente, ela não tinha condições de criá-lo. Após arrumar Aaron para levar a um berçário voltado a atender mães carentes, a campainha tocou. Claire ficou pasma ao abrir a porta:
-Mamãe? Como? A senhora tá viva? O meu Deus!
As duas se abraçaram imediatamente.
-Desculpa ter te assustado, mas eu queria fazer uma surpresa. Essa não era o tipo de notícia a se dar por telefone, por isso, perdoe sua tia por não ter te contado antes, eu é que não a permiti. Queria te ver, minha filha!
-Mãe, que saudades! Isso foi um milagre!
As duas foram interrompidas por um choro de bebê. Sra Littleton olhou para Aaron surpresa, mas como o menino era a cara de Claire, nem tinha como ela não presumir que ele fosse seu neto.
-Claire? Esse é seu filho?
-Mãe, é uma longa história.
Claire ficou sem graça pela maneira de sua mãe descobrir Aaron. As duas sentaram e conversaram.
-Isso é um absurdo, Claire! Não, eu não vou permitir que você dê o meu neto para a adoção.
-Mãe, eu não tenho condições de criá-lo!
-Vamos pensar em um jeito, eu vou te ajudar. Agora que acordei depois de meses em coma, tudo o que eu quero é cuidar de você, de nossa família.
Claire sorriu, agradecendo a mãe calorosamente. As duas novamente se abraçaram.
-Já que a senhora está aqui, por favor, pode cuidar dele enquanto eu estiver fora? Preciso ir trabalhar.
-Claro filha, pode ir tranqüila.
O que a senhora Littleton não podia imaginar era que ela teria que cuidar do neto por um longo tempo. Claire saiu, mas não voltou. Desapareceu, ninguém soube o que aconteceu com ela. Apesar de muitos acharem que ela estava morta, sua mãe não desistia de esperar o seu regresso. Todos os dias, passava horas sentada diante da casa, pois acreditava ela, Claire iria voltar.

Jack está em seu apartamento. Não conseguia parar de pensar no dia do galpão. Afinal, quem eram aqueles malucos? Como sabiam da vida de todo o mundo? Jack os considerava como pessoas obsessivas, perigosas talvez. Mas sua razão estava em cheque, ele não podia negar que muitas coisas que eles disseram faziam sentido. Não poderia ser somente coincidência. Eram muitos os fatores envolvidos, como dar uma explicação lógica para tudo? Como se explicava os seus destinos cruzados? Ele conhecia Kate, que por sua vez conhecia Sawyer e Claire. Ele tinha operado Boone, quase marcou encontro com Ana Lucia e o mais estranho de tudo, todos estavam no vôo 815.

Seria uma senhora teoria da conspiração, mesmo se aquelas pessoas fossem loucas, como descobriram tais ligações entre suas vidas? Do nada eles iriam criar essa rede de acontecimentos? Não, aquilo tudo cheirava muito estranho.

Então Jack se lembrou da briga que teve com Kate. Se sentia um estúpido agora, não entendeu por que raios ficou tão ciumento a ponto de perder a cabeça daquele jeito? Ele não fazia ideia do quanto estava envolvido com ela, mas a partir daquela discussão, se deu conta de que o que sentia por Kate era muito forte, intenso, era amor de verdade. Com tanta mulher no mundo, justamente ele foi se apaixonar por ela, complicada, fugitiva, impulsiva, com personalidade forte e independente. Sua liberdade o assustava. Kate não era mulher de se deixar abater por homem nenhum, era como um cavalo indomável que se negava a botar cabresto. Isso ao mesmo tempo lhe era irresistível, um desafio como ele tanto adorava, como era um problema, visto que ele era uma pessoa que gostava de ter tudo sob controle.

Pensou umas 50 vezes antes de agir, mas decidiu ir atrás dela. Já tinha se passado uns meses desde a briga.

Tocou a campainha. Ninguém atendeu, mas ele sabia que ela estava lá dentro porque ouvira barulho de televisão.
-Kate, sou eu, por favor abra a porta, precisamos conversar.
Jack batia insistentemente na porta. Kate não queria abrir de jeito nenhum, estava muito magoada com ele. Mas ela sabia o quanto ele era teimoso e não desistiria até que ela fosse falar com ele. Para que não houvesse escândalos, Kate abriu finalmente a porta.
-O que você quer Jack?
-Preciso falar com você.
-Entra.
Ela fechou a porta com força, estava com a cara aborrecida.
-Kate, me desculpa. Eu fui um completo idiota naquele dia. Eu estava nervoso com aquela situação atípica.
-Você me ofendeu. Foi como se me apontasse o dedo e me chamasse de vadia criminosa.
-Kate, eu me descontrolei, aquele cara tava me provocando.
-E você preferiu acreditar nele do que em mim? Eu te avisei, Jack, que não ia dar certo entre nós. Você é todo certinho, tem uma vida normal, nunca que vai me aceitar.
-Você está enganada Kate. Acha que não te aceito? Depois de tudo o que eu fiz para te proteger? Se eu não te aceitasse, teria te entregado para a polícia faz tempo.
-Não me entregou mas fica me acusando. Me senti julgada quando você disse que desconfiava que aquilo poderia ser armação minha e do Sawyer! Como pode pensar isso de mim?
-Sinto muito. Kate, eu tenho um sério problema de confiança. Eu já fui traído pela minha ex-mulher e desde então, nunca mais consegui confiar plenamente em ninguém. Quando alguém te engana, te machuca, a ferida demora para cicatrizar, mas por mais que se cure, deixa marcas para sempre na gente. Tem razão de ficar brava comigo, eu perdi o controle. Senti ciúmes dele, do jeito que ele te olhou e falou com você. Eu só quero me sentir mais seguro, sabe. Eu sei que você é uma mulher livre, não deve nada a ninguém, não me deve explicações. Mas eu preciso disso de vez em quando, preciso saber se não estou mergulhando de cabeça em uma relação que vai me arrasar, porque eu não vou agüentar isso de novo.

Ele se sentou na beira da cama e ficou cabisbaixo. Kate se ajoelhou perto dele, segurando suas mãos.
-Jack, você precisa confiar mais em mim. Eu saí com aquele homem sim, mas eu ainda não te conhecia. Ele faz parte do meu passado, eu estou com você agora. E espero estar sempre com você.
Jack a olhou com os olhos aflitos e carentes. Ela por sua vez o olhava de um jeito firme. Queria demonstrar para ele todo o seu amor e queria receber de volta, confiança. Kate passou a mão em seu rosto, o beijando calorosamente.
-Kate, me perdoa?
-Claro que sim. Jack, o medo que você sente é o mesmo que eu sinto, mas eu não posso e não quero mais fugir de você.

Ele a calou com um beijo. Eles se beijavam suave e lentamente, depois abriram as bocas e as línguas pareciam duelar. Logo após, ele mordiscava o queixo dela, depois o pescoço. Jack a tocava, os mamilos dela estavam enrijecidos sob a blusa. Entre beijos, carícias, abraços, foram se despindo aos poucos.

As mãos de Jack subiam e desciam sobre as coxas de Kate, até que pararam sobre o seu sexo, seus dedos mergulharam por dentro da calcinha dela e brincaram um pouco com o clitóris. Ela já estava bastante úmida. Kate se livrou da lingerie.

Os dois ficaram frente a frente, Kate enlaçou seus braços ao redor do pescoço de Jack. Ela sentou-se no colo dele, suas bocas se uniram num beijo ardente, seus corpos se esfregavam um no outro até se encaixarem perfeitamente. Ela subia e descia de uma maneira ritmada, enquanto ele ocasionalmente abaixava a cabeça e beijava seus seios com vigor. Aumentaram os movimentos e se entregaram um ao outro por completo.

Naquela noite, queriam fazer as pazes, matar as saudades que sentiram um do outro depois do tempo em que ficaram brigados.

No dia seguinte...

Hospital San Sebastian

Diane obteve uma súbita melhora inexplicável. Acordou do coma, embora ainda dormisse a maior parte do tempo. Estava muito debilitada, seu estado de saúde era preocupante. Jack estava a examinando, queria saber se ela tinha recuperado a consciência, se teve seqüelas pelo tempo em que ficou desacordada, quando ela pegou em sua mão.

Diane falou baixinho, ele se aproximou mais para escutá-la.
-Doutor, preciso de ajuda. Quero falar com meu advogado antes de morrer.
Mais tarde, o advogado falou com a sra Austen. Quando ele saiu da sala, Jack perguntou a ele se ela tinha se expressado corretamente e de forma coerente. Deu a desculpa de que estava checando sua atividade cerebral e função lógica, só para que o advogado lhe contasse o assunto da conversa.
-Ela me disse que vai retirar as acusações contra a filha.
Depois que o advogado foi embora, Jack entrou no quarto.
-Sra Austen, desculpe me intrometer no assunto, mas é verdade que a sra vai retirar a queixa contra a sua filha?
-Sim, é verdade. Eu estou morrendo. Não queria ir embora brigada com ela. Katherine no fundo é uma boa menina, só é valente demais da conta. Fiquei com ódio por ela ter feito o que fez contra o próprio pai, mas eu também fui errada. Menti para ela, que cresceu pensando que um outro homem era o pai dela. Nunca conseguiu lidar direito com essa verdade, ainda mais porque ela me via sofrer na mão dele. Acho que ela só quis me proteger, mas somente agora me toquei disso.
-Se a sra pudesse, gostaria de revê-la pela última vez?
-Claro. Assim quem sabe ela pudesse me perdoar.

Jack saiu da sala correndo e ligou para Kate, dizendo que ele ia apanhá-la dali a alguns minutos. Ela percebeu pelo tom de voz dele que era algo urgente e tratou de se arrumar. Kate se assustou quando viu que ele a trouxera para o hospital.
-Jack, mas e os guardas? Eles podem me prender!
-Isso não vai acontecer, Kate. Sua mãe retirou as acusações.
-O que?
-Hoje de manhã. Ela chamou o advogado e pediu para que ele tomasse as providências legais.
-Ela acordou?
-Ela está consciente e quer vê-la. Por isso eu te trouxe correndo aqui.
Kate o abraçou, as lágrimas escorriam pelo seu rosto.
-Obrigada Jack. Obrigada por tudo!
Ao vê-la entrar no hospital, um policial que estava na viatura lá fora chamou o agente Ed Mars imediatamente.

Kate se aproximou da cama. Suas mãos tremiam, ela estava nervosa. Os últimos encontros com sua mãe não tinham sido nada agradáveis.
-Katherine!
-Mãe, me desculpa. Eu sei que fui uma péssima filha, só te trouxe sofrimento e decepção, me perdoa!
Kate chorava como uma menina. Sua voz sumia por causa do pranto.
-Me perdoa, filha? Eu é que te peço perdão. Retirei as acusações, não quero mais brigar com você. Sinto muito por ter feito você fugir desse jeito, você não merece essa vida de criminosa. Eu sei que você fez o que achou certo para me defender.
-Eu te perdôo, mãe.
-Também te perdôo, filha. Que deus te proteja e que você possa encontrar paz no seu coração.
Diane deu um último olhar para Kate. Elas estavam de mãos dadas, Kate sentiu a mão de sua mãe perder a firmeza. Diane fechou os olhos e a máquina que acusava os batimentos cardíacos mostrava uma linha reta. Uma médica entrou na sala e tentou reanimar a sra Austen, mas ela se fora.

Kate chorava desesperadamente, Jack entrou na sala e a abraçou. Ela soluçava, sua dor era imensurável. Os dois saíram do local, Kate sentou-se na cadeira da sala de espera e Jack foi pegar um copo d’água. Nesse momento, Ed enfurecido, corre em direção à Kate. O agente não se conformava, estava puto da vida que depois de anos de perseguição, as queixas sob Kate tinham sido retiradas. Ele perdera a razão, queria pegá-la de qualquer jeito.
-Sua desgraçada!

Kate levantou os olhos e o viu apontando-lhe uma arma. Ela saiu correndo, ele a perseguiu. O agente, descontrolado, atira em sua direção, Kate corre e desvia-se dos tiros. Uma movimentação de pessoas desesperadas correm pelo hospital, Jack tenta alcançá-los. No instante em que Ed puxa o gatilho, Jack pula em cima dele, o derrubando. O tiro pega no vidro da janela, a arma voa longe. Ed dá um soco em Jack e põe as mãos no pescoço dele com a intenção de enforcá-lo. Kate fica apavorada e pega a arma pronta para atirar no agente, mas nem foi preciso.

Ed soltou Jack e começou a passar mal. Colocou a mão sob o peito e deu um grito de dor, caindo no chão. Ele teve um ataque cardíaco fulminante, morrendo exatamente naquela hora.
CONTINUA...

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