sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Namorado: Um presente para olhar, tocar, cheirar e sentir

Anos atrás, uma colega de faculdade disse uma revelação muito significativa. Ao perguntarmos a ela se ela trairia ou se interessaria por um outro homem sem ser o namorado dela, ela falou: “não de jeito nenhum”. “Mas e o cara fosse um Brad Pitt?”, perguntamos. Ela: “ah, mas aí é golpe baixo, né?” Depois de refletir uns segundos, ela respondeu:”nem se for o Brad Pitt, não eu não trairia”. Escutando isso, você logo pensa, “será que ela falou a verdade?” É possível. É bem provável. É quase certo.

O seu gato pode ser lindo mas dificilmente será no nível de Brad Pitt, com aqueles músculos bem definidos, olhos azuis, cabelos loiros, físico perfeito, estiloso, com aquele charme e jeito sexy. Porém, ele pode também ter um peito bonito, não tão musculoso e malhado, mas bem definido. Pode não ter covinhas quando sorri, mas pode ter outras covinhas que você ache irresistíveis. Pode não ter aqueles olhos, mas tem os dele, singulares, um olhar penetrante, meio perdido, meio sedutor e malicioso, ou até doce em certas horas, lembrando um garoto sapeca. Os cabelos podem não ser tão estilosos, mas podem ser charmosos, sedosos, rebeldes, gostosos de passar os dedos e fazer um cafuné. Pode ter atributos até melhores que os de Brad, algum é claro. O seu gato pode ter um olhar que faça você derreter de tanto charme, daquele jeito especial que só ele pode fazer. E que às vezes, quando você está em outro lugar e falando com outra pessoa, lembra-se daquela expressão tão própria dele, assim, lembra como um flash, num raspão de memória.

De repente, você se vê olhando aqueles olhos, sorrindo aquele sorriso. Ah, aquele jeitinho tão especial dele! E quando ele vira e diz “nenhum cara ama você como eu te amo!” Nossa, nessa hora não há argumento que diga o contrário e seu gato consegue te convencer por inteira.
Aí você começa a refletir. Lembra de como se sente nas nuvens, flutuando só de pensar no seu gato e nos momentos inesquecíveis que passaram juntos (aquela viagem, aquele passeio, aquele momento...). Lembra de que ao ser beijada por ele, sente um arrepio gostoso que vai da pontinha dos pés até a cabeça, ah, que sensação indescritível!


Não há nada melhor que beijar amando, assim como a grande maioria das pessoas diz, que o sexo é bom em si, mas quando ele é feito com amor... é melhor ainda! O sexo é bom porque satisfaz o desejo, a libido, a fantasia, tira o estresse, dá a sensação de poder e aumenta a auto-estima, mas quando só é por prazer, a sensação fica somente na hora. Depois, muitos dizem sentir um vazio enorme... Mas quando é com amor, a boa sensação dura horas, até dias, sorrisos à toa, mesmo porque dá para ficar abraçado só curtindo o momento depois, com alguém querido e não com um desconhecido interessante da noite e cuja intimidade é quase nula.

Aí você pensa “ninguém me beija como ele me beija e ninguém faz como ele faz, com tanto amor e paixão”! Não sei como alguém pode amar de verdade e ser infiel, sem se sentir um pouco culpada ou não comparar uma pessoa com a outra. Será que quando a pessoa apaixonada beija outra, não se lembra do seu amado, do beijo dele, não vê o reflexo dele no seu pensamento? É difícil, por mais que você queira se desvincular, para quem ama não tem graça fazer nada com outra pessoa. Pode até tentar, mas morre de saudades do amado. Sempre há comparações. Beijar é bom, sexo é bom, mas com o amado é mais que bom, é excelente!

O seu gato pode não ser Brad Pitt, mas é tão lindo vê-lo ali, deitado, quietinho, dormindo feito anjo do seu lado! E quando você tem pesadelo, ele te abraça e diz para você se acalmar e que já passou. Ou quando você tem aquela crise existencial ou TPM e ele te escuta, coitado, com toda a paciência do mundo! E não é para qualquer um te aturar nestes dias horrendos de nervos à flor da pele! E quando o teu fofo lhe dá aquele abraço, te consolando e apoiando e você se sente a pessoa mais segura e querida do mundo? E o acordar e o dormir, adormecer em seus braços ao conversar no escuro da noite! Vocês podem não ter grana, mas podem juntar e fazer viagens incríveis, passeios inusitados, baladas das bem desencanadas possíveis. E a naturalidade e espontaneidade com que vocês conversam sobre variados assuntos, desde os mais “cabeças” até o maior besteirol possível?

Você nem sequer planejou se apaixonar por ele, apenas aconteceu de forma natural, não sei como, nem sei por que, como diria Camões. Você até no início relutava em acreditar que fosse amor, evitou mas não teve jeito: o amor quando pega, não há organismo que se salve!
Aí, você mesma conclui: é, ele pode não ser um Brad Pitt, mas eu o amo e ninguém o ama mais que eu. E lembra-se do sábio relato e confissão de sua colega de faculdade: “não trocaria meu gato nem pelo Brad Pitt”.

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