segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Fic: Destinos Cruzados - Capítulo 10: Escutando o coração

1977

Kate acabara de estender as roupas no sol. Resolveu ir descansar um pouco. Ao sentar-se na pedra, avistou Jin parado em um canto, de cabeça baixa. Foi falar com ele.
-Algum problema, Jin?
-Problema? Não, estou bem.
-É tão estranho, poder falar com você. Quando saí da ilha, você mal falava umas palavras em Inglês, agora está praticamente fluente.
-Tive que aprender na marra depois de 3 anos aqui sem a...
-Sun. Nem posso imaginar como você se sente, depois de tantos anos longe dela! Eu admiro sua força, não quero nem pensar se o mesmo acontecesse comigo. Quando o Jack decidiu sair da ilha, nem hesitei, tive que segui-lo. Não conseguiria mais ficar longe dele. Naquela época, eu estava meio confusa emocionalmente, mas mesmo que de forma inconsciente, acabei escutando o meu coração.
-Eu ainda tenho esperanças. Meu pai sempre me dizia para eu ter paciência, com serenidade, eu conseguiria alcançar os meus sonhos. Ele era pescador, talvez por isso tinha tanta paciência, podia ficar o dia todo esperando pelo peixe perfeito. Eu estou igual a ele, esperando, esperando, mas um dia vou conseguir reencontrá-la.
-A Sun se tornou uma mulher tão forte. O fato de você não estar por perto fez com que ela lutasse bravamente para sobreviver. Ela pensou que você estivesse morto, todos nós pensamos quando vimos o cargueiro explodir. Depois de 3 anos aquele crápula do Ben contou a verdade. Não conheci sua filha pessoalmente, mas ela me mostrou a foto.
Jin ficou emocionado. Seus olhos se encheram de lágrimas.
-E como ela é?
-Ela é uma garotinha linda.
-Hurley me contou que a segurou no colo e que ele se lembrou de mim quando a viu.
-Jin, se Deus quiser, algum dia vocês vão se conhecer! Não sei como, mas assim espero.
Kate também se emocionou ao ver o sofrimento do coreano. Naquele momento, ela entendeu a razão de Jack se sentir tão perturbado por eles estarem presos no tempo. O desconforto começava a lhe afligir também.

2004

No dia seguinte à visita a casa de Faraday, Locke se sentia angustiado. Aquelas palavras martelavam na sua cabeça, de que eles iam morrer novamente, não importa o que fizessem para impedir. Pegou a lista de acontecimentos e mortes da ilha que ele tinha feito no outro dia e leu cada nome. John começou a chorar, se deu conta de que depois de tanto sacrifício, de tanto ter se doado para a ilha, ele no fim das contas morreu. Esse era o preço de ser tão dedicado? Destino. Lembrou-se de suas palavras para Jack: “este é o nosso destino”, “a ilha exigiu esse sacrifício”.

John lembrou-se do dia em que Matthew Abbadom o levou ao cemitério, para visitar Helen. Recordou-se de seus momentos ao lado dela e tomou uma decisão: já que ela iria morrer e ele também, por que não aproveitar os últimos dias que lhes restassem juntos?

Locke encheu-se de coragem e foi atrás da amada. Ele contou para ela sobre o safári na Austrália, que ela deveria ter ido com ele de tão boa que a viagem tinha sido. John lhe pediu uma chance, prometeu que seria tudo diferente, que o histórico que ele tinha com o pai não mais iria atrapalhar a vida dele. Depois de muito argumentar, Helen acabou o aceitando de volta. John não contou nada sobre a ilha, a morte eminente, etc. Não queria que ela o achasse louco. Pelo contrário, não queria trazer problemas, apenas a faria feliz o máximo que pudesse, enquanto o destino não lhes alcançasse.

Daniel pesquisou o paradeiro de Charlotte. Foi até a casa dela, mas uma pessoa da família lhe informou que ela tinha se internado em uma clínica. Ele foi visitá-la no lugar.
-Olá, meu nome é Daniel e eu preciso muito conversar com você.
-Ora, Dan, eu sei quem você é, não precisa se apresentar.
-Você sabe? Você me conhece?
-Vamos dizer que um dia irei te conhecer. Ah, deixa para lá, agora você sabe por que eu resolvi me internar aqui, acho que estou enlouquecendo.
-Você se lembra de tudo?
-Espera um minuto, você se lembra de mim?
-Digamos que você não está louca. Eu também achava isso, que eu tinha pirado até que recebi a visita de John Locke em minha casa há alguns dias.
-Locke também se lembra?
-Sim, eu, você e ele. Os demais não se lembram de nada.
-Mas por que isso, Dan? Por que só nós?
-Eu tenho uma teoria. Nós 3 morremos. Eu e você morremos em uma época que não era a nossa de origem. John também morreu e de uma forma trágica, não natural, ele foi assassinado. E somos os únicos que morreram, até onde eu saiba, depois que começaram os clarões na ilha.
-Preciso sair daqui, não estou louca! Isso é muito bom, fico muito feliz em saber!
Charlotte colocou as mãos em Daniel e lhe deu um beijo no rosto. O físico ficou todo sem jeito, mas era muito bom rever a ruiva, ainda mais depois da forma triste em que ela morreu.

À noite...

Após um gostoso banho, Kate secava o corpo relaxada. Vestiu uma blusa regata e shorts, não ia sair mesmo e queria ficar à vontade. Penteou os cabelos e estendeu a toalha quando a campainha tocou.
Assustada, pegou rapidamente a arma e olhou pelo olho mágico da porta para ver quem era. Ao avistá-lo, hesitou por uns segundos. O que estaria fazendo lá? Pensou em não atender, se sentia envergonhada depois dos beijos trocados o outro dia. Mas e se ele trouxesse notícias de sua mãe? A dúvida a atormentava, quando Jack se virou para ir embora, Kate abriu a porta em um impulso.
-Hei!
-Hei. Pensei que não estivesse.
-Eu estava me estrocando, acabei de tomar um banho.
-Me desculpa, te atrapalho?
-Não, entre.
Jack entrou no quarto.
-Aconteceu alguma coisa com minha mãe?
-Kate, não vim falar de sua mãe, não hoje. Vim falar sobre nós.
-Nós? Não existe essa coisa de “nós”. Jack, sinto muito por ter te beijado aquele dia, te peço desculpas.
-Eu não sinto.
-Jack, por favor. Eu não sou uma boa pessoa, você deve saber, depois de ver o cerco policial que me perseguiu naquele dia. Sou uma fugitiva, cometi um crime, minha mãe me odeia e já me denunciou para a polícia, causei um estrago na vida de todos os homens com os quais me envolvi. Portanto, quanto mais longe você ficar de mim, melhor será.
-Aquele beijo mexeu comigo e pelo que eu pude perceber, também mexeu com você.
-Jack, é melhor você ir embora, por favor!
-Kate, diga na minha cara que o beijo não significou nada para você.
-Jack!
-Diga! Se você o fizer, eu prometo que vou embora para sempre.
Ele a pegou pelo braço, puxando-a para mais perto. Os dois trocaram olhares, Kate baixou os olhos, não conseguia encará-lo, seu rosto estava perto demais, ela podia sentir a respiração dele.
-Me solta!
-Só depois que você me disser.
-Não significou nada.
-Olhe para mim.
-Jack, o beijo não...
Ela não conseguiu terminar a frase. No momento em que olhou nos olhos dele, não podia mentir. Os olhos eram o espelho da alma e Kate por mais que tentasse falar uma coisa, seu corpo dizia tudo ao contrario. Seu coração batia disparado, sua pele estava arrepiada com o contato das mãos dele em seu braço e seus olhos diziam a verdade, refletiam o que se passava no seu coração. O beijo tinha significado muito para ela, Kate se deu conta de que estava apaixonada por ele e tinha fugido desesperada tentando se livrar do seu sentimento.

Os dois estavam tão próximos que foi inevitável trocar um outro beijo. Jack segurou o seu rosto com as mãos, seus dedos se enroscavam nas ondas do cabelo dela, seus lábios tocavam os dela delicadamente, sem pressa, saboreando cada movimento. Kate deixou-se levar pelos beijos, naquela altura do campeonato não conseguia conter mais o seu desejo. Eles estavam loucos um pelo outro, uma paixão avassaladora os queimava por dentro.

Kate tirou o paletó de Jack, retirando urgentemente a gravata e desabotoando a camisa dele. Começou a beijar o tórax, deu uma mordidinha de leve no mamilo dele, Jack mordeu os lábios de satisfação. Ele arrancou a regata dela, jogando ao longe a peça e beijou o seu pescoço. Kate sentiu um arrepio lhe percorrer a espinha. Jack desabotoou o sutiã, saboreando seus seios, contornando com a língua o mamilo. Depois, foi descendo até alcançar a região do umbigo.

Jack desceu o shorts dela e logo após, tirou a calcinha, deslizando-a vagarosamente pelas suas pernas. Agora ela estava nua por completo. Os dois se beijavam da forma mais intensa, suas línguas se enroscavam, lábios se sugavam com força e paixão. Kate o olhava de forma sedutora, ela deitou-se na cama. Jack passou a mão por entre suas coxas, depois fez uma trilha de beijos dos pés até a virilha, abriu as pernas dela e quis prová-la. Os joelhos de Kate tremeram, seus seios se arrepiaram, os lábios incharam ao serem saboreados em seu ponto mais sensível. Ela apertava os olhos, gemia e agarrava os lençóis, uma onda de prazer a invadia.

Querendo retribuir, ela também quis prová-lo, estava louca por aquele homem, queria experimentar cada ponto de seu corpo. Sentou-se na ponta da cama, ele estava de pé. Kate começou a acariciá-lo, com os estímulos, ele ficou com o membro muito rígido. Ela passou a sorver suavemente a extremidade, depois contornava-o com a língua até que o colocou na boca. Começou a sugá-lo e fazia de todas as maneiras, de cima para baixo, pelos lados, ela empurrava o corpo dele para ela. Os olhos dele estavam fechados, bem apertados e sua boca entreaberta pedindo mais.

A esta altura, eles não se agüentavam mais de tanto tesão. Jack deitou-se por cima dela, Kate implorava que o queria inteiro dentro dela e ele atendeu o seu pedido, penetrando-a profundamente. Seus corpos se aderiram perfeitamente um ao outro, pele com pele se encaixavam, tornando-se um só corpo. Eles se olharam enquanto ele deslizava dentro dela. Kate o apertava contra si, com as pernas. Seus suspiros se juntaram, seus dedos se entrelaçaram, seus gemidos se confundiam e se intercalavam.

Os dois estavam em completo delírio, seus corpos transpiravam, queimavam, ardiam. Depois de se consumirem, caíram exaustos um ao lado do outro. Jack a olhava de um jeito todo apaixonado, Kate adormeceu sorrindo, em cima de seu peito.
CONTINUA...

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