sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Fic: Destinos Cruzados - Capítulo 15 (final): Destino encontrado

2007

Parte 1

Lapidus e Sayid trabalham duro consertando o avião. Frank havia passado os últimos meses arrumando o motor, Sayid estava ajudando-o na parte elétrica. Estavam alheios a batalha que acontecia na ilha principal.
-Então Frank, acha que conseguiremos?
-Talvez possamos chegar até alguma ilha asiática, só espero que a máquina agüente as turbulências que teremos que atravessar seguindo as coordenadas corretas.
-Vou dar um pulo na ilha principal para ver se acho mais algumas coisas necessárias para o improviso que farei no painel. – Sayid se dirigiu à canoa, partindo para o local.

Kate corre desvairada pela mata, de repente, sente uma tontura, tropeça e cai. Uma pessoa a ajuda a se levantar.
-Kate? O que está havendo?
-Juliet, que bom te encontrar! Escute-me, preciso de sua ajuda. Jack foi profundamente ferido, ele precisa de cuidados médicos. Por favor, ele está naquela direção, deitado, encostado a uma árvore, tem que me ajudar!
-Claro, eu já vou!
-Mais tarde volto até lá, mas antes preciso encontrar uma pessoa urgente.
Kate então viu outro alguém próximo.
-Claire? O meu Deus, você está viva!
-O que está acontecendo, Kate? Por que Jack foi ferido?
-Está havendo uma guerra. Os outros estão sendo atacados pelo Locke e Ben, juntamente com outros rebeldes comandados por eles. Eles atingiram Jack com uma facada. Juliet, vai logo, não tenho tempo de te explicar tudo!
-Estou indo.
Juliet saiu em disparada seguindo a trilha deixada por Kate. Kate já saia correndo novamente quando Claire lhe dirigiu a palavra:
-Espere, eu vou com você.
-Claire, não é seguro. Há uma batalha acontecendo!
-É por isso mesmo que eu vou até lá. Não quero mais me esconder.

Kate percebeu que ela estava bastante mudada. Em nada lembrava aquela Claire ingênua e assustada, parecia uma guerreira, com armas em mãos e coragem para lutar. As duas voltaram para o meio da confusão. Flechas com fogo, tiros voavam por todos os lados. Kate procurava por Illana, mas estava difícil localizá-la perante aquela multidão. Avistou Richard e perguntou:
-Você viu a Illana?
-Na última vez que a vi, ela foi naquela direção.
Kate correu para lá. Disparou uns tiros naqueles que procuravam impedi-la. Subiu em um morro mais alto e avistou Illana ao longe. A morena lutava bravamente com um grupo de “dissidentes”. Kate resolveu ir até lá.

Enquanto isso...

Juliet corria pela mata quando teve que se esconder: uns “dissidentes” armados passavam pelo local. Atrás do bambu, a loira viu que eles miravam em direção a alguém. Ela olhou mais adiante, tentando observar o alvo e ficou desesperada ao ver que Sawyer estava na mira. Por impulso, Juliet pegou um galho de árvore próximo e deu uma paulada na cabeça dos dois homens.

Sawyer ouviu o barulho de algum tiro por perto e ficou besta ao ver quem o tinha salvo: Juliet. Imediatamente, ele correu em sua direção:
-Não posso acreditar no que vejo...É verdade, Juliet? Blondie?
-Pode acreditar James, sou eu mesma, eu estou viva!
Sawyer a agarrou, dando-lhe um beijo intenso, tocando seus cabelos e seu rosto.
-Como isso é possível?
-Eu não cheguei a morrer com a bomba, os outros me salvaram, mas Jack me disse que você tinha ido embora tentar a sorte lá fora. Só Deus sabe como eu quis ir atrás de você, sair desse lugar, te ver de novo! Pensei que nunca mais te veria!
-Pensei que tivesse te perdido para sempre, sweetheart.
-James, preciso ir, Kate disse que Jack foi gravemente ferido, estou o procurando, ele deve estar por perto.
-Eu vou com você.

Os dois caminharam a passos largos até que avistaram o corpo de Jack desacordado estendido no chão.
-Jack? Consegue me escutar? Jack?
Juliet o sacudia, nenhuma resposta foi obtida.
-Ele está morto? –Sawyer perguntava.
Juliet abaixou a cabeça e tentou ouvir o coração dele.
-Está vivo! Mas está desacordado.
Juliet retirou o pano que cobria a ferida.
-O meu Deus, o corte foi muito profundo. Temo que tenha perfurado algum órgão. Ele está pálido, perdeu muito sangue e se não receber uma transfusão, não vai resistir. Não podemos fazer nada aqui neste lugar, se ao menos os outros não estivessem na batalha, eles poderiam curá-lo. Posso dar um jeito no ferimento, mas ele precisaria de cirurgia, James, não sei como poderei tratá-lo nessas condições.
-Tenho uma ideia, Rose e Bernard. Será que ainda moram por aqui? Eles estavam em uma cabana em 77, será que ainda existe? Fique aqui, enquanto eu procuro, lembro-me que era aqui perto.
Sawyer andou um pequeno trecho até que avistou a cabana.
-Rose? Bernard?
O casal saiu imediatamente ao ouvir o chamado.
-Sawyer?
-Precisamos de ajuda.

Bernard e Sawyer voltaram para onde Juliet estava. Os homens carregaram cuidadosamente Jack e levaram até a cabana. Rose procurava auxiliar Juliet, esquentando água para que ela molhasse o pano limpo e cuidasse da ferida.

Jack estava tremendo e suando de febre, ainda desacordado. Elas tentavam baixar a temperatura, mas por causa da perda de sangue e provável infecção, ele se mantinha febril e começou a delirar.
-Kate...
-Acalme-se Jack, ela logo vai chegar.

Kate desceu o vale em direção a Illana, quando viu que Ben e Locke se aproximaram da morena.
-Então essa é ela, a filha de Jacob? Interessante. –Ben falava com toda a calma do mundo.
-O pai já conseguimos nos livrar, agora nos resta esse empecilho. – fake Locke sorria.
-Não tenho medo de vocês. – Illana desafiava ambos.
-Pois deveria ter!
Illana avançou no fake Locke, que a arremessou com toda a sua força para longe. Mesmo dolorida, ela se levantou e revirava os bolsos. Olhava disfarçadamente para um lado. Kate percebeu e resolveu ir até o local para onde Illana olhava, certamente alguma coisa havia ali. A sardenta andou discretamente e sem fazer barulho. Ao chegar, viu que atrás de uma pedra grande havia um baú prateado: o mesmo que abrigava o corpo do verdadeiro Locke.

Illana notou que Kate estava ali e continuou a mexer nos bolsos. Ela parecia querer transmitir uma mensagem, Kate tentava entender o que ela teria no bolso que se relacionasse com o baú.

Mesmo tendo disfarçado, Ben percebeu o movimento.
-Para onde você está olhando? O que tem lá?
-Você é ridículo, não passa de um mero empregadinho dele? Não consegue ser líder sozinho?
-Calada, sua vadia!
Ben se aproximava de Illana, que lhe deu uma rasteira, fazendo com que ele caísse no chão.
-Precisa arranjar uma namoradinha melhor. – Ela sorriu sarcasticamente para o fake Locke.
Uma fumaça negra se formou ao redor de Illana, de modo que ela não via mais nada alem. A fumaça a cercou e envolveu o seu pescoço. Uma voz ao fundo dizia:
-Agora, Ben, faça o seu trabalho, acabe com ela!
Illana gritou e jogou um isqueiro em direção a Kate:
-Queime o baú! Queime!
Apesar do barulho, Kate ouviu e depressa pegou o isqueiro, abriu o baú e tacou fogo no corpo do Locke morto.

Neste instante, a fumaça começou a se mover velozmente, um vento forte se abateu pelo local, a fumaça negra foi até o céu e em linha reta adentrou pela boca do fake Locke, que gritava. Depois, uma chama tomou conta do corpo dele, até que se dissipasse por inteiro, se reduzindo a cinzas.
Ben observava boquiaberto o acontecimento, Illana aproveitou sua distração e lhe deu um chute, Ben largou a faca. A morena a pegou e cravou na barriga de Ben.
-Isso é por você ter matado Jacob!
Ben caiu no chão, de olhos abertos. Ainda teve tempo de balbuciar umas palavras:
-Os grandes lideres da humanidade morreram golpeados por uma faca, Jacob, Julio Cesar...Você me deu uma morte de líder.
O sangue escorria pela sua boca. Ben então parou de se mexer, mas seus olhos continuavam arregalados.
-Bom trabalho Kate.

Sayid chega na ilha principal e se depara com o cenário de uma guerra. Quase é atingido por uma flecha, mas é salvo por Claire.
-Tome cuidado. Fique com uma arma.
A loira continua na batalha, Sayid a observava admirado. Nem reconhecia a velha Claire de antes, parecia estar diante de Danielle Rosseau.
Sayid estava no meio da multidão quando Kate o encontrou.
-Kate, eu vim até aqui pegar umas poucas coisas para o ajuste final do avião. Está praticamente consertado, logo mais viríamos buscar vocês para partirmos. Mas aí me deparei com essa guerra!
-São os outros e os “dissidentes”, alguns rebeldes que lutam pelo território a mando de Ben e do fake Locke. Eles morreram, Illana acaba de matar Ben e...pode-se dizer que acabamos com a criatura que se apoderava do John. Sayid, tem certeza que o avião está em condições de deixar a ilha?
-Espero que sim.
-Preciso ir. Jack está ferido, ele precisa deixar a ilha urgentemente. Deixei Juliet cuidando dele, mas vou retornar para lá agora.

Sayid e Kate correram para o local onde ela tinha deixado Jack. Bernard estava lá e avisou que eles tinham acolhido Jack em sua cabana. Kate adentrou o local apavorada.
-Como ele está?
-Inconsciente. Kate, fiz o que pude, mas é muito grave, não tenho como curá-lo aqui.
Kate chorava desesperada na beira da cama. Colocou a mão sob a testa de Jack, tocando o seu rosto delicadamente. Depois, pegou na mão dele e disse em seu ouvido:
-Eu estou aqui ao seu lado. E sempre vou estar. Por favor, Jack, não se vá, fique comigo!

Sayid decidiu que a melhor maneira de salvar Jack seria saindo da ilha. Assim, ele, Sawyer, Juliet e Kate resolveram carregá-lo até o barco e levá-lo para a ilhota, Jack teria que embarcar o mais depressa possível.
-Vocês não vem com a gente?
-Muito obrigada, Juliet, mas depois de tanto tempo, aqui é o nosso lar. Estamos no fim da vida, eu e Bernard, não temos mais saúde para enfrentarmos o mundo lá fora. Mas vamos torcer por vocês.
-Obrigada por terem o acolhido aqui.
-Vai em paz, Kate. Cuide do Jack. Vou rezar para que ele se salve.
E assim, o grupo partiu, dando adeus a Rose e Bernard.

Foram para a ilhota. Sayid tratou de fazer os últimos ajustes no avião, juntamente com Lapidus.

Sawyer regressou para a ilha principal, ia resgatar Jin, Sun, Miles, Hurley e quem mais quisesse ir embora da ilha. Apenas algumas pessoas quiseram partir, muitos haviam morrido na guerra e Illana e seus amigos decidiram permanecer na ilha.

Parte 2

Meses depois...

Jack abriu os olhos. Estava deitado, sozinho no meio do mato. Tudo estava extremamente calmo. Os verdes das folhas estavam mais vistosos, as cores lhe pareciam mais intensas. Ele estava na ilha e não entendia o que se passava. Olhou para baixo, tocou o ferimento da facada, mas ele estranhamente não sentia dor. Começou a caminhar, olhando para todos os lados. Viu um vulto mais adiante.

Ao se aproximar, percebeu que aquela pessoa lhe era familiar. O terno bem cortado, os cabelos grisalhos, os tênis que ele havia calçado por não ter sapatos decentes para o funeral: era Christian.
-Pai?
Christian apenas sorriu e continuou caminhando. Jack o seguia até que eles chegaram na cachoeira. Christian parou em um canto, próximo a rocha.
-O que está acontecendo? Eu morri?

Fora da ilha...

Assim que saíram da ilha, Sun e Jin chegaram à Coréia e passaram imediatamente na casa da mãe de Sun. Jin finalmente pode conhecer Ji-Yeon. Ele pegou sua filha no colo e a abraçou, chorando emocionado. Sun abraçou os dois também, enfim sua família estava reunida de novo!

Hurley regressou para a mansão, sendo recepcionado por seus pais calorosos, que o enchiam de beijos, como se ele fosse ainda um menino. Somente pararam com a cena ao ver que não estavam sós. Hurley trouxera Sayid, que iria passar uns tempos hospedado lá até decidir o que fazer da vida.

Miles ficou surpreso ao ir ao banco e ver depositado em sua conta a quantia que tinha pedido a Widmore por ter ido ao cargueiro. Não iria mais continuar com a atividade de vidente, já chega de confusão em sua vida. Iria abrir um negócio juntamente com um sócio, Sawyer.

Sawyer surtou de alegria quando por um acaso foi checar a sua antiga conta bancária que tinha aberto em 77 e verificou que havia um saldo enorme nela. Por ter ficado aplicado durante anos, os investimentos renderam significativamente. Ele estava rico! Mais do que depressa, correu de volta para casa e pediu Juliet em casamento.

Juliet finalmente reencontrou sua irmã e pode conhecer o seu sobrinho pessoalmente. Ela iria abrir a própria clínica de genética, nunca mais aceitaria propostas duvidosas de empresas em que tivesse que se mudar para longe.


Christian apenas olhava para o filho, Jack, emocionado, falava com lágrimas nos olhos:
-Me perdoe, pai. Eu fui muito duro com o senhor, não devia ter contado a verdade sobre a paciente, eles caçaram a sua licença médica. A mãe tem razão, eu deveria ter ficado ao seu lado, te apoiado. Mas eu estava cego, com tanto ódio no coração, com tanta raiva por você estar daquele jeito! Eu sempre te admirei, por isso também me tornei médico. Era insuportável para mim te ver se destruindo, se acabando por causa de um vicio. Somente mais tarde pude perceber o quanto fui imaturo.
Christian colocou as mãos sobre o ombro do filho e finalmente decidiu falar:
-Eu estava em Sidney, num bar, pensando em tudo o que aconteceu na minha vida, todas as minhas escolhas, acertos, erros. Foi então que eu me dei conta de que fui um péssimo pai, ou melhor, eu não fui um pai, nem para você e nem para a sua irmã. Como eu poderia cobrar amor e compreensão por parte de você se eu mesmo não tinha te ensinado isso? Eu percebi que mesmo fazendo de sua vida um inferno em muitas vezes, você se tornou um excelente médico, mais ainda, uma excelente pessoa. Um homem de caráter, nobre, embora sombrio e inseguro. E o pior é que eu contribuí para isso. Talvez o fato de eu estar sempre te cobrando, fez com que você sempre quisesse provar alguma coisa para alguém. Você precisa confiar mais em si mesmo, eu já te disse uma vez.
Jack escutava tudo calado.
-Continuando, eu estava no bar me segurando para não beber, sabe por que? Porque eu queria ligar para você, pedir desculpas, pedir ajuda, quem sabe. Mas eu não tive coragem. Bebi tudo o que tinha para beber. Eu parti sem que pudesse te dizer tudo o que eu queria te dizer.
-E o que você queria me dizer?
-Que eu tenho orgulho de você. Orgulho por você ter se tornado um médico brilhante, até melhor que eu fui em toda a minha vida. Você fez a coisa certa, eu não estava em condições de exercer a profissão. Eu queria tanto ter dito isso a você, agora finalmente nos encontramos e eu pude te dizer. Vou poder descansar em paz.
Christian sorriu e já ia se distanciando, quando Jack o interrompeu:
-Pai, espera, aonde o senhor vai?
-Vou para o meu lugar, para onde eu devo estar.
-E eu? Para onde eu vou?
-Para casa. Você precisa voltar, ainda não é a sua hora. Você ainda tem deveres a cumprir. Kate precisa de você.
Christian deu um abraço apertado no filho.
-Adeus, Jack. Até algum dia.
Dito isso, seu espírito sumiu. Jack estava sozinho novamente. Estava perdido, parecia ouvir vozes ao longe, mas não conseguia escutá-las direito.

Kate arrasta uma cadeira e senta-se ao lado da cama. Pega na mão de Jack, a acariciando. Permanece durante um tempão ali, o olhando até que se levanta e se aproxima de seu rosto. Kate fala baixinho em seu ouvido, suplicando-lhe:
-Jack, por favor, volte! Eu preciso tanto de você! Eu não posso mais agüentar tudo isso sozinha. Não vivo sem você. Não me deixe aqui. Não me deixe, meu amor. Volte.

A voz se tornava mais forte, mas Jack ainda se esforçava para ouvir. Corria desesperado em direção ao som, olhava para todos os lados. Caminhou por mais uns instantes e viu um feixe de luz intenso. Rumou em direção à claridade.

Jack abriu os olhos. Ele estava no hospital, pode reconhecer pelo barulhinho irritante dos aparelhos. Estava um pouco confuso, tinha passado alguns meses em coma. Sentiu alguém segurando sua mão e olhou para baixo. Kate estava debruçada sobre sua cama, ela tinha adormecido sentada na cadeira, segurando a mão de Jack. Ele mexeu a mão, a chamando baixinho:
-Kate...
Kate acordou meio atordoada e levou um susto quando se deu conta de que reconhecia aquela voz.
-Jack? O meu Deus, Jack, você acordou!
Kate chorava de emoção, suas mãos tremiam, ela não conseguia conter-se de tanta felicidade.
-Jack, está tudo bem? Como você se sente?
-Eu voltei por você.
-Eu te amo, Jack.
-Eu te amo! E é muito bom ouvir isso de você.
Kate o beijou carinhosamente. Depois explicou para ele como eles tinham saído da ilha, com o avião consertado. Contou sobre os demais losties, de como todos torciam pela sua recuperação e que a vida de cada um estava muito boa.
-Eu revi o Aaron, ele está tão lindo! Ele me reconheceu, mas já se acostumou com a avó dele. Além do mais, agora ele tem a mãe verdadeira cuidando dele.
-Como assim, Claire, você a achou?
-Ela estava na ilha. Claire sofreu muito, passou anos vivendo sozinha, como Rosseau, mas está bem melhor agora. Ela fez terapia logo quando voltamos, voltou a ser aquela pessoa doce de antes, embora bem mais corajosa! Jack, você tinha que ver como ela lutou na batalha! Consegui cumprir minha promessa com a Sra Littleton, trouxe a filha dela de volta!
-E está tudo bem contigo, Kate? Eu digo, deve ter sido muito doloroso rever Aaron e não poder cuidar mais dele como mãe.
-Não tem problema, Aaron é meu sobrinho. Além do que, não vou nem ter tempo de sentir falta de ser mãe.
Jack a olhou de um jeito confuso.
-Não estou te entendendo.
Foi então que ela pegou a mão dele e a colocou sobre sua barriga.
-Não dá muito para perceber ainda, mas creio que no mês que vem já vai estar um pouco mais saliente.
Jack a olhou admirado. Sorriu e ao mesmo tempo, lágrimas escorreram pelo seu rosto. Estava emocionado. Acabara de voltar à vida e descobriu que ia ser pai. Os dois se abraçaram, Jack se lembrou das palavras de Christian. Então foi por isso que ele lhe dissera que ele ainda tinha deveres a cumprir e que precisava cuidar de Kate!

Enquanto isso na ilha...

Richard e Illana estão sentados diante do mar. Observam o horizonte.
-Sempre pensei que o destino daquelas pessoas terminasse aqui.
-A ilha nos dá a oportunidade de consertarmos nossas vidas. Aquelas pessoas estavam no limite quando caíram aqui, foi como se conseguissem uma segunda chance. Teve gente que agarrou a oportunidade e aproveitou, teve outras que cumpriram o seu propósito e já não tinham mais como evoluírem, por isso se foram desta vida. Outros, ainda não aprenderam e provavelmente voltarão algum dia, para cumprirem sua jornada.
-Era isso que Jacob te dizia, Richard?
-Sim. A vida, assim como tudo na natureza, é cíclica. É constituída de nascimento, crescimento, evolução e morte. Outras pessoas virão para a ilha e tudo recomeçará, pode ter certeza.

E assim, o povoado dos outros continuava a ocupar o local. Prosseguiam com suas vidas, mas sabiam que em algum dia, o ciclo iria recomeçar, seja com um acidente aéreo, com barcos que naufragavam, navios que se perdiam...A ilha permaneceria como esse local mágico, onde milagres aconteciam, pessoas que perderam sua fé a recuperariam, almas perdidas encontrariam redenção e destinos seriam cruzados.

FIM.

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