quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Fic: A verdade está na ilha-Capítulo 6: O rapto de Aaron

O homem estava conseguindo ganhar a confiança de Aaron, que foi gostando de conversar com ele.
-Que lindo, você desenhou?
-Foi.
-Quem é esse aqui no desenho?
-É o papai.
-Papai? Pensei que morasse só com sua mamãe.
-Não, quer dizer, agora sim. Papai teve que viajar mas faz tanto tempo... Estou com muitas saudades! Sabia que ele me contava um monte de estórias?
-Ah é? Hum...e se eu te disser que sei onde ele está.
-Verdade? Aonde?
-Você quer vê-lo? Se você quiser, eu levo você até lá. Mas tem um problema.
-O que?
-Vamos ter que sair escondidos, senão a mamãe e a escola não vão gostar.
-Por que?
-Ora, porque você está na aula, certo? E depois, é rapidinho, ninguém vai desconfiar. Então, o que me diz? Sim ou não?
-Eu quero sim. Prometo que vou ficar quietinho e não vou contar para ninguém.
Aaron arrumou suas coisas. Enquanto isso, Matthew escreveu um bilhete e o deixou em cima da mesa. Os dois saíram à francesa, sem que ninguém visse.

Jack ainda estava deitado, apesar do sol raiar lá fora. Depois de passar dias na sua própria “rehab”, ainda sentia muita dor. Estava fraco, pois quase não tinha comido e por ter vomitado e desidratado muito. Demorou, mas ouviu o toque do interfone e foi atender.
-Sim?
-Dr. Shephard, você tem uma encomenda, passe aqui na portaria para buscar.
-Encomenda? De quem?
-Isso não sei dizer direito, era um homem com um olhar penetrante...ah deixe-me lembrar...ah sim... um tal de Linus.
-Eu já estou descendo.
Jack deu um pulo. Será que chegara a hora de voltar à ilha? Pegou a encomenda, uma caixa de sapatos. Entrou no apê e correu para abrir. Tinha apenas um aviso:
VÁ ATÉ A CASA DE KATE HOJE A TARDE. TEM QUE SER HOJE. NÃO MENCIONE MEU NOME, ELA PODE DESCONFIAR. APENAS VÁ COM O PRETEXTO DE TENTAR CONVENCE-LA NOVAMENTE A VOLTAR A ILHA.
Jack não entendeu, como assim, ir até lá, na casa dela e de novo falar sobre a ilha? Com certeza, ela não o receberia. Ele ainda lembrava do último encontro, do tapa na cara. Mesmo assim, decidiu ir pois apesar de achar Ben o maior mentiroso, sabia que ele não brincava quando se tratava dos interesses da ilha.
À tarde...
Jack estava completamente nervoso. Foi um custo ter de se arrumar (ele até fez a barba para estar mais apresentável). Quase caiu na tentação de beber. Mas aí pensou “como vou convencê-la a voltar à ilha neste estado?” Foi dirigindo e ao mesmo tempo relutando em cumprir aquela idéia maluca de Ben. Ele chegou. Aquela casa. Mil recordações, o noivado, a vida ao lado de Kate... Jack estava dentro do carro pensando, parado, com lágrimas nos olhos. Em um rompante, desceu do carro e tomou coragem.
Kate estava sozinha em casa. Estava ocupada com umas contas quando ouviu a campainha. Quase caiu de costas quando atendeu: era ele, Jack, ali bem diante dela! Um calafrio tomou conta de seu corpo.
-O que você está fazendo aqui? Já não te disse para nos deixar em paz?
-Eu sei o que você disse. Mas Kate, precisamos conversar... Por favor!
Relutante, deixou ele entrar.
-O que você quer?
-Primeiramente, quero dizer que aquele encontro foi estranho... Acho que você não me entendeu...
-E era para entender? Depois de tudo o que aconteceu, você vem e me pede para voltar?
Jack não sabia mais o que dizer. Como convencê-la?
-Kate, eu sei que está magoada...mas pense bem. Você não acha estranho o fato de que todos nós, Oceanic 6, depois que voltamos da ilha, estarmos passando por maus momentos? Hurley está internado numa clínica psiquiátrica, Sayid estava tão feliz com a Nádia até que ela foi morta, a Sun tornou-se uma pessoa fria depois do que aconteceu com Jin, aliás ela me culpa até hoje pela morte dele... E eu, Kate, estava feliz ao seu lado, mas aí, as coisas começaram a ficar estranhas, eu... comecei a ver o fantasma de meu pai o tempo todo e...
-Chega! Você é que começou a ficar estranho. Jack, estávamos bem e sei lá, você ficou paranóico, obcecado, como pode desconfiar de mim daquele jeito? Tudo o que eu precisava era que você confiasse em mim, estávamos noivos e eu disse que aquilo não tinha nada a ver com a gente! Aí você começou com esse seu vício, bebida, suas pílulas... Jack, você não tem idéia do quanto me magoou naquele dia, quando disse que Aaron não era meu filho! Quem criou ele? Quem esteve com ele o tempo todo? Eu sou sim a mãe dele, a única que ele reconhece! Agora, vai embora daqui de uma vez, por favor!
-Kate!
Neste instante, o telefone tocou. Era da escola de Aaron. Kate ficou paralisada e largou o telefone.
-Kate, o que foi?
-Jack, levaram o meu filho!
Jack foi com Kate até a escola de Aaron. Ela chorava nervosamente, não tinha condições de dirigir e nem estava em condições de negar ajuda dele naquele momento.
-Ms. Austen, deixei Aaron conversando com o psicólogo e vi que estavam demorando. Fui até a sala e ninguém estava lá. Apenas tinha esse bilhete, endereçado a senhorita.
“Seu filho está bem, mas somente continuará vivo se você comparecer no endereço abaixo. E a recompensa é trocá-lo por uma pessoa: Benjamin Linus.”
Ao ler o recado, Kate estremeceu. Jack também leu.
-Jack, como, de que jeito vou levar o Bem se nem sei onde ele se encontra! Jack!!!
Kate chorava desesperada. Jack a abraçou com todo o cuidado.
-Kate, Ben foi me procurar outro dia.
-Você sabe onde ele está?
-Não. Mas ele já entrou em contato comigo duas vezes. Estive pensando...e se eu for nesse encontro e propor um acordo.
-Acordo? Como assim?
-Não sabemos onde Ben está, mas tenho certeza de que ele entrará em contato comigo novamente. É só aguardarmos e então, o entregamos para essas pessoas. Não sei se eles aceitarão nossa proposta, mas é a única coisa que podemos fazer no momento.

TO BE CONTINUED...

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