segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Fic: A verdade está na ilha-Capítulo 12: Vestígios de Aaron

Scully tinha examinado muitas pessoas, mas precisava obter diagnósticos mais precisos. Coletou material para análise, o qual levou para a estação médica. Juliet a acompanhou com o objetivo de mostrar-lhe o caminho e também discutir alguns casos. Ao chegar ao local, Scully não acreditou. Como é que podia existir aquilo no meio do mato? Quem será que tinha construído aquele mini-laboratório e com qual objetivo?
Juliet resolveu descansar um pouco após a longa caminhada até chegarem à estação. Scully, apesar de cansaço, estava curiosa demais com aquele lugar, preferindo portanto começar o seu trabalho. Aproveitando-se da distração de Juliet, Scully começou a olhar cada canto da estação médica, fuçando livros, relatórios, instrumentos, remédios até que sem querer, tropeçou e se apoiou em um armário. Percebeu que o mesmo se mexeu. Resolveu arrastar o móvel. Havia uns tijolos soltos na parede atrás do armário. Intrigada, Scully os retirou cuidadosamente para não fazer barulho. Qual foi a sua surpresa ao se deparar com uma sala secreta, parecia sala de cirurgia.
A ex-agente foi observando o estranho local, havia pastas e mais pastas. Resolveu ler o que tinha dentro. Ficou horrorizada. Papéis descreviam procedimentos complexos de testes de aplicação de DNA alienígena em humanos. Havia arquivos com nomes de muitas pessoas, fichas médicas relatando detalhes de como a pessoa ficou após ser submetida a tais testes.
-Vejo que de ex só tem o nome porque você continua se comportando como uma agente do FBI.
Scully estava tão compenetrada que nem tinha visto Juliet entrar na tal sala secreta.
-É verdade o que estou lendo aqui? Afinal, o que vocês fazem aqui nesta ilha?
Juliet não tinha como negar, Scully havia descoberto a verdade.
-Só me responda uma coisa: o meu filho! É verdade, ele esta aqui não está? O que estão fazendo com ele? Juliet, não se faça de desentendida, vocês testam as pessoas, as crianças. Fale! – Scully estava furiosa com o jeito blasé com que Juliet a olhava.
-Já te disse o que vim fazer aqui nesta ilha. Quando descobri que eles também faziam esses testes absurdos, quis ir embora imediatamente! Sou uma cientista, sou aberta a experiências, mas nunca fui a favor desse tipo de ciência. Escute-me, eles não fazem esses testes com crianças, apenas foi feito com um grupo bastante expressivo de habitantes aqui da ilha. As pessoas submetidas aos testes se tornaram imunes a muitas doenças, além de adquirirem uma força descomunal. O médico que realizava essas experiências, Ethan, testou nele mesmo. Por essa razão, apresentava inclusive uma resistência e força intensas, o grupo do Jack até apanhou bastante dele mas eles o mataram.
-Como é que você teve a coragem de permitir tais procedimentos? Onde está sua ética?
-Eu tenho uma irmã. Ela praticamente estava terminal. Eu a utilizei como cobaia de um experimento meu de genética, ela sempre quis ter um filho e consegui dar pelo menos isso a ela. Ben prometeu ajudar a curá-la, desde que fizesse meu trabalho e ficasse na ilha. Ela e meu sobrinho, que nem cheguei a conhecer, são tudo para mim. Eu faria qualquer coisa para salvá-los e foi o que fiz. Ethan teve uma idéia de desenvolvermos um composto que poderia salvar as grávidas da ilha, mas aquelas que conceberam aqui morreram do mesmo jeito e a única que não morreu foi a Claire. Nós demos algumas injeções nela e ela conseguiu ter o bebê na ilha, só que ele foi concebido fora dela. Acho que chegou a conhecê-lo, ele é o Aaron.
-Aaron? Mas, espera aí, ele não é filho da Kate?
-Não. Ele é filho da Claire, que sumiu dias antes dos 6 saírem da ilha.
-Ele foi seqüestrado e levado pelos”outros”, assim como acredito que meu filho também tenha sido. Você disse que testes com DNA alienígena não eram feitos com crianças, mas então o que fazem com elas? Por que as seqüestram?
-As mulheres da ilha que querem ter filhos não podem por causa dos problemas que lhe falei. Se você passa muito tempo “presa” neste lugar, pode ficar louca. Essas mulheres não podem ter filhos próprios, então quando se deparam com crianças, querem adotá-las imediatamente...
-Juliet, me responda, que tipo de teste é feito?
-Bem...é uma espécie de tratamento psicológico. Harper, a psicóloga, desenvolveu um método capaz de fazer com que as crianças não sofram; para tanto, elas são condicionadas a esquecerem seu passado, seus antigos pais... e se adaptarem a ilha. Depois do tratamento, elas passam a pensar que seus pais são esses da ilha.
-Isso é um absurdo! Como você sabe disso tudo e não faz nada para impedir? Que espécie de médica é você?
-Infelizmente também sou prisioneira desta ilha! Há anos queria sair daqui, não agüento mais! Eles sabem onde minha irmã e meu sobrinho estão, eu os vi certa vez na antiga sala de comunicações de Mikail... Se eu tentar alguma coisa, com certeza irão atrás dos dois! – Juliet chorava de desespero.
-Temos que fazer algo urgente! Meu filho corre perigo, Aaron também. Não posso permitir que eles sejam submetidos a tal tratamento insano!
As duas voltaram à praia. Convocaram uma espécie de reunião com a finalidade de encontrar uma solução para o problema. Jack ficou abismado quando ouviu sobre as experiências. Ele se decepcionou com Juliet, logo ela que tinha se tornado sua cúmplice, tão sensata e racional. Sempre soube que ela escondia muitos segredos, mas nunca deste tipo. Kate ficou descontrolada com o que poderia estar se passando com Aaron. Decidiram sair imediatamente em busca das crianças, principalmente Aaron e William.
Juliet resolveu ficar na praia, pois alguém tinha que cuidar dos doentes. Sawyer também ficou, pois tinha que zelar pela segurança do povo da praia, ainda mais porque agora também havia uma criança ali, Ji-Yeon. Um grupo resolveu partir, dividindo-se em dois, cada um foi para um lado da ilha: Jack, Kate e Sayid de um lado, Mulder, Scully, Hurley e Locke, de outro.
Mulder estava bastante preocupado com William, mas também queria muito saber de tudo sobre os tais testes com alienígenas, ele tinha acreditado na hora quando Scully lhe contou sobre as fichas médicas da estação; se lembrou de Richard, do dia da perseguição:
-Falei para você, Scully, aquele homem não é deste mundo!
Scully estava tão aflita e nervosa com o possível reencontro com William que nem quis saber de pensar nisso naquele momento. Mulder e Locke estavam se dando muito bem, o careca há tempos não conhecia alguém tão “mente aberta” como ele.
Kate andava depressa, queria achar logo Aaron. Sayid notou algumas pegadas em certos trechos da mata, Kate procurava rastrear minuciosamente. Ouviram latidos no mato, era Vincent novamente. Desta vez, o esperto cão trazia um papel na boca. Sayid retirou e abriu. Era um desenho de criança, no qual havia 3 pessoas: a mamãe, o papai e o filhinho. Kate olhou o desenho e imediatamente reconheceu os traços de Aaron. Jack se emocionou ao vê-lo desenhado ali, no universo de Aaron. Kate ficou um tanto embaraçada ao interpretar o desenho. No decorrer do caminho, mais papéis foram encontrados. Esses desenhos tornaram-se espécie de vestígios, os 3 iam seguindo até que encontrarem uma ponta da ilha que dava para o mar.
Avistaram 2 pessoas dentro de uma canoa que vinham em direção à ponta. Se esconderam. Se os vestígios que encontraram deram ali, na beira do mar, é porque provavelmente os outros tinham levado Aaron para aquela outra ilha, a mesma em que Jack, Kate e Sawyer estiveram como prisioneiros dos outros. Combinaram de roubar a canoa para que pudessem chegar àquela ilha. Sayid ficou de um lado, Jack e Kate de outro. O iraquiano deu o sinal, então os 3 partiram para cima das 2 pessoas. Deram socos e pontapés, Sayid deu uma “gravata” em um, Jack socou o outro, mas Sayid achou melhor por garantia matar também a outra pessoa, dando o seu famoso “golpe das pernas”. Pegaram a canoa e embarcaram. Chegaram do outro lado, Jack e Kate sentiram calafrios ao lembrarem daquela ilhazinha-prisao.
Ficaram escondidos até o anoitecer. Se fossem resgatar o garoto, seria mais fácil se camuflar à noite. Finalmente avistaram Aaron, se balançando no parquinho. Resolveram usar Vincent (sim ele também viajou de canoa com eles) como isca, toda criança gosta de cachorro e certamente se o garoto o visse, iria atrás dele no mato. Aaron viu o labrador por perto e sorriu. Correu procurando o cão e ficou frente a frente com Kate.
-Aaron, meu filhinho querido, mamãe veio te buscar!
-Socorro!

TO BE CONTINUED...

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