quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Fic:A verdade está na ilha- Capítulo 13: Reencontro de família

Aaron saiu correndo ao ver Kate, Jack e Sayid. O garoto simplesmente não os reconheceu. Kate ficou paralisada, sem reação. Sayid lembrou das explicações de Juliet, com certeza Aaron tinha sido submetido ao tratamento psicológico. Jack abraçou Kate, que chorava inconformada e horrorizada com aquela situação. Seu filho sofrera na mão dos outros, Kate sentiu que talvez nunca mais teria Aaron de volta. Ele não a reconheceu e isso era o fim para ela.
De repente, ouviram alguém chamando por eles. Ao se virarem se depararam com Claire. Os 3 ficaram perplexos, Claire estava viva! Ela fez sinal com as mãos, ordenando que a seguisse. Levou-os para um lugar mais escondido.
-O que você está fazendo aqui, Claire? Pensamos que estivesse morta! – Sayid começou o questionário.
-Eu posso explicar. Não sei se acreditarão em mim, mas preciso da ajuda de vocês. Eu estava na mata, voltando para a praia com Sawyer e Miles quando resolvemos descansar. Todos dormiam, acordei no meio da noite e não vi Aaron. Fiquei desesperada. Então, vi meu pai segurando-o...
Jack sentiu um embrulho no estômago. Afinal, o pai dela também era o pai dele, logo Chirstian não aparecia somente para ele, mas também para sua irmã Claire. Ela continuava o relato:
-Pensei que estava louca, como meu pai podia estar aqui? Ele foi andando com Aaron no colo, fui atrás dele, mas aí ele sumiu. Olhei para todos os lados e de repente alguém tapou minha boca e desmaiei com o cheiro. Acordei em um lugar totalmente estranho, era um quarto. Gritei, estava com alguma coisa nas veias...Apareceram 2 pessoas, perguntei onde estava mas não me responderam. Somente me seguraram e deram uma injeção. Apaguei. Só me diziam que meu filho estava bem, mas eu precisava tomar remédios. O quarto ficava trancado, tinha grades na janela, tentei fugir mas não consegui. Uma “enfermeira” me dizia que se me comportasse bem, poderia sair do quarto. Resolvi seguir exatamente o tratamento. Os remédios eram fortes, ficava tonta, então decidi que não ia mais tomá-los, mas não disse nada.
-Quem eram essas pessoas, os outros? – Sayid prestava atenção no relato.
-Sim. Como eu estava me comportando direito, me deixaram sair do quarto. Fiquei em uma casa na vila. Todos os dias, a psicóloga, dra Harper, vinha me visitar. Conversávamos e percebi que ela tentava me manipular de certa forma. Quando fazia perguntas demais, questionava sobre Aaron, ela sempre me “empurrava” um remédio. Resolvi dar uma de boba, fingir que tomava os remédios, procurava não perguntar nada só para que eles pensassem que entrei no jogo deles.
-E então? – todos perguntavam ansiosos.
-Me apresentaram a todos. Explicaram que eram uma comunidade, onde cada um trabalhava em alguma coisa. Sugeriram que eu escolhesse uma atividade, resolvi cuidar da limpeza. Ficava quieta no meu canto, sorria sempre, tudo para que ninguém desconfiasse.
Certo dia, acordei mais cedo que de costume. Resolvi dar uma volta pela vila. Avistei 2 mulheres “puxando” uma criança teimosa pelo braço. Segui as 2. Entraram em um lugar muito estranho, parecia um galpão de fábrica. Abri a porta vagarosamente. Havia um corredor escuro. Caminhei nas pontas dos pés, me escondi em outro corredor paralelo ao principal. As 2 entraram em uma sala super barulhenta. Ouvi os gritos da criança. Logo depois, saíram. Olhei de longe e vi que as mulheres tinham ido embora. Resolvi ir até a tal sala, ainda bem que a porta só estava encostada. Vocês não vão acreditar no que vi!
-O que havia nesta sala? – Jack perguntou assustado.
-A criança estava amarrada em uma cadeira, com um capacete na cabeça que fazia com que ela ficasse parada, assistindo um telão enorme, com som altíssimo e com imagens ora rápidas ora lentas. Os outros chamam isso de tratamento psicológico-comportamental, por isso as crianças ficam tão dóceis e não se lembram de nada do seu passado.
Kate lembrou-se de quando ela, Sawyer e Alex foram resgatar Karl. Era aquela mesma sala!
-Juliet nos contou sobre isso e fiquei horrorizada. Então é verdade! Oh meu Deus...eles fizeram isso com Aaron!
Kate começou a chorar, Claire a olhou de forma séria. Kate se lembrou que não era a mãe de Aaron, mas sim Claire. Também se lembrou das “visitas” de Claire a Aaron e resolveu perguntar:
-Preciso que esclareça uma coisa. Quando estava fora da ilha, Aaron me contou que você sempre vinha o visitar. Você mesma apareceu para mim naquele dia, dizendo que não era para eu voltar com Aaron à ilha. Por que?
-Como disse, trabalhava com limpeza. Decidi fingir que nada sabia, procurei ser dócil a ponto de eles pensarem que me tinham sob controle. Certo dia, fui limpar a sala de comunicações de Mikail. Fiquei em um canto, limpando umas estantes mas de ouvidos abertos. Ouvi uma conversa, uma negociação entre os outros e Ben. Ele procurava convencê-los de que era melhor deixarem que as 6 pessoas voltassem à ilha, pois era questão de tempo até que Charles Widmore os pegasse e os chantageasse; eles provavelmente cederiam e o entregariam para o homem. Os outros diziam que só estavam interessados em Aaron, porém acabaram concordando com Ben. Até aí eu não sabia que 6 pessoas tinham saído da ilha e muito menos que meu filho era uma dessas pessoas. Fiquei desesperada com a idéia de ver aquela gente pegar Aaron e fazer testes com ele.
Jack, Kate e Sayid naquele momento se sentiram culpados por terem saído da ilha e deixado seus amigos para trás. Claire continuou seu relato.
-Quando Mikail saiu para almoçar, fiquei sozinha na sala. Fucei as pastas com instruções das máquinas de controle de comunicações. Tinha que entrar em contato urgente com quem estivesse fora da ilha com meu filho, para que essa pessoa não deixasse de jeito nenhum Aaron voltar. Procurei tanto e finalmente achei. Havia um dispositivo que permita transmissão de mensagem externa, em que a imagem do comunicador surgia como uma projeção. Foi o que fiz.
-É por isso que vi a sua imagem, mas aí você sumiu do nada...pensei que fosse um fantasma! Então não era você em carne e osso, mas sim sua imagem projetada?
-Exatamente.
-Ninguém da praia soube que você está viva? – Jack estranhou.
-Não. Fiquei esse tempo todo aqui, convivendo entre eles, como uma espécie de espiã por conta própria. Somente Locke acabou me descobrindo depois de um tempão, apesar dele ter se tornado o novo líder deles, os outros não revelavam quase nada a ele. O Ben sabia lidar com essa gente sem escrúpulos, pois é da mesma laia que eles. O Locke quer ser esperto mas no fundo é muito ingênuo. Eles o fizeram de fantoche! Não sei como ele descobriu sobre a história dos tratamentos com as crianças e por fim acabou me achando. Ficou arrasado com tudo que acontecia aqui na ilha, disse que iria buscar ajuda do povo da praia, mas pelo visto ele pediu ajuda a vocês.
-É por isso que ele me procurou desesperado! Ele me culpou, disse que se eu tivesse na ilha, nada disso teria acontecido.
-Ele deve ter dito isso também por causa dos doentes da ilha - Sayid procurou amenizar a culpa de Jack.
-Sei lá...Nós precisamos fazer alguma coisa, tenho que pensar...Claire, você sabe onde e com quem está Aaron agora?
-Ele está com uma pessoa na vila, mas como disfarcei bem, eles acreditam em mim e resolveram proporcionar uma aproximação entre a gente. Aaron tem passado as noites comigo, mais tarde provavelmente ele virá a minha casa.
-Ótimo! Precisamos levá-los daqui o mais rápido possível!
-Mas Jack, eles irão dar falta dos dois e mais do que depressa, virão atrás de nós. E se eles atacarem a praia? Pelo que vimos, não há gente suficiente para um confronto com os outros.
-É Jack, a Kate tem razão. O povo da praia está totalmente vulnerável com as doenças, não poderemos jamais vencê-los.
-Quem disse que levaremos Claire e Aaron para a praia? E se a gente arranjasse um esconderijo para os dois?
-Boa idéia! Já sei onde podemos escondê-los. Certa vez, quando eu estava sozinho perdido no mato, caí em uma armadilha: era da Danielle. Foi aí que nos conhecemos. Ela me levou para um dos vários esconderijos dela, ficava embaixo do solo. Lembro-me onde fica, é seguro.
-Está certo Sayid. Faremos isso então.
Aaron foi à casa de Claire naquela noite. Um pouco depois dele chegar, Claire arrumou suas coisas. Disse-lhe que iam fazer um passeio bem legal. Aaron a tratava como sua mãe. Após ser submetido ao tratamento, ele se esqueceu totalmente de Kate. Ao vê-los juntos, Kate ficou arrasada. Seu coração estava apertado, pois sabia que o tinha perdido para sempre. Eles partiram silenciosamente, embarcaram na canoa e retornaram a ilha original, rumo ao esconderijo de Rousseau.
Mulder, Scully, Hurley e Locke caminhavam sem parar, mas não sabiam mais aonde ir. Não havia pistas, não faziam idéia do que procurar. Scully começava a perder as esperanças de encontrar William. Ele não estava mais naquela cela de antes, pois aquela também ficava na ilha-prisão. Ele estava na ilha original, só que do outro lado da praia, onde ficava um outro agrupamento dos “outros”. Locke não chegou a ver William, pois quando o garoto chegou na ilha, John já se encontrava fora dela. Mesmo assim, Locke os conduzia em direção ao agrupamento que conhecia. Estavam quietos, cansados, quando de repente um clarão surgiu em plena escuridão da noite. Correram em direção da luz. Só conseguiam enxergar um branco total até que a figura de um menino surgiu: era William!
Mesmo sem vê-lo há anos, mesmo praticamente não o conhecendo, Scully sabia que se tratava de seu filho. Ela podia sentir, embora não entendesse como. Com lágrimas nos olhos, foi caminhando em direção a ele. William a olhava de maneira intensa e foi sorrindo que disse:
-Oi mamãe, até que enfim nos reencontramos!
Scully se ajoelhou e os dois se abraçaram de forma emocionante. Mulder também os abraçou. Ficaram os três ali juntos, abraçados, aos prantos. Depois de anos, eles finalmente se reencontraram!

TO BE CONTINUED...

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