quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Fic: Destinos Cruzados - Capítulo 6: O corpo da tenda

1977

Sawyer está hospedado em um hotel. Ainda estava desnorteado e perdido no mundo fora da ilha. Teria que se virar sozinho, ganhar dinheiro e começar do zero. A sorte é que desde cedo aprendeu a aplicar golpes nas pessoas, teve que se sustentar por conta própria desde que era um adolescente rebelde. Estava um pouco fora de forma nesse quesito, mas uma vez malandro, sempre malandro, era somente uma questão de recuperar a prática.

Tomou um banho e apenas de toalha amarrada na cintura, largou-se na cama e ligou a TV. Por sua sorte, a década de 70 foi um tempo muito inspirado em seriados americanos. Ele começou a ver “As Panteras” e se divertia mudando de canal e vendo o que passava. Um programa chamou-lhe a atenção. Era um game de perguntas, cujo premio era uma bolada em dinheiro. Começou a pensar no que ia fazer da vida, principalmente no tocante a parte financeira. E o jeito mais fácil seria primeiramente apostas e mais tarde, aplicações.

Ele sabia o que ia acontecer no futuro, tinha que tirar vantagem disso. Decidiu ir para Las Vegas, no intuito de ganhar dinheiro fácil em apostas. Depois iria aplicar a quantia em ações de empresas que em breve estariam em alta no mercado. Ele mesmo tinha mencionado o plano para Juliet, citou Microsoft como uma das empresas. Juliet. Seu semblante entristeceu no instante em que varias recordações invadiam-lhe o pensamento.
“Juliet, my sweetheart, eu vou conseguir ficar rico. E vou fazer isso por nós.”

Enquanto isso na ilha...

Jack e seu grupo estavam reunidos diante da fogueira. Estavam mais tranqüilos por causa da boa recuperação de Sayid. Kate repousava a cabeça no ombro de Jack, Hurley e Miles conversavam amenidades. Jin mantinha uma faixa sobre o ferimento na perna. Ele permanecia quieto, pensando em Sun, em como seria a sua filha e onde ambas estariam.

As horas se passaram, Jin, Miles e Hurley resolveram ir dormir.
-Jack, eu também acho que vou me recolher. Você vem?
-Sim, é claro.
Os dois deram as mãos e iam em direção a barraca quando avistaram ao longe um grupo de pessoas. Resolveram ficar atrás de uma árvore, só na espreita. Dois homens seguravam uma espécie de maca rudimentar, com um corpo deitado sobre ela. Não dava para ver direito, mas eles os viram adentrar uma tenda mais distante, próxima ao local onde Sayid estava instalado.
-Quem será que eles trouxeram?
-Não faço a menor ideia, mas pelas características, deve ser alguém doente ou ferido.
Jack e Kate esperaram os outros saírem do local e se afastarem. Estavam curiosos em saber quem era. Caminhavam vagarosamente até lá, se fossem pegos, diriam que estavam indo visitar o Sayid. Chegaram diante da tenda. Kate decidiu ficar lá fora de guarda caso alguém aparecesse. Jack afastou a fenda e entrou. O corpo estava estendido e coberto, Jack se aproximou mais e ao abaixar-se para ver de perto, fez uma cara de espanto.
-Kate!
Kate atendeu o chamado de Jack e ficou paralisada quando viu quem era a pessoa: Juliet.
-Mas como?
-Pois é, como ela está viva? E como veio parar aqui?

2004

Ed está furioso. Kate Austen novamente tinha o feito de palhaço. Ela tinha fugido pela enésima vez, bem debaixo de seu nariz! Mandou a ficha policial com sua foto para todas as delegacias de LA e para os locais de fronteira. Por essa razão, Kate não conseguia sair da cidade.

Kate decidiu mudar um pouco o visual para manter-se disfarçada. Pintou o cabelo para uma cor mais clara, procurou deixá-los mais lisos e presos para se diferenciar da imagem que estampava a sua ficha policial. Queria saber de notícias de sua mãe. Resolveu comparecer novamente no hospital.

Diane continuava internada, seu estado piorava a cada dia. Kate entrou discretamente, porém um guarda a parou, dizendo que ela tinha que se identificar na recepção. Kate mostrou os documentos falsos e conseguiu permissão para visitar sua mãe. Pegou uma cadeira e sentou-se ao lado da cama. Tocou de leve a mão de sua mãe, que continha um tubo de soro injetado. Seu coração ficou apreensivo quando ouviu a porta do quarto se abrir.

Jack entrou com uma prancheta na mão. Estava fazendo uma vistoria no andar e ao olhar para Kate, lembrou-se de imediato de seu rosto triste e de seu desespero daquele dia.
-Hei, eu me lembro de você. Estava aqui outro dia e me pareceu muito perturbada. Está mais calma hoje?
-Sim, muito obrigada por perguntar, eu estou bem.
-Você é parente dela?
-Não. Eu sou apenas uma amiga.
-Deve gostar muito dela.
-Eu...eu tenho que ir.
-Não, por favor, te peço desculpas. Eu não deveria fazer tantas perguntas, que impertinente!
-Ela não está nada bem, não é mesmo?
-Sinto em lhe dizer mas a sra Austen é uma paciente em estado quase terminal. Estamos mantendo-a em aparelhos para ver se ela consegue reagir, mas infelizmente ela não resistirá por muito tempo.

Ao ouvir o diagnóstico de Jack, Kate começou a chorar. Jack dispôs a mão em seu ombro, procurando confortá-la. Kate se sentiu segura perto dele, eles eram totalmente estranhos, mas pareciam ter uma forte conexão. Jack também sentiu que de alguma forma, a moça lhe despertava um sentimento nobre, mas ele não sabia como e nem por que.
-Preciso ir embora, tenho que trabalhar.
Jack notou que ela era uma pessoa um tanto enigmática e talvez por essa razão, lhe pareceu muito interessante e atraente.

Enquanto isso, no centro da cidade...

Ana Lucia bebia e dirigia descontrolada. Após averiguar o caso da bala perdida, a corregedoria decidiu afastá-la de vez da polícia. Ela sentia-se arrasada. O corpo de Shannon desfalecido sob a calçada não lhe saía da cabeça.

Michael está dirigindo quando o celular toca. É Walt novamente. Desde que regressaram da Austrália, o garoto só lhe dava problemas. Walt ligava o tempo inteiro resmungando para seu pai. Michael não sabia como lidar com o filho, por isso, procurava fazer-lhe todas as vontades. Ele estava parado em um cruzamento, enquanto brigava com Walt pelo telefone. O farol abriu, Michael estava distraído e não viu que um carro ainda atravessava. Ele bateu com tudo no carro. O veículo que estava atrás dele também bateu de forma brutal.

Michael bateu a cabeça no volante e apagou por uns minutos. Quando acordou, o resgate estava atendendo no local. Ao ser colocado na ambulância, ele perguntava sobre o acidente. Somente fica sabendo de tudo quando está no hospital.

Michael foi o único sobrevivente da batida envolvendo 3 carros. Em um dos carros, estava Ana Lucia, que morreu na hora. No outro carro, que estava atrás do dele, estava Libby, que teve perfurações no intestino devido a batida e morreu um pouco depois de chegar ao hospital.
CONTINUA...

Nenhum comentário: