quarta-feira, 22 de junho de 2011

Fic: Her heart was in the right place - Cap 8 (final)

Capítulo 8 (final)

A audiência judicial de Kate durou dois dias. No primeiro dia, o juiz ouviu os depoimentos de metade das testemunhas, fazendo um recesso até o dia seguinte, em que compareceram as demais pessoas envolvidas no caso. Foram longos e exaustivos dias para Kate. Nervosa pelo destino incerto, ela não parava quieta, deixando Jack extremamente preocupado. Ele tentava a todo custo acalmá-la, o que era uma tarefa impossível.

Todos os amigos que saíram da ilha vieram depor: Miles, Sawyer, Lapidus, Richard e Claire. Desmond também prestou depoimento, assim como Jack. Duncan trabalhou duro na defesa de Kate, pesquisando brechas na lei e tentando acordos que minimizassem a pena de sua cliente. Ele conseguiu livrar Kate de cumprir a pena em regime fechado, mas o fato de ela ter violado a condicional não pôde passar incólume.

-Kate, eu tentei de tudo, mas o máximo que lhe foi permitido é cumprir prisão domiciliar, sujeita a usar um dispositivo eletrônico com sensor no tornozelo.

-Quer dizer que não vou poder sair de casa?

-Mais ou menos isso. Eles determinam o perímetro, caso você ultrapasse os metros permitidos, o sensor apita e aí não há escapatória, vai direto para a prisão.

-No estado em que estou, e se precisar ir ao médico?

-É necessário avisar com antecedência o oficial da polícia para obter autorização, assim como na condicional, em que eles te monitoravam.

-Ok, Duncan. Vai ser difícil, mas estou disposta a aceitar. Desta vez, prometo que vou cumprir a ordem direito. Obrigada!

Uma semana depois...

Kate preparava o jantar quando Jack abriu a porta.

-Hei.

-Hei.

Ela o observava, Jack estava sério.

-E então, como foi?

De repente, ele abriu um lindo sorriso para ela, se aproximando e envolvendo os braços ao redor de sua cintura.

-Eu consegui. O emprego é meu.

Kate o puxou para um abraço apertado e na ponta dos pés, alcançou os seus lábios e lhe deu um beijo delicioso.

-Que bom, Jack, eu sabia que tudo daria certo, estava torcendo por você!

Jack acabara de chegar de uma entrevista em um hospital de prestígio. Embora ele tenha ficado afastado da medicina por alguns meses, o seu histórico profissional era excelente, apesar de ele te sido suspenso do San Sebastian por conta do seu vicio no passado. Conversou com o diretor, que se simpatizou com ele e ficou impressionado com o seu currículo conceituado. O homem decidiu contratá-lo.

Após tomar um banho, Jack entrou no quarto e viu Kate deitada na cama. Ele caminhou vagarosamente para não incomodá-la.

-Eu não estou dormindo, Jack. – Kate sussurrou no escuro com um sorriso, estendendo-lhe os braços.

Jack veio em sua direção e sentou-se na cama ao seu lado, com um olhar zeloso.

-Você está se sentindo bem?

-Estou sim, exceto por uma dor nas pernas que está me atazanando. Deitei aqui para esticá-las um pouco enquanto te espero para jantar.

-Quer que eu te faça uma massagem?

-Adoraria...

Jack despejou uma quantidade de creme nas mãos e começou a espalhar inicialmente no tornozelo esquerdo e no peito do pé. Acariciava lentamente, tocando sua pele alva e macia, comprimindo a palma da mão sobre a região. Fez o mesmo com o outro pé, mas pulou o dispositivo eletrônico colocado no tornozelo direito. Jack subiu a mão e chegou à batata da perna. Kate fechava os olhos somente sentindo o frescor do toque aveludado dele. Jack deslizava as mãos e apertava carinhosamente a carne, seus dedos agora se concentravam na parte interna do joelho.

Kate começou a estremecer e se mostrar impaciente, aquela massagem estava lhe despertando desejos eróticos. A visão daquelas pernas torneadas era tentadora para Jack. Com a mão aberta, ele se dirigiu para as coxas e alisou a pele bem devagar, acariciando cada centímetro.

-Jack... – Kate sussurrava.

-Sim?

-Estou com desejo.

-Desejo? O que você quer?

-Você.

Ela mordiscava os próprios lábios e olhava para ele sensualmente, o verde de seus olhos brilhava com uma cor ainda mais vibrante. A gravidez a deixava com a libido aguçada, Jack prontamente resolveu atender ao seu olhar pedinte, ajudando-a a retirar a roupa. Ele também ansiava por ela e com delicadeza, começou a tocar os seus seios que estavam mais fartos por conta de seu estado. Em seguida, Jack substituiu as mãos pela boca, sua língua desenvolta passeava pelo bico intumescido, a língua titilando nos mamilos em movimentos circulares.

Depois, seus lábios alcançaram o espaço entre os seios, deslizando por suas curvas até voltarem para os mamilos rosados, sugando-os velozmente. Segundos depois, suas mãos voltaram a se ocupar, descendo pelos quadris até onde as pernas se juntavam, quando seus dedos atingiram o centro dela, massageando-o habilmente. Ela estava de olhos fechados, apenas sentindo o prazer que ele lhe proporcionava.

Mais tarde, Kate também quis tocá-lo, percorrendo o corpo dele com suas mãos de fada, envolvendo o membro de Jack e alisando-o gentilmente. Após as carícias, ambos estavam mais que prontos; dessa forma, Jack a cobriu com o seu corpo, penetrando-a com todo o cuidado que conseguiu reunir, sempre se certificando se ela estava se sentindo confortável naquela posição.

Eles se entregaram ao calor da paixão e depois de concluírem o sexo, ficaram na cama deitados por uns instantes, até decidirem finalmente jantar.

Aquela foi uma noite muito agradável. Jantaram, conversaram, ajeitaram as louças na cozinha, descansaram e então, voltaram a namorar. Jack e Kate fizeram amor até o amanhecer, até jazerem na cama com o apetite sexual saciado até a alma. Completamente em paz e com pernas e braços entrelaçados, eles caíram em sono profundo.

Meses depois...

A barriga de Kate estava volumosa, indicando que a sua gravidez estava na reta final. Apesar das reclamações dela por ter que ficar limitada à região do condomínio por conta de sua prisão domiciliar, eles estavam muito felizes e ocupados com a chegada próxima do primeiro filho.

Claire foi fazer uma visita à Kate e por tabela, ajudá-la a ajeitar as coisas em casa, pois a sardenta não estava mais conseguindo nem se abaixar direito de tanto incômodo. Claire tinha voltado da lavanderia e trazia uma pilha de roupas, quando procurou por Kate dentro do apartamento. Não estava na sala, nem na cozinha. Claire foi para o quarto do casal e encontrou Kate deitada na cama, com uma expressão de dor.

-Kate, o que foi?

-Ai Claire, estou sentindo muita dor. Umas pontadas...

-Santo Deus, será que está na hora?

-Não sei... Só sei que a bolsa estourou há alguns minutos.

-Vou ligar para o meu irmão para vir correndo aqui.

-Isso, Claire, faça esse favor para mim. Ah, ligue também para o oficial da polícia, tenho que pedir autorização para ir ao hospital.

-Pode deixar.

Claire avisou os interessados e ficou ao lado de Kate. As contrações surgiam de tempos em tempos. As horas se passavam e nada dos homens chegarem.

-Nossa, como estão demorando!

-Acalme-se, Kate, eles vão chegar.

Justamente era a hora que havia mais trânsito em LA. Para piorar, ventos fortes atingiam a cidade, deixando a população em estado de alerta.

As contrações se tornaram intensas, Claire estava nervosa, pois percebeu que se ninguém conseguisse chegar, ela mesma teria que fazer o parto.

-Por favor, Claire, tente localizar o Jack!

-Estou ligando para ele, Kate, mas o telefone só cai na caixa postal. Ele deve estar a caminho, por isso não atende.

-Droga!

Kate rangia os dentes e apertava o travesseiro com as unhas, a dor era constante. Claire insistiu até que finalmente Jack atendeu.

-Jack? Onde você está?

-Estou chegando. O trânsito está um inferno porque eles fecharam as avenidas principais de acesso, bloquearam tudo por causa da ameaça de tornado. Como está a Kate?

-Sofrendo, as contrações estão fortes.

-Claire, preste atenção no intervalo das contrações. Se elas vierem regularmente a cada dois minutos, o parto terá início. Por favor, diga a Kate que estou indo.

Claire colocou travesseiros nas costas de Kate para que ela ficasse mais confortável.

-Cadê o Jack?

-Ele está a caminho, Kate, fique calma.

Jack se apressou o máximo que pôde, abrindo a porta do apartamento correndo e indo em direção ao quarto, mas quando entrou no recinto, notou que as contrações apresentavam intervalo mínimo, realmente o bebê iria nascer e não daria tempo de ir ao hospital, ainda mais com o caos da cidade. Acrescente-se a isso o fato de que o oficial da polícia não ter conseguido chegar ainda, não sendo permitido que ela saísse sem autorização.

-Kate? Hei, como você está?

-Jack, graças a Deus, você está aqui! As contrações... elas não param de vir... e são horríveis!

Ela estava deitada na cama, banhada de suor enquanto respirava com dificuldade e gemia quando ele se aproximou:

-Está tudo bem, querida. Faremos isso juntos.

Lavou as mãos e apanhou várias toalhas. Claire segurava a mão de Kate, que se contorcia de dor.

-Faça parar...por favor...Ai Deus...oh...sinto que está vindo!

Jack preparou-se às pressas e tomou a sua posição.

-Vamos nessa.

Ele não quis demonstrar, mas estava nervoso. Não era uma paciente qualquer, era Kate. Ele iria fazer o parto de seu próprio filho. Para espantar o desespero, Jack contou até cinco mentalmente.

Kate dobrou os joelhos e abriu bem as pernas para facilitar a saída do bebê, dava para ver somente um pouquinho da cabeça, coberta de sangue e cabelo escuro.

-Empurre, vá em frente...posso ver...empurre!

Ele a encorajava; parecia que com os movimentos, a coisa havia evoluído para depois recuar. Ela fez um esforço e a parte que se podia ver era mais notável. Kate gritava desesperada a cada nova contração, Jack posicionou as pernas dela de um jeito que ela pudesse fazer mais força. As dores que sentia não lhe davam trégua, ela descansava uns segundos para tomar fôlego e continuar empurrando.

-Não dá, não consigo!

Ele percebeu que ela estava ficando apavorada e descontrolada, por isso, segurou as pernas dela e falou de maneira incentivadora:

-Vamos, Kate, está quase...vamos, agora! Empurre!

A cabeça avançou mais um pouco.

-Você precisa fazer mais força, o máximo que puder!

Quando vinham as contrações, ele colocava a mão em sua barriga, fazendo leve pressão, apertando e apertando, comprimindo para ajudar a liberar o bebê.

-Vamos, querida. Empurre de novo. Claire, pode me ajudar? Segure-a de um jeito firme.

Claire inclinava-se sobre ela, imobilizando-a com todo o seu peso e força.

-Isso mesmo, devagar, devagar... – Jack instruía.

Ele forçava mais as pernas dela para que comprimissem a barriga. Então, a cabeça do bebê avançou lentamente e enquanto ele a apoiava em suas mãos, um choro alto invadiu o quarto.

-Já nasceu? – Kate balbuciava.

-Empurre de novo! Só mais um pouco.

Quando o bebê mudou de posição, um dos braços ficou preso, mas a força que Kate empregou fez com que ele conseguisse soltá-lo. No momento seguinte, Jack apanhou o resto do corpo, amparando o bebê com uma toalha limpa. Jack limpou a boca e o nariz do recém nascido, segurando-o com zelo, examinando-o e observando-o atentamente. Era um lindo menino que chorava assustado. Jack agora podia sentir o próprio suor misturado a lágrimas, ele estava tão tenso que nem percebera que estava chorando de emoção.

Jack cuidadosamente cortou o cordão umbilical e a placenta saíra cerca de vinte minutos depois, a partir de mais algumas contrações. Claire estava segurando o bebê, enquanto Jack se ocupava em voltar a sua atenção à Kate. Ele apertava a barriga dela para que ela parasse de sangrar. Kate gemia de dor, ele massageava a sua região abdominal até que o sangramento diminuiu e foi cessando.

Claire entregou o bebê a Kate para que ela o visse. Apesar da fraqueza, ela sorriu, quase não acreditando no que acabou de acontecer. Kate ergueu os olhos para Jack agradecidamente e depois voltou a olhar o recém nascido.

-Ele é tão lindo!

Jack secava a testa dela delicadamente com a toalha, em seguida, depositou um beijo no topo de sua cabeça e ambos ficaram admirando o bebê que acabaram de trazer ao mundo. Lágrimas emocionadas escorriam pela face de Kate e Jack olhava para o filho de forma orgulhosa.

Após todo o transtorno da situação do parto de emergência, o interfone tocou: finalmente o oficial chegou, liberando Kate para ir ao hospital. Chegando ao local, fizeram os exames necessários e estava tudo ok com o bebê e com a mãe.

Kate repousava no leito do hospital enquanto Jack segurava o bebê, apoiando a sua cabecinha na palma da mão, observando de um jeito todo “coruja” o filho, com os olhos brilhando e com um sorriso bobo na face.

-Agora me lembrei de uma conversa que tive com o meu pai anos atrás. Ele tinha acabado de me dar um relógio que foi do meu avô e me aconselhou do nada que se algum dia eu tivesse um filho, deveria ser mais presente na vida dele, um pai melhor que ele foi para mim.

-E o que você respondeu?

-Eu não levei muito a sério, falei que não era para ele me pressionar. No fundo, não acreditava que seria pai um dia e veja só...agora estou segurando esse garotão nos meus braços. Kate?

-O que?

-Obrigado. Acho que com a correria que vivemos nos últimos meses, nunca cheguei a te agradecer com todas as palavras. Obrigado. Por ter me salvado, por ter me apoiado durante todos esses anos e por ter voltado à ilha por mim, embora eu continue achando que foi uma enorme loucura e risco.

Sentando-se ao lado dela na beirada da cama, Jack a fitou com o seu olhar terno e carinhoso de costume, continuando a dizer:

-Obrigado por ser a minha mulher. Aliás, precisamos oficializar a nossa união de uma vez por todas!

-Depois de tantos empecilhos, Jack, tudo o que quero é ficar junto a ti, para sempre, independentemente de qualquer formalidade.

-Mas...você ainda quer se casar comigo, não quer?

-Sim, claro que quero, sim!

-Kate... Mais uma coisa... Precisamos dar um nome para ele.

-David.

-David? Decidiu agora ou já faz um tempo?

-Não sei, esse nome me veio à cabeça... Você não gosta?

-Gosto sim. David Austen Shephard. É, soa bonito.

Os dois riram diante das brincadeiras. Eles nem acreditavam que depois de passarem por tantos obstáculos, experimentavam no momento uma paz como nunca haviam vivenciado em suas vidas conturbadas. Jack entregou o bebê para os braços de Kate, ele teria que resolver algumas burocracias no hospital, mas antes de sair do quarto, deu-lhe um beijo apaixonado e disse:

-Kate?

-Jack?

-Eu te amo!

Kate olhou para Jack com um sorriso largo no rosto, envolvendo a mãozinha do bebê entre os dedos e balançando-a como se fosse gesticular um tchau para ele, respondendo:

-Eu te amo! Nós te amamos!

FIM

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