segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Fic: Destinos Cruzados - Capítulo 14( penúltimo): A batalha

Parte 1

2007

Juliet está sozinha na mata. Ela acabou de ter os flashes de épocas distintas: vôo 815 caindo na ilha, ela levando as refeições para Jack no aquário, vivendo em barracas junto com os demais losties, sentada na praia bebendo rum com Sawyer observando o cargueiro explodir, os anos em que viveu junto à Dharma, a bomba, sua quase morte e posterior recuperação em 77. Depois, teve flashes de um outro 2004, em que não houvera queda de avião e ela continuava a ser uma outra, morando na vila.

Ela estava completamente confusa, será que estava louca, foi tudo um sonho? Por que a existência de duas versões de 2004?

Juliet andava pela mata e não avistava mais ninguém. Estava desesperada, pensou que tinha morrido de verdade desta vez. Chamava pelo nome de seus amigos, olhava para todos os lados, nem sinal de uma pessoa. Sentou-se perto do riacho, bebeu um pouco de água e quando levantou a cabeça, levou uma pancada de um galho de árvore. Alguém a arrastou para dentro de um esconderijo e tampou.

Um tempo depois, a loira acordou meio zonza em um lugar escuro. Alguns raios de sol se infiltraram pela tampa de madeira. Ela não sabia onde estava, começou a examinar o local. Era um esconderijo, havia alguns equipamentos estranhos, engenhocas que envolviam eletricidade, algumas roupas femininas espalhadas. Ao virar-se, Juliet levou um susto ao olhar para um semblante conhecido:
-Claire?

Claire a olhou de um jeito esquisito, parecendo não reconhecê-la. Nada dizia, apenas andava de um lado ao outro, parecendo um bicho do mato. Sentou-se em um canto e pegou uma caixinha velha de música e deu corda para tocar. Juliet se aproximou dela com cuidado, ajoelhou-se dizendo:
-Que linda, uma caixinha de música! Posso ver?
Claire olhou para ela e deu um grito, escondendo a caixinha debaixo de uma coberta. Juliet estava horrorizada ao ver a situação, Claire parecia ter enlouquecido. Ela tornara-se uma nova Rosseau, vivendo isolada dentro do antigo esconderijo da francesa.
-Claire, escute, precisamos sair daqui e encontrar os nossos amigos.
-Eles se foram, não tem mais ninguém aqui!
-Então foi aqui que você viveu durante o tempo em que vivemos nos anos 70. Claire, você viu os clarões? O grupo que ficou na ilha, eu inclusive, sentiu os clarões diversas vezes, até que parou e ficamos 3 anos sem termos isso.
-Não vi clarão nenhum. Eu estava dormindo na mata, Sawyer e Miles estavam comigo. Acordei e meu bebê não estava ao meu lado, fui procurá-lo e vi meu pai o segurando. Depois, ele sumiu, corri atrás dele e acabei ficando sozinha. Não tem mais nada aqui, ninguém.
-Que estranho, então você não viajou no tempo como nós.
-Não entendo o que diz, mas acabo de ter umas visões há pouco. Me lembrei de vários momentos que passei na ilha após a queda do avião, depois vieram lembranças do tempo em que vivi sozinha e todos se foram. Os flashes pararam um pouco até que vieram outros, mas desta vez eu vivia fora da ilha em LA.
-Eu também tive esses flashes, o que será que está acontecendo? Vamos sair daqui e procurar o pessoal.
-Não! Não é seguro, não podemos sair, tem perigo lá fora!
-Quem está lá fora? Não vi ninguém.
-Tá lá fora, tá sim. Não podemos sair, não, não!
Claire estava paranóica, de uma hora para outra, parecia sofrer um transtorno até que Juliet conseguiu acalmá-la.
-Está tudo bem, calma.
-Quem é você? O que faz aqui, sai daqui! Sai!

Claire começou a jogar coisas em cima de Juliet e a se debater feito louca. Juliet conseguiu abrir a tampa do esconderijo e finalmente sair. Resolveu continuar caminhando pela ilha, para ver se encontrava alguém.

Jack e o pessoal caminhavam em direção à praia. Chegaram ao antigo acampamento deles, da época em que viveram na ilha logo após a queda do vôo. O local estava abandonado, garrafas de água vazias ainda se encontravam em alguns cantos, lonas velhas que eles usavam para cobrirem as barracas estavam furadas e desgastadas pelo tempo, mas ainda permaneciam lá.
-Lar doce lar. – Jack chega no ponto de sua antiga barraca.
-Tinha me esquecido de como sua barraca era espaçosa. – Kate se aproximou.
-O que? Ah, mas é porque a minha tenda servia ao mesmo tempo de moradia e ambulatório, por isso era a maior.
-Assim é bom, porque pelo menos tem lugar para nós dois agora.
Kate sorriu graciosa para ele, Jack a olhou e retribuiu com um sorriso, meio desconcertado. A espontaneidade e o jeito com que ela flertava com ele o deixava encantado.

-Não posso acreditar nisso, miséria de vida! Eu estava prestes a comprar a minha mansão e agora isso, voltei para meu barraquinho? – Sawyer reclamava, inconformado.
-É cara, não tem jeito, a pessoa é para o que nasce. – Hurley caçoava de Sawyer.

Sayid sentou-se na areia de frente para o mar. Não podia acreditar no que estava vivendo, mas algo lhe dizia que as coisas iriam mudar para melhor dali em diante. Observava o movimento das ondas quando notou alguma coisa dentro da água. Sayid foi até o mar retirá-la, era uma garrafa com algumas coisas dentro. Mais do que depressa, o iraquiano tirou a rolha e pegou os papéis. Ao desenrolá-los, arregalou os olhos surpreendido: pelo que ele se lembrava, era a letra de Faraday.
-Jack!
O doutor ouviu o chamado de Sayid e foi em sua direção.
-Veja se isso não te lembra uma pessoa?
Ao olhar para o papel, Jack ficou besta de ver:
-Daniel? Mas o que é isso?
-Acabo de achar dentro da garrafa trazida pelo mar. Não vi tudo, mas o pouco que vi fala sobre o que acabamos de presenciar. Vou analisar direito e juntar todos os papéis para ver se isso poderá nos ajudar a entender o que está acontecendo.
-Faça isso, Sayid. Vou reunir o grupo para ver se a gente acha comida, água. Precisamos nos alimentar direito, porque depois quero explorar a ilha em busca de respostas. Se descobrir alguma coisa, me dá um toque.

Jack juntou os amigos e eles se dividiram, uma parte ia para um lado e a outra, ia para o lado restante, em busca de suprimentos. Jin, Miles e Sawyer caminhavam recolhendo frutas pelo caminho. Estavam distraídos, quando ouviram um barulho de mato se mexendo. Procuraram se esconder porque estavam desarmados e ao avistarem a pessoa, ficaram boquiabertos.
-Sun?
Jin saiu em disparada ao vê-la.
-Jin? O meu Deus, é você!
Jin e Sun correram imediatamente para os braços um do outro. Pensavam que aquilo era um sonho, 3 anos separados era tempo demais, eles não agüentavam de tanta saudades. Se abraçaram e se beijaram, emocionados.
-Estive procurando você desde que voltei à ilha, mas não o encontrei. O que aconteceu?
-Não me encontrou porque estávamos em época diferente.
Sawyer e Miles a cumprimentaram com um abraço.
-Mas como assim, época diferente? E quanto ao Sayid, Jack, Kate e Hurley, eles voltaram comigo no avião e sumiram?
-Eles também foram parar em 1977. É uma longa história.
Os três tentaram explicar o que se passou, Sun ficou abismada com aquela maluquice.
Eles voltaram para o acampamento. O grupo de Jack voltou alguns minutos depois. Sun relatou o que se passara com ela.
-Enquanto vocês estiveram presos em 77, eu fiquei aqui em 2007, juntamente com as outras pessoas do vôo da Ajira, Lapidus, Ben e Locke.
-Locke? Como assim, ele estava morto, eu mesmo trouxe o caixão comigo no avião! – Jack se surpreende com a notícia.
-Deixe-me explicar tudo. John nos convenceu a ir ao encontro de Jacob. Os outros também foram conosco. Chegando lá, Locke e Ben entraram na estátua para falar com o tal do Jacob, aguardávamos lá fora quando Illana e seu grupo chegaram trazendo um grande baú prateado. Ela abriu e então ficamos assustados com o que havia dentro: o corpo de Locke morto.
-Como isso é possível? Espera aí, o Locke estava ao mesmo tempo vivo e morto? – Kate tentava entender.
-Concluímos que aquele que estava nos guiando não era o verdadeiro Locke, mas sim alguém se apoderando do corpo dele. Quando o indagamos para sabermos o que era essa criatura, vieram os clarões. Logo após os 2 clarões com flashes, Ben e o fake Locke desapareceram. Ninguém mais os viu até que começaram os ataques.
-Ataques? Explique isso, Sun. – Jack se interessava pela história.
-Eu estava vivendo junto com os outros e o grupo de Illana. Nós unimos as forças para nos defendermos. Certo dia, de repente, uma fumaça negra invadiu nosso acampamento, levando consigo algumas pessoas, foi horrível. A única maneira de nos defendermos foi nos escondendo. Não sabemos o que nos atacou, mas Richard tem certeza de que tem a ver com os dois.
-E onde vocês estão acampados?
-Próximo à estátua.
-É melhor irmos até lá amanha cedo então, já que estamos aqui precisamos nos preparar. Estamos desprotegidos, sem armas. É mais seguro ficarmos na companhia dos outros do que aqui sozinhos.
-E quem te garante doc, que vamos estar seguros com os outros?- Sawyer questiona.
-A Sun está ok, nós passamos um tempo no acampamento deles em 77. São pessoas estranhas, mas não temos alternativa a não ser confiar neles.
-O que você acha, Sayid?
-Eu concordo com o Jack. Eles salvaram a minha vida, alem do que, ficar desarmado na ilha é pedir para morrer. Se eles sofreram ataques então não são eles a quem devemos temer.

Era de noite na ilha. Tinha sido um dia exaustivo para todos. O grupo estava reunido na praia, diante da fogueira, enquanto Sayid relatava as teorias de Faraday.
-Daniel acreditava que passamos pelo fenômeno de “universos paralelos”. A vida de uma pessoa pode seguir em tempos diferentes, por isso, uma parte de nós estava ao mesmo tempo em 77 e 2004. Outros casos, como o da Sun, em 2004 e 2007. Ao girar a roda, a linha do tempo sofreu mudanças drásticas, provocando essa confusão toda. Se fossemos pensar em uma metáfora: imaginem um disco, estávamos em uma faixa, alguém esbarrou na agulha e pulamos, indo para a faixa anterior. Uma sucessão de eventos foi necessária para que tudo voltasse ao normal, de certa forma, o que aconteceu antes se repetiu. Somente depois de acontecer de novo, todos os fatos é que a linha do tempo se consertou, mas a partir do momento que a linha voltou aos eixos, esse 2004 paralelo se anula, apesar de lembrarmos do que aconteceu.
-Dude, minha cabeça tá girando. E olha que pensei que eu era louco antes, mas pelo visto, a culpa não é minha, esse lugar pira a cabeça da gente. – Hurley não estava entendendo mais nada.

Após horas e horas tentando compreender o que havia se passado, todos se recolheram em suas barracas. Precisavam descansar, no dia seguinte teriam um longo percurso a percorrer.

Jack e Kate estavam deitados e conversavam:
-Quando falei com Sawyer, antes de ir explodir a bomba, ele me disse que se eu fizesse aquilo nós dois nunca iríamos nos conhecer, você estaria com algemas. Eu disse para ele em resposta: “se for para ser, será”. E não é que mesmo neste outro 2004 que vivemos, acabamos nos conhecendo novamente?
-“Esse é o nosso destino”, você me disse. Agora começo a acreditar.
Kate deu-lhe um beijo suave de boa noite. Se aconchegou nos braços dele e os dois adormeceram.

Parte 2

No dia seguinte...

O grupo rumava em direção à estátua. Caminhavam calados, não queriam se cansar mais, era uma longa caminhada até o local. O sol estava se pondo quando chegaram no acampamento. Richard e Illana avistaram o grupo ao longe. Os dois pegaram a arma, não sabiam ao certo quem estava chegando.
-Quem são eles? – Richard tentava enxergar melhor.
-Aqueles que estão atrás da estatua.
Depois de dizer essas palavras, Illana se lembrou de sua pergunta “quem reside atrás da estátua?” Seriam essas pessoas os seus salvadores?
-Será que são eles “o que” Jacob se referia, aquilo que irá nos salvar? – Richard se recordou dos ensinamentos de Jacob.

Sun explicou para Richard e Illana que aquele era o seu grupo, que originalmente tinha caído na ilha em 2004 e depois em 2007, no vôo da Ajira. Illana olhou para Sayid, questionando onde ele esteve. Eles tentaram explicar a loucura de ter viajado no tempo, Illana achou muito estranho, mas Richard confirmou a história, dizendo que eles se hospedaram em 77 no acampamento dos outros, mas depois sumiram de repente.
-Então vocês pularam daquela época para agora? – Richard parecia pensar com a mesma expressão enigmática de sempre.
-Mas vamos falar do que interessa. Sun nos contou que vocês sofreram ataques recentemente. Tem ideia de quem foi? – Jack foi direto ao ponto.
-Se lembra de que, quando vocês estavam hospedados no nosso acampamento, algumas pessoas foram embora dali? Esse grupo, os chamamos de “dissidentes” foram morar em outra parte da ilha. Acreditamos que eles se juntaram ao Ben e ao fake Locke e nos atacaram.
-Richard, viemos até aqui porque não temos armas, estamos totalmente sem proteção. Se você nos permitir ficar, ajudaremos a lutar contra essa criatura que se apoderou do Locke e seus comparsas. – Jack tinha uma conversa de líder para líder com Richard.
-Jacob os enviou. Tenho certeza de que poderão nos ajudar.

Desta forma, Jack e seu grupo se acomodaram no acampamento dos outros. Era uma situação esquisita, se aliar aos antigos inimigos, mas agora eles notaram que o mal ia alem e precisavam unir forças e se defenderem.

1 dia depois...

Era de tarde. Todos tinham acabado de comer alguma coisa quando Lapidus chegou. O piloto ficou surpreso ao ver Jack e sua turma de volta. Contaram todos os acontecimentos para ele que não sabia se acreditava ou não naquela loucura toda. Frank estava na outra ilhota junto ao avião da Ajira. Passava a maior parte do tempo lá, somente as vezes pegava a canoa e ia para a ilha principal, buscar matéria-prima para a sua reforma. Ele tentava consertar o avião, mas estava difícil, era o único que entendia melhor de mecânica. Sayid prontamente se oferece para ajudá-lo no conserto. Os dois resolveram pegar uns suprimentos e retornar para a ilhota horas depois.

A noite caia sobre a ilha. A maior parte das pessoas tinha ido dormir. O silencio se abateu sobre o local. Tudo estava calmo quando de repente, uma chama caiu, atingindo uma barraca. Os outros rapidamente acordaram todos aos gritos para que se escondessem: estavam sendo atacados.

Hurley corria sem olhar para trás, estava apavorado com as flechas. Sawyer era mais experiente, já tinha sofrido esse tipo de ataque no passado. Jin correu para trás de uma árvore, Miles se escondeu perto de uma pedra, ao redor do acampamento. Jack tentava resgatar o máximo de pessoas possível, Kate o ajudava na empreitada.

Illana atirava para todos os lados, às vezes conseguia atingir em cheio o alvo, mas mirava no escuro, os “dissidentes” atacavam de foram muito rápida. Richard comandava o contra-ataque, orientando os outros com armadilhas. Os dissidentes cercavam o acampamento e começaram a descer o vale, para um confronto direto. Os outros se defendiam como podiam, dando flechadas nos inimigos.

Jack estava em posse de uma arma e atirava nos alvos. Kate fazia o mesmo. Sawyer resolveu lutar no confronto, pegando outra arma e ajudando os amigos. Jin e Sun acolhiam os mais velhos e fracos, os levando para longe da batalha e os escondendo. Hurley não conseguia se mexer, estava paralisado de medo da guerra. Um dissidente o pegou pelos cabelos, ele gritou pedindo socorro. Jack viu que ele estava em apuros e correu para salvar o amigo, atirando no inimigo. Jack resolveu levar Hurley para um local mais afastado, ele sabia que Hurley não ia conseguir fazer nada ali, era melhor escondê-lo. Quando corria de volta para a batalha, ouviu um barulho forte na mata. Jack correu quando viu uma fumaça negra em sua direção, mas infelizmente não conseguiu escapar a tempo: a fumaça o cercou e o arremessou longe.

O corpo de Jack bateu-se contra um tronco de árvore. Jack tentou se levantar, mas estava com o corpo dolorido. Quando olhou para cima, se deparou com um rosto conhecido:
-Jack, há quanto tempo!
Locke o encarava com um sorriso sarcástico.
-Eu te disse para não sair da ilha, mas você saiu e veja só o que aconteceu com seus amigos! Quanta gente morreu por sua causa!
Apesar de ser o corpo de John, Jack notou que ele parecia diferente. O jeito de falar, a postura, o olhar.
-O que você quer, John? Por que ataca essas pessoas?
-Eu mando na ilha agora. Já tenho o grupo que lidero, o resto não me interessa.
Nesse instante, Ben se aproxima.
-Olá, Jack.
Jack se levanta e o questiona:
-Ben, por que está do lado dele, você não sabe que ele não é o verdadeiro Locke?
-É por isso mesmo que eu estou do lado dele. Quem precisa do Locke, um sujeito metido à besta que nem para matar o pai teve coragem? John nunca se sacrificou o suficiente pela ilha, era muito filosófico, com o perdão da palavra.
-E por isso você prefere ser o capacho dessa criatura? Que espécie de líder é você?
-Do tipo que sempre vence. Eu sou o mocinho da história.
-Ben, já sabe o que tem que fazer não é?
-Claro. Com todo o prazer.
O fake Locke deu uma gravata em Jack, enquanto Ben o esfaqueou.
-Sabe que isso até que está ficando divertido, matar lideres! Acabei com John, depois com Jacob, agora você, Jack. JJJ, que bela trilogia!
Jack caiu no chão. O golpe fora certeiro. Com as mãos, tentava encobrir o ferimento.
-Adeus, Jack. Eu falei que você não ia sair da ilha nunca mais.

Ben deu um último olhar para Jack, depois partiu ao lado do fake Locke. Jack estava sozinho no meio do mato. Ele tinha certeza de que chegara a sua hora. Mesmo assim, pegou algumas folhas e retirou com esforço a camiseta, amarrando o ferimento para conter a hemorragia.

Kate estava na batalha. Olhou para todos os lados e notou a ausência de Jack. Foi se afastando aos poucos até que decidiu ir procurá-lo. Estava apreensiva por ele ter sumido e correu desesperada pela mata. Encontrou Miles pelo caminho, que disse que Jack tinha ido na outra direção. Kate corria por entre as árvores até que avistou um corpo estendido no chão.
Seu coração bateu acelerado quando viu que era Jack ali deitado.
-Jack? Por favor, me responda!
-Kate...eu fui atingido pelo Locke e Ben.
-Deixe-me ver o ferimento. O meu Deus! Me diga o que fazer, o que eu preciso pegar para ajudá-lo?
-Kate, escuta. Pelo que entendi, eles estão matando todos os lideres. Eu preciso que vá até lá e procure Illana. Ela pode ser a próxima vítima. Você precisa avisá-la.
-Eu vou, prometo. Mas antes, vou cuidar de você!
-Kate, não dá tempo. É melhor se apressar!
-Eu não vou te deixar, Jack. Não posso.
-Vá Kate, por favor.
-Eu vou buscar ajuda. Jack, agüenta firme!
Jack estava zonzo, tinha perdido muito sangue. Estava quase fechando os olhos, Kate o sacudia.
-Jack? Jack? Não vá, você não pode me deixar aqui sozinha! Eu te amo, sei que nunca te disse, mas é verdade. Eu te amo e não posso viver sem você, portanto, agüente firme! Por mim, por nós, por favor!

Kate chorava desesperada. Tocava o rosto de Jack, procurando acalmá-lo. Depois, saiu correndo. Tinha que buscar ajuda de qualquer jeito. Seu coração estava dilacerado, ela estava prestes a perder o amor de sua vida.

Jack fechou os olhos de vez. As pálpebras pesavam, o corpo doía, ele estava cansado demais. Depois de tanto lutar, não resistiu e caiu em um sono profundo.
CONTINUA...

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