sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Fic: Destinos Cruzados- Cap 4: À procura de Sayid

1977

Todos caminhavam em silêncio. O cansaço se abatera devido ao fato de terem andado o dia inteiro. Kate estava atenta, mas as pegadas já tinham desaparecido por causa da chuva que caiu na ilha, apagando os rastros. Andaram rumo ao desconhecido. Jack estava preocupado, os outros sempre representaram uma ameaça para os losties, por mais que ele tenha passado aqueles meses na ilhota em companhia deles, não guardava boas recordações daquele povo.

Pararam para descansar depois das súplicas de Hurley, cuja camiseta pingava de suor.
-E então, o que faremos? – Kate sentou-se em um tronco, próxima a Jack.
-Vamos agir com cuidado. Ter cautela é tudo o que podemos fazer. Você se lembra de como eles reagiram quando Daniel tentou conversar com Eloise?
-Eles atiraram porque viram que ele tava armado.
-Temos que achar Richard ou Eloise, eles sabiam de nosso plano.

Jack toma um longo gole d’água e descansa. Pouco depois, reúne o grupo e todos voltam a caminhar. A certa altura, se encontram em um lugar por demais de calmo. Param um instante e ouvem sussurros por todos os cantos: finalmente estavam no território dos outros.

Era noite na ilha, o acampamento dos outros estava em um vale e consistia em inúmeras barracas dispostas de forma espalhada, parecendo um grande acampamento cigano. Eles ficaram à espreita, somente observando minuciosamente o local. Nem sinal de Sayid.
Kate sussurrou para Jack:
-Acha mesmo que Sayid está sob custodia deles?
-Só pode ser. Os integrantes da Dharma não iriam atacar daquela forma, com flechas de fogo.

Mal terminaram a conversa: ouviram um grito de Miles. Um homem havia pegado o chinês pelo colarinho, várias flechas vinham em direção ao grupo. Eles se afastaram, cada um foi para um canto. Hurley se escondeu atrás de uma pedra, Jack permaneceu agachado, se arrastando pela grama. Kate movia-se encurvada, tentando se desviar dos ataques. Enquanto corria, Jin foi atingido na perna. O coreano gritou de dor, Jack foi em sua direção, arrastando Jin para trás de uma árvore.

Um outro movia-se em direção a Kate, mas ela não o viu porque estava de costas. Ao olhar a cena, Jack correu em disparada, pulando em cima do outro e começou a dar-lhe socos. O outro era bastante forte e trocou socos com Jack, que caiu no chão devido ao murro. Quando ia bater mais, Jack deu um chute e o homem se desequilibrou. Jack então apontou-lhe a arma. Um comparsa estava próximo, Jack fez o homem de refém.
-Eu só quero saber onde está o Sayid!
-Não sei do que você está falando. Se quiser atirar nele, vai em frente!
Jack ficou indignado com a frieza e o jeito nada camarada que os outros tinham de agir. De repente, viu um rosto conhecido sair por detrás da sombra e apontou rapidamente a arma para ele.
-E nele, eu posso atirar também? – Jack gritou.
O sujeito em questão era Widmore. Neste momento, apareceu Richard.
-Por favor, cessar fogo!
Olhando firmemente para Jack, ordenou:
-Não atire. Você deve estar a procura de seu amigo.
-Sim. Ele está aqui?
-Está. Estamos tratando dele. Seu amigo tem um ferimento muito grave, estava a beira da morte.
-Quero vê-lo agora!
-Fique calmo. Pode me seguir.
Jack caminha atrás de Richard, que ordena para seu povo não atacar o grupo de Jack. Eles rumam em direção a tenda grande e mais afastada.
-Ele ainda está muito fraco.
Jack entra na barraca e vê o corpo de Sayid deitado. Se aproxima, checando o amigo como se fizesse um exame.
-A bala, vocês retiraram?
-Ele vai se recuperar. Só precisa de mais uns dias de repouso.
-O que fizeram com ele?
-Nós o curamos.
-Sim, mas como?
-Não importa, nada posso dizer.
-Como assim, não importa? Eu quero saber exatamente como vocês o trataram e...
-Jack, posso falar um instante com você?
Kate o interrompeu, Jack começava a ficar alterado, ela sentiu que precisava controlá-lo antes que os outros mudassem de ideia e resolvessem matá-los de vez. Puxou Jack para um canto e lhe falou:
-Ficou maluco? Gritar com eles aqui? Esse é o território deles, Richard foi bastante razoável em nos deixar entrar. Lembre-se que eles não são nada receptivos.
-Mas Kate, você não se preocupa com o que eles tenham feito ao Sayid?
-Claro que sim, mas me preocupo ainda mais com você! Jack, o que importa é que ele tá vivo! Admita que foi melhor assim você não podia salvá-lo nas condições em que nos encontrávamos.
-Tem razão.
Jack ficou cabisbaixo, suas mãos estavam na cintura. Ele observava Sayid, não acreditando que o amigo estava se curando. Pensava em como os outros tinham conseguido tal proeza.

2004

-Bom dia.
-Ora, ora, quem está de volta, Sr Locke! Como foi de férias?
-Ótimo.
Locke rumava em direção a sua mesa. O escritório era constituído de uma série de cubículos, onde cada funcionário ficava em um dos compartimentos. Procurou não comentar suas férias com Mark, um jovem para lá de arrogante, seu colega de trabalho. Vendo que o careca não deu-lhe atenção, Mark chegou até a mesa de Locke.
-Pera aí, me conta John, o que fez nas férias?
-Nada de tão especial, apenas fui a um safári na Austrália.
Mark desatou a rir.
-Safári? O Sr? Só pode ser brincadeira!
-Não estou brincando.
-Claro que está! Impossível uma pessoa com...er...
-Pode falar Mark, com cadeira de rodas.
-Foi mal cara, não quis te ofender. Mas na boa, é mentira, não é mesmo?
-Acredite no que você quiser. Agora me deixe trabalhar porque minha mesa está nas alturas com tanto papel empilhado.

John esperou que seu desafeto desaparecesse dali. Olhou para os lados, os demais estavam concentrados em suas tarefas. Locke ligou o computador e cuidadosamente começou a pesquisar na Internet o nome de cada companheiro de ilha. O nome de Jack apareceu relacionado a assuntos médicos, vide que ele era considerado um dos melhores neurocirurgiões do país. O de Kate, por causa dos problemas com a polícia.

Foi pesquisando de forma rápida um por um até que uma notícia o deixou estático. Ao pesquisar Boone, ele caiu na homepage da empresa de casamentos da mãe dele e leu inúmeras mensagens de pêsames à família pela morte do rapaz, que comandava praticamente o negócio.
John ficou pensativo, cismado: será possível que tudo irá acontecer de novo?

LA, centro da cidade...

Sun está no quarto de um hotel. Penteia os cabelos e olha para o espelho. Jin tinha saído para entregar um relógio a um cliente de seu pai. Ele queria cortar relações de vez com o sogro, mas por causas da ameaça que recebeu no banheiro do aeroporto, sentiu que jamais poderia escapar da mira do velho. Sabia que o sr Paik era violento e perigoso, não podia por a vida de Sun em risco. Logo, resolveu cumprir mais um negócio em nome do sogro.

Sun respira fundo e pega e telefone.
-Alô? Oi, sou eu. Cheguei. Não, ele veio comigo. Mas estou decidida, vou deixá-lo. Só me diga onde poderei encontrá-la.
Horas depois, Jin retornou com flores. Sun sorriu de forma tensa e resolveu tomar um banho. Precisava tomar coragem, tinha que deixá-lo e seria no dia seguinte. Ao voltar para o quarto, uma mesa estava devidamente posta.
-Pedi o serviço de quarto. Você deve estar com fome.
-Sim, claro.
Não custava nada jantar com seu marido, ela não podia dar bandeira, tinha que disfarçar. Jin a olhava de maneira tão terna que ela se lembrou do tempo em que ele era doce, do começo, de como eles eram felizes. Até o dia em que se casaram e ele começou a trabalhar com seu pai. Aí ele mudou da água para o vinho.

Embalada pelo momento, Sun resolveu baixar a guarda e os dois acabaram se amando. Seria uma despedida em nome dos bons momentos que passaram juntos.
Amanheceu. Sun levantou-se nas pontas dos pés, se vestiu, pegou as malas que havia preparado no dia anterior e foi embora de vez. Jin dormia alheio a tudo. Quando acordou, deparou-se com o lado da cama vazio, restando apenas uma flor de origami no travesseiro.

Dias depois...

Era noite quente de verão. Kate entrou em um bar, estava louca por uma cerveja bem gelada. Sentou-se no banco diante do balcão e pediu a bebida. Um homem não deixou de notar a sua beleza. Ele estava jogando sinuca, mas em breve, terminou a partida e partiu em direção à morena de olhos verdes.
-O que uma mulher linda e interessante como você faz por essas bandas sozinha?
Kate olhou para ele. Tinha um jeito meio cafajeste de falar, mas o sorriso com as covinhas à mostra chamou-lhe a atenção.
-Então, não vai me dizer seu nome?
-Kate. E o seu?
-Sawyer.
Kate sorriu para ele. A vida de fugitiva não era fácil, sempre correndo, tentando escapar da polícia, cada dia em um local. Com tudo isso, ela se lembrou que fazia tempo que não ficava com ninguém. E naquela noite, ela precisava e queria um homem para satisfazer seus desejos. E já que um bonitão estava dando-lhe trela...
-Sozinha? Quem disse que eu estou sozinha?
Ele entendeu o recado, pagou a bebida e os dois saíram juntos do bar.
CONTINUA...

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