terça-feira, 14 de outubro de 2008

Fic:A verdade está na ilha-Capítulo 14: Uma segunda chance para Jack e Kate

Jack, Kate, Sayid, Claire e Aaron andaram durante a noite toda. Aaron estava achando estranho aquele passeio, nem “conhecia” aquelas pessoas, o escuro o deixava assustado. Eles fizeram uma rápida pausa para descansar. Claire, ao notar a tristeza de Kate, se aproximou.
-Não tive tempo de te agradecer por ter cuidado de Aaron durante esses anos.
Kate deu um pequeno sorriso, estava arrasada por dentro.
-Vai ser muito difícil para mim sem o Aaron por perto...Sabe Claire, eu sei que ele não é meu filho, mas de certa forma cuidei dele, o criei como se fosse. Ele me deu forças para agüentar essa loucura toda que aconteceu conosco, me fazia sentir importante...Agora, ele nem sequer se lembra de mim! Vivemos momentos maravilhosos e ele nunca irá se lembrar. Ah como eu tenho ódio dessas pessoas, esses outros, são uns monstros, como é que tem coragem de fazer isso com as crianças?
-Sinto muito Kate. Sou muito grata por tudo o que você fez por Aaron, mas ao mesmo tempo estou feliz de tê-lo aqui comigo, me tratando como mãe. Aaron mudou minha vida, me fez ter coragem, me deu forças, até me tornei responsável! Suportei todo esse sofrimento nesta iha por causa dele. Ele é uma criança maravilhosa, pois nos deu tudo isso, ele ajudou tanto a mim como você, no fez crescer como pessoa. É isso o que importa.
-Temos que ir! – Sayid alertou.

Voltaram a caminhar até que finalmente chegaram ao esconderijo de Rousseau. Claire pôs Aaron em um colchão que havia ali. Ele estava dormindo profundamente. Sayid resolveu procurar alguns alimentos, água, pelo menos para cobrir necessidades urgentes. No dia seguinte, iria trazer mais coisas para Claire e Aaron se manterem. Decidiu que ficaria ali durante um tempo para cuidar da segurança dos dois. Kate ficou de guarda enquanto Sayid buscava as coisas. Jack ficou com Claire dentro do esconderijo. Aproveitando o fato de estarem sós, Jack decidiu ter uma conversa séria com Claire.

-Claire, preciso te contar uma coisa muito importante.
-O que foi Jack, algum problema?
-Assim que voltei para casa, resolvi fazer um velório para o meu pai, não sei se você sabe ou se lembra, eu vim para a Austrália buscar o corpo dele...peguei o vôo 815 e então caímos aqui...
-Sim, mas e daí?
-Após a missa, uma mulher loira veio falar comigo. Ela disse que meu pai tinha ido a Austrália por causa dela. Perguntei se ela o conhecia, ela disse que não chegou a revê-lo porque estava internada, em coma. Então ela disse que ele tinha uma filha...achei estranho, pois meu pai não tinha filha nenhuma. A mulher falou que ela teve uma filha com meu pai e o mais irônico é que esta filha, minha meia-irmã, também era uma das passageiras do vôo 815.
-Jack, não estou entendendo o que você quer dizer.
-O que quero dizer é que...bem...a mulher disse que o nome dela, da minha irmã era Claire.
Claire ficou branca na hora. Começou a digerir o que Jack acabara de dizer. Mulher loira, em coma, Austrália, filha passageira, Claire. Não acreditou no que ouviu, mas como era possível?
-Jack, você tem certeza? Você...nós somos irmãos!
-Sim Claire. Não é inacreditável? Quase tive um treco quando sua mãe me procurou. Você não faz idéia de como me senti culpado, horrível, por ter deixado minha irmã para trás! Não queria nem ver o Aaron, não conseguia olhar para ele, bastava olhar que eu me lembrava de você. Sinto muito, me perdoe.
Jack começou a chorar. Claire também. Os dois deram um abraço apertado e emocionado. Depois começaram a falar sobre Christian Shephard, o quanto ambos sofreram, Claire por ter um pai ausente e Jack por ter um pai bêbado, workaholic e que nunca o reconheceu de verdade. Também falaram sobre as “aparições” pós morte dele. Não entendiam o porquê de Christian desejar que eles ficassem na ilha.

Sayid retornou com os mantimentos básicos e manifestou sua intenção de ficar por ali por um tempo, por segurança. Jack e Kate teriam que retornar a praia, para não levantar suspeitas e para ajudar o povo de lá. E assim, partiram.

Kate estava quieta durante o caminho, Jack percebeu o quanto ela estava triste por causa de Aaron. Começou a chover forte, como eles estavam perto das cavernas, aquelas mesmas onde Jack ficava logo quando chegaram a ilha, resolveram permanecer ali por um tempo. As cavernas serviriam de abrigo da chuva e também para descanso, já que a noite tinha sido totalmente desgastante. Jack sentou e bebeu água. Kate não dava uma palavra.

-Eu imagino o quanto você está sofrendo. Sinto muito, Kate, de verdade. Eu sei o quanto ele é importante para você.
-Importante? Aaron é minha vida, é tudo o que tenho. Quer dizer, o que tinha. Você viu, ele nem sequer sabe quem eu sou! Tá certo, eu sei que a Claire é mãe dele, ela tem todo o direito...mas Jack...eu me esforcei tanto, eu dediquei minha vida a ele durante esses anos e ...agora acabou, ele nunca vai se lembrar de mim...isso dói...dói tanto...Jack...

Kate chorava intensamente. Jack, não agüentando vê-la naquele estado, correu para abraçá-la. Como ela se sentia segura nos braços dele! Por mais dor que sentisse, o abraço de Jack conseguia tranqüilizá-la de uma maneira que parecia que tudo ficaria bem. Ele lhe dava tanta paz, tanta segurança! Ficaram abraçados durante um bom tempo, simplesmente não conseguiam se separar. Sentiram tantas saudades, tanta falta um do outro! Enquanto se desvencilhavam do abraço, seus olhos se cruzaram, a respiração estava tão próxima, os rostos estavam tão perto que se tornou impossível resistirem um ao outro.

Os dois instintivamente se beijaram, seus lábios buscaram um ao outro, pareciam sedentos! Deram um beijo intenso, as línguas se enroscavam, as bocas se sugavam, pareciam querer sugar toda a energia dos seus corpos. Os dois se olharam apaixonadamente, depois voltaram a se beijar, enquanto um ia tirando a roupa do outro. Kate puxou Jack para si, o abraçando, o envolvendo. Estavam completamente nus, tão grudados que pareciam um só. Jack a beijava e tocava seus cabelos, depois foi deslizando suas mãos por todo o corpo dela. Kate, por sua vez, também tocava com as pontas dos dedos aqueles músculos, aquele braço tatooado. Como seus corpos sentiam falta um do outro! Jack invadiu aquele corpo que conhecia tão bem e que tanto amava, Kate estava indefesa, só queria senti-lo dentro dela, como se sentia completa, como era intenso o prazer de tê-lo ali! Os dois deram o máximo de si naquele momento. Se doaram por completo, naquela hora nada nem ninguém existia, somente eles.

Depois de consumarem o ato, ficaram calados, ofegantes e deitados um do lado do outro. Estavam sem energia, completamente exaustos, porém satisfeitos. Não queriam pensar em nada, nem conseguiam. Kate deitou no peito de Jack, que começou a afagar os seus cabelos. Por mais que dissesse que nunca mais queria saber dele, que o odiava, ela percebeu naquele momento o quanto o amava, não podia evitar, por mais que tivesse sofrido neste tempo em que estavam separados, ela nunca o esqueceu. E nem podia. O que sentia por ele era mais forte do que tudo. E isso lhe dava medo. No passado, Jack também tinha lutado contra seus sentimentos durante todo o tempo que ficaram na ilha. Porem, quando quase estavam saindo de lá, percebeu que não adiantava fugir, ele a amava. Até se declarou para ela. Porém, só ficaram juntos fora da ilha. Mesmo assim, ela nunca disse com todas as letras que o amava.

Naquele momento, ele percebeu que ela devia amá-lo sim, depois de toda aquela entrega! Prometeu para si mesmo que não iria cobrar amor por parte dela, ele simplesmente já se sentia amado. Mas lá no fundo esperava, quem sabe um dia, que ela lhe dissesse...

TO BE CONTINUED...

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