segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Fic: Destinos Cruzados-Cap 5: No acampamento dos outros

1977

Jack está em uma tenda, suturando o ferimento na perna de Jin.
-Eu sinto muito, Jin.
-Tudo bem, não foi tão ruim assim.
-Não estou falando da ferida. Eu te garanti, quando estava a caminho de explodir a bomba, que você veria a Sun muito em breve. Mas as coisas não saíram como planejado.
-Jack, será que vamos ficar presos para sempre nesta época?
-Eu não sei Jin. Realmente não sei o que fazer, pensei que o plano de Daniel fosse dar certo.
A conversa é interrompida por um grito de mulher. Jack saiu imediatamente de dentro da barraca. Eloise chorava de dor, suas mãos estavam sob a barriga. Charles estava próximo e tentava acalmá-la. Jack chegou perto de Kate, que também observava a cena com apreensão:
-Será que...
-Deve ser isso, vou falar com eles.
-Jack! Tenha cuidado ok?
-Hei!
Widmore apontou a arma para Jack quando o viu aproximando-se de Eloise.
-Preciso falar com você.
-Como ousa?
-Charles, por favor, deixe-o! Diga o que você quer.
-É sobre sua gravidez. Eloise, lembra-se de tudo o que te contamos? Do futuro, do fato de sua letra constar no caderno de Daniel? Eu sei que é dificil de entender, mas preciso que me ouça com muita atenção. O que aconteceu nesta ilha, dias atrás, o incidente. Não tenho certeza se foi essa a causa, mas sei que no futuro, as mulheres que aqui vivem não conseguem ter filhos.
-Eloise, ele está te encomodando?
-Não, por favor, continue. O que aconteceu com elas?
-Nenhuma conseguiu completar o 2º trimestre de gestação. Parece que o próprio corpo começa a rejeitar o bebê, a mulher adoece cada vez mais até que...ela morre.
-Desta vez você foi longe demais, se afaste dela!
Widmore empurrou Jack, que continuou falando:
-Escute, Eloise, o melhor a fazer é sair da ilha o quanto antes, ter o seu bebê longe daqui.
-Sem mais uma palavra ou eu atiro!
Jack calou-se, mas mantinha o olhar firme para Eloise. Ela percebeu que ele não estava de brincadeira. Jack resolveu retirar-se antes que a confusão aumentasse.
-Vai ficar tudo bem, querida, esqueça o que esse maluco acabou de dizer.
-Charles, ele me pareceu dizer a verdade.
-Você precisa se acalmar, não pode ficar nervosa no seu estado. Agora, descanse. Tenho certeza que o mal estar vai passar logo.

Todos observaram a cena quietos. Um grupo de homens foi falar com Richard.
-Mandem-os embora imediatamente! Não podemos estar protegidos com esses estranhos no nosso acampamento!
-Não vou mandá-los embora. Eles vão passar um tempo conosco.
-Como é que é? Ficou louco, Richard? Quanto tempo?
-O tempo que for preciso. Ordens de Jacob.

Os homens entreolharam-se contrariados. Após afastarem-se de Richard, pararam em um canto e discutiram:
-Richard está fora de si, onde já se viu, deixar que essas pessoas convivam conosco?
-Mas você ouviu, ele disse que foram recomendações de Jacob.
-Será mesmo? Como podemos confiar?
-Até hoje, Richard sempre nos trouxe as instruções de Jacob e tudo correu perfeitamente bem.
-Pois eu não concordo. Digo mais, não vou ficar aqui enquanto essa gente não ir embora. Não quero correr o risco de ter minha família assassinada!
-Eu também não.
-E então, assim que as horas da noite estiverem altas, peguemos nossos pertences e partiremos.

Jack permanece velando o corpo inerte de Sayid. Ele estava pensativo.
Lá fora, Miles e Hurley estavam diante da fogueira.
-Agora seria a hora de eu levantar a plaquinha “eu te avisei”.
-O que?
-Foi o que eu disse, Hurley. Antes do Jack ir explodir a tal bomba, perguntei para o grupo “será que não ocorreu-lhes a ideia de que tudo o que aconteceu no futuro foi a gente mesmo que provocou? O fato de tentar impedir fez o efeito contrário, nós causamos o incidente porque era para isso acontecer.”
-Dude, na boa, eu tô muito cansado para pensar nessas teorias malucas. Só consigo pensar naquele pedaço de carne que está bem em cima daquela mesa ali.
-Vamos lá pegar.
-Hei, Miles, ficou louco? Espera aí, que eu também quero!
Os dois pareciam mortos de fome, avançaram sobre o prato de comida. Se fosse para morrer, pelo menos não seria por falta de alimento.

Kate entrou na barraca. Trouxe um pouco de comida e um copo de água para Jack.
-Hei, você precisa comer alguma coisa.
-Fiquei tão absorvido em meus pensamentos que até esqueci de comer. Obrigado Kate. Você sempre se lembrado de me trazer comida...
-Eu me preocupo com você, já que você mesmo não se preocupa.
Os dois trocaram olhares. Kate sorriu ternamente, Jack a olhava de um jeito carinhoso. Quando estavam prestes a se beijarem, ouviram Sayid se mexer. O iraquiano finalmente abriu os olhos, parecia meio desnorteado.
-Sayid, pode me ouvir?
-Jack, onde estou?
Jack e Kate ficaram entusiasmados, pelo visto ele recuperara a consciência. Jack explicou tudo que se sucedera desde o clarão, só não soube explicar como os outros o curaram.
-Se lembra de alguma coisa?
-Infelizmente não. A última coisa que me lembro foi de estar dentro da Kombi esperando a maldita bomba explodir. Então é isso, ainda estamos naquela época?
-Sim, sinto muito. Mas não pense nisso agora, tente repousar. Quando estiver se sentindo melhor, conversamos.

No dia seguinte...

Richard estranhou o silencio pela manhã. Foi até a tenda de um dos homens e a encontrou vazia. O mesmo ocorria em outras tendas.
-Eles se foram Sr.
Uma criança o alertou.
-Como assim, se foram?
-Disseram que não poderiam mais ficar aqui, pois temiam por suas vidas. Essas pessoas são más?
-Não se preocupe, eles não vão fazer nada contra nosso povo.

Dias depois...

Eloise piorava a cada dia. Widmore começou a ficar assustado, as palavras de Jack estavam fazendo sentido. E se ele tivesse razão? Esperou um tempo, até que ela ficou febril. Eloise suava e se contorcia de dor na barriga. Não podendo mais vê-la naquele estado, decidiu confiar no que Jack lhe dissera. Verdade ou não, eles não poderiam se arriscar. Iria confiscar o submarino do povo da Dharma para que a mulher pudesse ter o bebê fora da ilha.

2004

-Suspeito entrando na Sunset Boullevard.
Ana dirigia o carro de polícia e falava no rádio. Seu parceiro a acompanhava. Tinha voltado para a policia após um tempo na Austrália. Não conseguia ser outra coisa além de tira. Estava no sangue. Dobraram a esquina e finalmente alcançaram o carro dos suspeitos. Os bandidos notaram o carro da policia e aceleraram, tentando escapar da perseguição. Eram velozes, Ana desviava o carro para não bater nos civis. Uma perseguição alucinante se iniciou, até que eles entraram em um local com passagem barrada. Desceram do carro e fugiam a pé. Ana e o parceiro também desceram, correndo para alcançá-los. Vendo que eles não iriam parar, ela sacou a arma e procurou mirar no alvo. Puxou o gatilho, mas exatamente nesta hora, uma moça passava na calçada, cruzando a trajetória da bala. Tudo foi muito rápido. Ana não teve tempo de avisá-la, a moça caiu no chão, baleada. Ana ficou paralisada, tinha atingido um civil inocente. Seu parceiro continuou a busca, mas acabou por perder de vista os bandidos.

Ana voltou para o carro e contatou o resgate por meio do radio, mas o esforço foi em vão. Quando os paramédicos chegaram, ela havia morrido. Ana abriu a sua bolsa, retirou a carteira para ver a identidade. A moça em questão era Shannon.

Enquanto isso no subúrbio...

-E aí, garota, quanto tempo! Onde você esteve?
-Por aí, pelo mundo. Passei um tempo na Austrália, mas o US Marshall me achou e me prendeu, mas consegui escapar.
Kate foi se encontrar com um antigo comparsa que sempre lhe fornecia identidades falsas, placas de carros, passaportes, armas, enfim, toda a parafernália de uma autentica fugitiva. Os dois tomavam uma bebida enquanto o rapaz lhe arranjava o que ela precisava. Foi quando ele mencionou a mãe dela.
-Soube que ela foi internada novamente e que está muito mal. Sinto muito, Kate.
-Onde ela está?
-Ficou louca? E se o Ed estiver de sentinela lá?
-Eu dou um jeito, vou disfarçada.
Kate pegou os documentos falsos e saiu dali abalada. Por mais raiva que sentisse da mãe, se preocupava com ela.

Hospital San Sebastian...

Kate entra no hospital disfarçada. Está com o cabelo preso, vestida de uma maneira discreta. Olha por todos os lados. Resolve dar uns trocados para um jovem perguntar onde sua mãe estava.

Kate anda apreensiva pelos corredores. Procurava o numero do quarto com rápidas olhadelas, até que achou onde sua mãe estava. Não entrou, passou direto. Queria observar mais atentamente o local. Viu que uma enfermeira tinha acabado de sair do quarto, olhou pela fresta da porta: não havia ninguém no quarto visitando sua mãe. Kate entrou. Fechou a porta e se aproximou lentamente da cama. Sua mãe estava desacordada e ligada no respirador. Ela não pode conter as lágrimas. Não podia suportar ver a mãe naquele estado, se sentia culpada por todos os problemas que afligiu Diane por esses últimos anos.

Kate enxugou as lágrimas e saiu do quarto. Queria fugir, queria correr. Por mais que tentasse não conseguia parar de chorar. Estava tão transtornada e com pressa que de repente, esbarrou em um médico.
-Hei, você está bem?
-Me desculpa.
Kate olhou para ele por um instante. E ao olhar nos seus olhos, começa a se sentir estranhamente mais calma.
-Você está precisando de alguma coisa?
Ela só conseguiu balbuciar um não e negar com a cabeça, saindo em disparada. Ele a seguiu com os olhos, mas foi interrompido por uma enfermeira:
-Dr Shephard, a sala de cirurgia já está pronta.
-Ok, eu já vou.
Jack virou a cabeça, tentando procurar aquela misteriosa moça, mas ela se fora.
CONTINUA...

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